Everybody Loves The Marauders II escrita por N_blackie


Capítulo 12
Capítulo 12




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Episode XI

"Explicações"

Narrado por: Peter Pettigrew

Primeira Impressão: A Internet daqui é mais ou menos

Ouvindo: Música Irlandesa (Malone é bem criativo de vez em quando)

Depois do tour que fizemos com Maire por Dublin, fiquei até meio aliviado de poder ficar no computador por algum tempo. Kelly e Kennedy, que estou me seguindo para todo lado (tenho quase certeza de que isso é coisa do Ryan. Ele pode até ter ficado mais legal e tal, mas o subconsciente dele ainda acha que quero achar a Zoe sozinha).

- O que você está fazendo? – Kelly pulou da cama de hóspedes e enfiou a cabeça por cima do meu ombro. Eu estava escrevendo um email para os garotos em Londres e James, mas não sabia exatamente como descrever o lugar. Quero dizer, é fantástico estar aqui, mas estou sentindo falta deles. Quem sobrevive sem Remus interferindo nas bobagens que Sirius fala, ou James carregando lenços de papel que a mãe dele insiste que ele use em todas as ocasiões?

Hey, caras

Fique tranquilos, eu não morri. Só não tive muito tempo e conexão disponíveis para escrever nada descente até agora. Aqui na Irlanda é simplesmente fantástico, poderíamos brincar de RPG sem precisar de nada além das roupas por aqui. Remus, não desmaie, mas já vi celeiros que podem ter pertencido à Idade Média por aqui. Não estou brincando.

Sirius, espero que você tenha conseguido algo com a Lene, por que caso estiver desesperado, Zoe tem umas vizinhas que são bem bonitas. James como andam as coisas em NYC? Eu não pude ver as atualizações (nem me arrisco a abrir o leitor de feeds desse computador, PRECISO DO MEU!), mas gostaria de saber se houve mais algum ataque ao Sirius na SF?

Zoe tem uma família legal, grande pra caramba. Precisa conhecer Kelly e Kennedy, James. São gêmeos, e são tão viciados em cultura celta (quero dizer, o pai de Zoe é LOUCO pela origem deles, simplesmente não dava pros dois não serem assim) que andam com uns mantos legais por aí. Eu fiquei tão fascinado que Briana (mãe da Zoe, curtiram o nome mágico?) está fazendo um para mim. Vou pedir um para você, Remus, senão provavelmente vai furtar o meu x.x)

Fico por aqui, nós vamos comer agora. Mas estou com saudades, saibam disso. Já acharam a fantasia perfeita para o Roger?

Que a força esteja com vocês, saudações de Dublin.

Pete.

Me senti subitamente vazio encarando a tela de confirmação. Realmente preciso dos meus amigos, acho que essa história de ficar longe não deu muito certo. Estou sentindo falta da Emmeline, olha o meu estado!

Resolvi descer e ver como estava o restante do pessoal, e quase caí quando ao virar a cadeira percebi que Kennedy me encarava com um olhar penetrante. Sério, esse menino tem alguma coisa das mais estranhas comigo.

- Oi, Ken. – cumprimentei, e Kelly sorriu.

- Ele está bravo por ter de ficar aqui. – ela resmungou. Ergui as sobrancelhas.

- Sabe, vocês não precisam ficar aqui...

- Ryan prometeu que nos daria um chocolate. – Kelly foi categórica comigo. Deixei os braços penderem moles ao lado do corpo. Nada ganha de chocolates. A não ser que...

- Vocês gostam de chocolates, hun? – me estirei na cadeira, sorrindo para mim mesmo com a ideia fantástica.

- Gostamos. – Kennedy disse numa frase bem curta, e levantei subitamente para mexer na minha mochila.

Vasculhei bem no fundo, e senti o plástico colorido raspar na minha mão perto do kit de emergência. Tirei as duas barras e estendi para os dois. Os dois correram para pegar, mas antes que pudessem tirar o chocolate da minha mão eu ergui as duas barras no ar.

- Isso aqui. – balancei os doces no ar – Vale o seu silêncio também. Me ouviu, Ken?

- Me dá! – ele começou a rosnar, pulando em cima de mim. Pendurei-o nas minhas costas e de repente os rosnados viraram risadas.

- Tá bom, eu não falo! – ele segurou no meu pescoço, e Kelly pulou para cima do bolo. Os dois esgueiraram os dedinhos (credo, que dedos pequenos, medo) no meio da minha mão e pegaram o chocolate.

- Nenhuma palavra, hein. – avisei os dois enquanto arrastavam as capas para fora da porta do meu quarto.

- Tá!

Sorri para mim mesmo enquanto deitava na cama de hóspedes para descansar. O cheiro irlandês é ótimo, sem toda aquela poluição residual do século dezoito de Londres (segundo a definição de Remus, claro) e os pássaros passam pelos campos, dando aquela impressão de que ainda estamos no século dezesseis.

- Pete?

E, claro, o melhor som da Irlanda: a voz doce e gentil da minha Zoe. Ainda de olhos fechados, respirei fundo.

- Hum?

- Não quer passear?

Abri os olhos lentamente, e ela sorriu para mim.

- Onde estão Kennedy e Kelly?

- Seus irmãos são facilmente compráveis, Zoe. – sentei na cama e a puxei para perto. O colchão fez um som engraçado quando ela sentou junto comigo, e dei um beijo em cada bochecha dela. – Nem acreditei quando vi Kennedy querendo trocar a fidelidade dele por uma barra.

- Sorte que você sempre carrega uma. – ela sorriu e me deu um selinho. Ri de encontro à boca de Zoe e abracei.

- Vamos dar um passeio então.

Entrelacei meus dedos nos dela e descemos as escadas, escutando os risos de Kelly e Kennedy no fundo. Me senti bem satisfeito por ter gasto dois chocolates mantendo os dois longe da gente. Quero dizer, são legais essas crianças, mas eu vim para ter um tempinho com a minha namorada, certo?

- Mãe, vou levar Pete até o celeiro, ok?

- Pode ir, daor.

Sorrimos para ela e saí pela porta dos fundos, passando discretamente por Malone, que como estava de folga resolveu limpar o carro. E pode acreditar em mim, se ele pretende deixar o carro limpo, vai demorar alguns anos. O celeiro ficava mais para frente da propriedade deles, e na frente se estendia uma colina cheia de grama, onde nos sentamos para olhar a paisagem. Nunca imaginei que sentiria tanta paz em algum lugar perto de casa. Deitei ao lado dela, e nos olhamos por um minuto.

- Eu nem acredito que está aqui. – ela sorriu, franzindo o nariz. Me aproximei mais dela (provavelmente sujei minha roupa demais, mas sem problemas) e esfreguei meu nariz com o dela.

- Eu estou.

- Te amo, Peter.

- Também te amo, Zoe.

Ela juntou os lábios dela com os meus, e apertei de leve sua cintura enquanto nos beijávamos na grama. O cabelo dela cheirava a flores e um perfume de chocolate, e suas mãos eram tão pequenas que cabiam dentro das minhas quando eu as envolvia. A sensação de beijar Zoe é de outro mundo, assim como a Irlanda, assim como a família dela, assim como os elfos que com certeza devem estar rindo dos dois humanos se amassando na terra.

- Acha que algum dia vamos conseguir morar na mesma cidade? – perguntei quando nos separamos. Zoe franziu a testa.

- Claro, porque não?

- Não sei, às vezes eu gostaria de manter você e meus amigos junto comigo o tempo todo, só que estão sempre tão longe que é impossível...

- Não se preocupe com isso, Pete. – ela me deu um beijo estalado na testa, sorrindo de boca fechada.

- É difícil. E complexo.

- Eu aposto que seus amigos não estão tão preocupados assim. – ela riu. – Devem estar distraídos, e tem plena certeza de que tudo vai ficar bem.

Me estirei na terra e encarei o céu azul vivo, imaginando o que os outros três estariam fazendo enquanto eu aproveitava as terras irlandesas para dar uns amassos.

Narrado por: James Potter

Primeira Impressão: Embora casamentos seja um saco, Chris é legal.

Ouvindo: Música Ambiente

- Fala sério, precisamos mesmo fazer isso? – resmunguei enquanto a costureira tirava as medidas do meu quadril. Meu pai tirou folga do trabalho para cuidar da minha roupa, e agora eu fico aqui parado cheio de alfinetes espetados no terno chique enquanto ele tenta convencer alguém a marcar uma entrevista naquele sotaque americano que ele conseguiu por aqui. Ainda bem que a Chris veio, mas mesmo ela parece pensar que eu estar vestido feito um padre vá colaborar para a festa.

- Sinto muito, mas depois você pode conhecer o nosso apartamento. – Chris sorriu gentilmente, e olhou de lado para ver se tinha o apoio do meu pai. Ele, para variar, estava com o ouvido colado no celular.

- Não quero nem saber! Não, de jeito nenhum. Quem ele pensa que é, o Eminem? Diga a ele para esperar até o VMA, então! Vamos ver se alguém vai querer ele se apresentando se continuar com essas frescuras contratuais. Isso mesmo! A Rihanna confirmou? Ótimo. Então amanhã a gente se fala, estou com o meu filho e com a Chris comprando roupas pro casamento. Claro que vamos no jantar, são meus vizinhos. OK. Tchau!

- Você já tem o vestido? – perguntei distraidamente para Chris, que riu.

- Tenho! James, o casamento é depois de amanhã, o único sem roupa é você.

- Ah, é verdade. – ri nasalmente. – Pode me chamar de Jim, Jimmy, sei lá.

O sorriso que abriu no rosto dela valeu por várias coisas. Quero dizer, minha relação com o meu pai pode não ser exemplar, mas eu realmente fui com a cara dela. Posso me alegrar mais por ter essa família por aqui. Hoje à noite vamos conhecer os pais de Chris, e amanhã temos o tal jantar no apartamento no último andar do prédio, onde uma ricaça vai comemorar aniversário. Agenda cheia, não? Estou com tanta coisa pra fazer que gostaria de me teletransportar para a Irlanda e ficar na tranquilidade com o Pete.

- Beleza, Jim.

- Acabamos? – meu pai perguntou para a costureira, que sorriu e me mandou tirar a roupa. Troquei dentro do provador e saímos na direção do prédio alto em que ficava o apartamento. Ninguém realmente morava lá, já que meu pai preferiu esperar o casamento para fazerem mudança, mas ele já estava mobiliado e pronto para o uso.

O porteiro nos cumprimentou com um aceno de cabeça, e assim que entramos no elevador fui cumprimentado por uma garota maravilhosa: alta, magra como uma modelo, cabelos cumpridos e dourados que desciam até a metade das costas e um par de olhos azuis como o mar. Abri a boca para dizer oi, mas acho que o que saiu da minha boca foi um tipo de som irreconhecível que mistura macaco com burro.

- James, essa é Melissa Coats. Melissa, esse é James, meu filho inglês, se lembra?

- Ah, o senhor falou nele. – ela sorriu e piscou aquelas pálpebras elegantes dela. Sorri meio sem jeito. – Quantos anos tem, James?

- Dezesseis.

- Que coincidência! – ela sorriu, me mostrando uma fileira dos dentes mais retos que eu já vi. Meu Deus, que garota linda! – Vocês vão ao jantar da Sra. Foster?

- Claro, não se faz cinquenta anos todos os dias, certo? – meu pai riu e ajeitou os óculos, no que o elevador parou no sétimo. Era a minha deixa.

- Então nos vemos na festa, eu espero. – sorri para ela.

- Claro! Tchau, James.

- Tchau! E, hum, pode me chamar de Jim. – sorri mais desastrado ainda. Entramos no hall rapidamente, e só pude me tocar que acabara de assinar minha sentença de morte quando meu pai sorriu para mim e piscou.

- Parece que ela gostou de você, hein! Ótima menina, seus pais têm uma rede de restaurantes de luxo nos Estados Unidos.

- Eu tenho namorada, pai. - resmunguei sem jeito, no que ele dava de ombros e abria a porta do apartamento para mim.

- Bem – Vindo! – Chris disse animadamente enquanto me mostrava a sala enorme de visitas que ficava logo na entrada. – Seu quarto fica por aqui, espero que goste...

Fui meio hesitante até o corredor ao lado da sala de jantar, onde havia quatro portas fechadas. Meu pai acendeu a luz e apontou para a do fundo.

- Aquela lá é a nossa suíte. Esse aqui é seu. – ele apontou para a porta da direita. – E esse também.

- Tenho dois quartos? – cocei a cabeça, confuso. Chris sorriu.

- Não exatamente... Ah, Jim, abra as portas!

Fui até a primeira porta que eles apontaram, e me deparei com um quarto feito sob medida para mim. A cama, forrada com uma colcha dos heróis da Liga da Justiça, tinha um criado – mudo com um abajur em forma de lightsaber. De frente para a porta estava um guarda roupa enorme, e logo ao lado uma escrivaninha e um computador. Empilhadas por toda a extensão do tampo de madeira, várias caixas com jogos me convidavam a ficar ali.

- Isso tudo é meu? – engoli em seco, sem acreditar que tudo aquilo podia ser de uma pessoa só. E pior: meu.

- Claro. Que outro filho eu tenho? – meu pai revirou os olhos, mas parecia estar feliz por eu ter gostado. Chris se entusiasmou e me puxou pelo pulso até a segunda porta, a qual ela abriu rapidamente.

Era mais ou menos uma sala de televisão, exceto pelo fato de ter vários consoles no chão, desde o Nintendo Wii até os Playstations. Na estante ao lado eles colocaram vários livros de todas as matérias escolares imagináveis, além de um quadro com a foto da Terra vista do espaço e duas caixas enormes. Fui à direção delas, e quando abri quase caí para trás: material de Star Wars. Virei para trás para tentar dizer algo educado, e vi meu pai abraçado à Chris no batente, me olhando como se eu fosse uma criança pequena que tinha acabado de ganhar tudo aquilo no natal. Me surpreendi ao ver que ele sorria satisfeito.

- Que bom que gostou. Esse é o seu refúgio, Padawan. – Chris piscou, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha. Meu pai apontou para os videogames.

- Ainda faltam os jogos para esses aí, Apple vai trazer logo depois do casamento.

- Eu...

- Não precisa dizer nada, Jim.

- Mas, eu... Obrigado.

- Vamos, os seus pais devem estar esperando, Chris. – Meu pai ajeitou os óculos e puxou o celular para ver as horas.

Entrei no carro em completo silêncio, e permaneci assim até pararmos em frente de uma casa bonita de tijolos, com uma escada de pedra descendo até a calçada. Descemos e trancamos o carro, no que Chris se adiantou e tocou a campainha de plástico branco, escutando um sino reboar pela casa inteira.

Um homem alto e bem magro, de cabelos prateados, abriu a porta com um sorriso animado.

- Hey, finalmente trouxeram o garoto! Achei que ia levar um susto quando o visse no casamento sem saber quem era! Olá, James.

- Erm... Oi. – balbuciei, surpreso pela velocidade da fala dele.

- Sou Carl Weaver, prazer. – ele estendeu a mão na minha direção assim que pus os pés dentro de casa, e da porta aberta da cozinha veio uma senhora mais ou menos da mesma idade, trazendo uma bandeja de biscoitos que cheirava muito bem. – Essa é minha mulher, Carrie.

- Oi, querido!

Enfiei as mãos nos bolsos timidamente quando entramos numa sala aconchegante, onde cada sofá era coberto por um tipo diferente de colcha. A mesinha de centro, feita de madeira envernizada, era adornada por vasos de cerâmica. Em uma estante próxima, uns porta-retratos sorriam na minha direção.

Sentei e senti o estofado da casa dos Groover Weaver afundar. Os dois vieram para cima de mim como se eu realmente fosse neto deles, e aos poucos fui relaxando. Enquanto conversávamos, meu pai me abraçou de lado, me apertando contra ele. Acho que meio que descobri porque ele não me contou sobre o casamento: estava com medo de que eu odiasse ser tratado bem.


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