When You Are Gone escrita por Nivea_Leticia


Capítulo 1
When You Are Gone


Notas iniciais do capítulo

Como pedira: Eis a continuação!
Espero que goste
Kisses, babë



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/107839/chapter/1

[Primeiro leia o começo- Your Song -> http://fanfiction.nyah.com.br/historia/107438/Your_Song]

-> Já leu? Pode descer    :D

[LINK PARA YOUTUBE:http://www.youtube.com/watch?v=_R95CkWaLNo&ob=av2e]

[Música - When You're Gone - Avril Lavigne]

I always needed time on my own (Eu sempre precisei ficar um pouco sozinha)

Nota 1 - Toda vida pode mudar drasticamente.

Eu e Apolo estávamos completamente juntos, literalmente, tanto em corpo quanto em sentimentos. Talvez, nunca acreditei muito no amor, e pensava que tinha o conhecido com o Orion. Não, eu não tinha nem visto uma parcela do que realmente era até Apolo parar de ser meu irmão e se tornar meu amante. Depois daquele dia, em que me entreguei a ele, não parei e ir vê-lo. Claro, também terminei com a minha paixonite: Orion, não aceitou  muito bem mas mostrei que quem manda em mim sou eu.

E isso vai ficar na minha memória!

Era uma tarde de sol, o meu sol brilhava resplandecente como nunca quando cheguei ao Olimpo, me dando um oi antes mesmo de me ver. Afinal, lá dentro daquela sala, a única coisa que fazíamos era parecermos normais para mais tarde, quando a noite caísse, quando estivéssemos no meu reino, podermos amarmos. Pois é, quem diria que Artemis estaria caidinha por um homem! E a primeira pessoa que olhei foi para ele que tinha um sorriso bobo mas lindo naqueles lábios maravilhosos, fazendo o meu coração bater irregularmente e Afrodite dar uma risadinha. Droga! Eu odeio a minha irmã! Dei um beijo no rosto de meu pai, como não fazia a muito tempo e sentei no meu lugar, esperando por mais um dia entediado. Assim pensei, mas não era o que ocorreu. 

Logo após o longo discurso que eu já estava acostumava a ouvir, todos os meus irmãos foram embora, menos Apolo. E lá a frente, estava o trio. Droga!

- Hum... Posso saber porque não fui embora? - perguntei agoniada.

Zeus me olhou com reprovação enquanto vinha ao meu lado.

- O que você fez minha filha?

Dei a minha melhor carinha de que não entendia, cheguei até inclinar a cabeça, mas só consegui fazer o meu tio Poseidon rir. 

- Como é possível uma pessoa tão diabólica? - questionou o mesmo.

- Eu não quero vocês juntos - finalizou papai. O que ele estava dizendo? Como é que é? Sim, eu tinha visto certo. Eram nós dois contra todo um Olimpo, na verdade, contra Zeus. Nunca pensei um dia que me meteria em encrencas por causa de um homem, muito menos Apolo. Olhei-o horrorizada como se tivesse acabado com o mundo como meu avo, Cronos, queria fazer. Garanto que não foi legal. Lá estava eu, mostrando o que sentia na cara dele. 

- Mas... - comecei.

- Nada de mais - ribombou papai - Não quero saber disso.

- Acho melhor mandar apagarem a memória dela - disse Hades nem ai. O que?

- Pera, ai, já é demais - interviu Apolo, revoltado. Sabíamos que seria difícil, mas não tanto!

- Então se separem - instruiu tio Poseidon.

- Quero um fim nisso, vou chamar Hestia - meu pai foi para convidar a deusa a se juntar com a gente quando o dia foi ficando noite. Não, eles não iam fazer isso. Era minha mente. Minha vida. Meus pensamentos. 

- Eu sei me cuida, sei o que faço e juro, pai, se você tocar um dedo em mim, vai ser o seu maior erro - ameacei furiosa.  - Você não é ninguém para dizer algo, casou com sua própria irmã, sem contar que EU escolho a minha vida.

- Artemis...

Esbarrei em Apolo que parecia em choque, mas não foi o suficiente para me fazer acalmar. Como meu próprio pai poderia fazer isso comigo? Como? Era a minha vida! A partir daí, não escutei mais nada alem de meus passos no chão, batendo nervosos e os meus pensamentos que rodeavam sobre tudo o que eles falavam. Com puderam?

I never thought I'd need you there when I cry (Eu nunca pensei que eu precisaria de você quando chorasse)

Nota 2 - Quando a noite caiu, fiz a lua não aparecer. 

Estava deitada na minha cama prateada, chorando de ódio, de raiva tão homicida que naquele momento, perguntei-me se até mesmo Atlas era compatível comigo. Até agora não entrava em minha mente as idéias de quererem apagar tudo o que me sobrava, a minha única parte humana. Muito menos em desejarem chamar Hestia para cortar os meus laços! Idiotas. Como puderam intervir assim, sem mais nem mesmo? 

- Vem cá - puxou o meu sol particular para seu circulo protetor aparecendo do nada.

- Eu não acredito, Apolo - chorei, o seu cheiro maravilhoso me acalmando um pouco. - Não dá para acreditar.

- Também estou perdido - sua mão passou em meu cabelo - Mas estamos juntos.

- Eu te amo Apolo.

- Agora eu posso dizer para sempre!

Ri da sua besteira. Só ele mesmo para melhorar meu estado.

And the days feel like years when I'm alone (E os dias parecem anos quando eu estou sozinha)

Nota 3 - Nem sempre a vida é como pensamos.

As coisas conseguiram se acalmar um pouco apesar do meu pai ser totalmente contra. Ignorei. Aos poucos, minha vida estranha foi voltado para o status de normal: caçava com as minhas caçadoras que agora aceitei namorarem uma vez que eu também tinha um caso, ficava com elas durante toda a noite e de dia, ia atrás dele, ficar um pouco consigo. Ai, você pensa, cara, a vida está tudo indo bem, né? Também imaginei o mesmo. Mas não, minha vida era uma droga!

- Apolo - gritei quando cheguei ao seu palácio dourado em uma tarde bastante ensolarada, era normal eu chegar por esse horário, mas hoje, preferia nem ter ido. Procurei-o pelos cômodos que aprendi a andar, e sim, o encontrei. E como eu disse, preferia não ter. Lá estava Apolo, aos beijos com uma garota. Meu corpo se paralisou diante daquilo. Não, não poderia ser. Meu pai sempre tinha estado certo. Para que ele não me olhasse, fui dando passos pequenos para a porta, mas, como sempre algo me atrapalhou e uma flauta caiu no chão. No mesmo instante, olhos azuis encontraram os meus e chorando, fui embora dali. Não, nada valia a pena! 

And the bed where you lie (E a cama aonde você dorme)

Is made up on your side (Está arrumada do seu lado)

Nota 4 - Nem tudo se perde por nada.

Já era a terceira noite que eu não parava de caçar, desde aquela pequena cena, ignorei tudo o que tinha a me dizer, fingir ser filha única e se fosse necessário lhe informar algo sobre uma cidade ou algo assim, entregava a Hermes, igualmente havia feito comigo. Mas nas minhas próprias palavras, eu via o ódio, a raiva e a dor de vê-lo me traindo. Pra mim, ele era tudo o que poderia me trazer alegria, e assim que sumiu, a minha expressão se tornou cada vez mais fria. Não pensava, agia, cheguei a matar mais monstros durante esses dias do que matei em meses. Desejava acabar com todos, mas as minhas caçadores estavam cansadas e tivemos de acampar. E ter mais uma noite sem lua. 

Faltavam poucos monstros para acabarmos com aquela área, dali, sairíamos para a Europa e depois para os Tigres Asiáticos. Uma ótima rota. 

- Senhora - anunciou Thalia, filha de Zeus ao entrar na minha tenda - Temos algumas ocorrências.

- O que aconteceu? - mudei de infeliz para preocupada, afinal, o que era a minha vida sem elas?

- Bianca di Ângelo se perdeu de nós.

- Arrume um grupo de resgate. Eu vou ao comando.

Seus olhos azuis mudaram o foco

- Hum... Senhora, poderia me dar essa missão?

- Por que?

- Queria liderar uma, faz tempo que não comando!

Ri deliciada com as atitudes daquela menina. Nunca a entendia.

- Estaremos esperando que volte com vitoria, minha caçadora - beijei o topo de sua cabeça como uma sinalização de que precisava ficar sozinha. Ela entendeu bem. Dentre todas, sem duvida que ela desempenhava perfeitamente bem o seu cargo, talvez, quem sabe, não lhe desse a imortalidade como deusa um dia para ficar ao meu lado? 

Não demorou para o acampamento estar em silencio, as que sobraram dormindo, somente a mim forçando a minha cabeça pensar mais um pouco, arrumar alguma estratégia.

- Por que está me ignorando? - perguntou Apolo, aparecendo na minha frente. Por um momento, fiquei sem ar com sua presença, mas as lembranças trouxeram a minha raiva por ele de volta, minha face ficando fria.

- Não quero brigar, - falei calma - Então, por favor, vá embora?

- Não sem antes me deixar explicar.

Pronto, aquele foi seu erro.

- EU NÃO QUERO SABER DE NENHUMA EXPLICAÇÃO - gritei - EU FIZ TUDO POR UM “NÓS” E VOCÊ ERROU. VAI EMBORA.

Acho que ele não esperava essa situação de mim: gritando a plenos pulmões, as lagrimas escorrendo pelo meu rosto e a raiva em meus olhos. Mas, ele não tinha nem um pingo da consciência do que aquilo tinha a feito a mim.

- Artemis, vamos conversar - implorou.

Não consegui olhá-lo, preferi encarar qualquer outro lugar menos aqueles lindos olhos azuis que me faziam suspirar quando sua boca tocava a minha ou quando estava dentro de mim. Não, eu não queria saber. Era dor demais. Quantas vezes me impedi de doar meu coração por causa daquele momento que acontecia entre nós? Não tinha como. 

- Vai embora - pedi segurando o choro. Eu sentia seu cheiro, seu corpo por perto, sua áurea, me mostrando o quanto eu o amava. Mas, não podia. Estava com medo de sentir aquilo, me trazia dor, uma dor que seria desnecessária se eu não tivesse retribuído seus toques naquela noite. Por que tudo estava se destruindo desse modo? Porque? Eu devia ter seguido o meu juramento, devia ter escutado Atena, mas... Me entreguei a um amor que sempre soube que traria tragédia ao final. Talvez... Não, eu queria sentir, mas não podia. Droga, o que fazer? Encostei a minha cabeça nas mãos, o que eu estava fazendo? Mentindo a mim mesma? Eu o amava! - Por favor, Apolo, vai embora - senti apenas um toque em meu braço antes de tudo explodir em uma luz. Ele tinha ido. O que estava acontecendo? Me transportei para o meu templo e deitada na minha cama, onde tantas vezes dormi junto dele, chorei. Chorei como nunca tinha chorado, como uma criança. Os meus soluços saiam altos naqueles paredes vaziam, esfregando na minha cara que estava sozinho, arrancando pedaços do meu coração. E, olhando para o teto, como tinha me acostumado a fazer quando acordava em seus braços quentes, senti as lagrimas escorrer pelas laterais do meu rosto, sentindo nada mais do que o frio da noite, e nunca odiei tanto isso quanto naquela madrugada. Meu peito doía, me tirando o ar com os choros os tremores que me atacavam. Encolhida como uma bola, dormi, chorando pela única pessoa que amei e que me traiu.

When you walk away I count the steps that you take (Quando você vai embora eu conto os passos que você dá)

Do you see how much I need you right now? (Você percebe o quanto eu preciso de você agora?)

Nota 5 - Nem sempre a vida é boa.

O sol no outro dia mal chegou a brilhar e eu não sai da minha cama. Quem diria, eu, incapaz por causa dele. O pior de tudo, é que sentia a sua falta, necessitava dele ali agora, e ainda conseguia ouvir seus passos se afastarem de mim. Para mim tudo parava de funcionar. Perdida. Somente isso que eu era naquele dia: uma Perdida nos próprios sentimentos. O que eu havia feito de tão ruim para merecer isso?

When you're gone (Quando você vai embora)

The pieces of my heart are missing you (Os pedaços do meu coração sentem a sua falta)

When you're gone (Quando você vai embora)

The face I came to know is missing too (O rosto que eu conheci também me faz falta)

When you're gone (Quando você vai embora)

Nota 6 - E ai vemos que não só uma pessoa sofre.

Mas não durou o meu luto, papai acabou por me chamar em um dia completamente nublado e não pude negar. E, pela primeira vez, cheguei atrasada, abrindo as portas enormes de ouro com as duas mãos. Todos estavam presentes, já conversando e debatendo sobre algo que não queria saber. Estava muito para baixo pra notar algo alem de meu coração batendo dolorosamente ao ver os seus olhos. Não tão diferentes dos meus: seus olhos sem vida, opacos e sem sorriso no rosto. Realmente, não estávamos diferentes. E a cada passo que dava em sua direção, era ruim ao mesmo tempo que era bom. Contraditório. Um lado dizia “Ele te traiu” enquanto o outro sussurrava para meu coração que pulava com alfinetes entrando no meu peito “Ele também te ama, olhe nos olhos dele, veja a verdade”. Não, não havia amor. Havia pena! E esse sentimento, eu preferia não ver. Com um aceno para meu pai, sentei ao seu lado, passando-me de indiferente. Mas a verdade foi que eu não conseguia prestar atenção no que Atena dizia, só de estar o sentindo, me deixava desconcertada depois de tantos dias sem ver ninguém alem das minhas caçadoras. 

Somente em um momento de desocupação de mente, encarei os olhos azuis. Sim, eu sentia sua falta como nunca imaginei ou não quis acreditar. Ver o seu rosto já me deixava melhor, mas não era a mesma face feliz, apenas uma que demonstrava a sua destruição. No primeiro olhar, não havia visto as profundas olheiras que só a mim era permitido ver, talvez por ser sua irmã, cada vez mais cansado... Aquilo foi uma fisgada em meu peito, não conseguia vê-lo assim. Lentamente, comecei a sentir o escorrer de algumas lagrimas, e tratei de limpá-las. Na frente de todos, não! 

Então, evitando mais, tornei ao meu modo caça: planejar, caçar e matar. Nada mais do que isso. Passei a fazer parte da cessão, e percebi que era necessária. 

- Então, está certo, boa noite - disse meu pai, finalizando. 

The words I need to hear to always get me through the day (As palavras que eu preciso ouvir para conseguir passar o dia)

And make it ok (E fazer tudo ficar bem...)

I miss you (Eu sinto sua falta)

Nota 7 -  Nem mesmo eu, dona da lua, havia notado como o dia passara rápido! 

Em passos curtos, fui andando para fora da sala de tronos e novamente, sem notar, deitava em minha cama. 

- Senhora, está bem? - perguntou Thalia, aparecendo no vão da porta.

- Sim, querida, apenas quero ficar pensando - menti. 

Com um “boa noite” ela foi embora. 

O silencio reinou novamente daquele jeito demoníaco.

Eu odiava o silêncio, que antes tanto adorava, principalmente quando me encontrava em uma missão dentro da floresta. Era compassivo naquela época, agora não passava de repressor e doentio.

E só o que eu desejava para estacar aquele sofrimento era um sincero: Eu te amo, Artemis, do meu irmão. Um pedido que eu não teria. E, como acostumei a fazer, dormi chorando.

I've never felt this way before (Eu nunca me senti assim antes)

Everything that I do (Tudo o que faço)

Reminds me of you (Me lembra você)

Nota 8 - O mais incrível? Tudo me lembrava dele!

Durante a noite arrumei as minhas coisas, ia me mudar para outra cidade, estava cansada dali. Foi quando esbarrei em algo e o vidro estraçalhou no chão. Dentro, uma imagem minha e de Apolo abraçados enquanto um beijo era selado em minha bochecha. Semanas atrás havíamos encontrado-a com outras guardadas em um caixinha dourada. Meus olhos se encheram de água com a lembrança.

Flashback sob ponto de vista de Apolo:

- Não sabia que você ainda tinha isso - falou Artemis, aparecendo do meu lado.

- Está me seguindo? - perguntei não querendo admitir que gostava de te-La ali comigo. Mas, assim como eu, limitou-se a um sorriso de canto.

- você não aparece, ai eu tenho que vim, né?

Entreguei a caixa a ela.

- Nossa faz tempo que não nos divertíamos assim - lembrou-me ela olhando uma foto de nos dois correndo - Eram tão legal.

Não falei nada, estava encarando a parede. Jamais permitiria-me olhar em seus olhos. Não agora que havia conseguido manter distancia por um bom tempo. Não. 

- Hum... Seus olhos são azuis! - exclamou parecendo surpresa consigo mesma - Nem me lembrava mais disso.

- Obrigada.

 Ela riu e me deu um tapinha no braço.

- Lógico que eu sabia, seu bobo - ela parou por um tempo - Ok, Apolo, o que está acontecendo? Eu fiz uma piada e você não riu.

- Nada, Artemis.

- você não me engana. Olha pra mim - fingi não ouvi, mas ela não se fez de aceita vindo olhar diretamente - O que foi que aconteceu?

Acabei por me perder naquele mar prateado onde a calma reinava. Se eu não tivesse tão cansado de mim mesmo, teria notado o quanto estava diferente. Mais bonita, mais carinhosa e não tinha tanta aversão por homens, uma vez que estava de volta com Orion, para conseguir vir me ver. Sim, eu me senti super mal. E não, não conseguia olhar em seus olhos maravilhosos dos quais adorava me afogar igualmente fazia durante as noites ao ver a lua. Fechei minhas pálpebras, deliciado com a sensação dela ali e fiquei feliz por ela não pedir nada mais. 

- Você está cansado - disse-me ela traçando com um dedo minhas olheiras por ficar acordado durante a noite pela maldição de Afrodite. - O que anda acontecendo, Apolo?

Seu toque suave me fazia acreditar em tantas coisas, uma delas: me amava do mesmo modo que eu a amava. Então, fitei com admiração a mulher a minha frente. Sempre fora tão perfeita. Tão certa.

- Seus olhos são lindos, Artemis - sussurrei sem pensar.

- Não brinca comigo! 

- Não estou - suspirei - Acho melhor ir.

Fim do Flashback e volta do ponto de vista de Artemis 

Onde havíamos errado? O que tínhamos feito de tão ruim assim para ganhar aquilo? Aonde o porta retrato jazia minutos antes, cinco outras fotos enfeitavam a mesinha, todas nossas. Por que, Apolo? Por que você tinha que fazer isso? Apanhei com as mãos a foto, sem me importar com os pequenos vidros que cortavam um pouco. Era a mais bonita de todas. Seus cabelos loiros moviam pela brincadeira que o vento fazia em nós, um de seus olhos fechados enquanto seus braços seguravam minha cintura como voltara a fazer dias antes. Como tudo pode quebrar tão fácil? Por que erramos?

And the clothes you left lye on the floor (E as roupas que você deixou estão jogadas no chão)

And they smell just like you (E elas tem o seu cheiro)

I love the things that you do (Eu adoro as coisas que você faz)

Nota 9 - A dor me consumia

Depois do choque e do lapso por ver mais memórias nossas pelo reino, voltei a fazer o que devia: arrumar-me para sair daquele lugar. Não havia porque continuar a lembrar coisas que davam dor.  Colocava na bolsa somente o necessário, nada de idiotices, mas não imaginei encontrar algo que não me pertencia dentro do meu closet. O que era aquilo? Um pano amarelo e maior que o resto das minhas blusas destacou-se, foi então que entendi tocando o meu nariz no suave tecido. Era uma das blusas de Apolo. O cheiro irreparável dele continuava grudado, os dias que estive com ele, as minhas mãos tirando exatamente aquela blusa somente para poder te-lo por completo, me arrebentaram o coração. Apertei aquilo contra meus olhos, as lagrimas criando pequenos amarelos queimados onde pingavam. Por que tudo estava aparecendo agora? Queriam me fazer sofrer? Por que? Não, eu não conseguia deixar para trás! Uma cena se desenrolou na minha frente, sob minhas pálpebras fechadas.

Flashback sob ponto de vista de Apolo

- O que aconteceu com você, Apolo? - sussurrou em meu ouvido, a sua voz soando melhor que milhares músicas que eu já havia escrito. Ela era a minha inspiração. As idéias de um deus. Não agüentei, e mesmo que ela brigasse ou batesse em mim depois, beijei pescoço com muito amor. - Apolo? - não sentia nada mais que as minhas mãos em suas costas, meus lábios subindo para seu rosto, seu pequeno corpo perto do meu.

- Me pare agora - sussurrei tocando sua maça do rosto. Era gelada, um frio que gostei de sentir contra o meu calor. Fui chegando perto, cada vez mais, e parei sob seus lábios. Admirei a textura deles: macios, suaves e doces. Havia tanto tempo que sonhei com aquilo. E ela não me impediu de chegar mais perto, mesmo eu sabendo que não teria um bom fim, permiti move-los. A beijei delicadamente, como sempre deveria ser, um sentimento que guardei por anos se soltando e a acolhendo devagar, mas sem pressa alguma, pois saberíamos que seu coração tinha outro. Era sol e lua. Quente e frio. Tudo o que eu jamais pensei sentir ao mesmo tempo.

Então, assim como aconteceu, separei, nossos lábios se soltando devagar. Foi ai que percebi o que tinha feito. 

- Me desculpe por isso, Artemis - implorei já pressentindo o pior, contudo, não foi isso que vi em meus braços. Seus olhos estavam fechados, seu rosto em um tom suave que me fez suspirar e sua boca entreaberta. Parecia que até mesmo ela havia gostado daquilo. E, como complemento de uma boa encenação, seus olhos azuis viraram jóias, dois diamantes.

- Eu te quero - e dessa vez, quem começou foi ela, mas fora o suficiente. Não liguei se amanha isso ia acabar, se amanha ia doer, se amanha ela só veria Orion. Eu só a desejava, nada mais que isso. Nossos lábios se tocaram com vontade, urgentes, necessitados, algo que nunca imaginei para ela. Lentamente, fui deitando sobre o seu maravilhoso corpo, saboreando a sensação de ter meus braços ao seu redor. Para mim, não poderia haver algo melhor. E quando olhei novamente para os lados, estamos dentro do meu quarto. Não esperei mais. Vagarosamente, escorreguei minhas mãos pelas suas pernas, suaves como imaginei enquanto suas mãos femininas tiravam minha blusa. Poucos minutos se passaram para eu estar a beijando por inteiro, sem objeções, sem nada alem de puro amor. Quando a senti completamente envolta por mim, sussurrando o meu nome e me tocando, soube que tudo o que precisava era dela. Nada mais do que isso. Com um beijo cheio de sentimentos, mostrei o meu amor da melhor forma possível, a fazendo sentir prazer por saber disso, lhe dando algumas coisas que não havia dado a ninguém. Então, não me arrependi por ter amado a minha irmã. 

Fim do Flashback e volta do ponto de vista de Artemis

When you walk away I count the steps that you take (Quando você vai embora eu conto os passos que você dá)

Do you see how much I need you right now? (Você percebe o quanto eu preciso de você agora?)

When you're gone (Quando você vai embora)

The pieces of my heart are missing you (Os pedaços do meu coração sentem a sua falta)

When you're gone (Quando você vai embora)

The face I came to know is missing too (O rosto que eu conheci também me faz falta)

When you're gone (Quando você vai embora)

The words I need to hear to always get me through the day (As palavras que eu preciso ouvir para conseguir passar o dia)

And make it ok (E fazer tudo ficar bem...)

I miss you (Eu sinto sua falta)

Nota 10 - A imortalidade é somente para aqueles que conseguem segura-La.

Tomei um banho demorado de chuveiro, tudo o que tinha guardado em um espaço da minha mente, se dissolvendo e mostrando-me o que eu não desejava. As lágrimas se misturando com a gotas quentes que acariciavam meu corpo. O meu coração tentando bater sem dor, me fazendo tremer. Nada conseguia fazer alem de abaixar a cabeça e ficar parada com a nevoa branca de calor impedindo de ver muito. Rodei meu tronco com os braços tentando me aquecer dentro daquele vapor quando mãos realmente diferentes da minha temperatura tocaram minhas costas. Sabia quem era só pelo contato suave que delineou meus ombros.

- Perdão, Artemis - sussurrou Apolo me abraçando por trás. - Eu sei que errei, sei que não é justo, mas não foi eu que começou! Juro pelo Estige se desejar, mas, me escute.

Um arrepio passou por mim ao tocar os seus músculos, também se molhando comigo.

- Estou ouvindo - prometi.

- Era Circe, ela havia pedido uma composição para poder evitar acontecer algo de ruim em sua ilha. Aceitei sua oferta, mas na hora que entreguei, já vindo para cá... - sua voz morreu ao retornar a aquela cena. Ele e Circe, se beijando. Não, fechei os olhos, não queria lembrar. Doía. - Me perdoe, Artemis!

Não conseguia pensar com sua voz ali, e mesmo achando que era um idéia sua me deixar desconcertada, não consegui evitar de rodar para olhar em seus olhos. A minha frente, Apolo tinha a cabeça abaixada, chorando de um modo que nunca havia visto, e que me fez em pedaços. Eu também havia errado ao não deixar que ele se explicasse, ele tinha errado por aceitar algo de Circe, e juntos, acabamos pagando o preço, bem doído por acaso. 

- Eu te amo, Apolo -declarei puxando sua boca para minha. As emoções flutuaram pelo meu corpo, a saudade, a vontade de amá-lo, a idéia de sentir suas mãos em mim, tudo como um sonho que se tornava realidade. Minhas costas bateram contra a parede gelada, seu corpo me imprensando ali, como eu bem queria, seus dedos deslizando pelo meio das minhas costas, sua mão segurando meu cabelo com força, tornando cada vez mais urgente aquele beijo. Sim, eu o amava com todas as forças do mundo. Cada parte de mim pedia por isso. Com um braço, me puxou do chão, e seus dentes roçaram meu ombro. Ele sem duvida era o meu maior sonho, tanto sexual quanto real, e somente meu. Me perdi em seus toques brutos e delicados, cada vez que seu peito tocava o meu, criando correntes elétricas. Logo, nos juntamos em um, éramos um. Nos amando como nunca fizemos antes. Nos beijando, nos tocando com saudade tão grande que me faziam tecer atos em seu corpo que jamais me imaginei fazer. E quando, juntos, chegamos ao ápice, apoiei minha testa na sua, degustando as sensações que conseguia florescer em mim. Minhas pernas não me agüentariam, meu peito mal subia por sua proximidade e meu corpo não queria se deslocar do seu. Éramos um, o melhor um do mundo. Seus lábios procuraram os meus para um beijo mais calmo,uma de suas mãos tirando os cabelos que tinham caído em meus olhos para poder me fitar com carinho e um amor tão grande que chegava a se estranho encontrar aquela cor naquela escuridão.

- Eu te amo, minha Artemis - sussurrou em meu ouvido possessivo criando ondas em minha barriga.

- Sim, sou sua - admiti tomando-lhe os lábios tão delicado quanto foi, somente saboreando o tocar, o morder e o escutar o coração acelerar dentro do peito. Ele era a minha peça. O meu irmão perfeito.

We were made for each other (Nós fomos feitos um para o outro)

I'll keep forever (Para ficarmos juntos para sempre)

Nota 11 - A vida pode ser diferente.

Exatamente como da primeira vez, acordei em seus braços, mas dessa fui a primeira. E tive a chance de apreciá-lo dormindo: seu rosto era sereno como de um adolescente, sua respiração sob minha orelha era regular, desprovida de pressa, o cabelo loiro estava bagunçado como sempre era de manha e os lábios avermelhados sob a sua pele dourada. Não resisti, e de olhos abertos, para ver como ele reagiria, toquei a sua boca com a minha. Um sorriso cresceu em seu rosto maravilhoso.

- Novamente o mesmo sonho? - perguntou enquanto cruzava os braços mais firmemente ao meu redor, uma vez que ao apagar, só os seus dedos me tocavam. Agora, as mãos espalmavam minhas costas ainda sem me deixar ver o azul.

- Hum... Já sonhou comigo?

- Todos os dias, se encostar em algum lugar e tirar uma soneca, você aparece.

- Bom saber.

- Eu te amo, Artemis.

- Eu também, Apolo.

Passei as mãos nos cabelos lisos, sentindo a textura entre os dedos. 

- Eu vou dormir assim - avisou.

- Dorme.

- Mas, eu quero ficar com você.

- Eu não vou ter sumido quando acordar.

- Será?

Eu ri de sua pergunta e lhe dei um beijo como selamento.

- Está prevendo o futuro, agora, Apolo?

- Hum... Espero que não!

- Eu vou estar aqui.

Enquanto falava, seus olhos se abriram e eu perdi qualquer linha de raciocínio que tinha criado. Estavam absurdamente pertos do meu, aquele azul que as vezes se tornava dourado me afogando. Não existia outra cor como aquela, a perfeita mutação entre duas tonalidades. As vezes, quando encarava-se fundamente, via-se o dourado, o sol ardendo como uma vida dentro dele, mas por fora, no azul, eu via o amor se fundindo com a alma. Era realmente a primeira vez que parei para notar aquilo. Não sei por quanto tempo fiquei ali, flutuando no mar calmo que eles eram, podiam ser horas, minutos, anos que não me importava. Era o meu sol. O meu Apolo. O meu irmão.

Foi quando senti algo bater com força contra a boca do meu estomago e tive de sair correndo para o banheiro. Nunca tinha sentido aquilo, não mesmo. Eu era uma das deuses que jamais ficava em estado ruim, quer dizer, capaz de danificar o próprio corpo. Mas, aquele mal estar. Abri com pressa a tampa do vaso sanitário e vomitei. Só briguei um pouco com Apolo por estar ali, vendo aquilo acontecer, enquanto segurava meus cabelos e cobria meu corpo com um cobertor. Fiquei um tempo, regurgitando o que eu tinha comido, até que escovei os dentes (não estava me sentindo bem para mandar meus dentes se lavarem automaticamente) e sai do banheiro com Apolo me levando no colo. Como aquele simples mal estar tinha me deixado tão cansada? Tão doente? Nada mais conseguia pensar alem da dor e os enjôos que estavam vindo e deixando o meu sol completamente louco por não conseguir fazer nada. Tentou algumas formulas, alguns cânticos, mas nada adiantou. 

- Você vai ficar bem - prometeu ele em meu ouvido, parecendo ser mais para si mesmo do que para mim. E, aquecida por ele, descansei.

I know we were (Eu sei que fomos)

All I ever wanted was for you to know (Eu só quero que você saiba)

Nota 12 - O corpo não mente.

Apolo fez questão de me alimentar, cuidar de mim e ficar ao meu lado durante os quatro dias que passei mal, até a visita de Ilitia. Foi ai que tudo virou do avesso. Ela pediu que Apolo saísse e me contou tudo o que vinha acontecendo com o meu corpo, e como prova, levantou minha blusa e mostrou a leve protuberância que havia ali. Não, pelos deuses!

- Acho bom que Apolo fique com você - disse a deusa dos partos calmamente.

- Ele não vai querer isso - chorei em pânico, andando de um lado para outro atrás de uma solução. Não poderia jamais matar sua própria filha, sim, uma filha! Mal conseguia pensar nisso sem sentir algo contra suas costas, como uma dor. Não poderia esconde-La, pois também ficaria longe. O que fazer? 

- Vou deixá-la agir como quiser, mas saiba, estarei aqui quando precisar - então sumiu, me deixando desolada. O que eu faria agora? Apolo não ia querer uma menina logo nesse momento de estresse em todo o Olimpo! Ele poderia até me amar, mas aquilo ia acima de nossas expectativas. Foi quando senti uma dor, somente uma das que ela diria que viria por ser um deus, crescia rápido. 

- Apolo - gritei quase caindo ao sentir o mundo ficar desfocado, mas como sempre, meu herói estava ali, me amparando e me abraçando.

- Shh, vem -  com cuidado, me sentou em seu colo, tentando amenizar as dores. Eram fortes, quase impossíveis de não serem apagados.Mas, com um cântico, meu corpo ficou mais dopado e eu  pude somente dizer:

- Grávida - antes de ser abortada por Morfeu.

Everything I do I give my heart and soul (Tudo o que eu faço me entrego de corpo e alma)

I can only breathe (Até perco a respiração)

Nota 13 - A nossa dádiva.

Meus olhos piscaram varias vezes antes de ser possível ver os olhos azuis me encarando. Meu corpo continuava a doer em vários lugares,  mas era possível me manter melhor.

- Eu te amo, Artemis - sussurrou ele me dando um beijo. - Uma filha, você me faz o deus mais feliz do mundo!

Quase ri de seus comentários, contudo, não era possível, doía. 

- Quanto tempo fiquei dormindo? - perguntei baixinho.

- Deixei você desacordada por uma semana.

- E provavelmente você vai entrar em trabalho de parto daqui alguns minutos - explicou Ilitia, sentada no outro lado da cama, com tudo arrumado. Então era por isso que as dores eram tão agudas.

- Nossa garota - falei de olhos fechados.

- Nossa - concordou.

Eu queria ter mais tempo para conversar com ele, escolher o nome, como seria e tudo mas, contudo, tudo estava contra esse favor. E, sim, eu entrei e senti a pior dor do mundo: a do parto.

I need to feel you here with me (Eu preciso saber que você está aqui comigo)

Nota 14 -  Meu mundo.

Em meus braços, uma recém nascida de cor dourada, loiros e lábios vermelhos como os meus dormia tranquilamente, protegida por mim e por Apolo, que tinha nós duas no colo, parecendo um pai coruja de tão louco que ficava quando a mesma acordava. A menina era a garota mais perfeita, talvez mais que Afrodite por ser filha do deus da perfeita personificação masculina e de sua irmã. Encostei a cabeça contra o pescoço de meu noivo, pois pedira-me em casamento assim que pude vê-lo, e suspirei.

- Qual vai ser o nome? - perguntou-me segurando uma mãozinha de nossa filha.

- Estela.

- Por que?

- Acho bonito, não sei direito, mas me traz conforto esse nome.

Ele riu.

- Achei que meu nome te trouxesse conforto, amor - falou me dando um beijinho.

- Conforto que eu digo: sem problemas, no seu caso é carinho!

- Também gostei de Estela e vai ser a deusa das músicas de amor e dos crepúsculos, o único momento em que nos tocamos no céu.

Olhei dentro de seus olhos azuis, vendo a verdade naqueles dons e sorri.

- Serve perfeitamente a ela.

- Aiii, por mim, minha sobrinha, ahh - meus olhos se desviaram para uma loira de olhos verdes muito bela vindo em nossa direção. - Ela é perfeita!!!!

- Afrodite, pare de gritar ela vai...

Antes que eu terminasse, os olhos azul prateados se abriram com sono, um olhar inteligente e curioso para saber como era aqui fora. Sim, ela era linda. E Afrodite logo tratou de embalá-la em seus braços com cuidado. A face daquela mulher virando um misto de paixão com adoração, mostrando-a para o seu filhinho mais novo, parecia em extase por conhecer outra criança. E não era todo dia que nascia um novo deus. Não mesmo. Apolo sorriu diante daquela cena, um sonho finalmente construído. Logo, Ares estava ao lado de Afrodite, tambem olhando a garotinha, o rosto daquele severo homem se tornando tão igual ao da sua mulher: paixão e adoração. Me senti orgulhosa por isso, ela era minha e de Apolo, e de mais ninguem. 

- Vai ser inteligente - sussurrou Atena, depois de um tempo, aparecendo ao lado de Poseidon. Sem contar que era algo que eu não esperava que ela dissesse, afinal, era a minha companheira no voto, mas parece que mudaram um pouco depois de mim, alem de ser bastante... estranho ela chegar com o seu maior inimigo. Hum... Onde eles estavam? Não perguntei, me aconchegando em meu irmão, pedindo por mais carinho como um gato, cada vez mais ligada a ele. Aos poucos, minha filha foi passando de deus em deus que chegava ao ouvir a noticia de uma filha da deusa da caça, cada um dizendo algo, até chegar a meu pai que a pegou com cuidado. Sua expressão era estranha, algo mistura com raiva, mas ao analisar minha garotinha, tudo virou amor. Ela conseguiu até mesmo fazer Ares descongelar! Suavemente, minha filha pegou o dedo que meu pai acariciava seu rosto, então, não teria mais como negá-la. Já era dona do seu e dos outros corações olimpianos.

- Ela é linda - elogiou Zeus com o olhar em nós, juntos. - Errei ao querer separarem.

- Passado é passado - lhe garanti, pois estava feliz. Meu pai havia aceitado tudo!

Quatro meses depois.

- Estela, vamos - gritou Apolo do outro lado, pronto para um jogo de Pólo que ia acontecer entre nós. Em minha cabeça, a imagem de meu marido, esperando por nós chegava a ser divertida. Após todos os nossos desabamentos e reconstruções amorosos, nos casamos e agora tínhamos mais do que simples laços normais.

Eu terminava de prender o meu cabelo em um rabo de cavalo, para não ficar feio, quando ela apareceu. A minha garotinha.

- Já vou, papai - rebateu Estela entrando no nosso quarto com os seus cabelos loiros até a cintura em cachos perfeitos, uma calça leggin e um capacete em mãos. Em sua face, a alegria resplandecia, me trazendo a memoria de Apolo todos dias que acordavamos juntos- Mãe, vamos?

- Claro que sim! - ela me seguiu pela casa, seus dezesseis anos lhe caindo muito melhor do que os provaveis meses que deveria ter. Uma moça, bonita e chamativa para aqueles que a viam.

Exatamente como imaginava, Apolo encostava-se na porta, impaciente. E dando-lhe um selinho, fomos embora.

Chegamos não muito depois dos outros olimpianos ao local onde seria realizado. A grama verde-escuro dos campos de pólo se confundiam com o verde-claro das laterais aonde cadeiras e mesas estavam dispostas bons para se pegarem sol, mas eu não precisava.

Juntos, conversamos, bebemos, jogamos e ganhamos. Sim, as mulheres ganharam. E quando o sol já estava para se por, sentei ao lado de minha garotinha, admirando o seu poder no dia de hoje. O ceu ganhava tonalidades rosadas, alaranjadas e avermelhadas em arcos brilhantes que parecia querer do tocar do outro lado a lua que já aparecia branca como sempre deveria ser dependendo dos meus sentimentos.

- No que você está pensando? - perguntei baixinho, fora do alcance de Apolo que conversava com Poseidon, não ouvisse. Os cabelos loiros de minha filha se moveram quando lhe olhei, aqueles olhos azuis quase prateados pela chegada da noite, estavam mergulhados em ideias.

- Ah.. Mãe... É que - ela passou os dedos dentre os fios dourados e , sutilmente como se indicasse algo que não queria dizer, olhou para o outro lado. No campo, ao longe, em cima de um cavalo e junto de Zeus e Hermes, estava Lioner, o filho de Afrodite com Ares, aquele que havia a visto assim que nasceu. Deviam ter a mesma idade se não me enganava. Era um garoto alto, cabelos negros e olhos verdes herdados da mãe. Extremamente bonito, não era de se admirar que tenha lhe chamado a atenção - Eu gosto dele.

- Hum... E vai perder tempo?

- Mãe - pareceu que o tempo parou no instante que ela me encarou com aqueles olhos, horrorizada, como eu costumava ficar quando pediam para que namorasse. Hoje... algo normal. Com um pulo, colocou-se de pé, limpou as roupas e saiu, murmurando algo como "Será que drogas tambem afetam os deuses?"

Permiti seguir seus passos para dentro do palácio, e apenas uma vez ela me olhou, corada. Essa era a minha filha!

- O que aconteceu com ela? - perguntou Apolo em meu ouvido, assim que a nossa garotinha sumiu de minha visão.

- Coisas de garota, querido!

- Gostaria de ver coisas de garoto? - ri maliciosamente para ele, assentindo e juntos fomos para a nossa nova casa, louco para nos amarmos igual tantas noites ou dias, como Afrodite diz "Aproveita, que não é todo dia que se tem a personificação sexual na sua cama". Pensando nisso, o chamei para um beijo, o sol e a lua juntos, tanto ali quanto no ceu. Só havia um agora. E, enquanto meus dedos traçavam o formato de seu rosto, soube: A minha vida não era nada sem ele. Pois agora, só existia nos dois e nossa filha. Apenas um reino, um coração, uma família. Pois, para mim, separação saiu do vocabulário!

- Eu te Amo, Artemis! - sussurrou-me ele, selando mais um dia juntos em nosso amor eterno.

When you're gone (Quando você vai embora)

The pieces of my heart are missing you (Os pedaços do meu coração sentem a sua falta)

When you're gone (Quando você vai embora)

The face I came to know is missing too (O rosto que eu conheci também me faz falta)

When you're gone (Quando você vai embora)

The words I need to hear to always get me through the day (As palavras que eu preciso ouvir para conseguir passar o dia)

And make it ok (E fazer tudo ficar bem...)

I miss you (Eu sinto sua falta)


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Rewis? Continuação?