Coisas que Eu Odeio em Você escrita por Neline


Capítulo 1
Capitulo Único - Coisas que eu odeio em você


Notas iniciais do capítulo

Enjoy ;*



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- Por que você simplesmente não fala como se sente em relação a ele? - Serena me perguntou, de pé, me olhando com seus grandes e repreensivos olhos azuis. Eu suspirei, enquanto me ajeitava na cama.

- Eu não posso chegar e despejar tudo que penso. Pode ser doloroso. - Respondi.

- Doloroso para quem, para ele ou para você? - Não respondi, e continuei a encarar o chão. - Vamos, finga que eu sou o Chuck e desabafe. - Franzi o cenho. - Vamos, fale tudo que você pensa do Chuck! - Maneei a cabeça, não acreditando.

- Isso parece um daqueles exercícios de estagiários de psicologia do Queens. - Ela gargalhou.

- Deveria, pelo menos, tentar. Você mesma falou que a situação não pode piorar, então o que você tem a perder? - Procurei não a encarar. Ela estava certa.

- Odeio como você é frio comigo, e quando passa com aquele olhar superior como se tivesse esquecido tudo que passamos juntos. Odeio quando você aparece com outras garotas e as esfrega na minha cara com seu olhar de "Eu posso ter quem eu quiser a hora que eu quiser". Odeio o jeito que você me canta e me faz ficar completamente vulnerável a suas simples palavras sem lógica. Odeio seu jeito prepotente, sua fala sussurrada e lenta, como se o mundo devesse esperar por você. Odeio quando você diz que me ama e age como se fosse mentira. Odeio mais ainda quando prova que estava mentindo e me faz chorar. Odeio o jeito que você me olha, como se pudesse ver minha alma, e o jeito que sorri, como se eu devesse ler aquele gesto. E acima de tudo odeio não poder te odiar, nem por um único momento, sem desejar te beijar. -  Olhei para cima. Serena sorria.

- Foi tão dificil assim? - Suspirei.

- Bem mais do que você pode imaginar. - Ela gargalhou, se sentando do meu lado. Mexeu na bolsa, puxando o... celular do Nate(?).

- Então eu tenho algo para te acalmar. - Ela deu o play em algo.

"- Me diga o que sente por ela. - Reconheci claramente a voz de Nate.

Eu sei o que sinto, não é da sua conta. - Chuck falou rispídamente.

- Deixe de ser idiota, pode ajudar. Vamos, olhe para o nada e imagine que ela está lá. Fale tudo que você quer. - Escutei um suspiro pesado.

- Odeio como seus olhos deixam as estrelas ofuscadas, e como o mundo inteiro para quando você sorri. Odeio o jeito que você me encara e adivinha meus pensamentos antes mesmo que eu abra a boca. Odeio seu jeito de jogar o cabelo, ser ar de superior e seu comportamento de garota intocável. Odeio o jeito que você age, fingindo estar cheia de futilidades quando apenas elas te satisfazem. Odeio a maneira como você me toca, como você anda, como você me deixa. Odeio quando alguém te abraça, porque por um momento essa pessoa tem meu mundo todo em seus braços. Odeio como você surge no meu pensamento, do nada, e não sai mais. Fica ali, machucando, ardendo. Odeio sentir que você é meu oxigênio. Odeio seu olhar desprezível de 'Eu sou Blair Waldorf e não preciso de você'. Odeio acima de tudo saber que você é minha vida, minha alma, e que meu mundo não seria o mesmo sem você nele."

Parei de pensar para sentir meu coração acelerado. E parei de respirar ao ver Chuck, parado na porta, encarando o chão. Serena não falou nada, mas passou a mão pelo meu ombro e saiu, fechando a porta atrás de si.

- Acho que armaram para a gente. - Chuck falou sem levantar o olhar. Aproveitei a falta de intensidade insustentável da orbe chocolate para o mirar.

- Há quanto tempo você está ai? - Ele sorriu.

- Algum tempo. - Ele continuou com os olhos baixos. Aquilo me encomodava mais do que a dor do choque dos nossos raios de visão.

- Olhe para mim, por favor. - Ele não me encarou.

- Você saberá demais por ele. Um olhar diz mais do que palavras, lembra? - Maneei a cabeça.

- A falta dele diz mais. - Ele me olhou, contradito. Parecia surpreso pelas minhas palavras.

 - O que você quer saber, Blair? Tudo o que eu falei não é o suficiente? Nada nunca é o suficiente para você? Você nunca consegue se contentar com o que tem? - Ele gritou e eu estremeci.

- Não há porque se contentar com o pouco se você sempre pode ter mais. Eu não tenho tudo que eu quero. Não ouvi tudo que preciso. - Ele suspirou. - Diga que me ama. - Eu falei.

- Você sabe o que eu sinto. - Sentir seus olhos nos meus naquele momento, era como tocar uma corrente elétrica.

- Eu quero que você fale. 

- Eu te amo. - Ele falou com determinação.

- Eu também. - Ficamos nos olhando, sem falar mais nada. - Mas o que significa? O que isso vai trazer para nós? - Ele sorriu.

- Dor e decepção, provavelmente. - Ele respondeu com facilidade, e eu comecei a olhar para fora. - É o tipo de sentimento que nos deixa paranóicos. - Concordei.

- Vai enlouquecendo aos poucos. - Disse completando seu raciocinio. 

- Cada vez que eu acordo e não te vejo, eu morro um pouco por dentro. - Ele gargalhou. - Não acredito que eu estou falando isso. Eu sou Chuck Bass. - Foi minha vez de gargalhar.

- Você é um grande idiota. - Respondi, e ele se aproximou de mim, passando o braço pela minha cintura.

- E essa é a sua maneira de dizer que me ama. - Assenti. - Isso faz de mim em homem de sorte. - Nós nos beijamos. E eu sabia que não importava o quando durasse, o quanto eu sofresse ou o quanto machucasse, aquilo era amor. E por mais que o ódio fosse algo presente na nossa relação, amo tudo que odeio com mais força, com mais verdade. Pois você pode gostar de qualquer um. Pode amar duas pessoas. Mas pode odiar verdadeiramente só quem você conhece, e só se conhece quem se ama. 


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Notas finais do capítulo

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XOXO. Neli ;*