A Far-off Memory escrita por LawlietShoujo


Capítulo 3
Aquele garoto de olhar profundo


Notas iniciais do capítulo

Gomennasai pela demora! Com o ENEM e outros probleminhas, não tive muito tempo :(Espero que gostem da leitura!



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"Quem era aquele menino...?", Ryutaro afunda a cabeça no travesseiro de seu quarto. Seu corpo ainda estava convalescente e ele se sentia muito fraco, desanimado. Estava levemente impressionado com o que acontecera no hospital - aquele garoto de olhar profundo emanava muita bondade e preocupação. Sera que ele o havia confundido com outra pessoa?

O pequeno Shimizu grunhe ao mudar de posição, porque suas costas latejavam de dor. Ele passa a mão sobre seus cabelos e então sente algo gelado o arranhar a testa. Era um anel. Não conseguia dizer de onde aquilo viera, não se lembrava de usar um anel no dedo.

– Ryucchan, aqui está o seu leite.

– Obrigado, mãe. - O garoto pega o copo, olhando para a mulher ao seu lado e mostrando o dedo anelar. - Foi a senhora quem me deu este anel?

– Não, você deve ter achado em algum lugar.

– É até bonito. Ah, mãe, vou aproveitar as férias para terminar de pintar meu avião de madeira!

A mulher vacila, recuando um pouco. Ele havia terminado aquilo há dois meses, logo, não se lembrava. Se soubesse disso, iria receber a notícia da perda de memória de forma muito precoce.

– Eu terminei por você, querido. Queria te fazer uma surpresa.

– Poxa, mãe! Aquela era minha diversão! Por que fez isso?

– Desculpe, eu queria fazer algo para que se lembrasse de mim no futuro. - Aquela conversa sentimental era típica de Aiya, que a utilizava para muitos propósitos, e chantagem emocional às vezes funcionava com o garoto.

– Tudo bem. - Ele suspira, revirando os olhos, mas em seguida toma um gole do leite e sorri. - Estou ansioso pra ver como ficou.

– Fiz algumas mudanças nos móveis da casa também, então não se assuste, sim?

– Caramba, a senhora caprichou, huh? - Ele diz entre dentes, rindo baixinho. Mas seu olhar agora estava distante, pois pensava no garoto de cabelos negros que o abordara na escadaria do hospital.

Aiya afasta os fios ruivos do filho com a mão e lhe beija a testa, se retirando do quarto em silêncio. O menino contempla o anel, tocando-o com o polegar da outra mão e admirando os detalhes daquele adereço. Pega o copo de leite, tomando tudo em pequenos goles enquanto pensava em qualquer coisa que vinha à sua mente. Mas quanto mais se esforçava para ficar distraído, mais a imagem daqueles olhos profundos vinha à sua mente. Resolve andar pela vizinhança, levantando-se com dificuldade e indo pedir permissão.

– De jeito nenhum! Você tem que se recuperar!

– Mãe, do que adianta eu vegetar em casa? Ande, deixe! Não me demoro.

– Está bem. Mas não é pra ficar muito tempo fora.

O garoto já não mais ouvia - com a velocidade que pôde empregar deixa a casa, ganhando a rua com facilidade. O Sol ofusca seus olhos acinzentados, obrigando-o a deixá-los semi-cerrados até que se acostumassem. A rua parecia estar um pouco diferente do que se lembrava - será que era apenas uma cisma dele?

Continua caminhando, respirando pausadamente e aproveitando o dia com pouquíssimas nuvens. Ele sente o vento tocar seu corpo - gostava de quando estava calor, mas a própria natureza dava um jeito de refrescar seus hóspedes. Sem rumo, ele vaga pelas ruas, esfregando o anel com o polegar. Podia sentir uma energia boa naquele acessório, mas não conseguia recordar quando o havia ganhado. Talvez ele o tivesse achado em algum lugar, como sua mãe disse.

Quando resolve voltar para casa, vê uma figura na rua que atrai sua atenção de forma inevitável. "O menino do hospital!", Ryutaro pensa, apressando-se para alcançá-lo. Mesmo com dor, põe-se a correr o mais rápido possível, sem conseguir pensar em outra forma de chamar aquele garoto.

– Ei! Você! O menino do hospital! Ei! - O ruivinho grita, tentando fazer com que o outro olhasse para ele.

Obteve resultado. Yosuke se vira bruscamente ao ouvir a voz de seu pequeno amado, mas só depois presta atenção no vocativo - "menino do hospital". Ele não se lembrava ainda. Em seguida, se lembra do que a mãe de Ryutaro disse sobre se manter distante até que as memórias deste voltassem. Ele volta a olhar para frente, preparando sua evasiva, mas a mão fina do outro o segura pelo braço.

– Finalmente te alcancei! - Ryutaro se apoia no outro, ofegante e sentindo dor.

– Ryu--- Ei, você está bem?

– Estou. - O ruivo solta Yosuke, o encarando com uma expressão indecifrável, ainda arfando um pouco. - Você me abordou no corredor daquele hospital, se lembra?

– Ah, é você. Foi um engano. Desculpe.

– Mas... Você me chamou pelo nome! Tem certeza que não nos conhecemos?

– Absoluta certeza. Você devia estar atordoado, sua mãe me disse que sofreu um acidente, mas como eu vi que você não era quem eu procurava, não o cumprimentei.

– Hm... Entendo... Sendo assim, tudo bem. Bem, eu sou o Ryutaro. Shimizu Ryutaro. Prazer em conhecê-lo.

– Eu sou Yos--- Ah, não importa. Com licença.

O moreno dá de ombros, seguindo o caminho que anteriormente tomara. Um pouco antes de se afastar, ouve Ryutaro chamar por ele, perguntando seu nome mais uma vez. Não olha para trás - seu rosto já havia sido molhado por lágrimas, que saíam sem o menor esforço.

– Ryutaro... Por favor... Lembre-se de mim...


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Notas finais do capítulo

Vou me esforçar para não demorar tanto! >___



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