A Lenda da Lua escrita por Paola_B_B


Capítulo 55
Capítulo 9 - Revelações (P1)


Notas iniciais do capítulo

OOi pessoinhas do meu coração! Belezinha? Espero que sim.
Trago o cap para vocês hoje e já aviso que ele está simplesmente enorme e vou ter que dividí-lo em duas partes já que o Nyah não aceita mais de 20.000 palavras por cap...
Preparem os lencinhos ;)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/105240/chapter/55

Capítulo 9 – Revelações

POV Bruna

Fodeu. Engoli em seco, Bernardo tinha um olhar completamente confiante em cima de mim e eu comecei a rir nervosamente tentando disfarçar... Bem, mas você deve saber como eu sou boa mentirosa né? Meu pai vai me matar

- Do que está falando Ber, enlouqueceu? – perguntei rindo, mas algo me dizia que minha risada estava meio que sei lá, exagerada?

Ele não desmanchou o olhar afirmativo e agora para completar ele ergueu uma sobrancelha me encarando.

Minha risada foi morrendo em minha boca.

- Não pode negar, sinta só a sua pele, nem quente está depois de você ter feito um monte de exercícios no treino... As outras garotas estão suadas e descabelada... Você está em perfeita condição... Você é dona de uma beleza desumana, nunca a vi com uma sequer espinha no rosto... Parece que está sempre escondendo um segredo...

- Isso não quer dizer nada Bernardo... O fato de eu não estar suada é por que eu tenho um bom preparo físico, você nunca viu uma espinha em meu rosto, por que tia Ali é uma ótima maquiadora... Isso que você está falando não quer dizer absolutamente nada. – eu já disse que sou uma péssima mentirosa?

- Então por que está gaguejando tanto para me falar isso?

Meu pai vai me matar.

- Olha não sei o que deu em você hoje! Estou indo para casa. – disse tentando desviar de seu corpo, mas ele me impediu.

- E como explica isso? – arregalei meus olhos quando ele levou sua mão em direção ao meu pescoço e então pegou meu colar.

Fiquei muda, eu não tinha mais desculpas.

- Explique por que eu encontrei mais de 15 pessoas na internet com o mesmo colar... E olha que coincidência... Todas são da Lua. – sua voz era sarcástica, Bernardo estava bravo.

Não respondi nada, apenas fitei seus olhos verdes que demonstravam raiva.

- Pare de negar... Você não é humana. – a ultima parte ele disse mais alto e porra eu já disse que fodeu?

POV Bernardo

Em menos de um piscar de olhos Bruna estava tapando minha boca com a sua mão.

- Shhi... – disse ela, seus olhos demonstrando medo.

HÁ! Eu sabia!

Ergui minhas sobrancelhas e ela me libertou de suas mãos e então começou a andar de um lado para o outro rapidamente.

- Acaba de confirmar... O que diabos pretende? Por que nunca contou o que era? – algo em mim estava enraivecendo, eu me sentia traído, compartilhei segredos e medos e ela sequer disse o que realmente era... – Você é uma farsante mentirosa! Que merda! Eu confiei em você! E agora o que vai fazer? Me matar já que descobri seu segredo?

Ela olho para mim horrorizada, mas eu não me abalei por sua expressão, eu estava muito puto para me preocupar com isso.

- Se esconde do mundo por quê? Para não atrapalharem sua caça? – em minha mente os diversos artigos e blogs que encontrei contra esses seres.

“Escondidos entre nós, disfarçados, apenas para quando chegar o momento certo cravarem seus dentes em nosso pescoço.”

“O único motivo para que o tal rei esconda seus súditos é para armar um ataque surpresa.”

“Qual é? Realmente acreditam que eles querem ter uma vida normal? Com aqueles poderes que eles tem acham que precisam de escolas e empregos?”

Os olhos de Bruna agora estavam estreitos e por alguns segundos eu realmente achei que ela fosse me atacar.

- Você é ridículo. Como pode pensar algo desse tipo? Isso é mesquinho. Eu nunca pensei que algo desse nível pudesse sair da sua boca. – sua voz estava cheia de uma emoção que eu não reconheci e seus olhos brilhavam como se ela segurasse as lágrimas.

Ela deu dois passos para trás sem nunca tirar os olhos dos meus e então fez negativo com a cabeça, suas lágrimas finalmente escorrendo e então ela correu para a floresta que ficava atrás do colégio.

Sua velocidade fora tão grande que eu só enxerguei um vulto e aquilo me deixou de olhos esbugalhados.

- Masen! – dei um pulo com a voz do treinador Black e então o olhei.

Ele estava em minha frente com o olhar sério.

- Não é por que ela não é humana que não tem sentimentos. – disse ele seco e então perguntou. – Para onde ela correu?

Meus olhos ainda arregalados para ele. Deus como ele escutou nossa conversa? Eu tinha certeza que todos estavam bem longe de nós.

“Queria saber de minha tia, bem... Ela tem uma ótima audição”

Ele também não é humano... Mas não tem o colar... Será que é um vampiro?

- Porra Bernardo! Pra onde ela foi? – esbravejou ele em minha frente me tirando de meus devaneios.

- Por que quer tanto saber? Ela não pode se proteger sozinha? – rebati sem pensar.

Só quando ele me encarou de forma desafiadora que eu me lembrei de seu tamanho... Droga Jacob Black não é o tipo de cara que a gente desafia na rua...

- Você sabe o que ela é. Mas será que sabe quem ela é? Tem noção de quantos seres, vampiros e afins querem matar a princesa da Lua? – segurei a respiração. – Para onde ela foi?

Engoli em seco e apontei a direção, minha cabeça rodava, tudo bem que eu a achava muito parecida com os reis, mas aí ter a confirmação...

- Tão impulsivo quanto Edward. – resmungou ele antes de sair correndo em direção a floresta.

POV Bella

Passei rapidamente em casa para pegar minha túnica branca. Charlie também pegou a dele e então seguimos com o porsche de Alice até Nova Iorque.

- Por que não pegou um carro mais discreto? – perguntou meu pai no banco do carona em quanto eu acelerava na estrada.

Realmente o carro era um pouquinho chamativo com aquela cor amarelo canarinho que fazia os olhos arderem apenas de olhar.

- O carro da Lice é o mais rápido, e Dan pediu para irmos o mais rápido possível... Então.

Em duas horas chegamos à cidade, mais meia hora no transito das ruas principais até finalmente chegarmos a cede do FBI.

Liguei no celular de meu irmão e ele nos disse para entrarmos na garagem que seria menos chamativo.

Soltei meus cabelos para poder colocar o capuz e então finalmente saltei do carro.

Assim que eu e Charlie saímos do porsche. Um homem de terno e gravata veio até nós e disse para o acompanharmos. Seguimos os corredores, subimos alguns andares pelo elevador e ainda passamos por mais um grande corredor, cabeças viravam em nossa direção até finalmente chegarmos em frente a uma porta fechada.

O homem a abriu e fez sinal com a mão para que entrássemos e então a fechou atrás de nós.

Assim que ergui meu olhar vi uma sala grande. Havia três homens humanos a minha esquerda nos encarando apreensivos, eles estavam em pé e tensos. Eles permaneceram perto de uma parede que possuía uma grande janela de vidro escuro, daquelas que quem está dentro da sala não pode ver quem está do outro lado observando... Bem, provavelmente eles não faziam idéia de que com nossos olhos aguçados poderíamos ver claramente os pelo menos 20 humanos que trabalhavam na sala ao lado.

Muitos monitores de computador e aparelhagens que eu nem sabia que existia estavam lá. Apenas cinco pessoas observavam diretamente pelo vidro, analisando tudo o que se passava na sala.

A minha direita estava Dan encostado na parede seus braços cruzados no peito e seus olhos fechados, uma ruga imensa em sua testa franzida mostrando toda a preocupação de seus pensamentos.

E finalmente a minha frente, existia uma mesa retangular, duas pastas de couro preto estavam empilhadas no canto esquerdo, no centro um projetor apontado para a parede a frente onde havia uma pequena tela de lona branca.

Sentados nas cadeiras do lado direito estavam dois homens, um deles eu reconheci e sorri.

- Ângelo! – exclamei feliz relembrando do mensageiro do castelo.

- Como vai princesa? – perguntou ele se levantando juntamente com o outro e então fizeram uma reverência.

- Feliz em lhe ver. – respondi levando minhas mãos ao meu capuz e o retirando.

Não havia motivos para esconder meu rosto, afinal não vi nenhuma câmera de televisão filmando essa conversa.

POV Charlie

Assim que Bella tirou sua touca os corações dos humanos bateram em falso com sua beleza e alguns até seguraram a respiração. Retirei minha touca também e após dar um leve aceno de cabeça a Ângelo e Zack, eu fitei Daniel com preocupação.

- Você está bem filho? – perguntei e finalmente ele abriu os olhos.

Trocamos um olhar do qual ele deixava claro toda a sua preocupação... E como ele nos chamou aqui tenho certeza que é por causa da Bella. Daniel estava tenso, mas por fim suspirou e respondeu.

- Estou bem.

Assenti franzindo a testa para a sua mentira deslavada, ele não estava bem, mas algo me dizia para não contrariá-lo neste momento.

- Então... Porque estamos aqui? – perguntei.

Antes que alguém pudesse responder minha pergunta a porta se abriu novamente e um vampiro, que se me permitissem eu transformaria em cinzas sem nenhuma dor no coração, entrou.

Não consegui evitar meu rosnar sair de meu peito, assim como meus dois amigos sentados a mesa.

- O que Aro faz aqui? – perguntou Bella surpresa.

- Princesa! Como é bom vê-la, se tornaste uma magnífica mulher! – exclamou Aro deixando sua touca cair para trás e andando a passos largos até Bella.

Ele pegou sua mão e levou a boca beijando-a ao mesmo tempo em que se inclinava.

- Nós gostando ou não, Aro é o responsável pelos vampiros, e o caso dele não estar fazendo o que lhe diz respeito e que lhe tanto orgulha fazer é o motivo deu tê-lo chamado. – explicou Daniel a Bella que franzia a testa para Aro que ainda não largara sua mão.

- Ora meu rei... Não posso punir vampiros que apenas seguem seus extintos. – trinquei meus dentes, a minha vontade era de pular em seu pescoço e desgrudá-lo de seu corpo.

- Não comece com seu sarcasmo Aro, não estou com paciência para você hoje. – retrucou Dan lhe mandando um olhar perigoso.

POV Bella

A energia que Aro exalava me dava calafrios, sua ganância por poder era gigantesca e enojava. O sarcasmo em sua voz era irritante e o fato dele estar segurando minha mão tão firmemente me mostrava que ele tentava a todo custo ler minha mente.

- Desista. – disse simplesmente.

- O que disse minha princesa? – minha vontade era de responder: “Minha é o caralho, tira a porra da mão de mim!”, mas me contive.

Respirei fundo.

- Pare de tentar ler minha mente... Nunca conseguirá fazê-lo sem a minha permissão. – disse calmamente.

Ele teatralmente me olhou assustado.

- Eu não seria capaz de tamanha ousadia! – disse-me com ar ofendido.

- Aro... – meu irmão sibilou em advertência, fato que o vampiro que ainda não largara minha mão ignorou completamente.

- Oh! Isso me faz lembrar... – exclamou Aro e então me olhou com uma expressão melancólica, apesar de seus olhos sorrirem. – Sinto muito por Edward... Imagino a dor que deve sentir pela perda de seu marido... Sua filha pobrezinha, tão novinha e passando por tal sofrimento...

Ok ele já foi longe demais! Puxei minha mão bruscamente e lhe mandei meu melhor olhar de ódio.

- Já chega Aro! Te dou cinco segundos para se afastar de minha irmã! – ordenou meu irmão olhando-o mortalmente.

- E eu te dou dois. – disse Charlie me puxando para trás de seu corpo e encarando Aro.

Eles estavam a alguns centímetros de distância. Meu pai puto da vida em quanto o vampiro a sua frente o encarava sorrindo debochado. Em poucos segundos Ângelo e o outro homem estavam ao seu lado e me empurrando ainda mais para trás.

Não pude evitar bufar e cruzar meus braços no peito, eu estava me sentindo uma boneca de pano sendo jogada de um lado para o outro.

Aro ergueu os braços e deu um passo para trás.

- Paz meus amigos, paz. – disse ele sorrindo.

- Amigos... Como se tivesse algum. – praguejou Ângelo virando-se de costas a ele e encontrando a minha cara emburrada. – Desculpe princesa. – murmurou ele.

Revirei meus olhos. Logo o outro homem também se virou e sorriu envergonhado.

POV Daniel

Que merda! Por que Aro tinha que dificulta tanto as coisas? Ele ainda encarava meu pai que estava ficando cada vez mais irritado.

Sinceramente. Não acho que seja necessário tanto, ele mais do que eu conhece esse “humor” de Aro. Não entendo por que Charlie sente tanta raiva assim dele.

Andei até meu pai e lhe dei duas batidinhas no peito e o empurrando para trás com o meu ombro.

- Vamos lá Charlie, sabe como ele é... Não vale a pena. – disse e finalmente meu pai cedeu bufando contrariado.

Fiquei entre os dois vampiros e então pedi ao homem responsável por toda operação. O mesmo homem que me contatou e explicou a grave situação.

- Agente Walker, poderiam agilizar as coisas? Quanto antes terminarmos essa conversa melhor. – pedi com o olhar suplicante já que os humanos olhavam sem entender nada para nós. – Bem... Vocês perceberam que os gênios não se batem muito não é? Não vou conseguir conte-los por muito mais tempo... Então

- Claro... – murmurou ele e então limpou a garganta e pegou as pastas pretas em cima da mesa.

Willians Walker respirou fundo e então fez sinal para o pessoal do outro lado da janela de vidro fumê.

POV Jacob

Corri em direção à floresta o mais rápido que pude em meu corpo humano, logo consegui captar o cheiro de Bruna e segui.

Não imaginava que Bernardo teria uma reação tão hostil, ele parecia ser um garoto tão tranqüilo... Bom... Ele tinha que puxar algum temperamento de Edward...

Ontem à noite saí com Bella e Nessie, fomos até a praça para conversarmos.

Falei a ela que meu pai escondeu que estava doente dês do dia em que eu entrei na escola de Forks. Lembrava-me perfeitamente que eu fiquei fora de controle no primeiro dia de aula por causa da minha preocupação... Com os acontecimentos do ano acabei me desligando dessa apreensão, e durante todo esse tempo meu pai não deu nenhum sinal suspeito de que estava doente.

Foi um verdadeiro baque quando ele veio a falecer, eu não esperava por aquilo, por isso fiquei tão louco. Graças a Deus meus instintos me guiaram até meu imprinting.

A pequena ficou brincando em quanto conversávamos e minha amiga contou-me todos os detalhes de exatamente tudo o que aconteceu durante todo esse tempo que a gente não se viu.

Dês da descrença de todos de que Edward estava vivo até o fato dela vê-lo em casa... Eu já vi tanta coisa acontecer nessa minha vida que não me surpreendo com mais nada.

Meus ouvidos aguçados captaram o choro de Bruninha me mostrando que ela estava perto, acelerei minha corrida finalmente a encontrando encostada a uma árvore.

Suas mãos cobrindo o rosto em quanto seu corpo miúdo pulava com soluços.

- Oh pequena... – murmurei a puxando para um abraço.

- Você escutou? – perguntou ela com a voz chorosa.

- Só o final... Não ligue para ele, está nervoso, te garanto que agora mesmo ele está pensando sobre o que disse e vai notar que só falou merda. – disse afagando seus cabelos.

- Eu sei disso. – murmurou.

- Então por que está chorando?

Ela fungou parando de chorar e se afastou do meu abraço para fitar meu rosto. Quebrou meu coração ver seus olhos molhados com tantas lágrimas.

- Por que... De novo descobriram o que eu sou... Mais um colégio... Sempre por minha causa... Eu não quero mais me mudar, não quero escutar mais um sermão do papai por eu não consegui segurar minha língua na boca... Eu gosto dessa cidade, tenho amigos legais aqui... Pela primeira vez estou tendo uma vida mais próxima do normal... Não quero sair daqui. – dizia ela mexendo os braços de um lado para o outro.

Tive que sorrir, sua reação me fez lembrar o quão inocente e pura Bruna é.

- Pequena... A situação é diferente agora... Se estiver chorando por imaginar que terá que se mudar novamente, está desperdiçando suas lágrimas à toa...

- Mas... Bernardo vai contar a todo mundo e vão acabar nos descobrindo e...

- Ele não contará... Pelo pouco que vi nele, tenho certeza que ele vai pirar, mas não pirar a ponto de sair correndo contando a Deus e o mundo, mas vai pirar para si mesmo até conseguir assimilar a idéia... Não se preocupe com isso. – dei de ombros e ela me olhou hesitante.

- Tem certeza?

- Absoluta! Agora vamos para casa que eu estou morto de fome!

Sorri largamente e ela fungou rindo.

- Agora que você falou... – disse ela alisando a barriga. – Eu também estou com fome.

- Hum... Vou te dar uma mordomia hoje... Que nem quando você era criança... – disse indo atrás de uma árvore e tirando minha roupa.

Amarrei as peças em meu tornozelo e então me transformei em lobo.

Ela ficou meio surpresa, mas então bati com meu focinho em suas pernas e me abaixei para que ela subisse em minhas costas. Bruninha sorriu largamente e o fez.

Ela segurou em meus pelos do pescoço e riu na minha orelha.

- Não sou mais tão leve. – soltei um latido em forma de risada e comecei a correr.

Na metade do caminho Bruna gargalhava com os meus ziguezagues.

“Jake!”

“Jacob!”

“Graças a Deus!”

“Onde você está?”

As mentes do bando invadiram minha cabeça. Droga! Com Alice me arrastando pelo shopping eu esqueci completamente de ligar para o bando!

“Mas...?” – pensou Seth e então uma gargalhada soou em sua mente. – “Foi às compras com a vidente?”

Logo outras mentes riram também e eu bufei revirando meus olhos.

“Fiquem quietos! Me deixem organizar meus pensamentos!” – exigi irritado em quanto eles riam.

Mas ao mesmo tempo em que faziam gracinhas, seus pensamentos eram aliviados já que finalmente eu entrei em contato.

Contei tudo a eles através de imagens, logo eles entenderam e ficaram ainda mais aliviados por eu estar com Bella e os Cullens.

“Então ficará por aí?” – perguntou Quil.

“Sim... Você sabe como é... Sem chances de eu sair de perto de Nessie.” – respondi já avistando a casa de Bella.

“Não quer que a gente vá até aí... Podemos nos dividir e...” – pensou Paul.

“Nem pensem nisso... Não quero que vocês se dividam... Ficarei por aqui mesmo e vocês por aí... Seth continua no comando... Logo vou visitá-los ou então combinamos de vocês virem aqui... Agora eu preciso ir que eu já cheguei em cas... Sanguessuga da cabeça oxigenada! Argh!”

As mentes em minha cabeça gargalharam quando viram em minha mente uma casinha de cachorro toda pintada de cor de rosa nos fundos da mansão... Do lado da casinha de cachorro um pote de ração nele escrito Fido.

A loira estava ao lado de sua obra sorrindo debochada. Bruna gargalhou e eu parei de correr para que ela descesse de cima de mim, ela o fez rapidamente correndo até a tia.

Voltei a minha forma humana, coloquei minha roupa e segui andando emburrado até a loira.

- Foi mal cachorro... Só tinha tinta rosa na loja... Você não se importa não é? – perguntou ela e eu rosnei em resposta indo para dentro.

Ela gargalhou com a minha carranca. Loira aguada!

POV Bernardo

Chega de mentiras e omissões! Eu quero saber a verdade! Todas as verdades, a respeito de tudo o que me escondem.

Descobri por mim mesmo sobre Bruna... Agora eu vou arrancar a verdade de minha avó.

“Tão impulsivo quanto Edward.”

Quem diabos é esse cara para eu ser tão parecido com ele... E agora o mais importante... O que diabos ele era, ou é?! Por que do jeito que as coisas estão hoje, não duvido nada que ele não seja algum gnomo!

Fui diretamente para casa sem conversar com ninguém pelo caminho.

Minha cabeça ainda rodava na descoberta sobre Bruna ser a princesa da Lua... Isso quer dizer que sua tia também era... E hoje ela saiu mais cedo do colégio por causa de uma ligação de seu irmão... O rei da Lua... Ow!

Surreal de mais para assimilar.

Entrei feito um foguete em casa, minha avó batia a mão um bolo.

- Oi Ber... Estou fazendo aquele bolinho de fubá que você tanto gosta... – disse ela sorrindo, mas logo sua feição desmanchou quando olhou para o meu rosto.

- Chega de me enrolar vovó... Eu quero a verdade hoje. – disse firme.

Ela suspirou e então mandou que eu me sentasse.

POV Bella

- Bom... Eu sou o agente Walker... Esses são os agentes Thompson e Lewis... Foram eles que encontraram a casa. – começou ele e eu franzi a testa.

Sentei-me a mesa, Charlie ficou onde estava e Dan se aproximou se apoiando na minha cadeira.

- Nessa região... – disse o agente Lewis com um controle remoto em mãos e acionando o projetor. – Estamos investigando muitos casos de desaparecimento, mortes, corpos sem sangue...

A imagem que apareceu na tela foi uma região vista pelo satélite.

- Isso daí é Forks não é? – perguntei.

- Sim... Esse é o mapa de Forks, e todos os crimes estão acontecendo em torno da cidade. – explicou o agente Thompson.

- Crimes... – debochou Aro.

- Calado Aro! – cortou meu irmão. – Desculpem, podem continuar, por favor.

O agente Walker assentiu e continuou.

- Hoje cedo os nossos dois melhores agentes encontraram essa casa, 2 km adentrando a floresta em Forks... – a imagem do mapa foi aproximando cada vez mais até aparecer a imagem da casa de madeira. – Estava abandonada, porém tinham no mínimo 15 corpos empilhados na sala.

“As cidades das redondezas estão apavoradas, com a destruição durante as madrugas, roubos nas lojas, pessoas armadas colocando terror. Sinceramente não sabíamos o motivo e nem o objetivo deles até hoje cedo. Nosso trabalho é combater atentados, principalmente terroristas, e é exatamente isso que eles disseram planejar... Conseguimos prender algumas pessoas e todas elas dizem que o poder será tomado por quem verdadeiramente merece e que os que hoje estão no poder vão cair, dando lugar a uma nova era.”

Isso era um discurso tão James...

- E o que eu tenho haver com os problemas dos humanos? – perguntou Aro com a voz prepotente.

Viramos todos ao mesmo tempo para ele e rosnamos.

- Talvez se você calasse sua boca nós poderíamos descobrir. – disse o homem que estava sentado ao meu lado, eu ainda não sabia o nome dele.

Aro trincou os dentes e percebi que ele iria retrucar, mas desistiu sorrindo perversamente.

Voltamos nossa atenção para os humanos que estavam hesitantes quanto Aro. O agente Thompson limpou a garganta e voltou a falar.

- Quando entramos na casa encontramos mensagens nas paredes... Todas pintadas com sangue humano... Por esse motivo nos comunicamos com o senhor. – ele sinalizou para meu irmão que assentiu. – Não são somente bandidos humanos que estão nessa história... Os corpos estavam sem nenhuma gota de sangue e as mensagens eram direcionadas a humanos, vampiros e seres da Lua... Nós temos plena consciência que não podemos lutar contra seres como vocês... Que nossas armas não funcionam... Não possuímos tecnologia necessária para isso...

- Vocês possuem. – afirmou Charlie e os humanos se entre olharam.

- Não é necessário que mintam para nós, o fato de que possuem armas que podem nos atingir não significa que querem nos destruir. – disse meu irmão.

O três homens engoliram em seco quando perceberam que não poderiam nos enganar. Aro rosnou atrás de nós, coisa que ignoramos.

- Prossiga agente Thompson. – disse suavemente e ele assentiu com o coração batendo em falso.

- Er, as mensagens eram claras... – ele então fez sinal para o vidro fumê e a imagem na tela mudou.

O três ditadores vampiros vão cair.

Era o que dizia na primeira mensagem, escrita com sangue, aquilo me arrepiou. Aro rosnou e finalmente tomou um ar sério.

- Como ousam?! Desafiaram as pessoas erradas! – nisso ele virou-se e saiu ditando ordens. – Felix, quero que reúna os melhores rastreadores e vão para Forks quero que traga os líderes vivos até mim!

Tinham mais Volturis do lado de fora? Claro, como se Aro fosse andar sem sua guarda em seu encalce.

- Han... O que faz uma ofensa ao ego. – disse Charlie se aproximando da mesa.

- Ele não vai querer escutar o resto? – perguntou inocentemente o agente Lewis.

- Não é preciso, só o fato de algum vampiro o estar desafiando já é razão suficiente para ele ir atrás dele, ou melhor, manda vampiros atrás dele. – explicou Ângelo.

Os agentes assentiram e então continuaram a passar as mensagens.

Estamos cansados desses políticos! Vão todos para o inferno!

Franzi a testa. Se eu estou entendendo certo, eles se juntaram para fazer “justiça” com as próprias mãos. Estão se achando no direito de acabar com os líderes do planeta.

- Obviamente essa ultima mensagem foi de algum ser humano... As outras mensagens também são ameaças, algumas diretamente a pessoas importantes, como presidentes e ministros, e algumas são para pessoas desconhecidas... Apenas uma das mensagens era diferente... Ela estava escrita no chão...

- O que acham que eles pretendem? – cortou meu irmão o agente Lewis que o olhou intrigado.

- Uma guerra... Achamos que eles estão criando uma espécie de exercito, estão se unindo para destruírem inimigos comuns... – disse o agente Walker.

- Deus! Voltamos à era medieval.

- Concordo Zack. – disse Charlie... Então o nome do homem ao meu lado é Zack...

O silêncio instaurou na sala.

- Bem... Gostaríamos de ajuda... Apesar de estarmos desenvolvendo tecnologia para a fabricação de armas adequadas... – de repente o agente Thompson criou coragem para falar abertamente sobre isso, acho que a presença de Aro era mais intimidante para os humanos do que eu imaginava. – Ainda não está pronto...

- Ajudaremos. – disse meu irmão sorrindo levemente. – É o nosso dever.

Assentimos e nos levantamos.

- Bem... Um grupo sairá daqui em alguns minutos em busca de novas pistas, se puderem ir, acho que seria um bom começo.

- Eu não poderei ir... Tenho uma reunião na ONU, na verdade eu já deveria estar lá, mas com os problemas por aqui minha esposa acabou indo sozinha. – disse meu irmão. – Ângelo! Zack! Vocês podem ir?

- Claro majestade... O senhor acha necessário chamarmos o resto da Guarda Real? – perguntou.

- Os deixem avisados, mas vão somente vocês hoje, não quero muita gente envolvida caso não for necessário. – explicou meu irmão e eles assentiram com uma reverência.

Como ninguém mais aceitava ordens de um vampiro como Aro e muito menos ele queria outros que não fossem vampiros... A guarda Volturi era somente os vampiros seguidores de Aro e a Guarda Real são todos aqueles que estão conosco, que querem continuar lutando por nós, cuidando e protegendo.

Foram eles que nos ajudaram na luta contra James em Nova Iorque.

- Acho melhor eu e Bella irmos para casa, se as coisas estão acontecendo aos redores de Forks, os Quileuts devem saber de algo mais... Falamos com o Black e ele entrará em contato com o bando. – todos assentiram e fomos em direção a porta.

Primeiramente Zack saiu, sendo seguido de Ângelo e então Charlie e Daniel, mas antes de eu sair eu parei e me virei para os agentes que acabaram de sentar a mesa.

- O que está escrito na mensagem no chão? – perguntei.

Eles me olharam franzindo a testa, mas antes que pudessem responder minha pergunta Dan os cortou novamente.

- Do que isso importa Bella? É só mais uma mensagem... Agora vamos, Charlie está te esperando para ir para casa. – disse ele de forma nervosa.

Olhei meu irmão estreitando meus olhos.

- Por que você não quer que eu veja esta mensagem? – perguntei seriamente e ele esbugalhou um pouco os olhos.
- Não é isso... Só acho desnecessário... – ele começou a gaguejar e eu o cortei.
- Pelo amor de Deus Daniel! Você não sabe mentir. – ergui minhas sobrancelhas vendo sua expressão mudar para cansada. – Não me chamou aqui só para eu ouvir da boca dos homens o que estava acontecendo... Você poderia muito bem ter contado por telefone ou ido até em casa... Chamou-me para mostrar algo e agora desistiu disso... Eu não sou idiota Dan, tem algo nessa mensagem relacionada a mim... E isso eu tenho certeza. 

Minha voz estava firme e meu irmão encolheu os ombros assentindo para os agentes a minhas costas. Virei-me a tempo de ver o agente Walker fazer sinal para o vidro e a imagem apareceu.

Senti meu estômago embrulhar e meu corpo amolecer, minha visão ficou turva, mas eu não conseguia tirar os olhos da imagem, algo dentro de mim ruiu.

Olho por olho, dente por dente e parceiro por parceiro.

Está feito!

Ainda quer as cinzas de seu marido para colocar em um vazo?


POV Daniel

O coração de Bella disparou e sua respiração ficou pesada.
- Era por isso que eu não queria que você visse... Charlie! – disse segurando Bella antes que ela desabasse.

Seus olhos não saíram da imagem, sua boca levemente aberta. Empurrei-a até a cadeira e a sentei. Em segundos Charlie estava ao meu lado de joelhos a frente de minha irmã.
- O que aconteceu? – perguntou ele preocupado.

Sinalizei para a imagem na parede e ele soltou um baixo.
-Oh... Respire fundo Bella. 

Eu sabia que ela ficaria mal. Victória estava sendo baixa. Mesquinha. E isso me irritava como nunca, se eu a visse em minha frente nem sei do que seria capaz de fazer.
- Eles encontraram a ali... – não consegui terminar, minha voz estava baixa, mas o olhar devastado de minha irmã me quebrou completamente.

Sabendo que eu não conseguiria terminar de falar, resolvi mostrar... Eu tinha que fazer isso...  Talvez essa comprovação fizesse Bella reagir. 

Peguei a aliança de Edward em meu bolso e dei a ela.

POV Bella

Um grande nó se formou em minha garganta. Dan estendeu a mão com sua palma virada para cima, acompanhei com os olhos e então estendi minha mão tremula e peguei a aliança.
- Os agentes do FBI a encontraram cravada no chão, ao lado da mensagem... – murmurava meu irmão com cuidado.

Engoli em seco e senti meus olhos umedecerem quando li as inscrições na parte interna do arco de ouro.

♥ My Bella, my princess, my angel, my love. ♥ 01/2025


Senti meus olhos transbordarem e uma única lágrima solitária escorreu pela minha bochecha... Aquela era a aliança de Edward, a aliança de nosso casamento.
- Ele realmente está... Morto Bella... Já está na hora de você aceitar. - disse meu irmão suavemente.

 “Nem sempre as coisas são o que parecem ser Bella... Não perca suas esperanças.”- a frase de Alice ecoou em minha mente.

Mas ontem ele foi embora muito rápido, como se estivesse sendo puxado.

 “Não perca suas esperanças.”

Ele prometeu que voltaria, ele disse que não era nada!

Parceiro por parceiro. Está feito!”

Já faz quase cinco anos, ele está fraco, não tem mais forças. 

 “Hey, calma... Não vou embora, prometo.”

Ele disse que me visitar não interferia em suas forças, contaria se isso acontecesse.

 “Eu só quero aproveitar isso em quanto eu posso.”

Victória quer vingança, e está conseguindo isso ao manter Edward preso, não só comigo, mas toda a família sofre com isso. 

 “Ainda quer as cinzas de seu marido para colocar em um vazo?”

 “Ele realmente está... Morto Bella... Já está na hora de você aceitar.”

 “Está feito!”

 “Está... Morto.”

 “Parceiro por parceiro.”

 “Morto.”

 “Nem sempre as coisas são o que parecem ser. Não perca suas esperanças.

“Não perca suas esperanças.”

“Não perca suas esperanças.”

“Não perca suas esperanças.”


NÃO!

Edward não está morto! As aparências enganam! É isso que aquela vadia quer! Enlouquecer-me, derrubar-me, abater a minha família, mas isso ela NUNCA vai conseguir.

POV Charlie

O rosto de Bella estava impossível de se ler, em segundos milhares de emoções apareceram em seus olhos. Troquei um breve olhar com Dan que franziu a testa quando ela apertou firme a aliança em sua mão e então se levantou.

Seu rosto não demonstrava dor, nem tristeza, mas sim uma determinação incrível.
-Eu vou com os agentes até Forks. – comunicou ela colocando a mão no bolso e me jogando a chave do carro. – Entregue a chave a Alice e agradeça a ela por tudo.
- Espere! O que diabos está pensando em fazer? – perguntou Daniel se levantando. –Pelo amor de Deus Bella! Eu vejo em seus olhos claramente essa determinação suicida! Eu não vou deixar você ir! Você não vai, está me ouvindo?

Ela sorriu serenamente para seu irmão e disse de forma doce.

- Desculpe meu irmão, mas você não está falando com a sua filha... Eu vou até Forks e não existe nada nem ninguém que vá me impedir.

POV Bella

Segui andando para o lado de fora, uma determinação gigantesca se apoderou de meu peito. Era algo tão grande. Foram poucas as vezes que senti isso.

A primeira vez foi quando Lopez e Melo apareceram no castelo durante o baile e ameaçaram minha família, a força que fluiu dentro de mim foi imensa, como se dentro de meu corpo uma outra Bella, uma Bella forte, poderosa e destemida quisesse se libertar. E eu consegui proteger a todos com essa explosão de poder.

A outra vez que senti foi quando Edward iria se sacrificar novamente para me salvar. Eu não poderia deixá-lo fazer aquela loucura, eu preferi gastar todas as minhas forças a vê-lo morrer. Meu peito mais uma vez se encheu dessa determinação “suicida” como já disse Edward e agora meu irmão.

Mas sinceramente não acho que seja suicida. Gosto dessa sensação, é como eu soubesse que não importa o que eu fosse fazer, iria dar certo.

- Puta que pariu! Como consegue ser tão teimosa? – grunhia meu irmão andando rapidamente atrás de mim em quanto eu me juntava com Ângelo e Zack que nos olhavam curiosos assim como quem trabalhava naquela grande sala no momento.

- Da mesma forma que você maninho. – respondi e ouvi Charlie rindo.

Após seguir o cheiro de Ângelo e Zack pelos corredores, chegamos a uma grande sala com diversos computadores, escrivaninhas e monitores por praticamente todas as paredes.

Os dois estavam encostados a parede quando me juntei a eles.

- Charlie me ajuda aqui. – suplicou meu irmão ao vampiro que sorria.

- Quando você vai aprender que não adianta discutir com a sua irmã? – perguntou ele e eu sorri largamente mostrando como suas palavras estavam certas.

Meu irmão bufou e então bagunçou seus cabelos com suas duas mãos completamente transtornado.

- Você vai fazer merda. – sibilou ele e eu sorri.

Dan não iria mais discutir sobre eu ir. Os agentes que estavam conosco antes na saleta adentraram pelo corredor e olharam para mim preocupados.

- Sem querer me meter, mas... Seu irmão está certo, não é seguro a senhora ir... Não sabemos que iremos encontrar por lá, e não poderemos cuidar de sua segurança. – disse o agente Lewis e eu sorri docemente com sua preocupação.

- Tenho certeza que arranjarei um jeito de me proteger. – disse sorrindo e os agentes suspiraram indo em direção a uma das bancadas com os computadores e perguntando sobre a situação.

Meu irmão ainda com o rosto furioso perguntou-me.

- O que pretende afinal? Encontrar Edward lá? Ele está morto Bella! Aceite isso de uma vez! – sua voz estava numa altura normal, mas suas palavras foram duras.

Meu sorriso desmanchou e eu olhei seriamente para os olhos verdes de meu irmão. A aliança de meu marido queimando na palma de minha mão direita que estava fechada em punho.

- Daniel... – repreendeu Charlie soando cansado, mas meu irmão não tirou seus olhos dos meus.

- Sua esposa está morta. Aceite. – disse seriamente e meu irmão bufou.

- Nati não está morta. – disse ele secamente.

- Exatamente. – rebati sorrindo forçado sem mostrar meus dentes.

Meu irmão grunhiu.

- Faça o que quiser Bella! Só não esqueça que você tem uma filha para criar. – disse ele seriamente e então saiu a passos firmes pelo corredor.

Suspirei e me encostei à parede ao lado de Ângelo. Charlie sorriu amigável para mim, dando um apoio que quem deveria dar era meu irmão. O fato de ninguém acreditar em mim me magoava, mas meu próprio irmão fazer isso magoava tanto que machucava.

Meu pai depositou um beijo em minha testa e depois sibilou seriamente para Ângelo e Zack.

- Protejam-na.

- Não era nem preciso falar chefe Scott. – respondeu Zack e Charlie sorriu.

Meu pai desapareceu diante nossos olhos erguendo alguns papéis que estavam acima da mesa mais próxima. Os humanos ficaram um pouco atônitos, mas logo voltaram ao seu trabalho.

- Chefe Scott? – perguntei franzindo a testa e Ângelo sorriu para mim respondendo a minha dúvida.

- O sobrenome de Charlie é Scott princesa... Ele assumiu o Swan a pedido de seu pai que sempre nos disse que Charlie era como um irmão para ele... Então quando ele pediu para cuidar da senhora e seu irmão ele mudou o sobrenome.

- Hum... – murmurei compreendendo.

[...]

POV Charlie

Assim que cheguei em casa Nessie pulou em meus braços.

- Oi vovô!

- Oi minha morceguinha, o que está aprontando?

- Brincando de cabeleireira com o meu Jake. – fiz careta para o meu, mas então gargalhei ao avistar Jacob sentado no chão com as costas encostadas no sofá que estava repleto de brinquedos de Nessie.

Mas o que me fez gargalhar foram os cabelos do cachorro que estavam cheios de presilhas cor de rosa.

Minha neta correu se jogando no sofá e começou a tirar algumas das presilhas, mas sem se importar muito em tomar cuidado, pois Jacob fazia careta com os cabelos arrancados.

- Nessie não gostou de eu ter cortado o cabelo. – murmurou ele fazendo outra careta quando Nessie arrancou mais fios de cabelo.

- Eu queria fazer Maria Chiquinha. – disse ela fazendo bico e eu gargalhei mais uma vez.

Jacob bufou, mas eu podia ver em seus olhos que ele não estava bravo e muito menos ligava para os cabelos arrancados. A verdade, por incrível que pareça, era que ele estava se divertindo com a pequena.

- Onde está Bella? – perguntou Esme saindo da cozinha com um pano de prato pendurado em seu ombro.

- Ela volta mais tarde... A essa hora, deve estar a caminho de Forks. – disse e então me lembrei de que tinha que falar com o cachorro. – Jacob, já falou com o bando?

Black se levantou depois que Nessie já tinha retirado todas as presilhas a pequena correu até Esme que prontamente a pegou no colo.

- Falei com eles mais cedo... Mas o que aconteceu? – perguntou ele e eu franzi a testa.

- Eles não falaram nada sobre algum problema em Forks? – perguntei e ele sinalizou negativo com a cabeça.

- Ajuda a vovó a ajeitar as camas? – perguntou Esme para Nessie que assentiu sorrindo largamente e pulando de seu colo.

- Aposta uma corrida vovó? – perguntou a pequena saindo em disparada e logo Esme a seguiu.

Contei rapidamente tudo o que havia acontecido no FBI e então Jacob tomou uma expressão séria.

- Espere alguns minutos, vou falar com o bando.

Ele saiu correndo em direção a floresta.

Em alguns instantes, Alice apareceu com o semblante sério descendo as escadas.

- O que disse a ela Alice? – perguntei e a baixinha deu de ombros pegando a chave de minha mão estendida.

- Nada de que ela já não saiba.

Bufei, como se Alice fosse dizer algo conexo. Mas ela estava muito séria, como se tivesse previsto algo, ou prevendo algo, antes que eu perguntasse ela respondeu.

- Até onde eu vejo nada de mais vai acontecer.

- O que quer dizer com até onde eu vejo?

- Jacob foi falar com os lobos e acho que ele os mandou para lá, então não posso ver mais nada. – ela respondeu bufando e eu suspirei sentando no sofá, ela seguiu meu movimento, mas em vez de sentar ela se jogou de costas.

Jacob entrou pela porta.

- Avisei a matilha e eles estão indo para lá. – disse ele e Alice revirou os olhos.

POV Alice

Como se eu já não soubesse.

Tentei forçar minha mente, mas nada me vinha. A coisa mais frustrante em minha vida é me sentir cega!

Bufei revoltada e fui até o quarto de Bruna. Jazz e Rose estavam tentando acalmá-la, ela ainda estava muito nervosa depois de ter brigado com Bernardo.

- Relaxa pequena! Ele foi direto para casa. – disse adentrando o quarto e me jogando na cadeira do seu computador.

Girei sorrindo até parar olhando para eles.

- Credo! Vocês me olham como se eu fosse criança! – disse cruzando os braços no peito.

Rose revirou os olhos e Jazz gargalhou fazendo Bruninha rir baixinho também.

Parei de sorrir quando uma visão veio rapidamente.

- Não acredito! Como pode me esconder a verdade por todos esses anos! E meu pai? Nunca passou pela sua cabeça que talvez ele quisesse saber quem foi seu verdadeiro pai?

- Ow! – disse piscando meus olhos.

- O que viu tia? – perguntou Bruna preocupada.

- Parece que nossa amiga Katharine finalmente tomou a decisão de contar a Bernardo que Edward é seu avô.

- O QUE?! – Bruna ficou em pé na cama com o susto.

- Alice! – me repreendeu Rose.

- O que foi? Ela saberia uma hora ou outra mesmo. – disse dando de ombros.

- Não acredito! Mas como? Eu não sabia que o tio Ed tinha tido outra namorada além de tia Bella! E como... – Bruna fazia várias perguntas ao mesmo tempo.

Ai que orgulho da tia, aprendeu comigo a falar milhares de coisa ao mesmo tempo!

- Acalma-se pequena, agora que Alice já falou, nós contamos o resto da história. – Jazz a puxou para sentar-se na cama e começou a contar toda a história novamente.

Levantei da cadeira e me joguei na cama ao lado de Bruninha e fechei meus olhos em busca do futuro.

Caramba! Bernardo não reagirá muito bem... Mas também... Katharine demorou de mais para contar... Se ao menos tivesse dito quando ela se encontrou com Bella... Tenho certeza que minha amiga conseguiria acalmá-lo...

O garoto tem gênio forte quando fica bravo.

POV Bella

Estávamos em uma espécie de camburão, indo para Forks. O clima estava meio estranho e até mesmo cômico.

Do lado direito estávamos eu, Zack e Ângelo, sentados tranquilamente conversando amenidades.

Do lado esquerdo estavam quatro humanos espremidos devido à quantidade de equipamentos em seu corpo. Dês da vestimenta que era grande e parecia pesada até armas de fogo em prontidão em suas mãos.

- Ou nós somos muito tagarelas, ou todos aqui são muito quietos. – comentei sorrindo e os humanos ficaram tensos.

- Não é isso princesa... Eles estão receosos, mas ao mesmo tempo curiosos quanto alguma coisa... – afirmou Zack de forma sutil.

Olhei curiosa para ele, mas quem esclareceu minha dúvida foi Ângelo.

- Zack pode sentir o humor das pessoas através do cheiro.

- Como Jasper? – perguntei.

- Mais ou menos, mas Jasper não sente pelo cheiro, ele simplesmente sente e ele também pode manipular, já eu não.

- Hum... Se estiverem curiosos e querem perguntar alguma coisa, não tenham medo de perguntar... Nós não mordemos. – disse divertida voltando meu olhar para os humanos.

- Acho que eles foram orientados a não conversar princesa. – comentou Ângelo.

- Não é isso... – disse finalmente o homem que estava a nossa frente na ponta direita.

Sorri incentivando.

- É que é difícil para nós... Acho que todos aqui tinham uma idéia pré concebida quanto a vocês... E vendo-os falar sobre família, crianças, trabalho... Percebemos o quanto são parecidos conosco.

Sorri entendendo suas palavras.

- Isso é normal... Afinal nossa existência é um fato novo para vocês... Mas tenho certeza que possuem muitas dúvidas, se quiserem perguntar, sintam-se a vontade. – disse amistosa e percebi que os quatro a minha frente se ajeitaram em seus acentos esboçando leves sorrisos.

- Quantos anos vocês tem? – perguntou o homem da ponta esquerda.

- 35. – disse Ângelo.

- 32. – respondeu Zack.

- Credo, me dá até vergonha de falar minha idade agora. – disse divertida e os dois ao meu lado riram.

- Se não tivéssemos renascido seriamos bem mais velhos que a senhora. – disse Zack.

- Muito animador. – revirei meus olhos e respondi envergonhada. – 7031 aninhos.

Vi quatro pares de olhos se arregalando.

- Eu sei, nem parece. – disse rindo e jogando meus cabelos em uma imitação barata de Rose.

Com minha atitude todos riram deixando o clima mais leve e os humanos mais a vontade para fazer perguntas.

- Porque eu sinto essa confiança quando estou perto de vocês? Eu sempre fico tensa com essas missões, mas agora não estou me sentindo insegura e muito menos com medo. – comentou a única mulher humana do grupo, os três homens a olharam sem entender. – O que? Vocês também não sentem isso? Deve ser coisa de mulher então, sei lá.

- Agora que você falou... – murmurou o homem ao lado dela.

Pensei sobre isso, era tudo uma questão de instinto... Mas antes que eu colocasse meus pensamentos em palavras Ângelo explicou.

- É uma coisa de extinto entre espécies... Como posso explicar? Hã... Sua arma, para que ela serve? Não creio que pense que ela sirva apenas para matar.

- Não... Nunca pensei desse jeito... Mesmo que sejamos treinados a matar quando é preciso, não uso minha arma pensando nisso... A carrego para me proteger. – disse a mulher.

- Exatamente, quando tem sua arma em mãos tem o sentimento que vai se proteger... É o mesmo que ocorre quando está perto de nós... Temos o dever de proteger os humanos e temos poderes para isso, por isso vocês se sentem seguros conosco, pois em seu mais profundo extinto confiam que podemos protegê-los.

Os quatro faziam caretas ao tentar absorver a história.

- Isso acontece conosco também... Mas não com nós mesmos e sim quando estamos perto de alguém da família real... Digo, agora, por exemplo, não sinto medo de que algo aconteça comigo, a presença da princesa nos dá coragem e nos faz sentir confiantes... Charlie nos pediu para protegê-la, mas nosso extinto é claro em dizer que na verdade quem vai nos proteger é ela. – completou Zack.

- E nosso orgulho não nos deixa admitir que ela é quem vai nos proteger... Por esse motivo não nos importaríamos de morrer para protegê-la. – disse Ângelo divertido.

- Não gosto disso. – disse fazendo uma careta e eles sorriram dando de ombros.

Suspirei.

- O extinto também explica por que estavam tão agitados lá no FBI... Mas relaciona-se com o fato de dois vampiros estarem por lá... Os humanos possuem o extinto natural de se afastarem dos vampiros, vocês podem até nem perceber, mas com certeza já escaparam de muitos vampiros somente com aquela sensação de “estou com vontade de pegar outro caminho para casa hoje” - disse perdida em pensamentos.

- Aquele cara estranho que acho que nenhum de vocês gosta... Era um vampiro certo? Por que ele tinha olhos vermelhos? – perguntou o homem ao lado da mulher.

- Não gostamos dele mesmo... Aro é sim um vampiro e além de tudo se acha o fodão. – disse Ângelo com sua raiva contida.

- Ele possui olhos vermelhos porque se alimenta de sangue humano... Não é uma boa companhia para se ficar a sós... Sem dizer que é sarcástico a ponto de fazer até a mais calma pessoa voar em seu pescoço. – disse Zack bufando.

Eu ri da indignação deles.

- Não vale a pensa vocês ficarem bravos por causa do Aro... Tenho certeza que se ele estivesse vendo vocês agora estaria com aquele maldito sorriso na boca.

- Não parece ter medo dele. – comentou o homem da ponta esquerda.

- Está enganado... Tenho medo sim, mas não pelo que ele pode fazer a mim, pois isso é o mesmo que nada, mas medo pelas pessoas que conheço que estão em perigo perto dele... Aro é dono de uma das auras mais negras que eu já vi... Apenas sua presença faz minha espinha arrepiar... Ele não se importa com ninguém além de si mesmo e de seu ego... Sinceramente tenho pena dele. – disse perdida em pensamentos.

Eles me olharam, mas nada disseram, abaixei meu olhar e então me deparei com algo que me chamou atenção.

- Você se casou Ângelo? – soou como uma afirmação.

Ele sorriu largamente assentindo.

- A conheci no ensino médio, então assim que ela completou dezoito anos nos casamos... Ela não queria parecer mais velha do que eu... Mulheres. – ele disse revirando os olhos.

- Ela é humana? – perguntei e ele assentiu.

- Eu não sabia que vocês poderiam ter relacionamentos com humanos. – comentou a mulher curiosamente.

- É claro que sim... São muito poucas as diferenças entre nossas espécies... Bem, a única que poderia causar algum problema seria o fato de nós paralisarmos quando nos tornamos adultos e os humanos continuam a envelhecer... Mas quando nos casamos o humano, no caso da minha mulher, paralisa seu crescimento na idade em que se encontra e também recebe alguns de nossos poderes base, como a pele mais resistente, as presas, imortalidade e ainda às vezes desenvolve um poder de característica própria.

- Ow! Se o mundo ficasse sabendo disso imagino quantos humanos tentariam casar com alguém da espécie de vocês! – disse o homem da ponta direita.

Nós gargalhamos.

- É impossível de acontecer... Os sentimentos para nós são muito diferentes... Não nos apaixonamos por pessoas diferentes ao longo da vida... Nós sabemos quem é a nossa metade no momento em que a encontramos... O sentimento sempre é recíproco... Ou seja, se alguém tentar nos enganar será em vão, já que o sentimento não será correspondido. – expliquei.

- Puxa! Isso poderia acontecer conosco também... Argh meu primeiro namora era um otário!

Gargalhei mais uma vez.

- Hei Ângelo sua esposa tem algum poder diferente? – perguntei e ele fez uma careta.

- Ela, er... Pode ver através de pequenas camadas de matéria... Digo, roupas e tal... É constrangedor. – disse ele abaixando a cabeça com suas bochechas coradas e eu ri.

- Mas o que dá esse poder a ela... Vocês só se casam e pronto, a outra pessoa tem poder? – perguntou o homem que estava sentado ao lado da mulher.

- Durante o matrimonio o casal meio que troca de energia... E essa energia que o humano recebe é que desperta o poder. – explicou Ângelo.

- Espera! – eu disse de repente e todos me fitaram.

Caralho como eu não pensei nisso antes?! Eu também troquei energia com Edward, por ter se casado comigo ele também pode ter adquirido um novo poder que só agora que estamos distantes se manifestou.

- Me diz uma coisa... Vampiros também podem receber esse poder? – perguntei apertando ainda mais a aliança de Edward em minha mão.

Zack com a testa franzida falou para mim.

- Eu pensava que seu marido lia mentes mesmo antes de vocês se casarem.

- Sim, sim... Não é a isso que eu me refiro... Digo, ele poderia desenvolver um novo poder, mesmo depois de um tempo de casamento sem manifestar nada, não poderia?

- Talvez princesa... Eu realmente não sei... Casamentos como os da senhora são realmente raros. – comentou Ângelo.

- Casou-se com um vampiro? – perguntou de olhos esbugalhados a mulher e eu sorri.

- Sim... Mas ele não se alimenta de humanos. – expliquei e a feição horrorizada da mulher se suavizou.

- Existem vampiros que não se alimentam de humanos? – perguntou o homem da ponta direita.

Deixei que Ângelo e Zack continuassem a respondê-los e fiquei em silêncio.

Eu tinha certeza, esse era um novo poder que Edward desenvolveu... Mas como esse poder nos ajudaria a tirá-lo seja lá onde ele esteja?

Antes que eles reparassem em meu silêncio nós finalmente chegamos ao local. A porta se abriu e todos nós tomamos a postura séria da situação.

Chegava a ser irônico nós três perto dos humanos, já que estávamos vestidos normalmente em quanto eles todos equipados com armas e aparelhos eletrônicos.

Seguimos em direção a floresta o cheiro de sangue era perceptível ao nosso olfato apurado. Fiz uma careta.

- O que foi princesa? – perguntou a mulher que estava conosco no camburão.

Os outros grupos olharam para nós estranho, mas ela ignorou.

- Sangue... O cheiro de sangue está forte. – disse fazendo outra careta e percebendo melhor. – Mas não é só sangue humano... Tem da nossa espécie também... É melhor irmos logo.

Levantei minha mão e olhei para aliança de Edward. Beijei-a e então a coloquei no cordão que eu havia dado a meu marido em nosso primeiro natal juntos. Este mesmo cordão foi o que eu encontrei jogado na floresta depois dele ter sido seqüestrado, desde então eu nunca mais o tirei.

Coloquei a mão no peito sentindo ali pendurada a aliança. Não se preocupe meu amor, logo você a terá novamente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Capítulo ainda não acabouuuuu.... correndo postar ;)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Lenda da Lua" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.