Pigananda!!! escrita por almightymag


Capítulo 25
Guilty laughs :x


Notas iniciais do capítulo

Para compensar o atraso ;P kkkkkk'



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Hoje a tarde estava mais fria que as anteriores. As nuvens resolveram cobrir totalmente o sol transformando o dia em um clima cinzento e quase melancólico, nos trazendo chuviscos uma hora ou outra.

De início não fiquei muito feliz porque teria de adiar nossa bagunça diária no quintal dos fundos por uma coisa dentro de casa. Mas o Key me fez mudar de ideia quando me chamou para cozinha para fazer chocolate quente para todo mundo. Enquanto isso, os outros estavam na sala jogando “final da palavra” (um jogo bobo onde uma pessoa diz uma palavra e a pessoa seguinte tem de dizer uma palavra que comece com a letra da última letra da palavra dita antes – entendeu?), mas isso é só para passar o tempo enquanto eu e o Key estamos na cozinha. Porque, na verdade, eu propus que jogássemos verdade ou desafio.

Agora estamos na sala, eu equilibrando uma bandeja com quatro canecas de chocolate quente com chantilly – e mais uns pedacinhos de chocolate ralado que pusemos em cima – e o Key fazendo o mesmo com mais quatro canecas.

Todo mundo se levantou para pegar uma caneca, eu peguei uma para mim e coloquei a bandeja em cima do rack. Tomei um gole e passei a língua entre os lábios para limpar o chantilly e o famoso bigodinho de leite.

– Então... – comecei, me espremendo entre o Jong e Minho. – Quem vai começar?

Só para você ter uma noção dos lugares. Certo, todos estavam sentados no meio da sala formando um circulo. À minha direita estava Minho, Anna, Key, Taemin, Sunie, Onew e Jong – que tecnicamente estava à minha esquerda, mas você entendeu. No meio do circulo havia uma garrafa de coca-cola (já que não conseguimos uma garrafa de vidro, aliás, ninguém aqui bebe cerveja, pelo menos não em casa).

– Posso? – Taemin ergueu a mão.

Eu assenti devagar tomando mais um gole do chocolate quente.

Taemin rodou a garrafa com força e ela girou até parar com a boca apontada para mim e fundo apontado para Sunie. Isto significa que ela teria de perguntar e eu responder. Mas não fiquei muito nervosa, sabe, por ser a Sunie. Na verdade eu fiquei até feliz porque ela não tem muita criatividade para formular uma pergunta que deixe a pessoa constrangida (tudo bem, ela é uma menina criativa, mas não para isto).

Eu dei um gole despreocupado no meu chocolate e esperei enquanto ela fazia sua pose de pensador – apoiando o queixo em punho fechado. Esperei, esperei... Esperei...

Esperei...

– Você é realmente virgem? – perguntou ela por fim.

E eu quase me engasguei com o chocolate.

– Quantas vezes eu vou ter que te dizer isso?

– Você está respondendo uma pergunta com outra pergunta, Maggy? – Sunie semicerrou os olhos.

Eu fechei os olhos e respirei fundo contando de um a três.

– Não, Sunie.

– Então a resposta para a minha primeira pergunta é não? – indagou ela com um tom horrorizado na voz.

Anna arregalou os olhos e levou a mão à boca e todos ficaram me encarando.

Eu bufei.

– Não, Sunie! Eu não estou respondendo sua pergunta com outra pergunta, é que eu já estou cansada de repetir que SIM! – minha voz ia aumentando a casa palavra pronunciada e Sunie ia se encolhendo. – Eu. Sou. Virgem.

Key pigarreou.

E todos, de súbito, olharam para ele com olhares questionadores.

– Juro que não fiz nada – disse Key na defensiva erguendo as mãos.

O silêncio pairou no ar pelo que eu acho que durou um minuto inteiro.

– Certo, isso foi constrangedor... – murmurei depois de um tempo.

– Não seria se você tivesse respondido apenas sim – retrucou Sunie.

– Eu já disse que não gosto de brincar com a Maggy – resmungou Key.

Eu peguei um travesseiro e taquei nele, mordendo o lábio inferior para não rir.

– Então – interveio Anna –, ressaltando o que acabou de acontecer, seria bom se parássemos por aqui e apenas conversássemos?

Eu mordi os lábios e Jong bufou ao meu lado dizendo:

– Eu queria um desafio...

– Sério? – Meu cenho franziu. Aliás, qual pessoa em sã consciência gostaria de pagar um desafio num jogos desses? Quer dizer, essa brincadeirinha na escola é uma coisa totalmente diferente do que você fazer entre amigos meio que quase íntimos (na minha opinião, a partir do momento em que você divide dois banheiros com cinco garotos – ou com qualquer outra pessoa – você, automaticamente, já é íntima deles).

Eu vi Minho se inclinar na direção de Taemin e sussurrar alguma coisa no seu ouvido, e depois Taemin rir.

– Se você quiser, eu tenho um para você – disse Taemin ainda rindo. – Pedir a uma garota qualquer na rua em casamento.

Todos riram enquanto a minha mente trabalhava em um desafio... pior.

– Ou então... – Todos controlaram o riso para olhar para mim. – Correr pelado na rua gritando “liberdade”.

Só depois de ver o rosto vermelho de Sunie e lágrimas saírem dos olhos de Anna que eu me dei por satisfeita. Key se curvou, rindo tão alto quanto eu. Jong se jogou para trás e tapou o rosto com as mãos – com certeza imaginando o constrangimento de correr pelado na rua gritando “liberdade”. O riso de Onew não tinha muito som, o rosto de Taemin também estava ruborizado e eu nunca vi o Minho rir – sabe, rir de sentir falta de ar.

Por uma leve fração de segundos eu me senti culpada. Não que eu tivesse de sentir culpa de algo, mas pelo fato de eu estar aqui rindo de sentir falta de ar, sentindo uma felicidade incomparável nesse mar infinito de alegria e despreocupações sabendo que há pessoas, do outro lado do mundo, preocupadas comigo – e eu não mereço essa preocupação quando estou bem aqui.

Assim que chegamos em casa eu fui direto para o quarto procurar o meu Black Berry personalizado no fundo da bolsa, sentei no peito da janela aproveitando o momento de estar sozinha. Respirei o ar gélido e fiquei olhando para o celular por alguns minutos antes de apertar qualquer tecla para acender o visor e ver 137 chamadas perdias... Cento e trinta e sete chamadas perdidas. Sem contar com os 243 torpedos implorando por qualquer noticia minha e das meninas – creio que o celular delas também esteja entupido de torpedos e chamadas perdidas; de amigos, familiares, colegas de trabalho.

Entre toda essa preocupação desmerecida, o nome que mais me chamou a atenção foi John – o irmãozinho mais não-tão-novo da Anna; ele é da minha idade. Havia apenas quatro chamadas perdias dele – duas num mesmo dia, outra anteontem, e a última foi hoje enquanto estávamos fora com Onew.

Tudo bem que tivemos um período amigável na adolescência. Na verdade, ele só gostava de falar comigo porque eu era uma das raras garotas que entendem de jogos e que são viciadas em Call of Duty. E eu gostava de falar com ele... bom, pelo mesmo motivo, aliás, não se encontra meninas que entende de jogos de verdade (os jogos que, raramente, Anna e Sunie se comprometiam a jogar eram de RPG, mas as faixas etárias era sempre de doze anos, eles nunca me eram interessantes. Eu gostava de ver sangue, tiro, cabeças decepadas, membros mutilados e, porém, uma boa história para ser contada, como, por exemplo, Resident Evil, Red Dead Redemption e Mafia II). O John sempre foi gentil, sempre conseguia me fazer sorrir, mas nunca perdia a oportunidade de implicar comigo.

John é o tipo de amigo anjo que aparece na hora certa e se esvanece quando se dá conta de que você não precisa mais tanto dele quanto antes... Mesmo que o nome que brilhava na tela do visor do meu celular dissesse ao contrário.

Quer dizer, eu nunca o esqueceria, mas ele já era apenas uma mera e boa lembrança, como aquele brinquedo que foi para o fundo da caixa e só depois de... digamos assim, uns quatro anos você o achasse. Não me surpreenderia se meus olhos estivessem brilhando. Aliás, eu gostava do Jonh (ou Jonny, ou Jojo, ou JoBrow – ou qualquer outro apelido ridículo que inventei para ele), gostava de verdade, como um irmão que nunca tive.

E, infelizmente, meu coração não se desapega a muita coisa.

Cheguei a me questionar: como ele estaria agora? Será que ele está namorando? Quer dizer, ele sempre foi tão... moleque. Não consigo imaginar ele sendo, digamos assim, como sua irmã, a Anna; responsável, equilibrado. Ah, com certeza, equilibrado ele não era.

Eu ri ao me lembrar das coisas bobas que ele me dizia, dos assuntos idiotas que nós conversávamos e todas as situações ridículas que nós enfrentamos...

Eu precisava ver o John.


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Notas finais do capítulo

Até a próxima ;*



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