No Amount Of Masks... escrita por Shinobu


Capítulo 7
Seventh Lesson – Fear.


Notas iniciais do capítulo

OMG LOOK WHO'S BACK TO THE GAME.
(para quem acabou de ler a frase acima, perderam o the game, btw.)
Continuando para coisas sérias, a verdade é que já tinha iniciado este capítulo há imenso, mas nunca sabia como o continuar. Finalmente tive inspiração e puff, aqui está ele. Como disse previamente, se dependesse de mim acabava isto em mais 1 ou 2 capítulos, mas como fico triste de ver isto chegar ao fim (e recebi uns reviews da minha gente fofinha a dizer que quer mais caps), estou a tentar estender. Como tal, demoro mais do que antes, sendo que preciso de pensar em mais significados e mais história. Estas coisas de conjugar as cores e tudo, sinceramente, levam imenso tempo. ;|
Deixando de vos aborrecer com a minha tolice, boa leitura~ ♥



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O medo é uma coisa curiosa…apesar de parecer que realmente existe em certas situações, é algo apenas psicológico.

– Len!

Virei-me na minha cama e tapei a cabeça com a almofada, tentando bloquear a voz dela. – Leeeeen! – Como seria de esperar, não resultou.

Sentei-me na cama e respondi num tom mal-humorado. – O que queres a estas horas da manhã, Rin?

– Credo, que mau humor! Quando fores velho os teus netos vão achar que és um avô rabugento. – Ela fez uma careta e sentou-se na minha cama. Peguei na almofada e atirei-lhe com ela à cara dela. – Pronto, pronto! Eu tenho uma boa notícia.

– Boa notícia…vinda de ti até tenho medo. – Arqueei uma sobrancelha e passei com a mão pelos cabelos, ajeitando-os.

– Eu vou embora hoje como te disse, mas volto com o Gakupo, a Gumi e o Piko para o baile de máscaras da próxima semana!

Subitamente, senti-me acordado ao ouvir o nome de Piko. – P-Piko…?

– Sim… – Ela forçou um sorriso. – Eu sei que tu não gostas muito dele, mas…ele é o meu marido, afinal de contas. Por isso Len, por favor…aceita-o.

– Ele ameaçou a mãe e o pai, Rin. “Se me proibirem de casar com a sua filha, eu torturo-vos até me aceitarem!” ou algo do género. Como é que esperas que aceite alguém assim tão violento?

– Mas mas, isso foi mais uma espécie de…demonstração de amor? Do género de “não vou deixar ninguém opor-se no meu romance com a pessoa que mais amo”. – Ela fez uma cara de apaixonada extremamente ridícula, e eu empurrei gentilmente a cara dela com a minha mão. – Vá lá, Len!

– Está bem, está bem. Só não o tragas com roupa de camponês para o baile, seria extremamente ridículo para mim. Andar com uma retardada como tu atrás já é ridículo o suficiente, não preciso de mais idiotas comigo.

Desta vez, foi ela que me deu com a almofada na minha cara.

~x~

Como era habitual, estava deitado na cama do meu quarto a ler mais um dos livros que a minha mãe me havia trazido. Ultimamente ela tem-me obrigado a ler romances toscos, porque diz que tenho que aprender a ser um cavalheiro para com as damas. Para ela, eu ainda não tenho nenhuma noiva porque com certeza não sou cavalheiro o suficiente para elas.

Oh sim, claro. Como se isso fosse a única razão.

– Len, a Meiko e o Kaito já chegaram na carruagem. Eles estão lá em baixo à tua espera. – A minha mãe abriu a porta e olhou para mim seriamente. – Espero que seja desta vez que encontras alguém com quem te casares.

– Sim, sim. – Peguei nas minhas coisas e saí rapidamente, antes que ela me voltasse a incomodar. Assim que abri a porta da carruagem, Meiko abraçou-me.

– Oh Len-Len~ anda cá à tua amiga preferida!

– M-Meiko, e-estás a s-sufocar-me c-com e-essas c-coisas… – Tentei falar no meio do abraço dela, enquanto ela me sufocava com a zona do peito dela. Meiko começou a rir e largou-me.

– Oh, desculpa. Esqueci-me que és baixinho.

Suspirei e arqueei uma sobrancelha. – Eu não sou baixinho. Tu é que és giganta.

Ela cruzou os braços e fez beicinho. – Ser alta não me tira a elegância.

– Pois não, só te dá deselegância, para juntar a essa personalidade deselegante. – Disse-lhe, e levei um soco leve no braço dado por ela.

– De qualquer das maneiras, despacha-te, vá. – Ela puxou-me para dentro da carruagem e sentou-se ao lado de Kaito.

– Len, boa noite. – Cumprimentou-me Kaito com um sorriso.

– Kaito! Já não te via há algum tempo. Como estás?

– Foi apenas uma semana, Len. – Ele riu. – Estou bem, acho que estava a precisar de um destes bailes e finalmente surgiu um. Apesar de que… – Ele olhou pela janela da carruagem e pude ver um tímido vermelho tomar conta das bochechas dele.

– Hm? – Arqueei uma sobrancelha. Olhei para Meiko, que fitava a paisagem a partir da outra janela da carruagem, totalmente distraída da conversa.

– Sabes…estes bailes são para jovens solteiros que não têm pretendentes. E bom…talvez eu…

– Talvez tu o quê? – Cruzei os braços e voltei a olhar para ele.

– Ah, nada. Depois eu explico. – Ele abanou a cabeça, provavelmente para tentar tirar o vermelho da sua face. Como é óbvio, não resultou, e só piorou assim que o olhar dele se cruzou com o de Meiko.

– Passa-se alguma coisa? – Perguntou Meiko, inclinando a cabeça para o lado. Kaito desviou o olhar e murmurou um “nada”. Ela piscou os olhos várias vezes e voltou-se para mim. – Len. A Rin e os outros hoje vêm aqui, não é?

Desta vez, fui eu quem olhou para a janela. – Sim. Não tenho muita vontade de ver o Piko, mas…

– Ah~ se acontecer alguma coisa desagradável, fugimos de lá sem ninguém nos ver! – Meiko piscou o olho e sorriu, levantando o polegar. Eu suspirei e passei a mão pelos cabelos.

– Veremos…

~x~

Fiz os possíveis para, naquela noite, ninguém notar a minha presença. Talvez estivesse mentalmente a tentar preparar-me para encarar Piko e ser simpático, para não magoar a minha irmã. Kaito e Meiko haviam saído os dois há algum tempo, e eu estava sentado numa cadeira num canto do salão.

– Len~ finalmente encontrei-te! – Voltei-me ao sentir duas mãos apoiadas nos meus ombros, e vi a minha irmã com a língua de fora. E ao lado dela, a pessoa que tentei evitar a noite inteira – Piko.

Sabia que provavelmente tinha deixado transparecer que estava aborrecido por o ver ali, então sorri para disfarçar. – Rin, Piko.

– Já viste o meu novo vestido? – Rin afastou-se de mim conforme me levantei e rodopiou, fazendo o vestido seguir o seu movimento. Era azul e branco, com umas mangas compridas e chegava-lhe até aos pés, com vários folhos. – É bonito não é? O Piko ajudou-me a escolhe-lo para te vir visitar.

Fiz um som de irritação, mas rapidamente voltei a sorrir. – Tens bom gosto, Piko.

– Obrigada. – Ele respondeu, desviando os seus olhos verdes para o chão. Os seus cabelos cinzentos continuavam a formar um P por cima da sua cabeça, tal como quando o conheci.

E depois de algum tempo, quando começou a falar com Rin e a vi sorrir, acabei por me aperceber que talvez ele não fosse tão mau como eu pensava.

Afinal de contas, raramente a via sorrir assim quando ela estava lá em casa.

A maneira como ela mudava e sorria lembrava-me como eu ficava quando a via nos bailes–

Abanei a cabeça para afastar os pensamentos dela. Pelo menos, por aquela noite, deveria focar-me em ser simpático para Piko, coisa que iria requerer muita paciência da minha parte.

– Ora ora, vejo que finalmente encontraste o teu irmão. – Virei-me e reconheci imediatamente aquele cabelo verde como Gumi. Sorriu e vinha com Gakupo, entrelaçando o seu braço com o dele.

– Boa noite, Len. Espero que te estejas a divertir? – O maior sorriu gentilmente como sempre fazia, fazendo uma pequena vénia. Respondi com o mesmo gesto e forcei um pequeno sorriso. No entanto, a expressão dele mudou para uma um pouco mais preocupada. – Sabes, na outra noite…

– Hm?

– A outra donzela que estava na minha companhia. De onde a conheces?

Arqueei a sobrancelha e prontifiquei-me a responder que ele não tinha nada a ver com isso. Mas depois, lembrei-me de algo que me havia apercebido já em casa depois do último baile.

Quem quer que ela fosse, ele conhecia-a.

Cruzei os braços e inclinei a cabeça para o lado, pensando no que devia responder. – Acho que estes bailes são feitos para conheceres pessoas…não?

Ele deu uma pequena risada e sorriu. – Claro, claro. Mas fazes alguma ideia de quem seja?

E apercebi-me então que esta era a minha oportunidade para descobrir quem ela era. Se lhe perguntasse, de certeza que Gakupo responderia. Afinal, ele não saberia que ela estava a esconder a identidade dela de mim como se fosse um segredo muito valioso, pensei.

Mas depois, percebi que não podia perguntar tal coisa. Porque eu havia prometido que iria esperar pela altura em que ela me contasse.

Iria respeitar o desejo dela de não me contar quem era e a promessa que eu havia feito.

Afinal, era ela de quem estávamos a falar, de certeza que ela cumpriria a promessa. Além disso, não haveria razão nenhuma para ela não me contar quem ela era. Pelo menos, nenhuma que me viesse à cabeça.

– Não, mas acho que é melhor assim.

– Não queres que te diga quem é? – Ele manteve o seu sorriso, educadamente.

Antes que pudesse responder, um barulho dum leque fê-lo voltar-se para trás.

– Parece que se estão a divertir bastante.

– Oh, estávamos agora mesmo a falar de ti. – Gakupo fez uma vénia, à qual ela correspondeu com um pequeno sorriso.

– Hmm. Len, será que poderias vir comigo por um segundo?

Arqueei a sobrancelha e acenei com a cabeça, fazendo com que ela sorrisse.

– Ora, e eu que esperava que fossemos dançar mais uma vez para conversarmos como velhos amigos.

– Desculpa, mas vou ter que passar isso.

Gakupo continuava com um sorriso, mas fez uma expressão confusa. – Algum motivo em especial?

– Uma promessa que fiz.

Ela sorriu para mim e eu desviei o olhar, sentindo as minhas bochechas corar violentamente. Gumi começou a rir-se ao ver o cenário, e Rin e Piko não haviam percebido nada do que havia acontecido. Gakupo apenas continuava a sorrir. Então, ela puxou-me por uma mão, murmurando um “com licença”, levando-me para um dos corredores abandonados do castelo.

– N-Não precisas de levar de levar a promessa tão a sério, eu–

– Oh, mas afinal de contas, eu também te fiz uma, certo? Acho que seria justo cumprir a minha parte, tal como tu fizeste com a tua.

Pisquei os olhos várias vezes, enquanto ela sorria. – Já alguma vez viste os jardins deste castelo? Também são bastante bonitos. – Acenei negativamente com a cabeça e ela puxou-me pela mão que ainda não havia largado. E ao sentir os dedos dela entrelaçarem-se nos meus, comecei a perceber que aquilo fazia sentido.

Havia-me questionado muitas vezes do que é que estava a fazer com a minha vida. Apesar do objetivo destes bailes ser encontrar alguém com quem nos casarmos, a verdade é que eu continuava a falar com uma completa estranha que se recusava a dizer-me quem era.

Mas, as coisas faziam sentido quando estava com ela. E porque é que isto acontecia?

Não fazia ideia. Apenas parecia ser certo, de alguma maneira inexplicável.

– Olha, hibiscos e lírios.

Ela apontou para as flores à nossa frente, sem eu sequer me aperceber que já nos encontrávamos no jardim. Sorriu e segurou nas minhas duas mãos ao virar-se para mim.

– Sabes…o medo é uma coisa curiosa…apesar de parecer que realmente existe em certas situações, é algo apenas psicológico.

Desviou o olhar dela para o chão, e eu arqueei uma sobrancelha. Com tudo o que se havia passado com a minha irmã e Piko, havia-me esquecido completamente de que provavelmente ela viria dar-me uma nova lição. Foi então que deixei os meus olhos passearem pelo vestido dela, que trazia duas cores – podia uma delas ser sequer considerada uma cor? – preto com folhos transparentes.

– Preto…mas preto é a cor da solidão, não?

Ela olhou para mim e sorriu, antes de acenar com a cabeça. – O medo é representado pelo transparente.

– Transparente…? Isso é sequer uma cor?

Ela começou a rir, e eu arqueei uma sobrancelha. – É fácil, Len. A verdade é que o medo não tem uma cor definida. Para uns, com medo de hospitais, pode ser branco. Para outros, com medo do escuro, pode ser preto. Então ele é transparente, para que possa tomar a forma que nos assusta. Mas a verdade, é que ele não existe.

– Não existe? – Cruzei os braços, sem perceber o que é que ela estava a dizer.

– É um sentimento forjado pelo nosso cérebro para nos impedir de fazer o que realmente queremos.

– Isso não faz muito sentido… – Disse, arqueando uma sobrancelha, sem perceber o que ela estava a dizer. – É como se estivesses a dizer que o medo é falso.

– E é. Ora, pensa comigo, Len. Se o medo não existir, tu consegues fazer todas as coisas que normalmente não conseguirias por seres impedido por tal sentimento, certo?

– Uh, obviamente.

– O nosso cérebro cria tal sentimento para nos impedir de seguir sempre o que o coração quer. Percebes agora? Tal como te disse antes, se tivéssemos a liberdade de fazer tudo o que quiséssemos, íamos ter problemas. Se o teu cérebro não parasse o teu coração de agir como quisesse, então, mesmo que isso violasse algumas regras, acabarias por ter mais liberdade em algumas coisas.

Ela pegou nas minhas mãos e entrelaçou os dedos dela com os meus, sorrindo. – Já fez sentido?

Acenei e sorri de volta, e juntei a minha testa à dela, fazendo-a corar. Olhei para baixo e suspirei. – Gostava de não ter medo para fazer uma coisa.

– O quê?

– Ser como a minha irmã.

Ela piscou os olhos várias vezes, olhando para baixo em seguida. – Hmm…em que sentido…?

– Poder casar-me com quem quiser, independentemente do estado financeiro.

Ela afastou-se de mim e largou-me uma das mãos, fazendo-me festinhas em cima da cabeça. – Sabes uma coisa, Len? Eu amo a tua voz.

Senti o meu coração quase a pular do peito ao ouvir o início a frase dela. Esbocei um pequeno sorriso. Antes que pudesse falar, ela interrompeu-me.

– Mas há uma coisa que eu amo mais, que é o teu sorriso. Por isso, sorri. – Com as duas mãos, puxou-me as bochechas para a minha boca ficar com forma de sorriso. Quando olhou para a minha figura naquele estado, começou a rir. Não aqueles pequenos risos que ela dava de vez em quando, mas puras gargalhadas. – A-A t-tua cara… – Disse a meio dos risos, enquanto segurava a barriga dela.

– Que idiota. – Fiz-lhe o mesmo às bochechas e sorri. – Sabes uma coisa? – Ela murmurou um pequeno “hmmm?” e eu continuei. – Também amo a tua voz e o teu sorriso.

– Quando tiveres medo, lembra-te deles então. Pode ser que te ajudem a passar o medo. – Ela sorriu e fez-me outra festinha na cabeça, antes de se virar e cruzar as mãos dela atrás das costas. – Acho que está na hora de ir embora, Len.

– Até à próxima, então.

Ela colocou o seu leque à frente da cara enquanto me acenava com a outra mão, indo-se embora.

O transparente é a cor indefinida que toma forma dos nossos receios. Vide…o medo.



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Notas finais do capítulo

Well, a verdade é que estava a planear uma coisa para este capítulo e saiu outra por eu querer estender. Fazer o quê, né. |:
Larihoo~ para variar a história não desenrolou nada porque eu só sirvo para escrever linguiça. Peço desculpa pelo capítulo failzord 8D'
Sendo séria agora, se não conseguir continuar, provavelmente acabo a história nos próximos capítulos. Não quero estender e estragar a única história que tenho de que gosto~ |:
Até à próxima ♥



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