The Gardener escrita por LittleFish


Capítulo 4
IV


Notas iniciais do capítulo

Depois de séculos sem atualizar...
Sério, me desculpem! Será se eu só uso as notas iniciais para me desculpar? Acho que sim. Enfim, vocês não sabem como anda a minha vida ultimamente. Tão atarefada e cheia de novidades! Acabei deixando as fics de lado... Perdão!
Irei atualizar com mais frequência, prometo!

Agora, sem mais delongas, o capítulo!



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Rukia sentia-se impaciente com aquela história. Não que estivesse realmente irritada, mas sentia que algo diferente estava acontecendo, então classificou esse sentimento como impaciência. Sentou-se em um banco improvisado no jardim e observou a figura enorme e, de certa forma, desajeitada de Ichigo.

- Algum problema? – Perguntou com um toque de desdém.

- Tsc... – Ela desviou os olhos rapidamente. – Você é que tem problemas, seu idiota.

- Ora, Rukia-sama, não deveria usar tão baixo linguajar! – Disse numa falsa exclamação.

- Poupe-me desse falso moralismo – Suspirou, fechando os olhos.

Além da suposta impaciência, algo mais parecia incomodá-la. Percebendo isso, o jardineiro a mediu com os olhos, tentando avaliar o grau da situação, mas nada conseguiu concluir.

“Deve ser algo com o irmão” – Pensou. – “Bom, não me custa perguntar”

- O que se passa?

Ela ergueu  o rosto para encará-lo.

- Por que eu deveria te dizer? – Desafiou.

- Então pronto. Não diga – Respondeu com rispidez.

A moça suspirou novamente, sentindo-se vencida. Sua cabeça estava uma verdadeira revolução. Sabia que fora proibida de falar com aquelas pessoas, mas mesmo assim, quebrava as regras que haviam sido estipuladas pelo irmão. Porém, algo simples como uma conversação a fez se sentir viva como nunca. A irritação que aquele rapaz lhe causava, as conversas, as brigas... Todas eram sensações novas que ela estava gostando muito de experimentar.

- Nii-sama.. O problema é com ele. Esse jantar está me dando um péssimo pressentimento.

- Algum motivo em especial?

- Não sei... Talvez seja o fato dele trazer alguém – Concluiu.

- Isso não é algo rotineiro?

- Não. Nii-sama nunca trouxe ninguém, nem um amigo, nem uma namorada, ninguém.

O ruivo franziu o cenho.

- Isso é estranho... Ele já disse o porquê disso?

Rukia não respondeu. Parecia distraída com algo. Foi então que Ichigo aproximou-se subitamente e bagunçou os negros cabelos da garota.

- Seu idiota! Qual o seu problema? – Exclamou. – Eu estava distraída!

- Percebi – Disfarçou um... Seria um sorriso? – Não há motivos para se preocupar dessa forma. Tudo irá acontecer conforme a senhorita planeja.

- Essas formalidades... Você quase quebra meus pescoço e ainda me chama de senhorita !

Um sorriso zombeteiro foi automaticamente desenhado em seus lábios. O rapaz arregalou os olhos por um minuto e voltou a se dirigir à sua patroa.

- Quer fazer o favor de me deixar por algumas horas? – Pediu.

- Por que isso tão de repente? – Franziu a testa.

- Porque eu tenho muito trabalho a fazer e você está me distraindo! – Respondeu com franqueza.

Ela foi tomada por uma repentina surpresa e um batimento mais acelerado de seu coração.

“Não pense em coisas indevidas, Rukia. Não posso, não devo...”

- Humph, como quiser – Disse e caminhou em direção à casa.

Enquanto a moça se retirava, Ichigo a acompanhava com os olhos. Havia algo pesado e diferente em seu andar mas, ao mesmo tempo, aqueles passos também exalavam uma incrível graciosidade.

“Isso não está certo... “ – Rapaz pensou consigo mesmo, enquanto tentava se concentrar no enorme jardim que estava à sua frente.

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O tempo não custou a passar, por isso, a noite logo chegou. Inoue ajudou Matsumoto a por a mesa, que por sinal, estava impecável. O chão estava devidamente lustroso, assim como cada peça que compunha o ambiente. Tudo estava encaminhado para o tão esperado jantar.

A pequena, depois de ajudar e supervisionar os acontecimentos, subiu para seu quarto para se arrumar. Ligou o chuveiro e banhou-se lentamente, deixando que a água levasse todas as suas preocupações e receios. Aquela era uma sensação extremamente reconfortante. Enxugou-se e procurou alguma roupa. Um vestido levemente curto, de cor azul escura, com poucos detalhes parecia ser o ideal para aquele tipo de ocasião. Vestiu-se, perfumou-se, prendeu os cabelos, caçou uma sapatilha e estava finalmente pronta. Olhou-se de maneira desinteressada no espelho e decidiu descer.

Felizmente, a mansão ainda estava de pé quando ela voltou. Matsumoto exclamou e a elogiou, assim como Inoue. A moça sorriu com sincera satisfação. Pela primeira vez, parecia estar ouvindo elogios sinceros. Os pensamentos dela foram interrompidos, quando a figura conhecida de Ichigo apareceu na porta. Ele não estava sujo e muito menos suado. Os cabelos estavam mais domados e suas roupas simples estavam limpas, sua aparência inteira parecia nova.

- Ficarei nos fundos até o jantar acabar – Afirmou, virando-se para as duas colegas de trabalho. – Talvez o patrão ainda queira conversar algo conosco.

Elas assentiram.

Rukia parecia esperar alguma reação diferente da parte do ruivo, mas ele apenas limitou-se a encará-la e a sorrir levemente antes de se retirar para a cozinha. A pequena suspirou e sentou-se em uma cadeira, esperando a chegada do irmão.

10 minutos.

15 minutos.

20 minutos.

A preocupação da garota estava ultrapassando os limites do possível. Sabia que Byakuya era estritamente pontual, por isso algo errado devia ter acontecido. Estremecia só de pensar em que poderia ter ocorrido. Quase como em resposta de seus pensamentos, a porta se abriu com um safanão e seu irmão mais velho entrou juntamente com um homem alto.

- Houveram alguns imprevistos, não pude evitar o atraso – Explicou friamente.

- Não se preocupe com isso, Nii-sama – Respondeu prontamente, levantando-se da cadeira.

Ele tossiu por um momento e virou-se para apresentar aquele que estava à seu lado.

- Esse é Lawrence Inglethorp, meu futuro sócio.

Aquela figura nada tinha de convidativa. Lawrence Inglethorp era jovem, assim como Byakuya, mas seu olhar era carregado e sua expressão não menos severa. Porém, algo em seu rosto não a deixava a vontade. Diferente de seu irmão, o norte-americano possuía algo voraz, perigoso e traiçoeiro por trás daquela máscara severa.

- Ouvi muito a respeito da senhorita – Sorriu.

Ela tentou devolver o sorriso, mas teve a certeza de que não conseguiu. Era alguém demasiado intimidador para se conseguir simpatizar à primeira vista.

O jantar prosseguiu de maneira habitual. Lawrence e Byakuya conversavam formalmente e Rukia apenas assistia toda aquela cena com o mais puro desinteresse. Matsumoto serviu a comida de maneira mais formal que conseguiu e todos comeram calados. A moça percebeu que a loira observava o convidado e mesmo depois que se retirou, ela ainda espiava pela porta da cozinha. A morena riu internamente de toda aquela devoção desnecessária.

- Então, senhorita Kuchiki, tem algum interesse pelos negócios de seu irmão? – O loiro perguntou subitamente.

- Eu... Nunca tive muito interesse – Respondeu sem encará-lo.

- Pois deveria. É um ramo bem interessante – Sorriu.

Byakuya pareceu incomodado com essa afirmação. No começo, havia uma minúscula centelha de expectativa e animação com relação àquele momento que agora acontecia mas, por um motivo ainda desconhecido, o incômodo e uma certa ira substituíram todas as antigas expectativas.

Ela assentiu e voltou a se ocupar com o restante da comida. Poucos minutos depois, a sobremesa foi servida. Lawrence cumprimentou Matsumoto pela ótima comida, fato que a fez ficar muito animada. Em exatos trinta minutos, haviam terminado tudo e o sócio já se preparava para ir embora. Naquele espaço de tempo, Rukia pediu licença e disparou para a cozinha assim que pôde.

Matsumoto, Inoue e Ichigo estavam sentados na espaçosa mesa redonda que compunha aquele cômodo. O trio se sobressaltou quando viu a pequena figura para da à porta.

- O que está fazendo aqui, Rukia-sama? O jantar já acabou? – A ruiva indagou.

- Não, ainda não acabou. Acontece que não aguentava mais ficar naquela sala! Algo naquele homem me incomoda mais do que tudo...

Ichigo pigarreou e a encarou.

- Você bem que tem motivos.

- O que quer dizer com isso? – Indagou.

Ele franziu a testa, com uma sincera surpresa.

- Não sabe o que está havendo?

- Não! Pare de me enrolar, diga logo o que tanto me esconde! – Exclamou.

Antes que o ruivo pudesse abrir a boca e despejar as palavras que a pequena tanto queria ouvir, uma mão pousou pesadamente em seu ombro. Era o loiro tão detestado.

- Só vim me despedir da senhorita.

- Adeus – Disse secamente.

- Ah, por que fala em adeus? Não seria melhor um “até breve” ? – Sorriu.

- Sim, como o senhor quiser.

- Não é o que quero, senhorita, mas o que é necessário – Falou enigmaticamente, deixando a cabeça da pequena moça ainda mais confusa. – Receio que nosso próximo encontro será em breve.

- Então até lá – Tentou dispensá-lo.

- Sim, até lá... – E lançou um olhar demorado para o jardineiro, que encarava a cena com uma cara fechada, e retirou-se.

Um silêncio demorado se instalou no aposento, ninguém ousou quebrá-lo, nem mesmo Rukia. Uma sinistra sensação dominou todo o seu corpo, provocando-lhe uma intensa fraqueza. Sem nada dizer, disparou para o seu quarto e enfiou-se nas cobertas. Byakuya não apareceu para lhe advertir ou para fazer algum comentário sobre a noite que agora terminava. Não entendia o motivo, mas sentia-se infinitamente amedrontada. Tinha certeza de que algo ruim estava para acontecer.

Nem nos sonhos teve sossego. Quando finalmente conseguiu adormecer, os pesadelos não tornaram a lhe perturbar. Por mais que quisesse acordar, a imagem colérica e voraz de Lawrence Inglethorp destruía tudo ao seu redor.

---------- Continua ----------


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Eu tinha um final em mente, mas decidi mudá-lo. Achei que a fanfic iria parecer muito clichê e boba com este, então optei por algo mais... Digamos... Diferente. Depois vocês verão do que se trata. O número de capítulos ainda não foi estipulado, mas dos 10 não passa! Tenho certeza -q

Enfim, será se é pedir demais alguns reviews? *-*