Sempre Juntas escrita por Jiinx93


Capítulo 4
Capítulo 3 - segunda parte




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Já era tarde da noite e Kayle continuava no escritório, fazendo esboços de projetos. Sentia a vista arder e a coluna reclamar, mas era muito melhor que ter de voltar a casa dos pais sem ter nada que fazer. Então lembranças de Liv viriam e a dor seria muito pior, pois seria no coração, dor de saudade.

Tirando os óculos deixou os esboços de lado e abriu o notebook, entrou em seu e-mail e começou a deletar os recados não importantes até que um deles lhe chamou a atenção, pois dizia ser um convite para uma festa na casa das Montesino. Abriu o e-mail, estranhando-o.

  

Queridos amigos,

  sei que é um convite inesperado e de última hora, mas

  estou em dívida com vocês. Espero-os aqui em minha

  casa para uma festa a fantasia neste fim de semana, às 20:30.

  Conto com vocês.

  Beijos,

  Liv

O que ela está aprontando?

Kayle sentiu o celular vibra, era Rafaella uma grande amiga.

 - Oi Rafa...

 - Oi Kayle, que historia é essa de festa na casa das Montesino? Você não está na casa dos seus pais?

 - Acabei de ler o e-mail, não sei que festa é essa. Liv está aprontando alguma...

 - E você terá de ir lá pra descobrir o que é.

 - Não sei, eu...

 - Bem, eu vou! Minha amiga resolveu voltar a sociedade e eu estou morrendo de saudades. Até lá.

 - Tchau – respondeu e a outra desligou.

Pegou o porta retrato com a foto de Liv em cima da mesa e fitou-a por alguns instantes.

 - Não me decepcione Liv... Espero que tenha voltado.

***

Sábado chegara e os preparativos para a festa já estavam prontos. Liv conseguira contratar os serviços de um Buffet de última hora e também uma DJ.

Agora decorava o quarto com velas e pétalas e rosa. Já estava pronta em sua fantasia de dama do século XXV e faltava pouco para as 20:30. Trancou o quarto, empurrou a cadeira até o elevador e desceu à sala para esperar os convidados e a pessoa mais importante de sua vida.

***

(KAYLE)

22:00 hs, avisava o relógio.

Já havia olhado para ele mais de mil vezes nas últimas duas horas tentando criar coragem de ir à festa em minha própria casa.

Mas e se ela ainda estivesse fria como antes? Esse apenas conseguisse me magoar ainda mais indo até ela?

De repente deixei os “e se” de lado e criei coragem. Vesti minha fantasia e peguei as chaves do carro rumando para a festa.

É claro que cheguei depois de todos e os olhares se voltaram para mim. Sabia do efeito que causava nas pessoas. Não era burra, nem cega e acho que a fantasia ajudou um pouco.

 - Minha nossa Zorro, está atrasada! – Reclamou Rafa, vindo em minha direção com uma taça estendida para mim.

 - Como sabe quem sou? – Perguntei, fazendo graça.  

 - Do mesmo jeito que sabe quem sou eu. – Respondeu.

 - É que você é a única ruiva, baixinha, que se vestiria de Mulher Gato, Rafa.

Rimos juntas indo para um canto mais sossegado.

 - Onde ela está? – Perguntei, num impulso.

 - Ali do outro lado, com o resto do clube da Luluzinha – respondeu apontando uma rodinha de mulheres.

Virei para onde Rafa apontava, foi então que a vi. Linda em um vestido do século XXV. Ela sorria para as amigas e no rosto trazia uma expressão leve, que eu não via a muito tempo. Mais precisamente há um ano.

De repente nossos olhares se encontraram e percebi ela interromper o que dizia. Meu coração deu um salto e sem que percebesse já estava parada em sua frente.

Não sabia o que dizer. Senti suas amigas se afastarem deixando-nos a sós. A música antes agitada mudou para um ritmo mais suave e romântico.

 - Será que a senhorita ma concederia a honra dessa dança? – Perguntei estendendo-lhe mão.

 - Kayle eu não sei, eu... – começou, mostrando a si mesma na cadeira de rodas.

Puxei-a de cadeira segurando-a firme em meus braços e comecei a balançar no ritmo da musica. Todos os olhares se voltavam a nós agora.

 - Confie em mim – disse-lhe – minha esposa costumava dizer que eu era um verdadeiro pé de valsa.

Ela riu e enterrou o rosto em meu ombro.

 - Bem, ela tinha razão – sussurrou em meu ouvido.

Senti um arrepio em meu corpo só pelo fato de ter seus lábios tão próximos e sabia que ela percebera isso.

Ela afastou o rosto um pouco e tocou meu rosto com sua mão.

 - Senti sua falta - disse-me, olhando em meus olhos.

Quando eu ia responder vi Liv ser tirada dos meus braços e levada até sua cadeira de rodas e seguida afastada até o centro da sala.

***

(LÍVIA)

Não entendi quando fui afastada de Kayle e vendo minha expressão de interrogação, meus amigos, já um pouco “altos” por conta da bebida, resolveram explicar.

 - Relaxa Liv, só está na hora da dona da festa nos dar a honra de suas palavras.

Já no meio da sala a música parou e todos os olhares estavam em mim.

 - Bem, me disseram que devo dizer algumas coisas, então... – comecei, olhando todos – me desculpem se sair muitas bobagens.

Vi Kayle meio distante me observando, então, foquei em seus olhos.

“Bom, sei que ninguém entendeu o motivo dessa festa tão repentina, mas a verdade é que depois do acidente que sofri e a volta de um coma eu mudei muito. Me tranquei em meu mundinho e passei a afastar as pessoas mais importantes da minha vida, como vocês que estão aqui hoje. E tudo isso por causa de um preconceito idiota contra eu mesma”.

Eu não sabia como lidar com a situação em que me encontrava e escolhi a saída mais fácil, fugir.

Há alguns dias alguém me abriu os olhos de como eu estava errada em minhas atitudes, me mostrou que eu estava fazendo pessoas importantes sofrerem.

O motivo real dessa festa é para mostrar a todos vocês que a velha Liv está de volta, com algumas mudanças, mas com os mesmos valores de antes e com as forças renovadas para ultrapassar qualquer obstáculo que me aparecer.”

 - Viva a Lívia!! – Gritaram ao fim do meu discurso e no fundo da sala vi Kayle estendendo sua taça em minha direção, acompanhando o “Viva” com o meu sorriso estampado em seu rosto.

***

Os últimos convidados já se dispersavam e Kayle se encontrava encostada na janela observando o céu estrelado.

 - Acho que todos já foram – disse Liv no meio da sala.

Kayle fechou a cortina e caminhou até Liv.

 - Linda festa – comentou, parando a sua frente.

 - Obrigada, eu só... – foi interrompida por Kayle que inesperadamente abaixou-se e tomou os lábios de Liv com os seus.

Liv sentiu um leve tremor com o toque daqueles lábios. Era um beijo de saudade, amor, desejo e ela se entregou inteira naquele momento.

Kayle beijava Liv com volúpia, desespero até. Precisava de Liv, não agüentava mais essa distancia, essa falta de Liv que lhe apertava o coração.

Separaram-se contrariadas, mas precisavam de ar.

 - Eu precisava disso... Há muito tempo – disse, tocando o rosto de Liv e olhando em seus olhos – Não consigo mais ficar longe de você Liv. Eu te amo Preciso de você.

 - E você me tem Kayle – respondeu Liv, deixando escapar lágrimas de seus olhos – Sei que fui uma idiota, mas nunca deixei de te mar. Meu amor é e sempre será somente seu.

E beijaram-se novamente revelando todo o desejo que sentiam.

Kayle tomou Liv em seus braços e subiu as escadas até o quarto do casal. A porta estava trancada, mas Liv estendeu-lhe a chave.

 - Surpresa – sussurrou no ouvido de Kayle.

O quarto estava todo decorado com rosas, pétalas, velas espalhadas e uma música tocava ao fundo.

 - Perfeito – disse Kayle deitando Liv na cama – Como em nossa primeira noite.

Logo retomaram os beijos, as mãos deslizavam pelos corpos, que se espremiam tentando fundir um ao outro.

As roupas já não eram uma barreira, se encontravam perdidas pelo chão, onde foram atiradas.

Liv sentia a pele arrepiar a cada toque dos lábios de Kayle. Seu peito se enchia de amor a cada toque delicado das mãos, a cada sussurro em seu ouvido.

E foi, depois de sofrer uma deliciosa tortura, levada ao ápice do prazer.

Virou-se para Kayle e encontrou-a tentando recuperar o próprio fôlego.

Deitou a cabeça em seu ombro e sentiu-se ser abraçada por ela e ali ficou até adormecer sorrindo e com a certeza de que era a mulher mais feliz do mundo. Mas antes ainda conseguiu deixar algumas palavras escapar-lhe dos lábios.

 - Sempre juntas Kayle. Eu te amo...

Kayle apertou-a mais em seus braços e depositou-lhe um beijo na cabeça.

 - Que bom que voltou meu amor – sussurrou entregando-se ao sono também.  


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Notas finais do capítulo

Agora só falta o epílogo e terminamos Sempre Juntas.Até mais.