Fazia dois dias que tínhamos chegado aqui na cidade de Forks. Eu estava muito animada pra conhecer a cidade, era o lugar em que minha mãe nasceu e retornou para conhecer o verdadeiro amor da vida dela. Meu lindo e querido pai, porem, tive enjôos e achei melhor não sair.

        “Amor verdadeiro!” Será que ainda vou encontrar o amor verdadeiro? A minha experiência com o amor, não me deixou boas marcas. Pensar nisso fez meus olhos arderem, mas eu não tinha mais lágrimas para chorar.

      - Filha... Posso entrar? - mamãe perguntou, seu olhar continha angustia. Eu me odiava por ainda causar isso a eles.

      - Claro, mamãe. - faria o possível para disfarçar - O que foi?

     - Queria saber se você já esta melhor, seu avo disse que esses enjôos podem ser porque faz tempo que você não caça. E também ando percebendo você muito calada, triste, não quero ver minha garotinha assim. Vim tirar você de casa, você precisa se distrair. Tudo vai se resolver - suas palavras me fizeram ver uma luz, ainda fraca no fim do túnel onde me meti, logo ela continuou.

     - Só precisa se abrir novamente, ninguém mais agüenta te ver triste pelos cantos da casa se condenando. Por que ninguém aqui fez isso, eu não quero mais ver minha pequena se lamentando pelos cantos...

     Escutei passos se aproximando e um risinho soar como sininhos. Titia Alice apareceu pela porta.

      - Eu não pude deixar de escutar o que falavam...

      - Você e o resto. Não é. - mamãe brincou agora mais animada.

      - Bem, é que eu queria levar Renesme comigo, fazer umas comprinhas, mas tem uma coisa muito mais importante, amanhã Renesme vai começar a estudar e ela precisa caçar.

      Elas tinham razão eu precisava caçar, já fazia alguns dias que não me alimentava e apenas comida humana não era o suficiente, agora preciso comer e caçar, por dois

      - Os homens já foram ontem e logo retornaram.

       Nossa eu realmente estava fora dos acontecimentos com minha família 

     - Podemos ir todas, Esme ficará...

     - Não tia Alice, desculpe. Mas quero sair sozinha um pouco, conhecer a região, eu juro que não vou fazer nada demais...

      Titia estava relutante, ela queria ir junto como á todo o lugar que pudesse ser divertido, mas foi mamãe quem falou.

     - Sim, claro que seria uma boa idéia você ir se acostumando com a região. Mas, você não acha que ainda esta fraca?

     - Já estou melhor, e eu prefiro ir sozinha

      Sorri enquanto saia do quarto junto com elas, pareciam estar achando minha vontade um pouco estranha, mas as duas viam como um progresso, até eu.

      No meio da floresta eu correria com minha velocidade vampiresca, estava sendo bom tomar aquele ar puro diferente de Alaska, que só de pensar não me agradava mais. Forks seria meu novo começo, meu e do meu filho.

     Eu já havia corrido tanto que não sabia onde me encontrava, quando um cheiro forte, me atraiu, na verdade o cheiro era quase insuportável, mas atingiu diretamente meu cérebro aguçando minha curiosidade.

     Meus pés foram à procura dele, sem controle algum e no meio de árvores e folhagens eu vi um urso lindo. Não aquilo não era um urso. Era um bicho enorme, com pelos castanhos e olhava na minha direção. Seu focinho estava arreganhado para cima, exibindo presas brancas e afiadas, mas algo nele parecia paralisado, sua posição era de ataque, mas ele não mexia um músculo sequer.

     Eu tinha que sair dali, meu instinto denotara perigo querendo um ataque, porém, meus movimentos do corpo não se afastavam daquele animal que simplesmente me encantou.

      Num piscar de olhos me vi próxima a ele e o grande bicho me estudava com cautela, meu coração soava como um tambor e eu não entendia como podia estar tão fascinada com um... Lobo! Era o lobo mais bonito que eu já havia visto. O único.

      Ele farejou em minha direção causando arrepios e sentia que o bicho tinha curiosidade. “Será que iria me atacar?” ainda estudando-o notei seus pelos, tinha uma aparência macia e sedosa. Vi-me tentada a tocá-lo e sentir sua textura em meio aos meus dedos...

      Um rosnado alto fez meu encanto voltar-se a realidade chamando minha atenção para mais dois animais da mesma espécie. Eles se aproximavam mais e eu via suas iras a beira do controle. Eles iriam me atacar. Eu queria agir, meu instinto vampiro queria brigar, mas meu filho foi o único pensamento que tive. Esses lobos iriam matar a mim e ao meu filho.

     Senti um baque jogar-me longe, cai sentada ainda atordoada com todo o perigo. Procurei o que poderia ter acontecido e lá estava o lobo castanho rosnando ferozmente para os dois que se prendiam numa espécie de batalha.

      Isso era loucura! Eu era louca de me deparar com um bicho tão feroz logo nos meus primeiros dias aqui.

      Aproveitando que eles estavam “distraídos” consigo mesmos eu aproveitei para sair em disparada, fugir dali seria o mais sensato a se fazer.

     Um pouco mais longe diminui a velocidade dos meus passos pensando na beleza do animal. A natureza dele era linda e me encantava. Mas como os outros podiam me assustar tanto? E porque ele parecia me entender?