Comodo, capital dos cassinos e das comemorações e conhecida como “Cidade da noite Eterna” estava ainda mais alegre e festiva naquele dia.
-Hum... Então essa é Chocôvo, a cidade da lua eterna... -Disse um cavaleiro misterioso, chegando aos seus portões. Mas mal pôs os pés para dentro e um soco o atingio em cheio por trás, no pescoço, fazendo-o cair arrastando o rosto com força no chão, entrando na cidade.
-Mais você é um inútil mesmo hein! Quando é que vai aprender a decorar o nome dos lugares e A NÃO CORRER E DEIXAR TODO MUNDO PRA TRÁS??? –Ralhou uma jovem templária, responsável pelo soco anterior no rapaz e agora aplicando-lhe várias pisadelas na cabeça.
Algumas pessoas pararam para olhar a cena. Uma noviça e um mago entraram na cidade correndo, acompanhados de uma Ferreira, que vinha andando vagarosamente e com os braços cruzados (“Eu não tenho nada a ver com isso, ele que se fo...” pensou Mace).
-Gente, por favor -Disse o mago, um homem de vestes brancas, chapéu rosa e usando uma demoníaca máscara feliz –Parem de brigar aqui! Isso pode ser prejudicial pra imagem do clã, além de...
-NINGUÉM PEDIU SUA OPINIÃO, COMMONER!!!-Ralhou a templária.
-Certo, não tá mais aqui quem falou...
-Por favor Silph -Disse a Acolita, de nome Serenity, chegando bem a tempo de desviar a atenção da garota de cabelos ruivos quando esta já segurava o cavaleiro pela cota de malha e preparava-se para lhe aplicar um soco -Lembre-se que violência nunca leva a nada, e... GARRAFA DE TEQUILA POR 500Z ??? É MINHA, SAI!!! -Disse a jovem, jogando-se derrepente em cima de uma barraca mais a direita,onde um homem comprava a última garrafa que estava em cima do balcão com o vendedor. Todos que estavam prestando atenção na briga derrepente passaram a acompanhar a cena da noviça saindo nos tapas com o pobre homem que se recusava a lhe dar a bebida.
-Onde estávamos? –Disse a templária, virando-se novamente para o cavaleiro e com o punho novamente fechado e pronto.
-Pera ae Silph, num bate em mim não...
-Me dê um motivo.
-Er... Por que... por que... por que hoje é um dia de festa?
-Você quer me dar um motivo pra eu te encher de porrada ou pra eu não te bater?-Ironizou Silph.
-Ta bom... Ahhh, eu não consigo pensar em nada. Ta bom, bate -Disse o garoto, fechando os olhos. Quando os abre novamente, Silph ainda esta lá, na mesma posição, o segurando pela cota com a mão direita e com o punho esquerdo fechado e levantado.
-Pode ir -Disse, soltando Aron.
-Sério? Mais por que?
-Passou a vontade -Disse, se levantando.
-Que bom^^ Valeu Silph! -Então ele se levanta todo contente, mas quando passa pela templária para falar com os outros amigos, está lhe dá uma cotovelada por trás no pescoço, fazendo-o cair arrastando o rosto com força no chão.
-Ai... Mas você não disse que não ia me bater?
-Claro que disse... Não tem graça quando você deixa -Disse Silphia, e sem nem se virar adentrou na cidade.

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Uma vez por ano acontece em Comodo uma data muito especial para todo os Rune-Midgardianos: O dia da unificação dos povos humanos de Rune Midgard. Essa data também é comemorada por casais de aventureiros e por muita “pegação” entre jovens. Por isso, esse dia também é conhecido como “Dia dos namorados”. Dizem que, se um compromisso for selado até meia noite desse dia, ele será eterno...
O clã de amigos chegou um dia antes e se hospedaram numa estalagem luxuosa perto de um dos centros de comemoração da cidade. No dia seguinte, algumas horas antes do festival, Silph resolveu comprar uma roupa para a celebração, Mace conseguiu dinheiro vendendo itens quebrados e depois os concertando por “um módico preço”, Serenity foi encher a cara no boteco da esquina, Bulk foi visitar a igreja e Aron... Bem, ele passou o dia perdido, a procura de uma loja de doces para gastar o seu ordenado.

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A noite, todos se preparavam para a festa. Mace usava uma camiseta branca, com um nó amarrado de forma que sua barriga perfeita e bronzeada ficasse a vista, e um short jeans. Serenity usava seu traje normal de aventureira, assim como Aron, e Bulk ainda não havia retornado. O cavaleiro, a noviça e a Ferreira já estavam esperando Silph se trocar há quase uma hora.
-Como é Silph, ainda ta viva? -Perguntou a Ferreira educadamente dando um chute na porta do banheiro.
A porta abre-se e Silph coloca a cabeça pra fora, os ombros nus:
-Já tô terminando. Mas se alguém bater na porta de novo enquanto eu estiver me vestindo, vai levar! -Disse, batendo a porta com força.
-Gunf, que mal humor... -Reclamou Mace, se encostando na parede, com os braços e pernas cruzados.
-Poxa, mas que falta de respeito! -Retrucou Serenity, entediada, sentada de joelhos no chão, como que em oração -Acho que a gente devia bater de novo para apressá-la...
-Eu acho que a gente devia esperar... -Disse Aron rápido, sabendo muito bem que quem ia “levar” caso alguém batesse na porta do banheiro de novo era ele.
-Ah, é? Pois EU ACHO -Recomeçou Mace, gritando com raiva enquanto olhava para a porta -QUE A GENTE DEVIA IR EMBORA AGORA E DEIXAR A SENHORITA “Eu-não-me-preocupo-em-deixar-os-outros-esperando” ai...
Foi nesse exato momento que a porta do banheiro abriu-se de supetão e todos, até mesmo Aron, que estava distraído tentando contar quantos dedos tinha no pé direito, olharam surpresos para a figura presente.
Era uma garota linda, de pele clara como porcelana, esbelta, usando um vestido branco como o de noiva e os longos cabelos ruivos presos num rabo de cavalo por uma piranha. A única relação entre essa bela jovem e a desbocada aventureira Silphia Belnades que todos conheciam era o habitual mal humor estampado no rosto:
-E então, como estou? -Disse, com um sorriso maroto. -É melhor serem sinceros, mais se estiver ruim é melhor não serem demais, senão...
-Você está maravilhosa- Disse Aron levantando-se. Serenity e Mace, que até aquele momento tinham perdido a voz de surpresa, agora dividiam os olhares com ele.
Silph também estava surpresa, e corada. No fundo queria sim receber um elogio do cavaleiro, mas pelo seu jeito “Dah” de ser (Esse era um apelido carinhoso que Silph havia criado para quando se lembrava de algumas confusões que o jovem já aprontara) esperava que ele nem desse atenção. Se recuperando um pouco, e sem demonstrar a excitação e a alegria que agora sentia, respondeu, com desdém:
-Er...obrigada Aron, mais ninguém pediu sua...
-Mas acho que você fica melhor com aquela sua “almadura” de Paraquedína -Disse, dando em seguida um largo sorriso.
Derrepente, as feições de Silph passaram da felicidade para o ódio.
-O QUE ??? QUER DIZER QUE EU DEMORO TANTO PRA ME APRONTAR, PRA FICAR BONITA PRA...E VOCÊ...VOCÊ...VOCÊ NÃO SABE DE NADA, ARON WORMIOR!!!-Disse, enquanto prende o pobre cavaleiro na parede e o enche de cotoveladas.
Murmurando um “Gunf, eu sabia...” Mace e Serenity saem entediadas para a festa.

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Depois de uma rápida “discussãozinha”Aron e Silph sairam juntos em direção a festa. Enquanto ela andava com os braços cruzados olhando para os cantos, ele andava com os braços cruzados atrás da cabeça, admirando as estrelas. Depois de algum tempo, a garota finalmente toma coragem e, com o rosto virado na direção contrária ao cavaleiro, diz, fechando os olhos:
-Eu não sei como você consegue ser tão desligado e fazer tanta besteira. Sabe Aron, se você fosse mais cavalheiro, e menos demente, eu acho... Que seria até capaz de ficar com você -Mas, quando se virou para admirar sua reação, o “cavaleiro” não estava mais ao seu lado. Furiosa, Silph bravejou e continuou indo sozinha para festa,a passos duros.
Na festa, enquanto muitos se divertiam (Exceto Bulk, que por algum motivo não se encontrava em lugar algum...) Silph encontrava-se irritada, sentada em uma cadeira, e quando algum garoto tentava tirá-la para dançar, faíscas de raiva voavam de seus olhos, o afugentando.



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Mace e Serenity andavam de um lado para o outro a procura pelo que fazer, chateadas.
-Mas o festival desse ano está fraco mesmo. Não têm uma musica legal –Reclamou Mace.
-Eu nunca vim antes nesse festival mas... Mace, eu não gosto muito de dançar nem de lugares muito agitados -Reclamou Serenity.
-Relaxe. Hoje você vai se divertir, eu garanto. E... -Disse, no ouvido da acolita- Se soltar-se um pouquinho mais, eu garanto que você perde o BV –Finaliza, piscando um olho.
-Co-como é? -Gaguejou Serenity, enrubrecida.
-Nada não. Olha, têm um grupo de pessoas dançando mais ali na frente, vamos lá ver se a musica é boa -Diz, segurando a acolita pelo braço e correndo até o local.
Mas quando chegaram no lugar, uma sensação de repulsa e medo as invadiu: Um monte de pessoas mal encaradas, de roupas pretas e penteados estranhos e ridículos choravam e pulavam freneticamente, como se fossem zumbis, na frente de um palco onde uma banda se apresentava. A letra da musica, uma sucessão de lamentos tristes e bastante depressivos, era mais ou menos assim:

“Quando estou com você, sinto o meu mundo se acabar. Perco o chão sobre os meus pés,me falta ar pra respirar. E só de pensar em te perder por um segundo, eu sei que isso é o fim do mundo”

-Valha-me Deus, mas que musica do demônio é essa??? -Perguntou Serenity, segurando o rosário por debaixo do vestido com uma das mãos e com a outra fazendo o sinal da cruz, enquanto o vocalista da banda gritava “TPMMMMM.....22!! ”Finalizando junto ao público.
-Não sei, mas não tenho certeza se sinto mais pena desse cara quando ele está com ou sem essa garota -Respondeu Mace, enjoada.


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Enquanto isso, um desligado Aron Wormior continuava a contemplar as estrelas, de braços cruzados atrás da cabeça, andando por ruas desertas e tão distraído que nem notara a ausência da amiga.
Então, derrepente ele encontrara, a apenas alguns passos a sua direita, aquilo que tanto procurou o dia inteiro: uma loja de doces. ”Legal, hoje deve ser o meu dia de sorte! ”pensou o cavaleiro, enquanto corria em direção a ela mais, no exato momento em que estava entrando na loja de um pulo, a porta desta se fecha bem na sua cara, e enquanto o jovem de cabelos verdes caia para trás uma grande placa de “fechado” apareceu por dentro.


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Faltavam apenas alguns minutos para a meia noite. Silph, encontrava-se sentada na praia de Comodo, admirando a noite. Seu vestido balançava suavemente ao vento, e seus pés nus afundavam na areia fofa, enquanto que as sandálias de salto alto repousavam a seu lado.
Fechou os olhos e soltou então um longo suspiro, mas quando os abriu foi surpreendida por um braço a sua frente, segurando um doce.
Era Aron Wormior.
-Mas o que... -Tentou perguntar a garota, inclinando-se um pouco para trás por instinto. O cavaleiro apenas sorriu:
-Chocolate de menta, Silph, o seu favorito^^
-Er...Obrigada -Disse Silph, aceitando o doce e o colocando de vez na boca, devolvendo o sorriso. Silph detestava chocolates de menta.
O cavaleiro então sentou-se ao seu lado. Ambos olhavam para o céu, em profundo silêncio. Então, não agüentando mais, Silph decidiu mais uma vez quebrar o gelo entre os dois:
-Aron...?
-O que? -Perguntou o rapaz, olhando para a templária com um sorriso sereno, algo que ela nunca tinha visto antes, deixando-a ruborizada.
-Alguma vez você já gostou de alguém... Tipo... De forma especial? -Perguntou a ruiva, agora admirando as ondas. Pensou em Rachiele, um nome que certa vez o garoto havia balbuciado enquanto dormia.
Aron coçou a cabeça e perguntou, após pensar um pouco:
-como assim?
-Estou perguntando se por acaso alguma vez uma certa pessoa... Uma garota... Te interessou muito. Entende? -Continuou Silph, tentando escolher as palavras certas, mas sem encarar o cavaleiro.
Aron olhou para a amiga por alguns instantes, dessa vez totalmente sério.
-Eu não me lembro -Disse, por fim.
-Ai meu Odin! -Disse Silph, colocando as mãos no rosto e perdendo a paciência:-Não é possível... Eu me recuso a acreditar que você seja assim o tempo todo!
-Mas do que você está falando? -Perguntou Aron, confuso.
Em lágrimas, mas dessa vez encarando o cavaleiro, Silph continuou, quase gritando:
-Como você pode ser tão grosso?
-O que? Silph, e-eu já-jamais seria grosso com você! -Disse, nervoso e gaguejando. -Você é minha amig...
-Mas será que você ainda não entendeu? -Gritou a templária, pegando Aron pela cota de malha, irritada e vermelha de tanto chorar.
-O que???  -Perguntou o cavaleiro,assustado.
Silph reunio as palavras, mas quando ia colocá-las para fora, gaguejou, mas no final das contas não conseguio dizer o que sentia.
-Esquece. Se não percebeu, então você não merece... -Disse, por fim, soltando-o devagar e virando-se, se preparando para ir embora.
-Espera ai! -Disse o garoto de cabelos verdes, segurando em seu ombro e a virando-a devagar, para fitá-la nos olhos.- Espera ai ,o que foi que eu fiz? Foi alguma coisa que eu disse? Por favor, não fica chateada comigo, Silph -Disse o rapaz. Silph ficou desnorteada porque, além de sentir e saber que o garoto estava sendo sincero, agora escorriam lágrimas de seus olhos.
Novamente, Silph soltou um longo suspiro:
-Você foi muito grosso comigo essa manhã. Foi isso.
-Eu fui Gross...
-Foi sobre o comentário que você fez sobre a minha roupa -Completou a Templária, tentando esconder a amargura na voz.
-Ah...ahhh, agora lembrei! O que eu disse demais?
-Nada -Disse a jovem, dando um sorriso triste e se levantando, limpando a areia. Ela pegou as sandálias, mas quando se preparava para ir embora, o cavaleiro levantou-se e disse:
-O que eu quis dizer é que eu gosto de você do jeito que você é, por isso que eu prefiro te ver de armadura do que nesse vres...roupa.
Por algum tempo, apenas o som das ondas se arrastando pôde ser ouvido.
-Você...têm certeza disso? -Perguntou Silph, ainda de costas.
-Eu já menti pra você? -Perguntou o cavaleiro, sério.
Silph se vira e, puxando Aron pelo braço, sentam juntos na areia.
-Me desculpa. Eu estava chateada,não tinha nada que descontar em você.
-Tudo bem. -Disse o garoto, rindo novamente.
faltavam cinco minutos para a meia noite, e os primeiros fogos de artifício romperam os céus. Casais de jovens e adultos, no festival e em todo mundo, aproveitaram esse momento para celebrar e mostrar o que sentiam um pelo outro.
É então que, pela primeira vez, olhando para o rosto da amiga sorridente, iluminado pela luz dos fogos, Aron sentiu algo diferente. Em sua mente, ele começou a rever todos os momentos em que estiveram juntos, desde o dia que a conheceu até hoje.

“ Na sua frente,uma garota de longos cabelos rosa, tûnica branca marfim esperava aborecida.
-Mas que droga! Já estou esperando aqui nessa fila a um mês! Brincadeira....
-Eu estou aqui só a um dia e pouco -Diz Aron, enconstando o rosto no ombro da garota.
-Gunf! Ninguem pediu a sua opinião -Diz, dando uma cutovelada na boca da barriga de Aron, fazendo cair de cabeça no chão, apertando a cabeça e a barriga com força em posição fetal.
-Ai... Você têm muita força...
-Obrigada, mas não precisa me bajular só porque sou mais forte que você. Essa fila não é o lugar apropriado para uma grande espadachin como eu!!!
-Você quis dizer futura espadachim, nã...
Aron ainda no chão leva um chute.
-Ninguém pediu sua opinião!!!”

A templária de cabelos rosa então olha para ele e diz, com deboche:
-O que está olhando? Os fogos de artifício são ali -Apontando para o céu a sua frente com a cabeça.
Mas Aron segurou um de seus braços e, romântico,disse:
-E você está aqui, do meu lado...
E então a puxa para perto de si e a beija.
Nesse momento em ponto deu meia noite, e uma saraivada mais forte de fogos de artifício, alguns em formato de coração com flecha, outros com os dizeres “Feliz dia dos namorados” apareceram nos céus. Ao mesmo tempo, também na praia mais um pouco afastados, Mace trocava um longo e apaixonado beijo com Ryoshi(Filho do Senhor Feudal de Kunlun) sobre as luzes coloridas nos céus, enquanto que Serenity trocava um longo e paixonado beijo com a garrafa de Tequila que comprara um dia antes na feirinha, totalmente bêbada.
E assim, todos estavam felizes.



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-Silph...? -Perguntou o cavaleiro, deitado sobre as pernas cruzadas da templária.
-O que...? -Perguntou a jovem, com uma voz suave, diferente da habitual.
-Quer ser minha...?