Sombras de Apocon escrita por gersonma7


Capítulo 1
Dias de um futuro esquecido




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Após o continuo trabalho da agora recém criada Temporal Tecnology Departament (Departamento de Tecnologia Temporal) sob um modo eficiente de contato com Apocon Keystone, não obstante com o aparato tecnológico disponível na criação de peças e até chips para protótipos conceituais a serem utilizados no campo, Hebert Stoneset pediu uma amostra de sangue de Octavios por crer que parte da resposta para a modificação em seu neocortex fosse de procedência genética, e do corpo achado na superfície por John Roberts e Tucson que sugere ser nada mais que mais uma falha temporal por experimentos realizados pela Bug´s Time, o que fez Stonset se perguntar.

- Este homem sem dúvidas é do período nazista, onde estive, mas o curioso é que não sei como tal equipamento deles conseguiu ter força suficiente para lança-lo tão longe no tempo. - Preocupa o que esta gente é capaz de fazer em sua vilania. - disse John Roberts sentado numa cadeira com as pernas para o alto - e se estes forem ao passado e roubarem as pedras dos dez mandamentos de Moisés ou resolver reescreve-los? Matar Jesus ainda criança roubar seus conhecimentos, ou talvez queiram até mesmo roubar a autoria da Bíblia, botando nomes destes como livro de São Watchman ou até mesmo falsificarem milagres e roubar a Arca do Concerto, talvez por isso Deus fulminasse quem chegasse perto. - completou rindo. - O Assunto é mais sério do que parece - seguiu Stoneset se levantando e seguindo até um tipo de armário onde ao abrir diversos arquivos se revelaram atiçando a curiosidade dos demais, mas retirando uma agenda velha escrita em alemão e inglês.

- Esta agenda é dos tempos dos nazistas onde Designium tomou autoridade sobre os dissidentes destes por aqui. O nome Zugführer é apenas um título de fachada para sua posição verdadeira sob os soldados adotando ao pseudônimo Zero Absoluto. Stoneset abriu o pequeno livro fazendo com que todos na sala de controle se calassem e chegassem perto para ver enquanto letras em alemão revelou códigos e datas tanto do futuro destes quanto do passado. Entre tais a da invasão da própria T.E.M.P.U.S., mas sob um código que antes ele mesmo não tinha decifrado por isso não o impediu. - Eles se aproveitaram do sobrecarrego do bóson de Higgs e suas nuances temporais que nos deixaram vulneráveis - continuou Stoneset sem tirar os olhos do livro diante dos demais e continuou após um curto momento de silêncio dizendo - Perfeito! - ele então se dirigiu novamente ao grande monitor translúcido onde havia localizado o ponto de anomia batendo com uma data coincidente na agenda. - Me pergunto se eles se aproveitavam dos pontos de anomia similarmente com que John Roberts escreveu no Tractatus Ad Tempus ou se são pontos de intervenção comprovada. Não obstante tais dados cruzados com a busca temporal, mesmo que limitada tornará mais fácil nosso trabalho. - Talvez deva enviar o grupo tático até o local - John Octavios disse passando a mão no rosto olhando para o monitor. - Não creio que seja necessário. Algumas datas anteriores aqui mesmo parecem ter sido anuladas por este outro ponto segundo o buscador temporal de anomias quânticas, creio que alguém nesta linha temporal esteja dificultado o trabalho deles, mas não pode ser daqui, pois deixaria rastros da essencialidade de termos que enviar algum até ter tais resultados. - Stonset fez uma pausa e então prosseguiu - Sugiro uma missão de reconhecimento, pois creio que tal seja um homem, talvez um sobrevivente da TEMPUS. Obviamente o mais apto creio que seja você Octavios, você é a intercessão entre um ponto e outro tal como o posterior com nosso honorário Tesla. Mas não pense encontrar Jhenny, pois deve estar velha, se estiver viva ainda. - Confesso que será divertido. - respondeu Octavios mesmo demonstrando um certo desapontamento pelo último dito de Stoneset - Muitos da TEMPUS fugiram não seguindo nossas instruções, faz sentido que alguém tenha subido a superfície para fugirem dos batedores da TEMPUS. - As coodernadas serão passadas e você observado em tempo real simultâneo por nós, espero que quando chegue suas amostras de sangue já tenham sido decifradas em seu genoma. - Teogoras então dizendo após ficar todo o tempo observando. Uma vez sendo passado o Brienfing ele se dirigiu até o TTD onde Chikako Aiko Kame e Chieko Chiharu trabalhavam numa impressora gráfica 3D. Esta, porém utilizava não de acrílico ou plástico, mas um material metálico feito de uma liga super-resistente que apenas se tornava maleável sob algumas condições frequênciais dando a forma que eles desejassem impressas pelos dados do computador. - Olá, Dr.Octavios - disse Chikako Aiko Kame com um forte sotaque japonês largando uma peça num formato estranho e se levantando - Largamos nosso projeto mediante o importante de se adaptar alguns equipamentos para o grupo tático e para o serviço de campo em geral. Estamos muito entusiasmados com essa tecnologia, muitos possibilidades temos. - Legal, mas não tomemos muito então o tempo um do outro - respondeu Octavios. - Óbvio! - respondeu de volta abaixando rapidamente a cabeça como respeito - Teogoras e Chieko Chiharu tiveram alguns insights muito bons para equipamentos de campo. - Chegue mais perto Dr.Octavios - disse Chieko Chiharu ao surgir de trás da grande impressora - Ainda estou impressionado com este equipamento, aparentemente re-agrupa o metal a nível atômico formando uma liga moldável a forma que quisermos. - Gostamos muito dos seus brinquedinhos - disse Chikako Aiko Kame - Possibilidades infinitas. - Mas vamos ao assunto Chikako - respondeu Chieko pegando uma peça e dizendo - sabes o que tenho aqui Dr.Octavios? - Um quebra-cabeças tridimensional? - respondeu ele cruzando os braços como se estivesse impaciente. - Não, estamos adaptando algumas armas a equipamentos com os do período do espaço-tempo, tipo daqueles espiões. Mas este aqui tem alguns diferenciais que deixariam qualquer espião com inveja. - completou Chieko encaixando as peças e acendendo uma pequena luz, mas ao virar na direção de Chikako este se desviou. - Um anulador de consciência portátil - Chikako – uma tecnologia que se assemelha ao Bio-Pk, a suposta capacidade de influenciar pelo poder da mente, onde ao direcionar para a pessoa desejada a ajustando as freqüências mediante os experimentos de Lennox em nosso futuro - pode surtir efeitos diversos. - Ele girou um botão e apontou para Chieko que começou a rir feito um louco. - Como se pode notar podemos até mesmo interferir no humor da pessoa. Quando Chieko se recuperou do surto insólito de riso tomou o pequeno artefato da mão dele e disse - Não gosto que brinque com meus sentimentos. Octavios acabou rindo daquilo, pois os dois pareciam dois irmãos crianças se divertindo com os conhecimentos do futuro e então Chikako seguiu rindo - É que ele terminou mal com sua mulher. - Posso? - perguntou Octavios estendendo a mão e vendo nisto um pequeno botão que dizia 'Triste', 'alegre', 'descordar', 'coma', ‘sono’, ‘agressividade’. Apontou então para Chikako com um sorriso no rosto fazendo este se abaixar dizendo - "no, no, no, no!" - Deveria provar do próprio veneno - respondeu Octavios rindo descontraído agora, mas devolveu a Chikako que o pegou na mão e disse. - Humoristas péssimos iriam adorar isto! - O melhor é que se torna imperceptível ao povo local. - falava Chikako ele enquanto colocava dentro de um medalhão dourado que funcionava como um relógio de bolso - pode ser usado no pescoço e a duração do efeito de 'humor' depende da intensidade e ocasião podendo ser de alguns minutos e até dias. - Temos também isto aqui - continuou Chieko pegando uma moeda - um fixador temporal, para locais e pessoas suspeitas de ligação anomia a facilitar o monitoramento temporal. Feito para ser como uma moeda do período. Octavios pegou as na mão e colocou no bolso quando um destes ao vê-lo sair lembrou de não deixar tal tecnologia cair em mãos erradas, para exploradores especialmente da Bug´s Time que certamente não tinham tal máquina-impressora. Quando foi para a sala de embarque temporal, Octavios não esqueceu de falar enquanto ajeitou sua elegante roupa e chapéu do período dizendo a Teogoras - Definitivamente nossos japoneses são mais criativos que os outros. - Verdadeiramente parecem estar amando o que faz.- completou Teogoras com um sorriso vendo uma das moedas diante do equipamento de monitoração e finalizando - muito interessante mesmo. O ruído da energia gerada enquanto John Roberts observava de outro lado de um vidro ao lado de Tucson que parecia abismado com tudo que via de tão fantástico apenas sinalizou com a cabeça para Octavios quando a imagem à volta deles e aquelas torções de cores surgiram o fazendo desaparecer diante de seus olhos. Londres, 1908 A Velha Londres não parecia muito diferente dos tempos em que Octavios realizava suas missões na superfície. Octavios caminhando pelas ruas enquanto observou pessoas conversando seguiu, porém, seu leitor de quantum como de habito fazia em todas as suas missões. Quando localizou a mesma discreta entrada para os esgotos que o levaria até a porta secreta da T.E.M.P.U.S., temendo que um dos motivos da anomia tivesse o fato de alguém ter descoberto suas ruínas, Octavios seguiu primeiramente para onde tal se localizava. Caminhou pelo lugar tendo por trilha sonora apenas o ruído de gotas dágua e água corrente mesmo que com um forte odor típico. Porém ao chegar no lugar onde teria sido explodido viu um enorme muro de tijolos levantados um a um o deixando surpreso. Quem teria bloqueado a entrada para que os demais não descobrissem? Tal não parece ser trabalho da Bug´s Time que certamente não se preocuparia-se com tal. Seguiu então Octavios por uma abertura que poucos agentes sabiam, esta dando ao antigo sistema de ventilação que tinha, obviamente um bloqueio completo pelo campo de isolamento quântico quando ativa. Abriu ele então e seguiu engatinhando até descer em seu interior encontrando o local empoeirado, mas nenhum corpo visível como haviam deixado. Aparentemente alguém tinha limpado o local em caso de visitas indesejáveis, mas quem? Ando mais ele, onde era e enfermaria, sala de controle. Fez leituras, colheu objetos suspeitos tirou fotos, quando um vulto lhe surgiu como uma sombra a vagar por um dos agora escuros corredores de acesso a ala de treinamento onde ficava o labirinto de espelhos agora sem quase nenhum espelho de pé. Porém, ao entrar se deparou com algo que o fez gelar da espinha aos pés, uma visão de Dayane Conrad diante dele, visível diante do escuro como se o tivesse olhado diretamente o fazendo esticar as mãos assustados para ela crendo que foi ela quem havia feito tal arrumação, mas ela se dissipou junto às sombras sutilmente o deixando confuso e a fazer leituras do local para saber se eram alucinações ou não. O som dele andando sob os cacos de vidro dos espelhos quebrados o fazendo ver si próprio fragmentado o assustou ainda mais quando escutou um som mais oco vendo que pisava agora sobre ossos que vestindo uniformes tanto da Bug´s Time quanto da T.E.M.P.U.S. o deixou desorientado, confuso e como poucas vezes sentido um sincero medo. Porém, inflexível diante de seu próprio medo não hesitou muito e fotografou, colhe novamente provas e saiu daquele cemitério temporal com mais dúvidas que respostas restando a ele buscar tais respostas no único lugar que poderia encontra-las, na origem do sinal anomia, onde quer que se encontrasse, quer tenha sido ele provocado pela T.E.M.P.U.S. ou não. Liverpool, Inglaterra O sinal da leitura começou a ficar mais forte quando se aproximou e viu um pequeno bar chamado The Cavern Club onde tocava música ambiente por uma pequena banda local. John Octavios retirou o medalhão do bolso que na realidade era um relógio o segurando para se proteger caso fosse necessário até que ao entrar pediu uma bebida local e sentado no balcão permaneceu calado observando o movimento e quais destes seria o homem e exalar tais crepitações quando viu um senhor de idade avançada, pálido por estar nitidamente doente ir até a direção de onde Octavios estava o olhando diretamente como se estivesse surpreso. Octavios abaixou o olhar virando-se para o visor de quantum e notou que era tal homem responsável por tais leituras discrepantes. O homem misterioso sentou-se ao seu lado e como de hábito pediu uma bebida a um homem de barba grisalha que servia. Este permaneceu calado tal como Octavios até que o homem interrompeu o silêncio dizendo. - Novo na cidade? Octavios virou-se como se tivesse sido surpreendido pela súbita intromissão, mas o mesmo tinha ainda vivo o sotaque inglês e respondeu apenas ter passado um tempo fora da cidade. O homem então disse que tão logo alguns humoristas iriam se apresentar no palco. - Não gosto do humor inglês - respondeu Octavios segurando o copo. - Mas ficaria feliz se você visse o meu pequeno show, caro Octavios. Quando o homem disse tal, Octavios olhou em volta e ficou sem jeito segurando firme o relógio de bolso e olhando rapidamente com a nítida impressão de que o usaria. - Como você sabe meu nome e me conhece? - indagou nervosamente ele. - Vivo nesta Londres por tempo suficiente para saber das pessoas que por ela já andaram, sem falar nos contatos que passei a ter. Na verdade creio que até mesmo seus segredos eu sei. Confesso que fiquei surpreso de você ter sobrevivido àquela invasão horrível da Bug´s Time. - finalizou o homem. - Como você sabe disto tudo? - novamente perguntou Octavios se afastando para trás na cadeira do balcão. - Hummm - fez o homem - muito longo de se contar tudo e o que ocorreu depois, mas certamente você deve conhecer um certo Joseph Hanus. Logo após o estrondo surdo que sucedeu um tipo de implosão daquele bóson de higgs, ou seja, lá o que fosse uma seqüência de ressonâncias temporais crepitaram da superfície provocando efeitos diversos nos habitantes da velha Londres, de alucinações a doenças como se um Campo de Mesmer inverso tivesse surgido. Joseph Hanus surgiu como de súbito, das trevas e dos subterrâneos após um estranho e rápido abalo sísmico que fez alguns terem enormes sensações de De Javu, na realidade todos acharam que fora apenas um tipo de Folie A Deux, uma ilusão coletiva havia sobrevindo a eles. Joseph surgiu em meio a tal tormenta como um distinto cavalheiro que se fossem numa cidade do interior certamente seria percebido, apenas ao recolher uma jovem que se via obrigada a se prostituir como modo de sobreviver, esta passou a segui-lo quando o viu descer novamente aos subterrâneos. Tal silencioso vagou pelos becos escuros da cidade sobrevivendo a seu modo e retornando aos subterrâneos para cobrir o enorme rombo que ficou na entrada da T.E.M.P.U.S. que havia se tornado um cemitério de seus companheiros e inimigos. Vagou ele pelos escombros onde nem uma só máquina resistiu intacta, cada chip queimado pelo PEM de curto alcance como modo de precaver contra roubos de tecnologia ou seu acesso a nativos daquele tempo. Seguindo então as diretrizes primordiais como um ótimo temponauta Joseph recolheu os corpos, os colou numa pequena seqüência de covas no interior da T.E.M.P.U.S. tento apenas ratos e insetos como testemunhas na penumbra de um silêncio mórbido, mas distante de ao menos dos extremistas da Bug´s Time, quando percebeu que não estava só. A jovem o havia seguido pelo curto labirinto de esgotos contra seu ócio ao perceber que fora mais um anulado perdido em meio à cidade grande. Joseph Hanus percebendo o movimento muito maior que a de um mero rato, rapidamente seguiu e a flagrou escondida por de trás de uma das máquinas. Ele brigou com ela, mas de modo que percebendo que a jovem do qual naquele tempo não deveria ter mais que uns 16 anos não tinha para onde ir e que já tinha visto o que viu, tal passou a auxilia-lo a erguer uma parede tijolo a tijolo bloqueando a entrada de intrusos no interior das ruínas da T.E.M.P.U.S., pouco a pouco a ausência de respostas e a solidão apenas suprida pela presença da jovem sucedeu por dias e dias enquanto viviam eles num dos cantos aos subterrâneos da velha Londres, daquele velho mundo. Para onde foram os meus? Porque me abandonaram? Tais perguntas o martelavam constantemente como uma goteira dos corredores repletos de infiltração dos esgotos repletos de ratos e eventuais salteadores que passaram a desejar e procurar a jovem. Joseph pegou o que podia para se sustentar de panos a alguns artefatos desde que não chamassem atenção do povo nativo e assim partiu para realizar pequenos shows de mágica na superfície com auxilio de seu conhecimento e alguns dos artefatos que conseguiu salvar em segredo, tendo Kerry como sua auxiliar particular. Com o passar do tempo, anos a agora formosa mulher já havia conquistado seu coração e descoberto seus segredos por mais fantásticos que fossem e começaram a fazer algumas incursões inicialmente com um circo e após em carreira solo, vindo parar em Liverpool. Fatos e fatos depois, Octavios sempre soube que os agentes da Bug´s Time eram conhecidos como notáveis enganadores e mentirosos torcendo a história do melhor modo que soubessem, por isso enquanto o velho contava-lhe tal história temeu ser algum tipo de embuste onde na realidade estava sendo levando a uma emboscada para tirar-lhe sua vida. Afinal, Octavios creu que Joseph havia morrido de Narcose Temporal o que deixou ele perplexo e a perguntar ao homem - que ainda não havia sequer respondido todas as suas dúvidas - como tal sobreviveu. - Como raios, Joseph Hanus sobreviveu se para nós havia morrido? - perguntou deste modo Octavios. - Percebo que pouco você conhece sobre mágica. No ilusionismo tal como o fato de você mesmo deveria estar morto lida com erros perceptivos, não verdades sobrenaturais ou contra-verdades como alguns pregam. Ilusionismo foi e sempre será uma ciência de aproveitadores do entretenimento, mesmo que outros nem tanto. - o homem então fez uma pausa tossindo e limpando o suor no alto da testa revelando-se fraco e semi-azulado por sua palidez e continuou - Seja o que tenha ocorrido naquele lugar, alterar as pessoas na superfície tal como o destino, poucas vezes essa tal anomia serviu para algo que preste. - ao concluir tal, ele retornou a história. Certo dia quando Joseph escrevia em seu diário nos bastidores do show notou pela janela um homem misterioso que constantemente era visto no show e do qual a última vez havia zombado de um de seus truques. Calvo, e usando um chapéu o sujeito se apresentou como Designnium, mas com um olhar como quem guardasse segredos sobre si próprio e Joseph. Não demorou a perceber que havia com ele outros olheiros que constantemente o seguia tal como sua mulher Kerry pelas ruas de Liverpool, pois seu show estava ganhando destaque inspirando alguns outros viajantes a incursar no mesmo ramo. O que Joseph não esperava - pois sabia ele que não eram da T.E.M.P.U.S. pelo modo de se portar e pela abordagem - é que certo dia ao sair do show este entrou no camarim notando que um destes lá estava revirando suas coisas quando surgiu Designium com Kerry amordaçada. - Sabemos que você é Joseph - disse o calvo homem friamente - Você é um impostor neste lugar, por não poder ser que você é. Lhe ofereço uma oportunidade de retornar ao leito do tempo de onde veio, num novo sentido de existir. Onde faremos o universo a nossa imagem. - Quem são vocês? Dê-me o meu diário e solte minha mulher agora! - respondeu nervosamente Joseph e então Designium consentiu aos seus homens que o fizesse e prosseguiu. - Vejo que você não está acostumado com algo que busca ir acima das leis do universo que os certinhos da TEMPUS segue. Por isso vou ser direto e objetivo com você não perdendo tempo de quem somos e você também. - gesticulando enquanto falava Designium parecia se divertir com tudo aquilo. - Conosco você se libertará das amarras fracas dos fatos, das pendências genealógicas, temporais, viverá livre na existência como um deus! O discurso megalomaníaco e extremista deste rapidamente fez Joseph ligar os fatos em relação à invasão da própria T.E.M.P.U.S. este era um daqueles que antes havia invadido o local deixando corpos e agora com aqueles homens quase robóticas ao seu lado. O sujeito era um verdadeiro e literal louco a moda dos gibis e primeiros livros de Sherlock Holmes da época, acreditava que a anomia que criara era um tipo de paraíso, mas um purgatório factual onde aqueles que lá viviam, viviam na penumbra da existência como sombras sem desejos próprios, mas numa auto-anulação crescente. A resposta de Joseph foi igualmente direta, um sonoro 'não' seguido pelo abrir da porta para que estes se retirassem em sua abordagem criminosa. Designium então curvou o semblante lhe olhando dum modo que lhe deu medo mesmo que apenas escrevesse sobre tal em seu diário, dizendo que tal teria volta. Eles não aceitavam um não como resposta. Na verdade ficou com medo do tom esquisito do credo daquele homem perante a mulher, porém procuraram esquecer daquele dia seguindo adiante. Foi neste tempo então que algo ainda mais estranho o assolou durante os sonhos, que mesmo não sendo num tom tão extremista e pervertido quando a daqueles homens um outro lhe surgiu lhe falando coisas que aconteceriam naqueles tempos, onde deveria salvar a Rainha de um atentado. A principio Hanus negou, pois como um homem centrado mesmo que presenciado o que mais havia de fantástico na ciência em seus desdobramentos por suas aventuras através dos tempos, não acreditava em poderes paranormais ou o sobrenatural, pois apesar de não ter uma religião específica tinha tendências a ser ateu. Mas aqueles sonhos lhe perturbaram profundamente, não somente pelo realismo, mas do modo com que tal lhe falava constantemente onde num dia revelou detalhes do que ocorreria no show, um acidente, e então o mesmo ocorreu sem que ninguém em absoluto soubesse, nem mesmo sua mulher. A partir daí, passou ele a prestar atenção aos sonhos e resolveu fazer uma pequena incursão a Londres onde passou observar a família real, não sem antes notar que novamente passou a ser seguido. Foi numa madrugada que este homem do futuro se identificando por Apocon lhe falou que ele próprio seria seu descendente e que assim tinha de impedir que matassem a rainha, pois seus descentes teriam importante papel com ele. Acordou ele assustado e passou então o resto da noite sem dormir observando sua mulher na cama a repousar silenciosamente submergido em seus pensamentos. Já havia se passado longos anos desde o incidente na T.E.M.P.U.S. de modo que, entretanto, aqueles que os seguiam pareciam de modo algum envelhecer, ele teve certeza de tal quando abordou um destes na rua que o seguia o pressionando contra parede e lhe segurando pelo casaco dizendo para deixa-lo em paz. Neste momento interrompeu Octavios a narrativa do homem quando lhe perguntou se o homem era semelhante a um que naquele lugar estava numa mesa próxima o observando por longos minutos. O velho então se virou a notar que era exatamente o mesmo homem que Joseph descreveu anos atrás havia encurralado numa parede, sem nem uma ruga a mais. Octavios então fez uma leitura em seu bracelete e constatou que tal não pertencia aquele tempo de modo que seguiu perguntando ao velho. - Preciso que me diga onde está o diário de Joseph Hanus, pois estamos verdadeiramente sendo vigiados. Sobretudo tal conhecimento creio ter alterado sua consciência a se tornar visível para estes. Neste momento o som ambiente parou dando lugar ao palco um homem que foi recebido por aplausos sendo agradecido em seguida. - É um pequeno show de humor. - disse o velho se levantando com certa dificuldade do banco onde estava o balcão. Octavios seguiu segurando o velho pelo braço até a porta de saída, mas ao abri-la em meio à neve viu outro homem daqueles parado no outro lado da rua olhando fixamente para eles, a Bug´s Time deve ter enviado outros batedores a lhe impedir seu objetivo. Olhou então Octavios para trás disfarçadamente notando que o outro ainda sentado na mesa o observava, mas notou em seguida outro homem numa outra ponta vestido similarmente e parado olhando fixo para eles como se fosse uma estátua. - Quero que o senhor me siga - sussurrou Octavios próximo ao ouvido dele indo em direção ao camarim. - Seja lá quem for o senhor, creio ter informações importantes para eles. Neste momento um segurança veio até eles tentando impedir sua entrada, mas Octavios pegando seu relógio de bolso selecionou a opção 'desacordar' e o homem caiu como uma pedra desmaiado. Seguiram eles pelo corredor estreito quando os garotos da banda que tinha saído do palco carregavam seus instrumentos rindo até que viram os homens caídos no chão e foram até ele, no momento, porém, em que um dos estranhos que o seguia surgiu olhando para o corpo em seguida para eles. Ajeitou o chapéu e seguiu reto e sério esboçando agora um sorriso em frente aos jovens e dizendo apenas o segurança que passou mal de rir. Eles entraram num quartinho de limpeza onde Octavios disse para o velho ficar esperando por ele e saiu fechando a porta. John Octavios então se deparou com o estranho que praticamente rosnando para Octavios lhe segurou pelo cangote o empurrando próximo a entrada o palco. Octavios, porém, virou-se com toda sua força jogando o homem para o palco quando o comediante saia deste. Octavios viu então a platéia em silêncio lançando alguns poucos risos de surpresa com a cena enquanto o homem caído pegava o chapéu no chão do palco o colocando de volta na cabeça. Aproveitou a cena, porém, Octavios colocando o selector de consciência no campo de alcance limite e para risos, fazendo todos na platéia caírem subitamente no riso quando o homem colocou o chapéu na cabeça. Desajeitado com tudo aquilo, o homem tropeçou numa corda fazendo as pessoas ainda rirem mais enquanto ele desamarrava seus pés daquilo. Aquela altura o homem foi tomado por tamanho ódio que vendo tal Octavios apontou o aparelho para seu rosto e ativando no 'riso' o fazendo também rir num misto de raiva, mas que incontrolado simplesmente começou a gargalhar caindo de joelho no chão enquanto todos riam ainda mais. A cena insólita fez até mesmo o próprio Octavios não resistir e rir daquilo quando saiu e retirou o velho do local caminhando pelo corredor em direção a porta dos fundos. Ao abrir o local à neve tomava o lugar tornando tudo branco em meio ao lixo e então caminharam enquanto Octavios segurou em outra mão o relógio desta vez em 'desacordar' e 'coma'. Foram para um outro lugar, um hotel onde após pagar a diária Octavios ofereceu um leito quente para o velho dormir e terminar a sua história quando ele entregou para tal o diário de Joseph Hanus, envelhecido e amarrado por uma fina corda num plástico. O Homem sentou-se sobre a cama e após tossir limpou seu rosto num lenço, quando voltou a falar enquanto Octavios desfolhava o diário de Joseph Hanus. - Muito do que sei neste diário se encontra, porém, existem elementos não contatos e que pude compartilhar. - o homem então ficou em silêncio demonstrando tristeza e buscando fôlego para prosseguir quando Octavios deu um pigarro discreto e olhou para ele sentando na outra cama. - Creio que o senhor também fora oprimido pela Bug´s Time - disse Octavios - Como o senhor conheceu Joseph Hanus? - Você conhecido por ser tão perspicaz e experimente em casos definitivamente que se disse milagroso não percebeu? - curvado como cansado disse o homem olhando para baixo. - Não sou um deus, mas apenas um homem que tive o privilegio acima de outros, me perdoe... - Sou o próprio Joseph Hanus caro Octavios, e quem diria você era mais velho que eu... Octavios assustou-se com tal afirmação, mas como homem ainda lúcido vendo a objetividade com que ele lhe respondeu diretamente apenas ficou confuso rapidamente com este fato olhando firme nos olhos com o homem avançado em idade levantou olhar lhe dizendo. - Maldita relatividade, Einstein sempre este certo. - esboçando um sorriso mesmo que pálido semi-azulado pela enfermidade e prosseguiu deixando Octavios calado em perplexidade - Mas deixemos o paradoxo dos gêmeos de lado caro irmão, receio que não possamos retornar, não somente porque já vivi toda uma vida que não me arrependo neste lugar. Graças, a Deus uma plenitude com muitas alegrias e felicidade, mesmo que sinta grandes saudades de minha Kerry. Sim, caro my chery como sinto falta - disse ele demonstrando o fiapo de sotaque francês que ainda lhe restou, pois era natural da França - Mas receio que graças a mim a Bug´s Time não conseguiu maiores êxitos. Ah salvei a simpática senhora sim, vossa majestade da Inglaterra, elas sempre são simpáticas não? Mal sabia Joseph que sua feliz vida ao lado de Kerry estava prestes a acabar, desde que aqueles homens malévolos o localizou frequentemente ele se encontrava sendo seguido e perseguido, pouco a pouco tendo seus esforços profissionais sabotados, tendo sua carreira como ilusionista a afundar profissionalmente pro freqüentes sabotagens e por roubos de até mesmo algumas mágicas desenvolvidas por ele onde se diz que até mesmo Roudini lhe antecipou. Graças a sua esperteza já havia assegurado uma pequena bolada de dinheiro ao ver sua amada a ter sua barriga crescendo por um filho a vir no mundo. Sim, o rebento de Joseph a deixar seu legado neste mundo suas pegadas mesmo que por tal temesse por estar fora de sua linha temporal, mas sendo assegurado por aqueles estranhos sonhos de que estava correto. Foi de tal modo que ele seguiu as pistas oníricas por algo que não se poderia palpar o que levou a questionar seus próprios credos, pois antes apenas John Roberts e John Octavios lhes contavam histórias incríveis de atos e milagres que presenciou, mas que em seu fundo nunca acreditou. Jesus para ele foi apenas um homem como Octavios, a vagar pelo mundo, mas pregando palavras de fé e esperança tendo suas histórias torcidas pelo tempo e pelas palavras, mas até mesmo tal agora questionou. As pistas oníricas estavam corretas, os sonhos se tornaram reais não somente como um modo de ter algo somente dele naquele mundo onde nenhum outro poderia entrar ou navegar, nossa própria mente. Naquele dia uma nuvem cinza parecia pairar como uma sombra a subtrair não somente os raios solares do dia, mas tornando as pessoas mais cansadas como um Dark out provocado pela anomia. No entanto, a senhora passou com sua comitiva sempre elegante numa carruagem fazendo com que os plebeus parecem a ver um sorriso dela perante aqueles presos num cotidiano medíocre de repetições dia após dia. Então Joseph atento viu com seus próprios olhos carnais o que nenhum outro notou, um homem vestido laranja a deixar cair seu chapéu na frente da carruagem antes mesmo que esta passasse, perfeitamente como seu sonho lhe havia mostrado. Percebendo seu agora estranho dom, mesmo preso num instante agora concretizado como fato notou que não somente quando fechava os olhos é que acordava, mas que poderia mudar o mundo a sua volta. Aquele homem não realidade estava a dar um sinal para os próprios dos seus que escondidos no telhado de uma casa o viu um destes com uma arma de projéteis, daquelas que lançam com balas de gelo que não deixavam rastros principalmente para os homens daquele tempo. Desceu então ele correndo em meio à pequena multidão que se formou como um louco aos olhos dos demais, mas notando o quão importante foi tal seguiu decidido até parar um dos guardas reais que quase lhe atacou. - Saia seu louco! - Gritou o homem quase o atacando de cima do cavalo. Mas sem lhe dar ouvidos seguiu quando viu a senhora levantar-se a acenar ingenuamente para o povo com um sorriso pleno em seu rosto. - Elizabeth! Se abaixe, querem lhe mata-la! - Gritou Joseph correndo na calçada dando empurrões nas pessoas para seguir a comitiva dela. A senhora virou-se para ele curiosa quando o viu apontando para a casa que se aproximava onde estava o homem sobre o telhado. Quando ela o viu, jogou-se no chão da carruagem e outros homens ao se lado notaram levantando-se sobre ela a sua frente, mesmo que pouco chamasse atenção dos demais que estavam nas ruas. O homem no telhado então apontou a arma diretamente a Joseph que vendo-se agora na mira se jogou fazendo os que estavam a sua volta lhe empurrarem como se fosse um mendigo indigente. Porém, um dos soldados o viu notando que foi tal quem impediu que a senhora fosse atacada por qualquer que fosse o modo, então seguiram a galopes até a casa onde estava, mas obviamente nada encontraram. Joseph sujo de lama misturada a neve viu neste momento uma mão surgir diante dele a de um soldado real como oportunidade de ergue-lo em agradecimento. Daquele dia em diante recebeu uma gratificação pessoalmente da senhora majestade em dinheiro para sua mulher, mesmo que secretamente por temer levantar temores no povo, sentindo finalmente útil aqueles viu que o que ele fez, fez diferente onde a luz do dia nem sempre revelava e acima de preconceitos preconcebidos daqueles que, entretanto, curiosamente lhe roubava mesmo sendo chamado de louco, eis a verdadeira loucura, ingratidão! Feliz com tal, guardou para si aquele momento onde percebeu que a senhora não era somente nobre de sangue, mas em justiça, porém, sem esperar o que lhe aguardava em seu pequeno lar. Um silêncio tomou o recinto ao chegar enquanto ele chamou por sua amada sem qualquer resposta. Como se antecipasse além do que seus olhos e ouvidos perceberam sentiu um temor estranho como se alguma penumbra de maldade houvesse penetrado no lugar, quando notou um pequeno jarro onde havia depositado exóticas flores chamadas Dryas que dera para sua amada caída ao chão formando uma pequena poça de água enquanto suas pétalas estraçalhadas por uma pisada brutal denunciou o que sucedera a formosura delicada de sua mulher. Uma cadeira de balanço caída, um par de pernas denunciou fazendo Joseph cair em prantos no chão. A Maldita Bug´s Time buscou vingança contra ele, por ter feito o que deveria ter feito. Após terminar tal história John Octavios estava cheio de lágrimas nos olhos notando a tristeza de decepção do velho homem ao pegar uma carta de Kerry dentro do diário dele. Octavios viu seu relógio de bolso e por um instante pensou utiliza-lo nele mesmo para lhe mudar seu humor, mas suas lágrimas eram justificadas o homem mereceu algo muito melhor que perder sua mulher então grávida. Naquela noite Octavios mal conseguiu dormir pensando em Joseph mesmo sem uma palavra dizer. Chegou a conclusão de que foi um desvio temporal que havia salvado ele antes de morrer, mas funcionando como algo muito maior, destino para que impedisse as alterações temporais no futuro, afinal matar a Rainha Elizabeth significaria simplesmente o quase fim daquela família real. Ao acordar o homem, entretanto lhe apareceu sorrindo por felicidade de encontra-lo após longas décadas sem ganhar uma ruga a mais desde quando saiu. A ciência é algo fantástico não? Se perguntava constantemente. Por isso Joseph tinha certeza de que Kerry para sempre estaria a viver no passado tal como em seu coração. - Você também teve uma amada neste lugar não teve caro Octavios? - indagou o homem - Sim, a atentaram também, e sabendo de sua dor e não poder reencontra-la também teve seu filho assegurando. - Você a conheceu?! - perguntou quase exclamando Octavios. - Não somente, mas impedi que matassem seu filho. Uma tentação óbvia demais a Bug´s Time não acha? Joseph lhe contou tal história tendo total atenção de seu então companheiro de trabalho, não mesmo sem emoção, pois para Octavios seus sentimentos por ela ainda eram recentes. Viu então em seu diário, o endereço para onde ela se mudara e seu filho vivia, a senhora passou o resto de sua vida só, mesmo que Joseph tenha até mesmo tido outras mulheres após a morte de Kerry. O velho homem eventualmente era visto fazendo algum mágica para crianças ainda velho na rua, e ao sair daquele hotel não foi diferente brincado com uma das "moedas" de Octavios fez as crianças rirem. Para ele mesmo que alguns tornassem nossas vidas uma só tristeza, devemos sempre motivos para rir, pois mesmo não sendo milagre o que fazia, aspirar o riso em outrem, certamente era o melhor que se poderia fazer, e com a mágica mesmo sendo uma ilusão visual assumida por ele, Joseph utilizava tal como humor como um elegante palhaço de idade avançada. - Creio que deveríamos retornar ao Cavern Club - disse Joseph - se tornou um de meus lugares favoritos, pois minha banda favorita um dia vai tocar aqui e então se tornar famosa. Outro dia me peguei cantando uma de suas músicas, Yesterday, e um jovem de mim zombou dizendo que tal era ridícula e cafona. Porém, o que ele disse provocou mais risos em mim que nele próprio... - concluiu Joseph sorrindo. - Esse lance de viajar no tempo nos faz ver o qual são triviais os conceitos nossos entregues a modismos tão mutáveis. Mas Yesterday é eterno! - Tal como o passado. Você já fez algum show no The Cavern Club? - perguntou Octavios o auxiliando levantar-se pelo braço. - Não, não. Sempre quis, mas creio que já havia me encontrado cansando fisicamente, desde quando este câncer me tomou. - Creio que possamos dar um jeito nisso. - respondeu Octavios. Os olhos do velho Joseph então brilharam como o de uma criança mesmo em seu pálido rosto enquanto Octavios retirou seu relógio do bolso sorrindo mesmo que o próprio Joseph mal soubesse que carta ele tinha na manga. Ao entrarem no lugar novamente no The Carven Club Joseph respirou fundo sorrindo após dizer que jurava ter encontrado John Lennon ainda criança na rua após tomar uma bolada dele. Nunca havia recebido melhor ataque como este, disse Joseph, mas se pedisse autografo ao menino creio que ele me chamaria de louco e sairia correndo. Tais histórias fizeram Octavios rir legitimamente das situações que se encontrou com aquele que cronologicamente teria idade para ser seu bisavô, afinal não é todo dia que acertamos uma bolada um idoso e este agradece por tal. Joseph estava arrumado a rigor quando Octavios realizou um ato improvável para ele mesmo, fez desmaiar o sujeito que tinha que se apresentar logo em seguida a banda que tocava, e então chegou ao dono do lugar tirando o chapéu em cumprimento e lhe falando de Joseph que sentado no balcão disse que certamente tinha truques dos mais divertidos para a platéia. Sem muita vontade o dono do estabelecimento se dirigiu até ele friamente e colocando as duas mãos sobre o balcão se inclinando para o velho disse. - Mostre-me o que tem a fazer. Octavios sorriu para Joseph que tirou cartas de seu paletó as embaralhando na mão com grande habilidade destoante de sua condição física. Foi quando pediu para que escolhesse uma e o velho truque que sucedeu foi que ele retirou tal carta de trás de sua orelha. O truque mesmo sendo velho naqueles tempos não era tanto, mas por trás de Joseph, Octavios mexeu em seu "relógio" fazendo tal homem cair num súbito surto de risadas, fazendo o amigo dele se aproximar dizendo. - O sujeito deve ser muito bom mesmo! Acho que temos um substituído para o outro que passou mal. Não demorou para que Joseph sendo escorado agora pelo segurança subiu o palco com seu auxílio quando um temeroso silêncio tomou a platéia. Ele retirou as cartas do bolso e começou as embaralhar não sem antes cumprimentar as pessoas dizendo que tal show era para um banda muito legal que ainda surgiria naquele lugar. Joseph Hanus pediu um voluntário na platéia que escolhesse uma carta que assim o fez. Este embaralhou silencioso sob o consentimento e expectativa da pequena platéia que bebia naquele lugar quando retirou a carta do paletó do segurança que estava ao seu lado. Neste momento Octavios apontou seu relógio para o jovem que tinha escolhido tal carta e dizendo ser a mesma o fazendo cair num surto de riso inicialmente deixando o restante da platéia sem jeito, mas um dos sujeitos no balcão danou de rir com tal situação enquanto segurava o copo na mão. O riso tomou o lugar e foi sucedido por aplausos quando o Joseph seguiu agora tendo a platéia mais à vontade com outros truques. Seu pequeno show durou alguns prazerosos minutos sob o olhar atento de Octavios sorrindo com cada movimento mais por respeito pelo homem do que pelo que realizava. Ao acabar ele se levantou de uma pequena banqueta erguendo os braços e se curvando ao colocar a mão sobre seu peito, e em seguida a tossir se retirando lentamente sob aplausos. Joseph e Octavios sentaram-se no balcão tomando uma rodada enquanto emocionados começaram a lembrar de alguns casos curiosos da T.E.M.P.U.S. - Não creio que você fez Angelus Bishop se atrasar por um trote! - disse Joseph - Não tive alternativa! - respondeu Octavios - o homem quase me pegou falando com a TEMPUS! E como famoso que fui naquele lugar... Joseph rindo mesmo transpirando, pois o pequeno show pareceu ter-lhe esgotado escrevia algo no balcão com um canivete. Quando após aquele papo incrível eles saíram e retornaram para o Hotel. Joseph sentou-se na cama olhando para Octavios lhe agradecendo pelo dia incrível que lhe concedeu e estendendo sua mão o cumprimentado. - O prazer foi meu - respondeu Octavios visivelmente emocionado. - Somos todas lendas não? Verdadeiros imortais do tempo! - respondeu Joseph. - Não tenho dúvidas, caro amigo! - disse Octavios dando uns tapinhas no ombro de Joseph. Finalmente eles foram dormir e Joseph fechou os olhos com um sorriso no rosto como se tivesse retornado a sua infância. Tal como Octavios que dormiu leve como poucas vezes dormiu, mas não sem ter um sonho que ficou gravado em sua memória sem jamais esquecer. Apocon surgiu diante dele após se identificar, sorrindo pelo que ambos haviam feito naquele mundo, naquele pedacinho de tempo. Fazendo Octavios acordar perplexo no dia seguinte, mas sorrindo ao ir chamar Joseph o encontro ainda dormindo com o mesmo sorriso no rosto com que se deitou. Octavios o balançou na cama sem qualquer resposta, mediu então seu pulso já tremendo de nervoso em perder seu companheiro e notou que não tinha resposta, Joseph Hanus morreu ali naquele lugar como uma pluma, mas feliz se esvaecendo com um último sopro expresso no sorriso, fazendo Octavios se ajoelhar no chão diante da cama chorando sobre seu corpo. O restante do dia, John Octavios ficou praticamente estático paralisado com tal situação como se não conseguisse ainda digerir o que ocorreu, mas olhou para seu bracelete de quantum percebendo que a anomia havia cessado, talvez provocado pelo tumor em seu cérebro após décadas sucedidas pela exposição a anomia que detonou a T.E.M.P.U.S. Pegou ele seu diário com carinho e o guardou dentro do paletó e saiu pela rua um pouco perdido até resolver ir ao endereço onde estava morando seu próprio filho que nunca conheceu. Caminhou ele até o local, por umas duas horas, inerte em seus próprios pensamentos sem ver passar um minuto se quer e sem preocupar-se com o mesmo. O lugar era simpático e inspirava confiança e segurança quando viu duas crianças brincado na calçada. Octavios chegou então até a porta e bateu sem pensar nem o que dizer quando um homem atendeu. - Me perdoe incomodar o senhor – disse Octavios – mas neste lugar mora Laureen filho de Jhenny Laureen? O Homem olhou para os lados preocupado quando após risca-lo de cima a baixo respondeu. - Sou eu mesmo, quem fala? Neste momento Octavios ficou completamente sem reação apenas o olhando fixamente com espanto enquanto o homem coçou a cabeça dizendo que se não dissesse a que veio entraria e chamou as crianças que brincavam na calçada. - Entrem agora! – Exclamou ele assustado com a visita atípica. - Me perdoe, é que fui um conhecido de Jhenny – Octavios fez uma pausa pensando no que dizer e por mais que sentisse vontade de revelar que era seu pai, viu que tal traria mais transtornos do que emoção e seguiu – Depois incidente anterior apenas quis me certificar por Joseph Hanus que vocês estão seguros. - O senhor foi mandado por Joseph? Grande homem, mesmo que lembre-me dele vagamente, pois ainda era muito jovem. – respondeu o homem – a propósito meu nome é Octavios Laureen, minha mãe disse que foi uma homenagem ao meu falecido pai. E o senhor é? Octavios ficou novamente pasmo, com os olhos brilhantes, ruborizado, mas acabou apenas por dizer ser Daniel, amigo de Joseph. O homem então mudou rapidamente o tom a uma grande cordialidade o convidando entrar para tomar um chá, onde eles conversaram, Octavios se emocionou vendo as fotos de Jhenny e pegou as crianças – seus netos – no colo. Octavios Filho apenas observou como as crianças dele gostaram a divertir sem o menor estranhamento, foi uma das melhores tardes da vida de Octavios a suprir a dor da perda de seu companheiro. Ao chegar de volta a T.E.M.P.U.S. Octavios visivelmente triste e nostálgico, relatou o que havia encontrado Joseph fazendo imediatamente Teogoras se indagar que poderiam retornar no tempo para resgata-lo, pois mal sabia ele que tinha sobrevivido. Octavios então retirou seu diário de dentro do paletó de época que vestiu para a missão diante dos olhos de Stoneset que o havia recrutado e estes desfolharam com os olhos brilhando de tristeza. Toda uma vida ele tinha vivido naquele lugar... - Joseph teve uma vida plena e com muito o que contar, foi nobre no viver. – disse Octavios – ou ainda será! - Que os tempos e as TEMPUS lhe guarde para a eternidade – respondeu Stoneset – Um grande homem jamais morrerá. - Talvez o pequeno desvio temporal provocado pela zona de anomia amplificada pela Bug´s Time tenha provocado tal desvio temporal que teria sido responsável por não deixar Joseph Hanus morrer o salvando. - Ou talvez tenha sido o Destino – disse Teogoras – Algo além de todo nosso saber, poder e tecnologia. Mas naquele lugar enquanto os homens falavam, no passado, seus ecos eram sentidos pela eternidade como se tivesse realmente valido cada minuto de seu existir, onde na velha Londres anos após Joseph Hanus morrer, um grupo de jovens entraram na mesma The Cavern Club onde Joseph os homenageou, um jovem chamado John Lennon conversou com o homem do lugar pedindo uma única oportunidade de tocar no lugar. Paul ao seu lado parecia meu constrangido quando o homem lhe perguntou. - Qual no nome do raio de sua banda afinal? – disse o homem num tom de ironia os desprezando. Neste momento, John Lennon ficou sem jeito, pois mesmo que dissesse mal tinha um nome em definitivo em sua mente quando olhou para o balcão vendo algo rabiscado a canivete incrustado na madeira onde viu escrito “The Beatles’, o fazendo dizer após olhar e em resposta deixando o jovem Paul confuso. - O senhor pode nos chamar de The Beatles, por favor. Joseph Hanus agradece pela homenagem, o sonho jamais acabará...


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Notas finais do capítulo

Capítulo do livro 'Acrologias: O Megalítico do Tempo' de Gerson Machado de Avillez - 2010

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