-Qual é o seu problema comigo?

-O meu? O meu problema? Simplesmente você tem o dever moral de me infernizar desde que nos conhecemos!

-Eu? 

-É! Desde a Tequila-Limonada! - Ele me deu um copo de Tequila falando que era limonada, eu bebi, pensando que era limonada. Fiquei doidão por horas.

-Hey, aquilo foi um acidente!

-Ok, eu acredito...

-Ok, não foi um acidente, mas de qualquer forma! - Russell disse. Íamos começar mais uma das nossas brigas, mas eu parei, e falei:

-Tem certeza que você me convidou pra nós... - Eu não sabia como ficava o verbo "redimir" no "nós". Haha. - Pra gente se redimir?

-Tenho. Absoluta. - Ele respondeu, depois de um silêncio.

-Então vamos começar do começo. - Ele pareceu não entender o que eu falei. Ok, nem eu entendi!

-Hã... Oi, eu sou Russell Edward Brand, nasci na Inglaterra e sou cantor... E você?

-Oi, eu sou Justin Drew Bieber... Nasci no Canadá, e sou cantor. Também. - Respondi. Nos entreolhamos, e eu não me impedi de rir.

Começamos a conversar, e percebi que Russell não era tãão chato quanto parecia. Pra falar a verdade, ele era até engraçado.

Pedimos batata frita e mais Coca-Cola, enquanto Russell me contava sobre a vida dele, arrancando risadas minhas a cada frase. Ele contou coisas do tipo "Katy que me obrigou a fazer a carteira de motorista mês passado", o que me fez rir, até eu já tinha carteira, como ele não tinha até um mês atrás?

-Você só fez a carteira mês passado? Com 35 anos?! - Perguntei.

-É. Eu sei que é... 20 anos a menos que você quando fez a sua, mas é. 

-Quando eu fiz a minha foi há uns meses também. Haha.

-Estamos kits.

-Pois é. – Dei um gole na minha Coca Cola, e Russell disse:

-Já falei demais sobre mim, agora você fala sobre você.

-Eu? Ok… - Parei pra formular o resumo sobre a minha curta vida. – Hum… Eu nasci no Canadá, tenho 15 anos e… Peraí… - Esqueci quantos meses eu estava! – Estamos no dia 12 de Junho…

-Maio.

-É, Maio, então… -Parando pra fazer continha…- 2 meses e 11 dias. É. 15 anos, 2 meses e 11 dias.

-Nossa, quem se importa com dias?

-Eu me importo, me deixa viver! Ok, voltando, minha mãe se chama Pattie Mallette Lynn, meu pai se chama Jeremy Jack Bieber, eles se separaram quando eu nasci, já coloquei manteiga na mão e apertei a mão da minha professora no primário.

-Manteiga?! – Ele respondeu, rindo.

-É, tomei suspensão mas não me arrependi, canto, toco violão, piano, guitarra, trompete, bateria, percussão… Estou aprendendo a tocar baixo… - Parei pra pensar. – E… Acho que é isso. O resto você pode ver no Google… Ah, gosto do Superman, Smallville e do Rocky, e não faço nem gelo na cozinha.

-Eu também não sei cozinhar, somos dois.

-Ah, na cozinha eu faço mais uma coisa, sim...– Falei, lembrando de algo.

-O quê?

-Lavo louça quando minha mãe pede e tiro o lixo. – Respondi, como se aquilo fosse grandes coisas. Russell caiu na gargalhada, junto comigo.

Depois de falar mais coisas sobre a minha vida, eu peguei um sachê de ketchup pra botar na batata frita. Ou tentar, já que nem abrir eu conseguia. Não importa o quando eu puxasse, a paradinha não abria.

-Abre, infeliz! - Murmurei, puxando e repuxando o saquinho.

-Espera aí, deixa eu ajudar, e... - Ele nem conseguiu terminar de falar. Mordi o sachê com força, e um jorrão de ketchup voou na cara dele. Ficou uma linha vermelha cruzando seu rosto. A cena era hilária. Eu travei totalmente.

Fiz uma cara de "Ferrou!", e disse, dando um sorriso cara de pau:

-Opa... Desculpe... - Russell limpou com o dedo um pequeno pedaço da linha de ketchup formada em seu rosto. - E-está tudo bem?!

Eu cogitei na ideia de ele dar um ataque e sair correndo atrás de mim imitando o Jason de Sexta Feira 13.

-Quer saber de uma coisa?! - Ele disse, transformando a cara de nojo em um sorriso meio esquizofrênico (Nem sei o que diabos é isso, mas me parece ser algo meio louco, então vamo que vamo no chutômetro). - Eu adoro ketchup na cara, faz tão bem pra pele... - Ele pegou uma batata e passou na cara, como um pincel, para espalhar o ketchup. - Que delícia!

Não me impedi de rir, assustado com a doideira dele, e peguei um guardanapo para ele se limpar, ainda cogitando que ele queria me perseguir dando uma de Jason da serra elétrica. Ok, nem um pouco meio retardado de minha parte, mas tudo bem. Todos sabem que sou meio batido.

Ok, voltando, depois que Russell se limpou, ele disse:

-Tem mais algo pra falar? - Ele disse. Parei pra pensar um pouco, e falei, sorrindo:

-Eu sou um bolinho de arroz.

-O quê?! - Ele respondeu, rindo.

-É isso ou "Pudim", ou "75", se preferir!

-E depois eu é que sou o maluco... - Ele disse.

-Ei! Eu também sou louco! - Falei. Russell relutou, e ficamos numa de "Eu sou o mais louco!" "Não, eu sou o mais louco!".

-Eu sou o mais louco! – Russell berrou, socando a mesa.

-Não, eu sou! – Respondi, apontando uma batata frita para ele.

-Você só tem 16 anos, como pode ser mais louco que um homem de 35?! – Ele perguntou, com uma cara de “I’m a rice cake”.

-Eu sou mais louco que o meu avô, que tem 78! E o meu pai, que tem 33! – Me defendi, com a batata na boca.

No final ninguém entendeu nada, e concluímos que:

1- Colocaram alguma coisa na nossa bebida;

2- A dupla Russell Brand – Justin Bieber diminuía QI's;

Então, para o bem da humanidade, resolvemos parar com aquela doideira, Russell pagou a conta,nós brigamos pra ver quem pagava, e ele ganhou com o argumento de que era "mais velho",e fomos embora.

-A sua idade mental é de 10 anos! - Falei, enquanto íamos embora.

-E a sua é… Ah, sei lá…

-Hah! Ganhei! – Falei, fazendo algo parecido com o “BANG!” da Miley e a Lily em Hannah Montana, nas temporadas mais fundo do baú. Bons tempos…