Capitulo 02

- Pare!

Isabella gritou fazendo com que o veterinário a encarasse assustado.

- Não pare Emmett, termine o serviço!

- Mas Edward?

- Faça o que eu estou mandando!

Disse Edward completamente irredutível.

- Não, por favor! Não faça isso! – implorou Isabella aos prantos. Ela chegou exausta entrando na frente de animal. – Não faça isso Emmett, esse cavalo é meu! Sou quem decide!

- Voce não decide porcaria nenhuma nessa fazenda! Eu estou precisando do pasto e esse bicho já deu o que tinha que dar!

- Insensível! – Isabella gritou. Sentindo seu sangue ferver. Como podia uma pessoa ser desprovida de qualquer tipo de sentimento?

- Sou insensível, estúpido, grosso, mal educado, sem coração tudo isso ai que você esta cansada de me chamar! Agora saia da frente antes eu mande Emmett te aplicar um tranqüilizante!

Nesse momento Isabella se perguntava como ela podia amar uma pessoa como Edward.

- Não saio! – Isabella cravou os pés no chão e enfrentou Edward, fato que o deixou possesso de raiva.

- Vamos ver se não!

Edward segurou Isabella pelos braços sem se importar se a machucaria ao não. A arrastou e a prendeu junto ao seu corpo deixando-a incapacitada de se mover.

- Me larga seu bruto! – Isabella protestou com ódio. Não apenas do que ele estava fazendo com Dominic, mas também de estar prestando atenção de como o corpo daquele maldito era forte e de como seu perfume estava deixando-a inebriada.

-Emmett termine o serviço! – veterinário cumpriu a ordem a contra gosto. Não queria ver Isabella sofrer, ele tinha um imenso carinho por aquela garota.

Isabella assistiu a cena com desespero.

- Seu desgraçado! Você nem deixou eu me despedir dele! – gritou Isabella esmurrando o peito de Edward e se afogando em lagrimas ali mesmo.

Para a própria surpresa Edward se sentiu comovido. Abraçou Isabella com carinho e afagou seus cabelos descobrindo que eles tinham um perfume cítrico.

- Calma Bella! Dominic já estava muito velho! Pense nisso como um descanso para ele! – Edward procurou pronunciar as palavras num tom brando e macio. Não queria ver Isabella chorando o que para ele era mais uma surpresa. Não tinha idéia do carinho que sentia por ela.

- Eu te odeio! – disse Isabella se afastando e olhando dentro de seus olhos – Você ouviu? Eu. Te. Odeio!

Ela disse pausadamente e então saiu correndo em direção a mata.

- Quem foi o infeliz que contou pra ela? – perguntou Edward aos berros. Sam já estava bem longe cuidando da plantação de algodão.

Os dias se passaram e Isabella não olhava na cara de Edward nem se sua vida dependesse desse ato. A tristeza era algo que ela não conseguia controlar. Sentia muita falta de seu amigo Dominic. Mesmo cuidando de tantos outros cavalos, nenhum deles se comparava com o velho amigo que ela tinha resgatado. Dominic seria para sempre ser melhor amigo. Ele era muito mais educado do que o homem que tinha roubado seu coração.

- Bella! – Edward a chamou, mas ela ignorou totalmente. Guardou o sangue que tinha acabado de coletar de Havena e se levantou dali como se ninguém tivesse se dirigido a ela.

- Você não pode me ignorar para sempre! – ela sabia que não podia o ignorar para sempre, mas por um bom tempo sim.

Deixou Edward falando sozinho e foi terminar de fazer a lista de bebidas, ela não tinha ido a cidade ainda organizar a festa por causa do ultimo acontecimento. Quando tudo estava pronto foi atrás da caminhonete.

- Sam, onde esta a caminhonete?

- Já faz um tempo que Edward saiu com ela. Pensei que tinha ido junto, ele estava atrás de você para te dar a carona!

- Morro, mas não vou a lugar nenhum com ele! – Sam sorriu amigavelmente.

- Onde esta as chaves da picape? Você viu?

- Por pura sorte elas estão comigo! – Sam jogou as chaves e Isabella sorriu agradecida.

Chegando à cidade passou primeiro na estação de trem para pegar o horário do trem que sua prima chegaria, logo depois foi ao correio mandando a carta que escrevera a seu irmão Jasper intimando-o a vir visitá-la, passou em frente a uma loja de roupas e não resistindo comprou o colete da vitrine planejando usá-lo na noite de rodeio.

Isabella era uma moça muito bonita. Quando se inclinava um pouco para o lado da prima, passava a se arrumar melhor ficando uma moça linda. Hoje estava um tanto mais feliz, pois o dia da chegada de Alice se aproximava. Ela usava uma bota de cano curto marrom, uma saia rodada de cintura alta lilás cheia de florzinhas brancas e para combinar uma blusa que ia até seu cotovelo e no pescoço o colar que tinha seu nome e que ganhara do irmão no aniversário de 15 anos.

Assim que entrou no bar do Sr. Stanley seu olhar se cruzou com o de Edward, ela deveria saber que o jumento estaria ali, pois além de ser um ótimo cachaceiro a escrava sexual do maldito – Tânia Denali – trabalhava como balconista no bar.

Isabella caminhou lentamente ao balcão onde o Sr. Stanley já a esperava com um belo sorriso no rosto. Ignorou o fato de que Edward a observava.

- Que devo a honra! Uma moça tão Bella em meu humilde bar! – Isabella sorriu timidamente com o trocadilho e se sentou em um dos bancos.

- Organizando a festa anual! – ele riu e lhe serviu um refresco.

- Oh cortesia da casa! – Isabella sorriu agradecida. – Me de a lista! – Ela lhe estendeu o papel. O Sr. Stanley colocou os óculos na ponta do nariz a passou a ler.

- Minha filha perguntou esses tempos de você!

- Jess? – Isabella perguntou surpresa, por que afinal das contas ela e Jessica nunca tinham sido amigas durante o colegial.

- Sim! Se acredita que a criatura se envolveu com o arruaceiro do filho dos Newton? Você se lembra do Mike não? – ele perguntou olhando para ela por cima dos óculos.

- Sim me lembro sim. – e como se lembrava, o garoto vivia a assediando no colegial.

- Bom Bella, vou ter que pedir o Rum ao distribuidor! Aguarde aqui, vou fazer a ligação e já volto! – Isabella assentiu e ficou bebericando seu refresco, Tânia a olhava de esgoela, as duas nunca tinham se entendido e se dependesse de Isabella nunca se entenderiam. Tânia era vadia demais para receber a honra de ser amiga de alguém como Isabella.

- Ora, ora se não é a belezura da Isabella Swan! – Isabella olhou espantada para o lado encarando o vaqueiro já conhecido seu de rodeios anteriores.

- James! Não acredito que já esta na cidade! – ela bufou de raiva e o abusado sorriu satisfeito de que ela lembrava seu nome.

- Claro, quis antecipar a minha vinda só pra te ver mais cedo! – Isabella se encolheu no banco e tomou um gole de seu refresco a fim de se acalmar.

James colocou sua mão em cima da dela e aproximou o rosto.

- Esta com medo de mim boneca? – Isabella tirou a mão o mais rápido que pode e assistiu o sorriso do James morrer nos lábios ele se levantou na defensiva e então Isabella entendeu sentindo o corpo quente bem atrás dela e o cheiro familiar se espalhar em suas narinas.

Edward tinha um olhar assassino. James levantou as mãos e começou a se afastar. Edward não se deu por satisfeito e acertou o rosto de James com um violento soco sentindo no impacto a mandíbula deslocar.

E o circo estava armado.

Os amigos de James partiram pra cima de Edward que derrubou um a um. Ele era forte feito um touro e surdo feito uma mula. Quanto mais Isabella, Tânia e o Sr. Stanley gritavam desesperados para ele parar mais ele espancava os rapazes. 

James tentou fugir, mas Edward o agarrou pelo colarinho. A vontade que o Cullen sentia de espancar o miserável ate a morte não era pouca. Segundo ele; James havia tratado Isabella como uma qualquer, e isso, não tinha perdão.

- Edward, pare! Por favor! – ao ouvir a voz de Isabella mesmo que chorosa pronunciar seu nome depois de tantos dias o ignorando fez com que parasse. Ele soltou o forasteiro deixando-o cair no chão.

Quando viu Isabella se ajoelhando para socorrer James, Edward sentiu algo que nunca pensou sentir por ela: Ciúmes.

- Você esta bem? – James olhou apavorado pra Isabella.

- Por que não me disse que tinha namorado?

- Mas eu não tenho namorado! – disse Isabella desesperada.

- Estou vendo que não tem! – ele disse irônico com a boca torta e se contorcendo de dor, mas ainda assim lançou um olhar de ódio para Edward que tinha um corte na sobrancelha.

Edward sem suportar mais ver aquela situação pegou Isabella pelo braço arrastando-a dali.

- Edward por acaso você enlouqueceu?

Ele a lançou contra a lataria da picape fazendo-a gemer de dor.

Isabella sem acreditar, encarou aqueles olhos verdes, completamente lívida. O rosto de Edward nunca tinha estado tão perto do seu. Naquele momento esqueceu a dor que sentia nas costas por ter acertado o retrovisor quando Edward a empurrou.

- Como pode se dar esse desfrute? Você sabia o nome dele!

- Como pode prestar esse tipo de papel? Você é pior que um animal! Grosso, arrogante, ignorante e para piorar tudo um insensível que não se importa com os sentimentos dos outros!

- Pelo que eu vi você estava fugindo dele!

Isabella bufou de raiva.

- Não estava falando do James! Estava me referindo ao Dominic!

Edward já se culpava muito desde que Dominic tinha partido. Não precisava de Isabella enchendo o saco com essa historia de novo.

Ele a apertou contra a lataria do carro sentindo pela primeira vez como o corpo da garota que ele tinha ignorado durante anos se encaixava perfeitamente ao seu.

- Voce...

Sua frase morreu ali aqueles olhos de um verde-mel eram hipnotizantes demais, não conseguia formular qualquer frase. Partiu novamente para a ignorância puxando Isabella pelo braço e abrindo a porta da picape jogando-a lá dentro sem se importar se a machucaria.

- Vai pra casa. Agora! – ele berrou a ultima parte dando um murro no capô do carro.

Aquilo era a gota d’água para Isabella.

Chegaram à fazenda juntos. A briga para Isabella só estava começando.

- Seu cretino! Ta pensando o que? Que sou alguma propriedade sua? Ou pior ta pensando que sou a Tânia? Desde quando eu te dei liberdade para me tratar assim? Você me machucou – ela expôs os braços avermelhados e Edward semicerrou os olhos tentando entender como ela sabia sobre Tânia – Como você consegue a proeza de fazer com que todos que no mínimo gostam um pouco de você simplesmente passem a te odiar?

- Mais respeito Isabella! – Edward bradou e Isabella riu.

- Respeito? Você quer respeito? No dia em que você aprender a respeitar a si próprio e as pessoas a sua volta, ai sim eu te darei respeito porque até lá vou te tratar da mesma a forma que você me trata!

- Fique quieta, você não passa de uma menina! – Edward estava começando a ficar mais irritado com Isabella. Saiu em direção ao estábulo.

- E você não passa de um moleque! – Edward parou e se virou lentamente – Se esqueceu que tem apenas 25 anos? Não é tão mais velho do que eu! Acho que você se esqueceu também que não é o único que sofre e nesse mundo existe gente que tem historias de vida bem piores que a sua. Muitas delas não nem aonde cair morta. Bem ao contrário de você!

Instantaneamente Isabella se deu conta da merda que tinha dito.

- Sabe você tem razão. Mas já ouviu aquele ditado de quem diz o quer ouve o que não quer? Pois bem Isabella – Edward foi se aproximando lentamente, a cada passo que ele dava Isabella dava dois para trás. – eu não vou retrucar com palavras, vou retrucar com ações!

Edward se apresou e a pegou jogando em cima de seus ombros com todo o cuidado para que sua saia não levantasse e mostrasse o que ele queria que ninguém visse. Isabella esmurrou suas costas com toda a força que tinha exigiu que ele a colocasse no chão imediatamente.

É claro que foi esforço em vão!

Edward continuou firme ao seu destino chamando a atenção dos funcionários da fazenda, até Emmett que tratava de alguns exames saiu para ver o que era aquela baderna.

- Emmett! Socorro! – Edward prendeu o riso – Eu disse um monte de merda pra ele e agora vou morrer! Me ajuda!

Isabella gritava desesperada, Emmett foi ao seu socorro.

- Edward o que você esta fazendo! Desce a menina!

- Menina é tua mãe Emmett vou fazer 20 anos daqui duas semanas! Não adianta conversar ele só entende apanhando, da um soco nele.

Edward não resistiu e sorriu, a pirralha era comédia. Emmett percebendo que Edward só estava de brincadeira parou de acompanhar e ficou assistindo o que viria a seguir.