A Lenda da Lua escrita por Paola_B_B


Capítulo 79
Capítulo 23 - Reconstruindo nosso amado lar (P3)


Notas iniciais do capítulo

Oiii gente :D Finalmente a última parte do último capítulo. Espero que vocês gostem.



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Na saída enrosquei meu braço no seu, mas Peter ignorou meu gesto e segurou minha mãe entrelaçando nossos dedos.

- Eu queria ter dito antes de voltar aqui, mas resolvi pensar melhor nisso antes de te falar. Minha opinião não mudou. Não quero esconder, para falar bem a verdade acho que nem conseguiria. Meu olhar diz tudo Bruna. O seu olhar também. É impossível dizer que somos apenas amigos. Eu amo você e não quero esconder isso. As consequências eu teria que colhê-las um dia ou outro. Além do mais todos já me olham diferente mesmo.

O olhei emocionada e ele beijou as costas da minha mão. Fiquei na ponta dos pés para lhe beijar, mas antes que eu pudesse fazer qualquer coisa flashes me cegaram.

Pisquei rapidamente e me virei na direção de uma montanha de repórteres na porta do restaurante.

- Agora eu entendo a bronca de mamãe com os repórteres. – bufei.

Peter riu e nós saímos do prédio.

- Princesa! Princesa, por favor! – pediam me cercando.

Fiquei um pouco perdida.

- Você veio se reunir com Samuel Scott e seus companheiros de partido?

- Quem? – perguntei confusa.

Senti os lábios de Peter em minha orelha.

- Os políticos com quem falou antes. – sussurrou.

- Oh! Verdade, desculpem. Não liguei o nome à pessoa. – sorri largamente.

Alguns corações dispararam e eu rapidamente diminuí o sorriso.

- Na verdade não vim me encontrar com eles, vim apenas jantar com meu namorado. – os repórteres pareceram surpresos com minhas palavras. – Mas eu acabei me encontrando com eles quando cheguei. E fiquei feliz em resolver os assuntos que trataríamos amanhã de modo que minha agenda esvaziou. 

- Que assuntos foram esses?

- Seu pai está feliz com seu namoro?

Ok, a pergunta relacionada a minha vida pessoal me pegou de surpresa.

- Er, eles queriam apenas ter certeza da decisão de meu pai, já que com toda a descoberta do portal era natural que ele agisse sem pensar muito. Mas não teve falta de pensamento diante dos assuntos. E meu trabalho foi apenas confirmar as decisões de meu pai.

Antes que eles pudessem fazer mais perguntas os repórteres começaram a receber informações de que seria televisionado a entrada na Lua.

Troquei um olhar rápido com Pete e seguimos até umas das vans de televisão.

- Podemos ver também? – pediu meu namorado.

- Claro... – a repórter murmurou abrindo um pouco de espaço.

A imagem era do portal. A filmagem estava focalizada em meus pais que andaram em direção ao portal. Papai rugiu como Peter havia lhe dito. Logo alguém aparecia.

- Oh Meu Deus! – exclamei ao reconhecer aquele rosto.

- Aquele é... – Peter também estava abismado.

- Quem? – perguntou uma mulher nervosa com o nosso suspense.

- Aquele é rei Argos. O primeiro rei lunar. – explicou meu namorado.

- Meu tatara-tatara-avô. Ou algo assim. – disse confusa.

Os humanos que escutaram a nossa conversa ficaram admirados. Com o olhar fixo nas imagens da televisão observamos com ansiedade a entrada de meus mais no portal seguidos dos lunares que os acompanharam. Tia Bella e tio Ed foram os últimos a entrar.

Os militares hesitaram antes de seguir, mas os arqueólogos estavam tão entusiasmados em entrar no astro que não se intimidaram e seguiram para o portal.

A transmissão caiu.

Meus ouvidos captavam as respirações aceleradas e os corações disparados. Para que depois de exatos 60 segundos um suspiro coletivo acontecesse. A transmissão voltou em perfeitas condições, mas a paisagem era diferente. Na verdade só conseguimos enxergar verde, como se a câmera estivesse apontada para o chão. 

- Eu não sei se ainda estamos transmitindo via satélite, mas a câmera está gravando. – a voz de um dos homens soou e a câmera se ergueu.

O foco foi direto em meus pais. Papai estava sentado sob suas pernas e todo inclinado, seu rosto de encontro ao chão enquanto suas mãos seguravam firmemente a grama. Seus soluços eram audíveis e seu corpo tremia com o choro. Mamãe estava ajoelhada ao seu lado com o rosto escondido nas costas de papai enquanto seus braços o abraçavam. Ela chorava também.

Meus olhos encheram-se com a cena.

- Nós voltamos meu rei! – um dos lunares gritou com alegria.

Os risos estavam soltos no ar.

- Porque ele está chorando? Deveria estar mostrando sua força diante de seu povo. – reconheci a voz sendo do general Vega.

- Vocês humanos... – tio Ed tinha um tom desaprovador na voz. – O fato dele chorar não mostra fraqueza, muito pelo contrário. Mostra o quanto ele se importa e isso só o torna mais amado por seu povo, e o amor de seu povo o torna muito mais forte.

- Hey Noah! Filma lá! – uma voz humana gritou e imediatamente a câmera moveu-se rapidamente filmando o céu.

As pessoas a nossa volta arfaram.

- É lindo...

E era. Lindo era pouco. Simplesmente magnífico. Se fotos da Terra nos deixam admirados, se imagens dela feitas digitalmente e mostradas em filmes nos emocionavam, a imagem ao vivo era simplesmente de tirar o fôlego.

O entardecer chegava na parte da Lua em que estavam de modo que o azul do planeta contrastava com o rosa, laranja e lilás. Sem contar com algumas estrelas já visíveis. De um modo que nunca imaginei as cores quentes se misturavam com as frias de modo harmonioso.

POV Edward

A emoção era enorme na Lua. Bella estava em silêncio, mas as lágrimas escorriam por seu rosto parando em seu imenso sorriso. Ela segurava a minha mão firmemente.

Daniel ainda chorava e agradecia mentalmente com todas as suas forças aos seus antepassados.

Os outros lunares demonstravam sua alegria com risos e olhares brilhantes a toda a nossa volta.

Os pensamentos eram tão felizes que foi impossível não se sentir feliz também.

Os humanos estavam admirados e completamente encantados com tudo a volta. O céu foi o que mais lhes chamou a atenção e não era pra menos, pois o céu da Lua era sem sombras de dúvidas umas das mais belas paisagens que já tive o prazer de ver.

Logo os humanos se distraíram com a diferente vegetação, notando que apesar das folhas das árvores serem verdes assim como as folhas da vegetação terrestre, elas brilhavam prateadas com a luz do sol. Refletindo na Terra a tão característica cor lunar. O cheiro também era delicioso, nada de poluição, mas também não parecia com o cheiro de terra molhada das florestas. O cheiro era mais doce, quase floral... Eu já havia me esquecido de como era gostoso.

Quando o emocional controlou-se e o choro cessou Dan ergueu-se limpando as lágrimas e sorrindo.

- Acho melhor seguirmos para a cidade. Não criem muita esperança de encontrar suas antigas casas inteiras. Eu realmente não sei em que estado estarão. De acordo com as pinturas de minha filha acredito que só encontraremos ruínas.

- Em qual dos portais estamos majestade? A mata está muito fechada e não reconheço esse portal. Eu costumava usar o portal do Leste. – perguntou um dos lunares.

- Pelo cheiro suave dos jardins de Isis estamos no portal do Norte, Renan. – quem respondeu foi Nati.

Renan estava certo, a mata estava realmente fechada em volta da clareira que ficava o portal. Estranhamente a grama era baixa em um circulo perfeito no qual os pilares ficavam exatamente no centro.

- Se seguirmos por ali levaremos umas duas horas para chegarmos a cidade. – apontou Dan para o meio da floresta.

- Dan, esqueceu de um detalhe. – Bella se pronunciou. – Os humanos não acompanharão nossa corrida.

- É verdade! Tinha me esquecido deles, estão tão em silêncio. – sorriu provocativo. – Podemos dar uma carona... Se ninguém se importar é claro.

Não foi muito do agrado nem da parte humana e nem da parte lunar. Poucos não tinham pensamentos desagradáveis em relação a carona. Para as duas partes era um tanto humilhante.

Mas como eram apenas 7 humanos e quase vinte lunares nem todos precisaram ajudar os humanos.

- Eu sugiro que fechem os olhos ou se sentiram um tanto enjoados. – Bella sorriu com a humana chamada Nicole ao seu lado.

Nicole assentiu com os olhos arregalados os fechando em seguida. Minha esposa riu e segurou a humana pela cintura a erguendo fora do chão.

Não carreguei nenhum humano já que era difícil para eles estar tão próximos a mim.

A corrida finalmente começou. Passávamos entre as árvores como uma dança supersônica. Os pensamentos dos humanos me divertiam extremamente. Para eles era como estar em uma montanha russa. Ou seja, um misto de diversão, enjoo e muito medo.

Nossos olhos aguçados já começavam a captar a vegetação um pouco mais baixa até finalmente nos depararmos com uma grande extensão de grama. Quando finalmente chegamos ao gramado nós avistamos a cidade. Ou melhor, às ruínas da cidade.

A corrida parou quando sob nossos pés sentimos as pedras. Os humanos foram colocados no chão reclamando de enjoo e tontura. Os lunares não se seguraram e correram pela cidade, cada um em busca de sua antiga casa.

Os passos da família real e dos humanos foram lentos. Todos nós observávamos o que restara da civilização da lunar. As casas construídas com pedras extremamente grossas estavam parcialmente destruídas, as marcas de batalha eram muito fortes. Tudo fora destruído, até mesmo o prédio da escola.

O rosto de Daniel, Nati e Bella entristeciam a cada constatação de destruição.

Algumas vegetações cresceram entre as pedras causando ainda mais impacto naqueles que conheceram a cidade em seus tempos dourados. As trepadeiras cobriam pilares de luz e os humanos começavam a se assustar em como era avançada a tecnologia. Obviamente não existia luz elétrica, mas os lampiões foram inventados pelos lunares muito antes que a tecnologia humana chegasse a esse ponto no quesito invenções. Fico me perguntando o que os humanos pensarão quando descobrirem que a cidade tem um imenso sistema de encanamento e esgoto, com direito a um enorme filtro antes de cair novamente em um dos rios.

Lembro que fiquei extremamente admirado quando conheci a Lua. Era extremamente surreal esse tipo de coisa na época em que vivíamos.

Finalmente chegamos aos portões do castelo. Um dos portões de ferro estava totalmente torto enquanto o outro estava caído no chão. Existiam diversos buracos na estrutura e muitas sacadas destruídas. Os belíssimos pequenos jardins que ficavam na entrada eram apenas um matagal de ervas daninhas agora. Porém mesmo com toda a destruição não deixava de ser uma belíssima e majestosa construção.

A emoção novamente tomou conta e num ato repentino Bella disparou para dentro do castelo.

- Bella! – gritou Dan, mas ela não ouviu. – Edward, eu não sei como está a estrutura... Não sei se é seguro. – disse ele nervoso.

- Fiquem aqui... Eu vou atrás dela. – disse correndo para dentro.

Fui em direção a porta principal, ou melhor, ao espaço que costumava ficar a porta. Segui o cheiro de minha princesa passando pelo grande salão e indo direto para as escadas principais.

- Bella! Espera meu anjo! – falei ao avistá-la em frente a porta do antigo escritório de seus pais.

No exato lugar onde ela presenciou as suas mortes durante a guerra.

Seus olhos estavam opacos e sua mão estava esticada em direção a porta. Fiquei em sua frente e a abracei.

- Já passou meu anjo, já passou. – sussurrei a abraçando forte.

- Por um momento me vi perdida no tempo. – murmurou correspondendo ao abraço com toda a força que possuía.

- Tudo bem amor, vamos para fora... Não sabemos se a estrutura do castelo é segura.

Ela assentiu seguindo comigo para fora.

Dan abriu os braços para a irmã que não se fez de rogada e praticamente se jogou contra ele.

- Eu vou verificar a estrutura, se estiver tudo bem venho avisar vocês. – dito isso disparei para dentro do castelo verificando as paredes principais.

Graças a Esme eu entendia um pouco sobre estruturas de edifícios.

POV Daniel

Abracei Bella e por alguns segundos ela voltou a ser minha pequena irmãzinha indefesa.

- Porque apenas o vampiro vai entrar? – perguntou curiosamente um dos homens.

- Porque se a estrutura desabar ele não irá se machucar. Se um de nós sofremos esse tipo de acidente ficaríamos horas sangrando até que fossemos resgatados. O peso dessas pedras é grande até mesmo para nós. Se algo cair em cima de Edward ele ficará bem e sem nenhum arranhão. A pele dos vampiros é praticamente impenetrável. Se vocês atirassem em nós, por exemplo, nos causariam um arranham. Se atirassem em Edward a bala iria amassar e cair no chão, e o maior dano no vampiro seria uma camisa furada. – expliquei calmamente.

- Porque usaram pedras tão pesadas? – perguntou o general Vega.

- Privacidade. – sorri. – Não é muito legal viver em uma casa em que todos escutam o que você faz no quarto com sua esposa, se é que me entendem. – ri. – As pedras são grossas o suficiente para que criem uma certa proteção acústica. Não há uma proteção completa, mas é suficiente para nos dar privacidade.

Não demorou para Edward voltar e dizer que estávamos seguros para entrar. Começamos a entrar, mas notei a hesitação de minha esposa. E logo entendi o que era.

- Vão entrando... Eu e Nati voltamos logo. – avisei minha irmã que assentiu se juntando ao marido.

Segurei a mão de Nati e segui para outra direção.

- Você não quer ver como está o castelo? – perguntou confusa.

- Depois meu bem, primeiro vamos a sua antiga casa. – seus olhos encheram-se d’água.

- Deixei minha mente aberta de novo?

- Não. – sorri. – Eu apenas conheço este seu olhar. Vamos!

Era tão triste ver a cidade tão destruída. O silêncio só a tornava ainda mais parecida com uma cidade fantasma.

Nati não morava na cidade, mas sim em uma das vilas mais afastadas. A vi pela primeira vez quando ela veio visitar uns amigos da família. Nunca imaginei que o sentimento fosse me pegar tão de repente. Lembro-me perfeitamente de ela estar junto com uma amiga, as duas davam risada de algum assunto que não prestei atenção. Elas estavam sentadas em um dos bancos da praça principal no começo da manhã.

Assim que me viram perto delas, levantaram-se fazendo uma reverência. “Bom dia majestade” as duas cumprimentaram, mas uma delas tinha as bochechas vermelhas e os olhos brilhantes. Meu cumprimento não passou de um sussurro e as duas ficaram me olhando completamente confusas. Um grito de umas das crianças que brincavam me despertou e eu me desculpei saindo rapidamente da praça.

Voltamos a nos encontrar ocasionalmente até que finalmente tomei coragem e comecei a puxar assunto. Logo me deparei completamente apaixonado e antes dela voltar para a sua vila nós demos nosso primeiro beijo.

- Eu não sei o que vou encontrar lá. – murmurou minha esposa me tirando de meus devaneios.

- Encontrará saudades. – respondi apertando minha mão a sua.

Logo nossa corrida chegou ao fim e nos deparamos com a pequena vila.

- Está tudo inteiro! Não tem destruição! – um misto de espanto e felicidade estava em minha voz.

Nati correu até sua antiga casa e eu a segui.

- Ainda tem o cheiro deles. – murmurou chorosa abraçando o próprio corpo.

Abracei com força.

- Nós vamos encontra-los Nati, não sei quando, mas nós vamos. – consolei.

Minha esposa era única de nós que não havia encontrado com os pais o que significava que eles não renasceram, ou na pior das possibilidades eles não querem aparecer para a filha. É o que mais dói em minha esposa, a possibilidade deles estarem a ignorando. O que eu realmente acho um absurdo já que eles a amavam com todas as suas forças. Lembro claramente das palavras de seu pai quando Nati me apresentou oficialmente como seu namorado.

“Se magoar minha filha eu arrancarei sua cabeça lentamente e a entregarei para os lobisomens a comerem, não me importa que seja meu príncipe.”

Nati ficara com as bochechas tão vermelhas que eu tive que segurar o riso ou seu pai acharia que eu estava rindo dele.

Minha esposa soltou-se do meu abraço lentamente e seguiu para o seu antigo quarto. Fiquei observando a casa, até os móveis estavam inteiros.

- Dan?!

- Sim? – perguntei seguindo para o quarto.

- Vou levar minhas coisas para o castelo... Acho que tem uns vestidos que darei a Bruninha. – sorri assentindo e a ajudando a juntar seus livros e roupas dentro de seu baú.

Nos mantemos em silêncio. Eu sabia que para ela era muito mais do que praticidade, era também um modo de deixar o passado no passado.

POV Bella

Os humanos olhavam o andar inferior curiosamente, para eles era tudo novidade. Desde as pinturas das paredes, até os lustres diferentes.

Fui até a sacada do meu quarto e observei o céu cada vez mais escuro. A Terra parecia ainda mais brilhosa.

- Relembrando os velhos tempos? – perguntou meu vampiro beijando meu ombro e me abraçando por trás.

Sorri.

- É bom estar de volta... Eu senti muita falta dessa paisagem.

Ficamos em silêncio apenas observando o anoitecer e o reflexo do céu no grande lago. Mas minha atenção foi atrapalhada pelos lábios gélidos do meu vampiro em meu pescoço. Suspirei com seus beijos e me virei para corresponder decentemente.

Nossas bocas se chocaram com carinho. Enrosquei meus dedos em seus cabelos os bagunçando ainda mais. O beijo tornou-se quente conforme meu vampiro me pressionava contra o muro da sacada. Gemi contra sua boca e Edward me levantou colocando-me sentada em cima do muro. Suas mãos passavam por minhas pernas e subia por baixo da minha blusa. Eu estava a beira da ebulição quando um trovão soou no céu.

Com o susto Edward me largou e eu me impulsionei para trás.

Ainda bem que meus reflexos estavam ótimos senão eu teria quebrado alguns ossos. Assim que pousei no chão estreitei meus olhos para Daniel que segurava o riso.

Fiquei tão distraída com Edward que nem reparei que ele e Nati tinham voltado. Minha cunhada sorria sentada sobre um grande baú. Os humanos também estavam por ali.

Rosnei para meu irmão que não conseguiu segurar o riso após provavelmente ter feito soar um trovão.

- Quantos anos você tem? – perguntei brava.

- Isso não é hora para amassos maninha. E vocês estavam quase além dos amassos.

- E o que tem demais nisso? – perguntei brava. – Eu por acaso atrapalho seus momentos com sua esposa?

Edward pulou da sacada e pousou delicadamente ao meu lado. Ele já ria da possível briga que estava por vir e seguiu sentando-se no chão ao lado de Nati. Os humanos também estavam sentados apenas nos observando. Notei que a câmera estava desligada.

- Não né Bella! Isso seria estranho. – fez careta.

O olhei incrédula.

- Então você pode me atrapalhar enquanto eu não? – grunhi.

- É claro! É meu papel de irmão! – sorriu largamente como se o que ele acabara de dizer fosse a coisa mais inteligente do mundo.

- Papel de irmão mais velho é apanhar da mais nova! – sorri avançando.

POV Edward

Gargalhei.

- Não vão se machucar! – gritou Nati revirando seus olhos.

- Eles estão... Brigando? – perguntou o tal Noah chocado.

Seus olhos não acompanhavam a pequena briga dos irmãos.

- Estão brincando... Você já viu filhotes de cachorro que ficam se mordendo e correndo um atrás do outro? É a mesma coisa. – Nati explicou risonha.

- Jura que você está me comparando com um cachorro? – perguntou Daniel aparecendo em nossa frente.

Bella pulou nas suas costas e bagunçou os cabelos do irmão gargalhando.

- Eu acho que vou ensinar Bruninha como se esconder de você para namorar. – o sorriso do rei desapareceu.

- Isabella Mary Swan Masen Cullen... – grunhiu perigosamente.

Minha esposa gargalhou descendo das costas do irmão e pulando em meu colo.

- Uh! Ele me chamou pelo nome inteiro! – ergueu os braços.

Foi impossível não rir. Daniel revirou os olhos.

- Relaxa maninho, é mais fácil ela me ensinar a fugir de você do que o contrário.

- Não me preocupo com isso. Peter é muito nobre. – ele deu de ombros.

- Se você diz... – murmurei prendendo o riso.

Seus olhos arregalaram.

- Você não deveria ter dito isso. – Bella riu.

Daniel caiu sentado.

- Minha menininha... – murmurou chocado.

Foi impossível não rir. Ele me olhou sério.

- Vai rindo... Não esqueça que você tem uma filha também. – meu riso morreu.

Bella e Nati estavam se divertindo com nós dois.

- Então... Nós passaremos a noite aqui? – perguntou minha princesa.

- Acho que sim... A não ser que vocês queiram ir embora ainda hoje. – respondeu o rei olhando paras os humanos.

- Já está escuro para voltarmos... Acho que não tem problema passarmos a noite aqui. - respondeu o general Vega.

- Então acho melhor encontrarmos algo para comer. - Bella levantou-se em um salto. - Estou com fome.

- Nós temos comida... Não é das melhores, mas dá para matar a fome. - sugeriu Nicole.

Bella sorriu agradecendo.

- Não se preocupe, a gente se vira com a comida.

Ela e Nati foram para dentro do castelo e logo voltaram com grandes cestas.

- Quer vir com a gente Nicole? Acho que você vai gostar dos pomares.

A humana sorriu e as acompanhou.

- A mulheres que me perdoem, mas eu não quero ficar a base de frutas. - Daniel sorriu e retirou a camisa correndo em direção ao lago pulando na água em seguida.

Ele submergiu em seguida.

- Edward! Você está espantando os peixes! - reclamou.

Tive que rir das suas palavras. Daniel sorria como um garoto travesso.

- Não me venha com essa majestade! Você que é péssimo pescador. E não eu não vou competir com você quando na verdade você quer se aproveitar das habilidades do vampiro aqui. - apontei para mim mesmo.

Sua gargalhada foi alta. Sorri. Até os humanos conseguiam sentir a alegria de Daniel e sua família. Ele mergulhou novamente voltando com peixes nas mãos colocando-os na grama. Depois de juntar uma boa quantidade ele foi até a cozinha do castelo pegar algumas travessas e facas para limpar os peixes.

Terminou seu trabalho quando as mulheres voltaram da colheita. Elas colocaram as cestas de frutas no chão e continuaram papeando. Daniel levantou-se novamente, seus pensamentos estavam focados em algumas ervas para temperar os peixes e folhas de bananeira para cozinhá-los. Voltou rapidamente com tudo o que precisava. Pediu o sal emprestado dos humanos, fez uma pequena fogueira e logo todos estavam jantando o peixe na brasa e como sobremesa frutas silvestres. Quando todos estivessem dormindo eu iria caçar, já estava na hora.

- A Nati me falou que as vilas estão inteiras. - Bella sorriu para o irmão que retribuiu largamente.

- Isso é ótimo não acha?! Só precisaremos reconstruir a cidade... Com a ajuda de todos em poucos meses tudo estará em seu devido lugar.

- Talvez tenhamos que construir mais casas... As famílias cresceram como no caso do Dr. Pitty que casou com uma humana. - apontei.

Eles concordaram com as minhas palavras.

- Sim... Teremos que pensar nisso também... E eu estava pensando em trazer tecnologia humana. Principalmente na parte elétrica que não existe por aqui. - Daniel pensava em energia solar, eficiente e não poluente.

- Podemos construir alguns aerogeradores nos campos uivantes. - Nati também estava animada.

- Campos uivantes? - perguntou curioso Armand.

- Fica ao oeste do castelo, a vegetação é rasteira e acaba num grande paredão de pedra. O vento é constante lá e quando bate no paredão ecoa um grande uivo por todo o campo. Por isso chamamos o lugar de campos uivantes. Realmente um lugar perfeito para captar energia eólica. - explicou Daniel.

- Acho que vocês tem que pensar em algo um pouco mais importante. - opinou o general.

- Do que fala? - perguntou a rainha.

- Da fronteira... Mais especificamente do portal. Como controlarão a entrada e saída. As pessoas ficarão curiosas para conhecer a Lua.

- Sim, este é um ponto importante. Acho que não haverá problemas na visitação, porém vou conversar com os governantes para que a entrada seja permitida somente após a reconstrução. Teremos que trabalhar com uma documentação específica. - Dan pensava alto. - Teremos que manter a proteção... E principalmente fazer um acordo com o governo grego, já que nosso portal fica em suas terras. Acredito que funcionará como as embaixadas. Um pedaço da Lua na Terra.

- E quanto aos outros portais? - perguntei.

- Eu não faço ideia de onde estejam ou se funcionam... Sei a localização na Lua, mas não na Terra. Talvez tenhamos que atravessar daqui para saber onde pararemos.

A noite seguiu com todos discutindo sobre as devidas providencias a serem tomadas. O humanos também estavam curiosos a respeito de tudo na Lua e não se intimidaram em bombardear Dan e Nati com milhares de perguntas, principalmente sobre o modo de vida. Quando o sono se apresentou Nati fez questão de colocar a todos nos quartos de hospedes. Eles não recusaram dormir em uma cama macia após tanto tempo dormindo em sacos de dormir.

Bella também seguiu para o seu quarto. Deitei junto a ela e assim que ela caiu no sono eu saí para caçar. Tomei o cuidado de me distanciar bastante para não atacar ninguém acidentalmente. O dia começava a amanhecer quando, totalmente saciado, eu voltei para o castelo.

Pulei a sacada entrando no quarto de Bella. Ri comigo mesmo ao lembrar da época em que eu invadia seu quarto pela sacada apenas para observá-la dormir.

Deitei ao seu lado e puxei delicadamente seu cabelo para o lado me dando livre acesso ao seu pescoço. Aproximei-me lentamente e depositei beijos molhados em toda a região. Minha princesa soltou gemidos de maneira manhosa.

- Bom dia. - sussurrou grogue.

Sorri me afastando e beijei rapidamente seus lábios.

- Bom dia!

Seus olhos estavam da cor de chocolate.

- Você foi caçar? - perguntou ainda preguiçosa.

- Sim... Com tudo o que aconteceu ultimamente eu acabei por deixar minha sede chegar ao seu limite. - expliquei a puxando de encontro ao meu corpo.

Ela ronronou como uma gatinha se aconchegando em meus braços.

Ficamos um bom tempo no quarto apenas curtindo a companhia um do outro e namorando. Foi só quando escutei os pensamentos mais agitados de todos que resolvi puxar Bella para fora da cama.

Iríamos voltar para a Terra ainda pela manhã.

[...] [...] [...]

POV Bernardo

Finalmente eu tinha decidido o que eu iria cursar na faculdade. Carlisle e Charlie não ficaram muito entusiasmados com a minha escolha, já que eu dispensei a tão amada, por eles, medicina. Mas todos me apoiaram quando decidi me tornar advogado. Eu achei tão legal o que o Dr. James fez por mim, o modo como ele falava com o juiz e com o júri. O jeito que expôs a verdade diante dos olhos de todos. Eu já me imaginava advogando!

O pessoal no colégio também já fazia planos para o futuro. Quem reprovou se esforçava em dobro para não repetir novamente e o clima era nostálgico já que sabíamos que teríamos que nos separar. Eu estava feliz por Bruna fazer faculdade comigo, não estaríamos cursando a mesma coisa, mas pelo menos não nos sentiríamos tão deslocados.

Falando em minha prima, ela estava quase enlouquecendo. Ela mal tinha tempo para relaxar e seu humor não ficava nada legal por estar longe de seu namorado. Lembro quando tio Dan e tia Nati estavam voltando da Lua. Bruna e Peter foram recepcioná-los assim como quase 50 lunares e 20 humanos jornalistas. Eu acompanhei tudo pela televisão e chorei de rir ao ver o rei olhar incrédulo para as mãos dadas do novo casal. Ele sorriu de um modo que dizia claramente que iria aprontar e estalou os dedos. No mesmo momento Peter escorregou para um lado e Bruna para o outro. "Isso é ridículo papai!" reclamou ela batendo o pé no chão e cruzando os braços no peito. Ele a ignorou completamente sorrindo amplamente.

Logo tio Dan estava fazendo um pronunciamento avisando que a Lua seria reconstruída e pedia a ajuda de todos os lunares. Ele ficou uma semana na capital fazendo acordos para que existisse uma documentação especial para se visitar a Lua e ajuda para colocar um pouco de tecnologia no astro. Quando eles voltaram para a Lua foram acompanhados por mais de 200 lunares que se cadastravam antes da entrada. Poucos humanos foram permitidos entrar. Apenas alguns jornalistas que acompanhariam a reconstrução.

Os Cullen também foram para a Lua ajudar, na verdade parte deles. Esme ficou com Carlisle que ainda estava trabalhando no hospital e vovôvamp ficou por causa da esposa que ainda estava nos dando aulas e ajudar Nessie com sua nova forma. Charlie voltou a se afastar de nós morando com Lara e o ex-diretor que ainda se adaptavam a vida de vampiro. Jacob continuava a nos treinar.

As coisas começavam a se ajeitar no mundo. 

Estávamos agora sentados no refeitório comentando sobre a nossa formatura que seria em menos de um mês. Os professores já aplicavam as últimas provas e quase todos já recebemos nossas cartas de aceitação nas faculdades. A única não animada era minha prima que estava deitada sobre os braços em cima da mesa.

- Ah se anima princesa! - pediu Anne que desde que se mudara para a cidade tornou-se grande amiga do nosso grupinho.

Bruna suspirou.

- Estou cansada... Mal estou tendo tempo para me divertir... Na verdade acho que se eu tivesse tempo não iria me divertir iria dormir!

- Eu pensava que sua tia estava te ajudando. - comentou Maggie.

- E está. Apesar dela tomar a maioria das decisões importantes, tudo tem que passar por mim, pois papai quer que eu aprenda. Ele e tia Bella tiveram uma educação diferente da minha. Com a minha idade já sabiam como governar um povo. Tinham segurança suficiente de tomar uma decisão sem se martirizar depois sem saber se fez a coisa certa ou não. É estressante! Não tem nada de glamouroso em ser  uma princesa. - sorri com suas palavras, ela estava realmente cansada.

Para embargar sua opinião Claire Neveu adentrou o refeitório rapidamente com uma pasta de coro em mãos. Ela veio diretamente em nossa direção com um sorriso leve nos lábios. Bruna gemeu em desagrado fazendo a lunar sorrir divertida.

- Bom dia! - cumprimentou a todos e abaixou levemente a cabeça em direção a minha prima.

- Oh Claire... Podia me dar uma folga não é? Até no colégio? - reclamou.

- Bem... Na verdade eu vim justamente para isso. - a curiosidade a fez levantar sua cabeça em direção a porta-voz lunar. - Parece que sua tia falou com seu pai que autorizou uma folguinha para a senhorita, por isso eu vim trazer os últimos papéis para assinar.

Claire sentou-se ao lado de Bruna que sorria largamente com a notícia. Logo minha prima lia a pequena pilha de papéis e assinava o que deveria, mas foi no último papel que ela franziu o cenho.

- O que é isso? - perguntou a Claire. - Não conheço esses termos.

Claire se esticou para ver o que minha prima apontava e assentiu.

- Na verdade, acho que este documento somente seu pai pode autorizar.

- Mas do que se trata?

- Da formatura dos novos agentes da Guarda Real. - Bruna arregalou os olhos em entendimento. - Vou ver com o nosso rei.

Claire pegou seu tablet.

Foi uma grande surpresa saber que era possível transmitir informações da Lua através dos satélites terrestres. Deste modo os repórteres que se encontravam na Lua faziam suas transmissões ao vivo usando o sinal dos satélites.

- Olá Claire! - cumprimentou o rei.

- Como estão as coisas na Lua Majestade?

- Estão ótimas! Ritmo acelerado, os geradores de energia já estão em funcionamento e as vilas mais distantes já possuem luz elétrica! O exílio dos gritos também foi restaurado e logos os humanos pararão de encher o saco em relação a prisão de segurança máxima que está na Terra. A escola já está em seus últimos detalhes e ainda estamos pensando em um meio de transporte para os humanos, não quero carros poluindo nossa Lua. - a felicidade na voz de tio Dan era quase que palpável. - E por aí, tudo bem?

- Sim! Na verdade estou com uma dúvida. Chefe Jackson me passou o pedido de autorização para a formatura da guarda, mas existem termos que nem eu entendo.

- Oh! Entendo! Imagino quais termos não esteja entendo, eles são códigos da Guarda Real. Mande por e-mail para mim que eu farei as devidas alterações se necessárias e mando de volta para que Bella assine.

- Ok!

- Papai! Obrigada! - Bruna sorriu diante da tela o riso do rei soou.

- Não abuse, vá se divertir com seus amigos.

Ela assentiu sorrindo largo.

- Estou com saudades de você e mamãe! Dos Cullen também!

- Logo estaremos de volta pequena. Não faltaremos a sua formatura. E eu quero ver de perto como Peter se saíra na dele.

- Eu conheço esse sorriso! O senhor não vai aprontar com ele, vai? - ela ficou observando a tela em silêncio até que bufou. - O senhor é impossível! - bufou.

- Querida, se eu não pegasse no pé do seu namorado eu não estaria exercendo meu ofício de pai. - riu.

Bruna revirou os olhos.

- Tchau papai! Manda um beijo para todos e diz que estou com saudades.

- Tudo bem pequena. Amo você.

- Eu também te amo, apesar de não me deixar namorar em paz! - respondeu ela finalizando a ligação.

Nós rimos da sua cara fechada.

Claire se despediu de nós seguindo para onde Bella estava.

- Já que você está livre hoje, nós poderíamos sair não é? Todos nós! O que acham? - Dennis sugeriu.

Todos se animaram, até mesmo Bruna.

O sinal logo tocou e nós fomos assistir a nossas últimas aulas antes de partir para o cinema.

POV Bruna

Eu realmente precisava me divertir. Nunca imaginei que eu, como princesa, teria tantas responsabilidades! Desde julgar crimes cometidos por malfeitores, até ajudar uma família com a rejeição humana. Era complicado! Muito! Mas agora que eu estava de folga, por um curto espaço de tempo, infelizmente, eu iria me divertir com os meus amigos... Só não estou completamente feliz, pois Pete não está aqui.

Queria tanto que ele saísse conosco, meus amigos são legais, ele iria gostar deles. Não nos vemos a tanto tempo... Depois que eu voltei para as minhas aulas, ele voltou para o seu treinamento. Ou seja. Estávamos separados de novo.

A aula passou rapidamente, avisei tia Bella que iria sair com meus amigos e segui para fora junto a todos. Eles conversavam animadamente, mas eu não conseguia acompanhar a felicidade. Foi então que meu coração deu um salto. Perto dos carros do estacionamento estava Peter. Ele sorria distraído ao conversar com Malaky e os meus outros dois seguranças.

Não consegui segurar minhas pernas e como um raio disparei em sua direção me jogando em seu colo. Colei minha boca a sua enquanto sentia seus braços me apertando contra seu corpo.

Separei nossos lábios e enterrei meu rosto em seu pescoço o abraçando com toda a força que podia.

"Eu senti tanto a sua falta!" - disse por pensamento.

"Eu também princesa, eu também." - respondeu com a voz mental emocionada.

Nos separamos sorrindo largamente um para o outro. Pete segurou minha mão entrelaçando nossos dedos. Virei para Malaky que sorria largamente para nós.

- Oi Malaky! - cumprimentei.

- Como vai majestade? - perguntou se inclinando um pouco para frente.

Meus olhos arregalaram quando ele perdeu o equilíbrio e começava a cair. Peter soltou minha mão e se adiantou na direção do amigo o segurando antes que batesse com a cara no chão. Arregalei meus olhos.

- O que há de errado? - perguntei preocupada.

Ele fez uma careta de desagrado e então sorriu.

- Sem minhas asas eu fico sem equilíbrio, estou reaprendendo a ficar em pé.

- Sinto muito... - murmurei. - Porque você não usa aquelas bengalas?

- Não ficaria estranho?

Peter riu.

- Não ligue para ele. - sorri. - Você ficaria igual aqueles aristocratas da antiguidade... Falta só o chapéu. - bati palmas animada.

Os agentes gargalharam com as minhas palavras.

- Acho que seus amigos estão lhe esperando. - Pete fez um pequeno sinal para o pessoal que conversava perto de seus carros.

- Nós vamos ao cinema. Vamos junto? - fiz os olhos de tia Ali para Pete que riu.

- Eu vou, não precisa fazer essa cara. - bateu em meu nariz delicadamente.

Sorri largo e olhei para Malaky.

- Vamos?

- Acho que incomodarei...

- Claro que não! Vamos! Vai ser divertido! Garanto! - pulei em sua frente.

Ele enfim sorriu.

- Tudo bem, eu vou junto.

Olhei para os meus seguranças.

- Não preciso convidar vocês né rapazes? Vão junto de qualquer jeito.

Eles riram.

- É claro princesa. - concordaram.

- Vocês estão de carro?

- Eu estou. - respondeu Pete.

- Então eu vou com vocês... Só vou avisar o pessoal.

Corri até eles e disse que iria com Peter em seu carro. Todos se dividiram em seus carros e finalmente nós partimos para o cinema. Eu estava tão feliz por Peter estar conosco!

[...]

POV Edward

Sorri para minha filha que concentrava-se no livro a sua frente. Nessie ainda está se adaptando a ser gente grande. É incrível o modo como sua mente tornou-se madura. Ainda estava ali sua inocência, porém sua visão de mundo tornou-se adulta.

Ela encantou a todos na formatura de Bernardo e Bruninha. Era incrível como as pessoas sempre gostavam dela. Era quase como um magnetismo.

O interessante da formatura foi nossa pequena pressão sobre o futuro rei. Emmett passou um braço sobre os ombros do garoto enquanto eu e Jasper cruzamos nossos braços contra o peito.

Emm foi o puxando para fora do salão e Jazz tratava de deixar Peter com medo. Começamos a fazer aquela ameaça básica sobre respeito com nossa sobrinha e não magoa-la. Porém quando ele ia nos responder Bruninha completamente vermelha de vergonha e puxou o namorado para longe. Nós gargalhamos, a cara do garoto foi hilária.

Nós nos mudamos para Washington logo depois. Tratei da matrícula de Bernardo na faculdade de direito. Ele estava muito feliz com tudo o que estava acontecendo. Acabou por me convencer a deixá-lo ocupar um dormitório na própria faculdade e não morar comigo e com Bella em uma casa perto da universidade.

Ele queria passar por aquela etapa. E apesar de meu coração o querer por perto, tive que aceitar sua decisão. Jacob moraria conosco já que Nessie o queria por perto. Não teve como negar o seu pedido. Apesar de não gostar em nada dessa história, principalmente agora que ela já tinha corpo de mulher. Meus pensamentos vigiavam os do cachorro mais do que nunca.

Quem não gostou muito de estarmos morando separadamente foi Esme. Ela queria todos os filhos debaixo de seu teto. Ela só relaxou um pouco depois de prometermos visitá-la todos os dias.

Mas agora estávamos na Grécia. Dan me pediu ajuda na formatura do garoto na guarda real. O rei queria uma prova muito mais difícil do que as provas que os outros estavam tendo ao longo das semanas passadas.

A prova consistia em 3 etapas. A primeira fase era a de raciocínio. Era entregue ao futuro agente um pedaço de pergaminho com uma pista. Obviamente a pista era um extenso texto com pistas falsas e ideias confusas. Deste texto o agente deveria retirar o nome do elemento que ele teria que procurar.

Este elemento poderia ser um colar, uma pedra, um pingente, um cristal. Para cada um o elemento era diferente, assim como o enigma dado no pergaminho.

A segunda fase era a de adaptação. O agente iria atrás desse elemento que poderia estar em qualquer lugar do planeta ou da Lua. E para pegar esse elemento ele deveria se adaptar ao ambiente, seja ele com o clima prejudicial ou hostil.

E por fim vinha a etapa da captura do elemento. Não bastava apenas saber qual era o elemento e chegar até ele. Era preciso pegá-lo. Logicamente não era tão simples pegá-lo.

Dan queria minha ajuda na segunda fase. Eu escutaria os pensamentos do garoto e atrapalharia todos os caminhos que ele escolhesse seguir. Seria interessante.

O resto da família estaria toda na Lua já que iríamos passar as férias lá.

Segui até a floresta que ficava perto do portal. Meu trabalho era impedir o garoto de entrar.

Logo escutei seus pensamentos há alguns quilômetros de distância. Ele já sabia que teria que atravessar o portal. Sua mente estava focada em um colar o qual tinha um pingente em forma de cristal. De acordo com o seu raciocínio ele estaria no campo de treinamento atrás do grande lago do castelo.

Seu raciocínio estava certo, porém o que ele não sabia era que o colar estaria nas mãos de Dan e que para pegá-lo teria que lutar com o sogro.

Peter estranhara que a estrada que ia até o portal estivesse tão vazia. Já que desde que fora construída vivia cheia de pessoas andando em direção aos pilares.

Seus olhos arregalaram quando viram o bloqueio que eu tinha feito com enormes pedras.

“Então começou...” – pensou ele com o cenho franzido.

Ele começou a dar a volta no bloqueio, mas então comecei o meu trabalho e o garoto foi bombardeado com milhares de pedras.

- Mas que merda! – reclamou desviando e seguindo por um novo caminho, mas eu o persegui ainda jogando algumas pedras.

Em nenhum momento ele me viu, eu usava a minha velocidade total e eu estava a uma distância grande dele de modo que ele nem me via e nem sentia o meu cheiro.

Logo Peter desviava do caminho e seguia por outro. Seus pensamentos denunciavam tudo o que ele iria fazer facilitando o meu trabalho de me adiantar aos seus movimentos e impedi-lo com pedras e algumas árvores voando em sua direção.

Seus pensamentos se tornaram nervosos ao perceber que não conseguia se aproximar do portal.

“É como se lessem os meus pensamentos...” – pensou e a minha imagem apareceu em sua mente.

Muito bem garoto.

Seus pensamentos então se tornaram rápidos e contraditórios. Peter alçou voo e pude vê-lo através de seus pensamentos pousando perto do portal e o atravessando em seguida.

Sorri e segui para o portal. Meu trabalho tinha acabado, porém eu queria mais do que tudo ver sua luta com Daniel.

Corri a toda velocidade ultrapassando o garoto que sorriu ao ver meu vulto. Assim que cheguei me juntei a minha esposa e filha que estavam sentadas ao chão perto da casa das armas.

POV Bella

Assim que meu vampiro chegou nós sorrimos observando meu irmão se preparar. Toda a família estava sentada perto da casa das armas que ficava ao lado do campo de treinamento. Alguns agentes da guarda que sabiam sobre a prova final de Carter já se encontravam ansiosos.

Foi então que Peter chegou. Suas roupas estavam rasgadas e havia alguns ferimentos em sua pele já cicatrizados, porém o sangue seco era visível. Bruninha olhou feio para o tio que sorriu lhe explicando que não tinha feito nada que pudesse feri-lo gravemente.

O garoto arregalou os olhos quando viu Dan erguer o braço com o colar com um pingente de cristal na mão.

Meu irmão estava amando aquilo. Ele estava louco para lutar com Peter.

Dan colocou o colar em volta do pescoço e ainda com o sorriso no rosto fez sua espada aparecer em suas mãos. A mesma espada que estava com Bruna até pouco tempo.

Peter pareceu hesitante por alguns segundos. Mas então sua feição fechou-se e ele olhou seriamente para Dan que ainda sorria de lado.

Em um movimento rápido Carter agachou-se em posição de ataque e levou sua mão direita ao lado e um pouco atrás de seu corpo, fazendo sua espada aparecer. O sorriso de meu irmão ficou ainda maior e ele rosnou alegre.

Carter partiu para cima de meu irmão. Notei o modo que se movimentava. Não era igual ao jeito que ele usou na festa de aniversário da princesa. Agora ele tinha o seu próprio estilo. E devo ressaltar que um estilo extremamente perigoso.

Dan defendia-se dos ataques com dificuldade. O som do ferro se chocando com ferro era quase ensurdecedor e o barulho chamou a atenção dos lunares da cidade que pararam seus afazeres e vieram ver o que estava acontecendo.

Percebi minha cunhada revirando os olhos. Daniel estava visivelmente se divertindo e visivelmente com muitas dificuldades em se defender. Sua roupa já estava em frangalhos assim como as roupas de Peter.

Meu irmão atacou e Carter abaixou-se desviando e rapidamente lançando sua espada para cima.

A camisa de Dan rasgou de cima a baixo e uma risca vermelha apareceu em seu peito.  Notei que o colar com cristal caiu ao chão já que Peter deve ter acertado o cordão.

Troquei um olhar rápido com Edward que tinha um sorriso torto no rosto.

Voltei meu olhar para a luta. Agora Dan atacava com tudo e Peter tinha dificuldades para se defender e acabou por cair no chão.

Meu irmão ia desarma-lo quando ele soltou a espada e ergueu uma das mãos. Gargalhei com a feição decepcionado de meu irmão. Peter tinha pego seu elemento e completado sua formatura.

- Seu irmão queria que a luta fosse até o fim. – apontou meu vampiro divertido.

- Eu notei. – gargalhei.

Dan estendeu o braço para o genro que o aceitou sorrindo cansado. Ele bagunçou os cabelos do garoto o abraçando de lado.

- Droga garoto! Você aprendeu muito bem! – dizia. – E devo dizer que agora você é oficialmente da guarda real.

Peter sorriu largamente e foi tirado de perto do rei por uma princesa que se jogara em cima dele. Os dois caíram no chão com Bruna por cima beijando sua face.

- Bruna... – Dan passou as mãos no cabelo com frustração. – Como que eu posso me impor contra seu namoro se é justamente você que se joga em cima do garoto?

Gargalhamos com as palavras do rei.

Edward beijou minha bochecha e o olhei sorrindo. Tanta coisa aconteceu e agora as coisas finalmente começam a se acalmar. A Lua está completamente reconstruída, os lunares davam seus últimos retoques em suas casas. O castelo estava mais lindo do que nunca, imponente como antigamente, porém com a tecnologia humana nos ajudando em tudo.

Era o começo de uma nova era. Uma era em que os lunares teriam seu próprio espaço, mas com uma amizade tranquila com os humanos. Nossas raças cresceriam juntas agora e tudo o que mais desejo é que prosperemos.

Sorri ainda mais largo ouvindo os risos a minha volta. Edward me olhava curioso. Eu apenas neguei com a cabeça indicando que nada falaria. Mas pelo brilho do meu olhar eu tenho certeza que ele entendeu o quanto eu estava feliz com o rumo que nossas vidas tomaram.

A simples verdade era que nossos problemas somos nós mesmos que criamos e depende somente de nós para resolvê-los. A vida por si só já é motivo de felicidade. E eu aproveitaria essa felicidade o quanto me fosse permitido, porque minha alma não deixará de sorrir enquanto tenho aqueles que amo a minha volta.

Fim?

Não ainda ;)

* Esse foi o final do último capítulo. Ainda temos o epílogo com a narração de tudo o que está acontecendo 20 anos depois dessa data e ainda teremos um POV Narrador coma gravidez de Bella... Acho que vocês vão gostar, beijos e até alguns dias!*


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Notas finais do capítulo

http://mahfics.blogspot.com.br/



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