Aquela mulher deixa aquela casa completamente ensangüentada e ofegante, topara com três vampiros lá e tinha que acabar com eles, não poderia deixar esses monstros vivos, mesmo ela sendo o que era. Eva estava cansada de ser uma deles, queria se livrar dessa carga, voltar para sua irmã, voltar para Dean, voltar para sua vida. Mas antes que isso acontecesse ela tinha que encontrar o Peter e acabar com ele, mas estava ainda mais difícil seguir o rastro dele.

     Ela caminhou pelo jardim e elevou a mão até o rosto no lugar onde havia um talho grande que sangrava, mas ela nem se importou, pegou seu celular e discou um numero. Enquanto ela esperava a ligação completar o talho começou a cicatrizar, essa era a vantagem de ser vampira, não ter que esperar uma semana para se curar completamente.

     - Nada feito Jô, ele não estava aqui. – falou a jovem quando uma moça atendeu o telefone em um bar chamado “Bar da estrada”

     - Sinto muito Eva, vamos continuar tentando, mas é estranho. Dessa vez Ash tinha certeza.

     - Eu já não sei o que pensar Jô, acho que tenho que me acostumar com a idéia de que vou ficar assim para sempre.

     - Não vai não, você é forte e vai encontrar o Peter e nós vamos continuar ajudando. – falou a jovem.

     - Obrigada Jô, você tem sido ótima comigo.

     - Como irmãs, lembra?

     - Com certeza. – Sorriu Eva. – Até mais Jô.

     - Até mais. – Eva desligou e observou a agenda do celular por um tempo. O primeiro numero que tinha era Angela, ela se sentia muito mal por ter feito aquilo, saído da vida deles daquela forma. Apertou o botão “send” e esperou a irmã atender, mas ao invés disso, a voz eletrônica informou que o numero havia sido desabilitado. Eva achou estranho e desceu mais na agenda, chegando a Dean, apertou novamente o “send” e a mesma coisa ocorreu. Não conformada e já muito preocupada chegou a Sam e da mesma forma o numero dele havia sido desabilitado. – Mas o que esta acontecendo? – então ela resolveu ligar para a única pessoa que jamais trocaria de numero, o Bobby.

     - Alô. – respondeu a voz rouca do outro lado da linha.

     - Tio, é Eva.

     - Oi minha pequena, como você esta?

     - Preocupada tio, liguei para Angela, Dean e Sam, mas os números foram desabilitados.

     - Eles trocaram de número Eva, todos eles. – respondeu Bobby com a voz triste. – Já que você tinha ido, resolveram te matar de vez na vida deles.

     - Eu preciso saber onde eles estão tio, preciso me redimir e pedir para que eles me aceitem do jeito que estou, porque acho que não serei mais a mesma Eva.

     - Estão em um caso agora, antes de trocarem o numero, Dean recebeu uma ligação de uma velha amiga.

     - Quem? – perguntou Eva curiosa.

     - Beth Granstaff, acho. – falou Bobby.

     - Não acredito! Me diz em qual cidade eles estão tio, tenho que encontrá-los, agora mais do que nunca.

     - Subúrbio de Towson, Baltimore.

     - Obrigada Tio.

     - De nada garota e vê se agora você toma jeito e não afasta aqueles que mais te ama.

     - Pode deixar tio. – Eva desligou o celular e subiu na moto, talvez se ela pilotasse a noite toda chegasse na cidade antes do sol nascer e ela tinha razão, eram quatro horas da manhã quando a moto estacionou no Towson East Motel elas os encontrou seguindo o cheiro do sangue, foi super fácil. Confirmou suas suspeitas quando viu o impala e a pick-up no estacionamento. Respirou fundo e seguiu até o ultimo quarto, queria falar com Angela primeiro, saber se ela a perdoaria por ter saído daquela forma, mas com certeza ela estaria com o Sam, ficaria sem graça de atrapalhar, então se voltou para o quarto ao lado o de Dean. Abriu a fechadura com muita facilidade e entrou devagar e acendeu a luz, não acreditou no que viu. Dean estava deitado e ao seu lado estava Beth.

     O loiro encarou Eva e se levantou em um salto, Eva saiu do quarto. Dean veio logo atrás.

     - Eva. – falou ele segurando no braço da jovem que se virou com os olhos na cor prata. – Espera.

     - Quer saber, vai pro inferno ou melhor, volta para lá e me esquece.

     - Você nos abandonou.

     - Agora a culpa é minha? – falou ela se alterando. – você não consegue ver um rabo de saia e a culpa é minha, dane-se Dean.

     - O que está acontecendo aqui. – falou Angela abrindo a porta do quarto. – Eva, o que faz aqui?

     - Eu vim pedir perdão por ter agido como uma perfeita idiota, mas parece que vocês já se acostumaram sem mim. Perdi a droga do meu tempo. – falou ela já gritando, chamando a atenção de todos naquele lugar.

     - Eva, é melhor você entrar e conversarmos. – falou Dean.

     - Quer mesmo que eu entre Dean, dirigi a noite toda e estou faminta e acredite não me importaria de arrancar a cabeça daquela vadia na sua cama e a sua também.

     - Não aconteceu nada Eva. – falou o loiro.

     - Agora mente para mim?

     - Eu juro, nós apenas estávamos estudando e pegamos no sono.

     - Desde quando você estuda Dean?

     - Desde quando um caso exige estudo.

     - Alguém tira ele da minha frente ou eu juro que vou perder a cabeça.

     - Ótimo, vai em frente. – Dean se aproximou de Eva e ficou tão perto como se fosse beijá-la. – Você sabe que eu não mentiria, eu te amo. Não me deitaria com outra mulher enquanto minha cama pertencesse a você.

     - Porque será que eu não consigo acreditar em uma só palavra que sai da sua boca? – Eva estava séria, porém começou a chorar.

     - Acredite, porque é a pura verdade. – antes que Eva pudesse responder, Dean abriu a porta do quarto e a empurrou para dentro, bem a tempo de evitar que os primeiros raios do sol a tocasse.

     - Eva Walters, sempre desconfiada.

     - Beth Granstaff, você não mudou nada e quando eu digo nada é nada mesmo, inclusive a sua arrogância e prepotência.

     - Ouch! Já você, parece uma outra pessoa.

     - E eu sou, então é melhor você ficar na sua e sair do meu caminho, não iria tentar me controlar se viesse uma vontade forte de te estrangular.

     - Deus, me dá paciência porque o dia vai ser comprido. – falou Dean olhando as jovens soltarem faísca pelo olhar.