- Vamos mata-los! – disse um lobo, sem se importar com os fatos. Inocentes ou não, eram vampiros e mereciam morrer.

- Basta, Paul. – ordenou Sam, o alfa, fazendo o lobo, antes ávido por sangue de vampiro, sentar-se cabisbaixo – Por favor Billy, explique novamente.

O ancião quileute suspirou.

- Eu já lhes contei tudo que sabia. Existem duas, hum, espécies de vampiros. Aquela com a qual estão acostumados...

- Os Cullen. - grunhiu Jacob

- É. A espécie dos Cullen. E outra, que é bem diferente. Muitos povos contam histórias do porque desta distinção de espécies, mas nada é fato. - explicou Billy

O alfa maneou a cabeça.

- Por que não nos informaram sobre isso antes? Podemos ter vampiros entre nós e nem saber! - irritou-se Quil

Harry, que ouvia tudo em silêncio, negou com a cabeça.

-  Esses vampiros não são problema nosso.

- Ah, não são? Vamos deixar simplesmente eles andarem livremente por nossas terras? Matarem nossos amigos? - despejou Paul e, em seguida, olhou para Jacob - Alimentarem-se de Isabella Swan?

Billy alterou o tom de voz, sem conseguir se conter.

- Existem coisas sobre essa garota que vocês não sabem e, enquanto ela estiver perto dos Salvatore, nada de ruim lhe acontecerá. Se a espécie com a qual estavam acostumados, não precisava se preocupar com a discrição, essa precisa. Há caçadores em cada canto do país e Forks não é exceção. Vou repetir: esses vampiros não.são.problema.nosso.

Sam trincou os dentes.

- E se eles atacarem alguém?

- Eles não vão. - disse, convicto, o Senhor Black

- E como você pode ter tanta certeza, pai? - perguntou Jacob, em tom de desafio

- Por que eu os conheço. Conheço muito bem.



*



- OH, MEU DEUS!!! - exclamou Jéssica, assim que Isabella entrou na sala de aula - Bella! Não me diga que você está namorando Damon Salvatore! E, NOSSA SENHORA, MENINA! QUE. ROUPAS. SÃO. ESSAS?!

Ângela sacudiu a cabeça, achando estranho o fato de Jéssica apenas puxar assunto com Bella quando algo a interessava.

- Jess, deixe de ser enxerida!

Isabella sorriu para Ângela e virou-se para Jéssica:

- Se você não quiser que eu diga que eu e Damon estamos namorando, ok, eu não digo. - a menina sorriu de canto, completando - Sei que ando em falta como amiga, mas, felizmente ou infelizmente, tenho de dizer que “voltei”.

Weber sorriu de orelha a orelha, antes de pular nos braços da amiga, dizendo um singelo “senti sua falta”, mas que foi muito mais do que suficiente para fazer os olhos de Swan lacrimejarem brevemente.

Jessica não perdeu muito tempo e, logo que suas amigas se separaram, perguntou novamente:

- Tá, tá, bem vinda de volta. Mas e o Salvatore? Meu deus! Ele é lindo! Vocês estão namorando MESMO?

- Sim, Jess, nós estamos namorando MESMO. - respondeu Isabella, pacientemente.

- AAAH! Me conta tudo! Por favor, vamos, vamos, como vocês se conheceram? Vocês nunca conversaram aqui na escola, claro. Ele beija bem? E a família dele, já sabe? ME CONTA!

Isabella e Ângela trocaram olhares divertidos.

- A família dele já sabe, ele beija muito bem e nós no conhecemos em uma boate de Port Angeles.

Swan não fazia a menor ideia do que estava fazendo. Boate? Port Angeles? E como, em nome de Deus, ela conseguira mentir tão bem?

Antes que colocasse tudo a perder, a menina sentou-se em seu lugar, dizendo que precisava colocar em dia as anotações, antes que o professor chegasse.

É claro que Ângela não caiu no papo furado, mas, sendo a amiga que era, apenas assentiu. Jessica, por sua vez, estava ocupada demais tentando juntar as palavras boate e Isabella Swan em uma única sentença.

O professor não tardou a chegar, dando início a aula. E a única anotação que Isabella havia feito no caderno era uma de meses atrás. Ela realmente estava mudando. Era até preocupante como quase não se importava mais. Mas ela voltaria a se preocupar. Muito em breve ela voltaria.



*



- Achei que esse dia nunca mais fosse acabar! - exclamou Damon, enquanto dava a partida em sua BMW.

Isabella bufou.

- Ah, você achou, é? Não foi você que teve de aturar Jéssica Stanley fazendo perguntas o tempo todo sobre sua vida amorosa. - retrucou a menina, com uma falsa irritação na voz.

- Isso por que ela tem medo de mais de puxar assunto comigo. A menina é sensata. Ao contrário de alguém que conheço. - riu o vampiro

- Não esqueçamos que foi você que puxou papo comigo, hein?

Ambos riram, enquanto o carro era estacionado na frente da casa dos Swan.

- Hum,- o Salvatore suspirou - temos visitas. Uma visita peluda e que provavelmente gosta de pegar gravetos.

Isabella revirou os olhos e olhou pela janela.

Jacob Black parecia uma estátua grega, representando a preocupação. O corpo estava tendo e não havia nem um traço de felicidade em suas feições.

Ele encarou o carro.

- Vamos? - perguntou Bella ao vampiro.

- Vamos.

O casal saiu do carro, indo ao encontro do lobisomem.

- Jake. - cumprimentou Isabella, sorrindo. Estava realmente feliz por ver seu melhor amigo. Embora tivesse um certo receio de o sentimento não ser recíproco.

- Bella. - o jovem quileute se esforçou para conter um sorriso, sem muito sucesso.

- Au au. - cumprimentou Damon, sorrindo sarcasticamente

- Ah, oi, sanguessuga. - retrucou Black, sorrindo tão ironicamente quanto o vampiro.

Swan revirou os olhos.

- Venham, entram, acho que precisamos conversar.

O lobo assentiu.

- Infelizmente, precisamos sim.



*



- Victória jurou vingança. Era só uma questão de tempo.Eu devia saber  - suspirou a menina, que, no momento, era isso mesmo, uma menina. Pálida e assustada, como qualquer outra ficaria. Como ela estava se sentindo mal. Não por medo. Não, era por outra coisa. Por decepção. Ela não tinha o direito de agir como um rato medroso. Ela não tinha mais o direito de ser uma menininha. A menina precisava, queria, era ser uma mulher.

Ela não queria se importar. Não queria, não podia, não precisava.

- Bella, calma, nós iremos pegar a ruiva. - disse Jacob, confiante - Agora que sabemos o que ela quer... talvez fique mais fácil.

- Eu e minha família ajudaremos no que for necessário, Au, Au. - disse Damon, seriamente.

O lobo grunhiu.

- Nós não precisamos de ajuda. E você nem sabe se pode lutar contra ela. Não faziam ideia de que essa espécie existia a pouco tempo atrás! - Black falou, sem pestanejar

- Eu vou fazer o que for possível para manter Isabella segura, e não estou nem aí para o que um bando de chiuauas...

- Chega. - disse Bella, pausadamente - Vocês dois. Parem. Agora. Ambos vão se ajudar sim. Chega de chingamentos, vocês nem se conhecem, pelo amor de deus! Estão deixando se influenciar por antigos e estúpidos preconceitos! Jake, Damon quer ajudar, informe-o de tudo que sabe e sobre tudo que vier a saber. Damon, você também.

Os rapazes suspiraram pesadamente, mas concordaram, afinal, era Isabella que fazia as regras, ou, pelo menos, estava começando a fazer.

Nenhum dos três notou, mas, naquele momento, muita coisa começou a mudar. A girar. A se modificar.

Coisas que em um futuro próximo, viriam a ser muito importantes.

Talvez até demais.



*



Muito longe de Forks, um vampiro sorria. Sorria perversamente.

- Senhor? - indagou uma mulher, vestida inteiramente de vermelho, com um olhar preocupado

- Talvez seja antes do que imaginamos, Sofia. Talvez seja bem antes.

- Mas...?

- Shh... - sussurrou o vampiro, se aproximando, ainda com um sorriso nos lábios - Não fale nada, não pergunte nada. Você sabe o quanto o destino é brincalhão.

- Desculpe, Senhor, não quis ser desrespeitosa. - Sofia se encolheu

- Oh, tudo bem, meu doce. - ele acariciou-lhe a face - Agora, pare de me chamar de Senhor. Vamos, peça.

- Está com sede? - Sofia colocou os cabelos para o lado, deixando seu pescoço alvo a vista. O vampiro a mordeu, e a garota gemeu seu nome, em êxtase - Klaus...