Já era hora do intervalo, nem sai da sala, preferia ficar no silencio e aproveitar para tirar um cochilo, e foi o que fiz.

_Ela ta dormindo? _Perguntou o Naruto se aproximando de mim. (reconhecer vozes é um talento)

_Não, ela não ta dormindo, ta treinando pra morrer. _Era a voz de Sasuke, tive que me segurar pra não rir.

_Teme.

_Dobe.

_Mas, você acha que ela sabe de alguma coisa? _Perguntou Naruto.

_Provavelmente não, ela sequer percebeu o que somos, e nem deve imaginar o que a Hinata é. _Falava Sasuke, sua voz era fria.

_E o que faremos com a professora?

_Por enquanto nada, vamos apenas observar, seja lá o que ela quer, não deixaremos que consiga.

_Mas, Sasuke, o que Jiraya pretende com isso? Por que nos mandar para essa escola?

_Eu não sei, mas, pretendo descobrir.

_E quanto a ela? Por que o Jiraya deixou o colar com ela? Ele se esqueceu que é perigoso? _A voz de Naruto parecia alterada.

_Eu não sei, Jiraya disse que era grande amigo da tal de Tsunade, e que ela saberia esconder bem o colar.

_Estou preocupado com a Hina-chan. _Disse Naruto depois de um suspiro.

_Não me diga que está apaixonado? Sabe muito bem que uma união dessas é a maior roubada. _Disse Sasuke que parecia se divertir com a situação.

_Teme, eu sei disso. _Naruto parecia triste.

Eles pararam de falar, um barulho ensurdecedor ecoou pela escola inteira me fazendo levantar.

_Ainda fico surda com essa porcaria de sinal! _Falei me ajeitando na cadeira e pegando minha mochila.

_Ah! Sakura-chan, dormiu bem? _Perguntou Naruto com um de seus sorrisos colgate.

_Durma na sala de aula, e me diga depois se você conseguiu dormir bem. _Falei olhando para a janela.

Afinal eu estava irritada, primeiro por não ter conseguido tirar um cochilo, segundo, por que Naruto e Sasuke falaram de coisas sem pé nem cabeça. Que droga!

O professor Kakashi entrou na sala, e novamente passou um texto, dessa vez o texto tinha 10 linhas. (grande diferença)

As aulas acabaram, fui correndo para casa pra contar o que descobri para Ino.

Depois do que eu contei, ela me olhou de um jeito e falou.

_O que eles queriam dizer com “o que somos”?

_Realmente não sei. _Falei depois de um suspiro.

_Tem caroço nesse angu, vou tentar descobrir algo sobre eles.

_Ino, como você vai descobrir isso? _Perguntei, afinal, nunca soube como Ino descobria as coisas.

_Eu não te contei? Com outros fantasmas que nem eu. _Ela falou naturalmente.

Senti um arrepio na espinha, havia levado muito tempo pra me acostumar com Ino, e agora, saber que existiam outros era muito estranho. Ainda me lembrava de quando conheci Ino.

Eu estava voltando da escola calmamente, tinha 7 anos, cheguei em casa e joguei minhas coisas no chão, como sempre. Me larguei no sofá e fechei os olhos, senti alguém se aproximando, pensei que fosse minha tia, abri os olhos e vi Ino me encarando. Dei um pulo do sofá, e só gritei quando a vi atravessar o mesmo. Levei um mês para me acostumar com uma garota loira de olhos azuis atravessando meus moveis.

_Será que você poderia desfazer essa cara de paisagem? _Falou Ino me tirando de meus devaneios.

_Perdão, estava distraída.

_Você sempre esta distraída. _Ouvi minha tia falando da cozinha.

_Desde quando está ai? _Perguntei.

_Desde quatro horas atrás.

_É eu mereço, então, de onde conhece o tal de Jiraya?

_É um amigo de infância e trabalho. _Ela falou o mais natural possível.

_E por que ele trouxe aquele maldito colar para minha festa de 16 anos?

_Ele achou que estaria mais seguro comigo.

_E custava entregar-lo a você, ou colocar um aviso: “cuidado! Este colar pode te jogar contra uma porta de vidro” Qual é um aviso não machuca ninguém, ou melhor, evita que alguém se machuque. _Eu falei irritada, afinal, saber que um colar tão bonito daqueles quase me matou e ainda por cima não era pra mim, deixa qualquer um irado né.

Minha tia deu de ombros, sentou na poltrona, ligou a TV enquanto saboreava seu café. Eu me levantei e fui tomar um banho, aquilo tudo estava me deixando louca.

Depois do banho vesti minha camisola lilás e me larguei na cama, é eu sei que ainda era 19h30min, mas, sabe como é, né, eu tinha mania de dormir cedo, e além disso, eu andava estranhamente cansada.

Era meia-noite quando acordei, estava tudo escuro, na certa minha tia estava dormindo, Ino com certeza devia estar passeando pela cidade, ela adora fazer isso durante a noite. Olhei ao redor, a linha branca de sal grosso ainda estava ali, intacta, agradeci mentalmente por minha tia não ter desfeito, não queria Ino entrando do nada no meu quarto, olhei para a janela para confirmar, e a linha de sal também continuava intacta na janela.embora a janela estivesse fechada, a luz da lua entrava em meu quarto clareando um pouco aquela escuridão. Voltei a fechar meus olhos, foi quando senti uma brisa leve invadir meu quarto, abri os olhos rapidamente lembrando que a janela e a porta estavam fechadas e por isso não devia haver brisa alguma. Olhei para a janela, ela estava aberta.

_Mas o que?... _Falei olhando ao redor do meu quarto._Quem esta ai? _Perguntei meio receosa.

Foi quando vi, olhos de um vermelho intenso me fitando em meio a escuridão do meu quarto.