A Little Bit Longer escrita por Clara B Gomez Sousa


Capítulo 30
Desabando em Queda Livre




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Uma semana depois daquele dia, em Los Angeles, eu resolvi ter um pouco de coragem e tentar assumir o mal que me assolava. Exatamente quando terminei os acordes de “U Smile” e recebi os aplausos. Peguei o microfone e falei:

 -Gente, eu espero não me arrepender disso, mas, eu vou explicar o que aconteceu semana passada, que eu fui para o hospital, e tudo mais... - Não tinha mais volta, eu ia ter que falar, eu comecei, e era pra terminar.

-Bom... A verdade é que... – Continuei. – Eu tenho... Tenho... – Ah, quer saber? Posso sim voltar atrás! – Eu tenho alergia á pó de arroz, e naquele dia, aconteceu um acidente no camarim e caiu um pote inteiro desses em cima de mim. – A única coisa que ouvi foi risadas. Muitas risadas.

Ok, o fato de eu ter amarelado não foi tão relevante, aqui que eu teria coragem pra assumir ser soropositivo... No fim das contas, na festa pós-show foi a mesma coisa de sempre. Eu bebi umas duas garrafas de Vodka escondido.

 Os shows foram passando, a cada dia uma música diferente, eu já não ia para as festas pós-show. Comprava garrafas de Vodka, me escondia no meu carro e bebia tudo em um só gole. E assim que aquele mês foi passando.

De dia eu era uma pessoa, de noite, madrugada, outra. Katy pensava que eu não estava mais me embriagando, pensava que eu ia para o hotel e ia dormir mais cedo. Eu já não me sentia bem a enganando, quer dizer, ela era quase minha irmã!

Na última semana de shows, numa noite de segunda feira, de madrugada, depois de mais um show, eu decidi que iria contar para ela. Contar pra ela que eu estava viciado, que havia mentido para ela quando falei que eu não estava bebendo.

Mas, eu não consegui nem contar para Katy. No dia seguinte, eu abri a internet e na primeira página do TMZ estava lá. Fotos, muitas fotos. Minhas. Eu estava no meu carro, e dava pra ver nitidamente que eu estava bebendo. A manchete? “Justin Bieber é flagrado bebendo Whisky em Orlando”. Arregalei os olhos, e a primeira coisa que pensei foi:

FERROU!

-Droga, droga, droga!! – Berrei, olhando para a tela do notebook. Nisso, meu celular começou a tocar. Olhei a tela. Mãe estava escrito. Olhei para cima, pedindo forças a Deus e os anjos para ouvir aquele sermão.

-A-alô? – Falei, visivelmente apavorado.

-Justin? É a sua mãe! – Já percebi, pelo tom de voz irado, que arranca cabeças só ao ouvir.

-O-oi, mãe...

-Que história é essa de Whisky?! Me diz que é rumor! – Não dava pra mentir pra minha mãe. Suspirei, e falei:

-É verdade... – Silêncio total do outro lado da linha. – Mãe?

-Eu não acredito... – Ela disse, decepcionada.

-Mãe, deixa eu explicar... – A linha caiu antes mesmo de eu terminar a frase. Joguei o celular ao meu lado, e suspirei. Depois, me deitei na cama, lembrando da voz de minha mãe. Sempre odiei quando ela se decepcionava comigo. Depois de um tempo, alguém bateu na porta.

-Justin? – Essa não... Era Katy.

-Entra... – Falei, já esperando o pior.

-Eu vi a matéria no TMZ...

-E quem não viu? Minha mãe acabou de ligar para mim... – Suspirei... Mas eu sabia que não podia encontrar razão para mim.

-Olha... Se o que te motivou a beber foi a Aids, saiba que... Você não vai conseguir nada com isso. Só vai piorar as coisas...

-Eu já sei disso... Mas... Eu não consigo parar!

-Eu sei como é, já passei por isso... – Ela disse. – Olha, eu já sei que a culpa não é totalmente sua... – Katy sentou ao meu lado, e começou a acariciar meu cabelo. Meu celular tocou. Era Scooter. Ele disse que já haviam ligado várias vezes para ele para confirmarem o que haviam visto na internet. Assim que desliguei, falei:

-Eu estou encrencado, vou ter que falar a verdade na mídia... – Katy olhou para mim e disse:

-Você quer que eu te ajude nessa?

-Não, eu... Eu acho que isso é um problema meu, não quero que associem meu vício a você...

-Se você acha isso... Tudo bem. Eu estou indo para o meu quarto. Boa sorte...

-Obrigado... – Suspirei, e ela saiu. Eu ainda estava de pijamas, assim que levantei e abri a porta por um instante para pedir uma toalha, haviam fotógrafos apontando suas câmeras para mim. Arregalei os olhos, fechei e tranquei a porta no mesmo instante. Eu ia precisar de ajuda. Antes de ir para o banheiro tomar um banho, peguei meu celular e liguei para Scooter.

-Scooter Braun falando.

-Scooter? Sou eu, Justin..

-Justin?

-Eu preciso de ajuda. A coisa está feia aqui... Tem fotógrafos na porta do meu quarto!

-Na porta?

-É...

-Vou ver o que posso fazer.

-Scooter, por favor! Por favor! Eu sei que fiz uma burrada, mas me ajuda! – Silêncio do outro lado. Depois, um suspiro, e então, um sinal de vida:

-Você está em Orlando, não é?

-É...

-Eu vou pra aí com Kenny e o trem de carga com o jato, eles devem dar um jeito.

-Quanto tempo, mais ou menos?

-Duas horas, uma e meia... Consegue ficar aí por um tempo?

-Consigo...

-Ok. Vou desligar.

-Espera!

-O quê?

-Obrigado.

-Disponha. – Scooter desligou, e eu fui tomar banho.

-Eh, maravilha, como se nada pudesse ficar pior! – Falei, tirando a box vermelha que eu vestia e entrando no chuveiro. Na verdade, podia sim, eu comecei a passar mal, depois que tomei banho. Claustrofobia. Me joguei na cama, zonzo, tonto e quase que sem fôlego, e falei para mim mesmo:

-Por favor, não me traia agora... – Inspirei e expirei com dificuldades, tentando oxigenar meu cérebro. – Ok, respira... Respira... Oxigena o cérebro que fica tudo bem... – Li isso numa revista.

Ok, talvez a revista estivesse mentindo. Uma dor de cabeça infernal começou a me atormentar. Fui me levantar para tomar uma aspirina, e caí no chão, sem forças para mais nada. Mal se passaram alguns segundos e eu comecei a enxergar tudo embaçado. Daí, então, tudo escureceu e eu desmaiei.


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Notas finais do capítulo

Sorry ter sumido! Mas a fic vai voltar com força total!



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