Simplesmente irresistível.

     Cada toque, cada carícia, cada afago.

     Ardia, queimava.

     O seu gosto, seu cheiro.

     Gosto de água.

     Água não deveria ter gosto, certo?

     Mas Suigetsu tinha.

     Era ardiloso, picante.

     O jeito que ele agia quando estavam a sós, as palavras sussurradas no ouvido.

     Suigetsu era completamente irresistível para Sasuke.

     E ele sabia que Suigetsu também não resistia e ele.

     A maneira fria e calma de lidar com as pessoas.

     O jeito com que entrelaçava suas pernas no quadril do Kiri.

     As mordidas nos lábios, os arranhões no tórax.

     Cada suspiro sôfrego dado pelos dois transbordava de prazer, de ousadia.

     Prazer.

     Era o que buscavam.

     Sabia que, quando não o encontrassem mais, tudo estaria acabado.

     Mas ainda assim, enquanto era possuído por Suigetsu, se sentia completo.

     Amor?

     Esperava que não.

     A verdade era que os dois pareciam ter sido feitos um para o outro.

     Sasuke já sabia todos os pontos fracos de Suigetsu, sabia onde ele sentia mais prazer, sabia de qual jeito ele gostava de ser tocado.

     Assim como Suigetsu também sabia os pontos fracos de Sasuke.

     E na busca interminável por prazer, eles já não sabiam como se desvencilhar um do outro.

     Tinham entrado em caminho de mão única, em que não havia saída.

     E nele ficariam presos, para sempre.

Estas alegrias violentas têm fins violentos

Falecendo no triunfo, como fogo e pólvora

Que num beijo se consomem.

Romeu e Julieta, Ato II, Cena VI