A Lenda da Lua escrita por Paola_B_B


Capítulo 53
Capítulo 7 - Família é o que há de mais importante


Notas iniciais do capítulo

Sem palavras, espero que gostem do cap ;)



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Capítulo 7 – Família é o que há de mais importante

POV Bernardo

Vovó me olhava um tanto quanto assustada pelo jeito com que eu perguntei as coisas para ela.

- Desculpe... – murmurei e ela suspirou. – Eu só quero saber a verdade vovó, me diga quem eu sou afinal. – pedi em tom mais baixo.

- Você é meu neto, a pessoa mais importante para mim neste mundo, um garoto de ótimo coração, bondoso, inteligente... O meu maior orgulho. – disse ela segurando meu rosto com suas mãos.

- Não era a isso a que eu me referia. – murmurei meio zangado e desviei meu olhar.

- Quem você é Bernardo não é de onde você veio e sim o que tem dentro de você. – ela pôs uma de suas mãos em meu peito. – Isso aqui é você.

- Eu sou adotado vovó? – perguntei em um sussurro olhando diretamente em seus olhos azuis.

Ela sorriu carinhosamente e negou de forma gentil.

- Não, você é meu neto biológico.

- Então por que eu sou tão parecido com o marido da professora Cullen? – perguntei confuso.

Vovó me deu as costas e andou alguns passos e então se virou novamente e me pediu.

- Eu sei que está muito curioso quanto a Edward, mas eu ainda não estou preparada para retomar essa história com você Bernardo... Irei lhe contar a verdade, mas me de um tempo para pensar na melhor maneira de lhe falar sem que... – ela parou olhando para baixo.

- Sem que? – instiguei estranhando sua pausa.

- Sem que você me odeie. – murmurou ela fitando-me e então se virou indo em direção a cozinha.

Fiquei sem reação apenas observando seu andar. Por que eu a odiaria afinal? Seja qual for a verdade eu nunca odiaria minha avó! Foi ela quem me criou, foi ela quem me deu amor, foi ela que me apoiou quando meus pais se foram, mesmo que ela estivesse perdendo um filho naquela época ela arranjou forças para não me deixar adoecer. Não importa que verdade seja essa, eu amo minha avó e nada o que ela fale me fará odiá-la, eu não sou capaz disso!

POV Katharine

Não sei como Bernardo vai reagir a historia que contarei. Ele amava o avô, ele o admirava, Wanderley era o seu herói. Não posso simplesmente chegar e dizer que aquele que ele sempre idolatrou não era seu avô verdadeiro e sim um vampiro que está paralisado em seus 17 anos e que no momento está preso sendo torturado e corre o risco de não sobreviver é que é seu avô biológico.

Eu já não consigo lidar com essa história... Fico imaginando como ficará a cabeça de uma criança de 15 anos.

Posso até imaginar as acusações de meu neto. “Você não tinha o direito de me esconder isso”, “Papai morreu sem saber quem era seu verdadeiro pai”, “Eu odeio você”.

POV Bruna

Suspirei encostando-me em meu avô, eu já havia cansado daquele silêncio dele.

- O senhor está tão pensativo vovô... Parece até que está apaixonado. – ele ficou rígido e eu arregalei meus olhos e me distanciei para fitá-lo. – Não acredito! Está mesmo apaixonado!

Charlie ficou desconfortável e logo desconversou.

- Deixe de falar abobrinhas Bruna! – ele olhou para a rua tentando disfarçar e eu gargalhei.

- Não acredito vovô! Quem é minha futura vovó? – perguntei e ele me fitou de cara feia, o que e fez rir mais ainda. – Ok, ok, calei-me! – ergui meus braços em sinal de paz e tentei prender o riso.

Avistei Maggie se aproximando de nós, seus olhos não conseguiam sair de meu avô e eu revirei meus olhos... Vampiros e sua super beleza... Pigarreei para que ela falasse o que veio falar e parasse de babar em Charlie.

- Er, eu... Eu só vim saber se você conseguiu a autorização para o teste de líder de torcida. – disse ela, seus olhos dançando entre mim e meu avô.

Charlie sequer notou a presença de minha amiga ali, ele fitava a rua seriamente, seu maxilar rígido e eu tinha certeza que sua mente viajava em milhares de coisas.

- Consegui sim. – disse entregando a autorização a ela.

- Legal... Mas então o teste seria amanhã, mas ninguém está no clima depois do que aconteceu hoje... Os testes extraclasses foram todos transferidos para o final do mês... Ainda vai tentar né?

- Claro que sim. – disse sorrindo e ela retribuiu animada.

Nosso papo foi interrompido pelo vice-diretor que correu até meu avô e lhe estendeu a mão.

- Willian Peterson, vice-diretor.

- Charlie Swan. – retribuiu o aperto de mão meu avô.

Maggie que agora tinha toda atenção voltada ao vampiro suspirou com seu timbre de voz e eu tive vontade de perguntar “E ai já terminou de babar no meu avô?”, mas era capaz dela me responder que ainda não...

- Você é médico certo?

- Sim.

- Bem Dr. Swan creio que devo agradecer por sua ajuda hoje, acho que se não tivesse intervindo talvez...

- Apenas não gosto de pessoas covardes que usam da violência contra aqueles que são mais fracos. – cortou o vampiro dando de ombros.

O senhor Peterson assentiu seriamente.

- Bem, nunca o vi por essa cidade, mudou-se há pouco tempo?

- Sim, na verdade cheguei de viagem ontem... Estou morando com minha filha Isabella. – o vice-diretor espantou-se e perguntou descrente.

- A senhora Cullen?

- Exato. – respondeu meu avô sem mais delongas.

O homem ficou pensativo de certo calculando idades até que desistiu e retornou ao assunto que o trouxe aqui.

- Bem... Vim aqui a pedido do diretor Mellasu para perguntar se o Doutor tem algum emprego e se não, gostaria de trabalhar aqui no colégio, já que nossa enfermeira está mudando de cidade... Bem, é claro que um doutor não vai aceitar trabalhar em colégio não é? Vai preferir ir trabalha no hospital da cidade vizinha e...

- Eu aceito. – cortou Charlie. – Aceito o emprego.

O senhor Peterson o fitou com curiosidade.

- Eu pretendia ficar na cidade mesmo... E um emprego no mesmo local de trabalho de minha filha é melhor ainda.

- Desculpe doutor Swan, er, eu conheço seu nome... É um médico renomado, por que aceitaria trabalhar em um colégio? – perguntou envergonhado por ter omitido que já conhecia meu avô.

- A verdade? – perguntou meu avô suspirando e o homem assentiu com expectativa. – Isabella está doente e temo por sua saúde, me sentirei melhor se ela estiver sob minha fiscalização.

Maggie olhou para mim rapidamente com olhos confusos, eu apenas abaixei meu olhar. Eu sabia exatamente do que meu vô estava falando. Eu tinha certeza que ele não viera apenas por estar com saudades ou que era para deixar meu pai tomar suas próprias decisões. Tenho certeza que meu vô, assim como meus pais, teme que tia Bella faça alguma loucura.

- Er, preciso ir. – disse minha amiga um pouco desconfortável.

Despediu-se e se foi.

Vovô disse que acertariam os outros detalhes amanhã e então minha tia chegou com Nessie em seu colo. A pequena brincava com os cabelos da mãe que tinha uma feição preocupada.

POV Bella

Eu não tinha idéias de para onde Jake poderia ter ido, pobre lobo deveria estar com sua cabeça em total conflito e dor. Uma das maiores tristezas da vida é perder aqueles que amamos, principalmente nossos pais.

Mas o que me frustrava era o fato de eu estar de mãos atadas, não tinha o que fazer. Alice não podia ver os lobos. Os lobos não sabiam para onde ele tinha ido... O jeito é esperar que ele logo apareça.

- Vamos? – perguntei assim que cheguei a Bruna e Charlie, os dois assentiram e me perguntaram o que havia acontecido.

Expliquei sobre Jake e o que havia acontecido com Billy, os dois entristeceram assim como eu.

O dia passou-se monotonamente assim como a semana. Charlie trabalhava na enfermaria do colégio e posso afirmar que a ocorrência de garotas com “dor de cabeça” aumentou consideravelmente. Era cômico vê-lo se esquivar das investidas femininas, não so alunas, mas professoras também... Quanto à professora Lara, ele não me falou nada a respeito e toda vez que eu perguntava ele se esquivava, ela também não perguntou nada a respeito de Charlie como as outras professoras e toda vez que o assunto surgia ela corava de forma descomunal. Melhor eu não me meter nesta história, pelo menos não por em quanto.

Durante as tardes eu treinava com Bruna, ela estava melhorando bastante, mas sua teimosia em ignorar certos ensinamentos a fazia acabar de cara no chão no final de todas as tardes. Nenhuma de nós usava poderes além de nossa força e agilidade, esse treinamento acontecerá posteriormente. Bruna reclamava que eu não lhe dava folga, mas eu nem se quer usava metade dos meus poderes.

À noite eu ia para o telhado e ficava observando o céu, às vezes com sorte eu podia ver as estrelas dali mesmo, hábito que peguei de meu marido quando eu estava grávida, ele mal conseguia ficar no mesmo cômodo que eu, pois eu quase o enlouquecia.

Dês da visita que fiz a Edward que não sonho e nem tenho nenhum tipo de visão com ele... Eu já deveria estar acostumada, já fiquei durante meses sem nem sequer uma notícia. Isso sempre me enlouquece, mas tenho uma família que me ajuda a ficar inteira, tenho uma filha que me dá motivos para continuar lutando pela minha vida... E principalmente tenho a esperança que não me deixa desistir de acreditar em futuro.

Suspirei e com uma batida de asas fiz a curva e retornei para casa. Hoje era sábado e como o céu estava coberto de nuvens resolvi voar a cima delas.

Amanhã os Cullens chegariam, estou completamente morta de saudades deles. Amanhã os amigos de Bruna viriam fazer um trabalho do colégio aqui em casa. Amanhã seria um longo dia de falsos sorrisos.

Entrei pela janela da biblioteca. Sim eu tenho uma biblioteca em minha casa. Casa não, mansão... Esme a deu a mim e Edward como presente de casamento... E bem, Esme é exagerada.

A biblioteca é um grande salão em “L”, o chão de madeira, paredes claras contrastando com as diversas estantes de tom escuro. Coleções de diversos livros ocupavam as prateleiras. Nas paredes diversos quadros que Bruna pintara. Uma grande escrivaninha ocupava o centro da parte onde ficava a entrada da biblioteca. No centro da outra parte estava o piano.

Um lindo piano de cauda, preto reluzente, e me lembro claramente de Edward compondo belas melodias em quanto olhava o porta-retrato que ficava sobre a tampa do instrumento. Meu vampiro amava aquela foto, nela estávamos eu ele e Nessie, todos sorríamos naquele dia. Este lado do salão ainda tem o cheiro de meu marido, e se eu fechar os olhos posso imaginá-lo aqui.

POV Edward

Deus! O que diabos eu iria fazer? O que eu tinha na cabeça afinal? Eu nunca poderia ter se quer cogitado a idéia de Victória! Não importa o quão à dor possa ser insuportável, eu não poderia ter cedido a um impulso!

Victória contaminou-se quando tomou o sangue de James, sua loucura passou como uma doença a ela, porém o que a vampira não sabia é que tal “ligação” sanguínea daria a James o poder de controlar sua mente, não só colocando vozes em sua cabeça, mas também controlando seu corpo como marionete. Por incrível que pareça James gostava realmente de Victória e parou de controlá-la, porém sua mente já era tão insana quanto a do mesmo.

Quando Arthur e Anita mataram James, eles acabaram criando o sentimento mais forte que um vampiro pode sentir: O desejo de vingança. Mataram seu parceiro e agora ela queria e iria se vingar. Os poderes de James passaram para a vampira que logo aprendeu a utilizá-los e então começou a recrutar novas marionetes.

Com a falsa idéia de poder ela convencia vampiros e seres da lua a tomarem, pelo menos, um gole de seu sangue. Quanto mais tomavam, mais queriam, e quanto mais queriam, mais suscetíveis ao controle de Victória se tornavam.

E era isso que ela queria de mim, que eu aceitasse beber seu sangue, aceitasse ser controlado por ela, ver a “verdade” segundo sua mente. Nunca cedi, eu tinha plena consciência do que acontecia com as mentes, qualquer um fizesse o que ela queria parecia ter seus neurônios instintos, perdiam a capacidade de pensar e então só agiam com seus extintos.

Droga! Eu nunca poderia ter feito aquilo, se Victória sentisse aquela raiva apenas alguns minutos depois eu poderia agora estar solto... Matando inocentes para me alimentar, podendo até machucar Bella... Machucar Nessie... Ou até mesmo coisa pior!

Um calafrio passou por meu corpo em apenas imaginar tais barbáries. Respirei fundo tentando por em minha mente que tudo aquilo uma hora ia acabar... Em breve segundo a mente da vampira dos cabelos cor de fogo.

Fechei meus olhos sentindo-me mais cansado do que o normal e pedi do fundo de minha alma que tudo acabasse logo.

Abri meus olhos quando percebi a mudança de cores através de minhas pálpebras.

Olhei a minha volta e logo reconheci o local... Era a biblioteca de minha casa e de Bella na City of the Angels que Esme nos deu de presente de casamento. Passei momentos inesquecíveis nesta casa com minha princesa.

Andei visualizando tudo, vendo cada detalhe e como tudo estava igual, exatamente igual a quando estávamos aqui.

Fiz a curva do “L” da sala e paralisei quando vi Bella. Ela tinha seus olhos fechados, sua expressão triste em quanto acariciava as teclas do piano. Seus dedos passavam lentamente por cada tecla branca sem fazer nenhuma pressão, como se estivesse fazendo carinho no rosto de uma criança.

Aproximei-me sorrindo, completamente morto de saudades. Percebi que eu podia ouvir claramente os pensamentos dos presentes na casa. Bruna sonhava com seus pais, Charlie estava concentrado de mais pensando em seu passado e olhos acinzentados não paravam de passar diante de sua mente... Nessie também dormia, ela tinha o sono tranqüilo e sonhava com um lindo campo florido e muitas borboletas a sua volta. Sorri largamente com aquelas imagens.

Quando estava a dois passos de Bella eu parei novamente. Muitas vezes eu visitava meus familiares em sonho, sei que é apenas um modo de minha mente não enlouquecer, se é que já não enlouqueci, mas eu gostava de acreditar que aquilo era real.

Suspirei e meu hálito fez os braços de Bella arrepiarem, ela fechou mais forte os olhos e liberou sua mente.

“Edward? Está aqui?”

- Sim. – respondi em um sussurro já que isso nunca tinha acontecido antes.

Geralmente eu não falava com ninguém nesses sonhos, eu apenas observava... Algo mudou.

Minha princesa virou-se na direção de minha voz e abriu os olhos lentamente. Escutei seu coração acelerar juntamente com a sua respiração. Seus grandes orbes castanhos começaram a nadar em lágrimas e eu me apressei para secá-las antes que caíssem.

POV Bella

Eu olhava confusa para Edward a minha frente, eu já estava acostumada a visitá-lo, porém ele nunca me visitou, eu nem sabia que isso era possível. A felicidade que senti fez meus olhos transbordarem em lágrimas e meu vampiro apressou-se para enxugá-las, mas ele não conseguiu.

Seu corpo estava translúcido, e suas mãos não conseguiram tocar meu rosto. Sua expressão era assustada, depois ficou confusa e por fim frustrada. Edward ficou passando suas mãos pela minha bochecha tentando senti-la, mas não conseguia. Eu também não pude senti-lo fisicamente, mas minha pele arrepiava cada vez que ele fazia um movimento.

Não pude deixar de sorrir com a ironia da situação, há 97 anos quem estava frustrada com o fato de não conseguir tocar em algo físico era eu. Mas minha expressão logo mudou e Edward percebeu.

Minhas lágrimas desciam grossas pela minha face e eu já fazia uma careta tentando segurar o choro.

- Não chore meu anjo, por favor. – disse ele com a voz dolorida e agora mais do que nunca tentava me tocar.

“Edward, você... Está vivo não é?” – perguntei por pensamento.

Eu não tinha coragem de falar em voz alta, tinha medo que tudo aquilo fosse uma alucinação e que talvez minha voz pudesse dissipá-la. Se aquilo era uma miragem... Foda-se, eu não quero que desapareça!

http://www.youtube.com/watch?v=lFpQdGNkwVU [Jesse McCartney because you live]

Meu vampiro inconformado parou de tentar me tocar e então sorriu para mim lindamente.

- Não meu anjo, eu estou sonhando. – disse-me e minhas lágrimas não paravam de rolar.

“Isso não é um sonho Edward, eu ainda estou acordada... E você está aqui... Quer dizer...” – eu dizia de forma desconexa.

- Sim eu estou aqui, mas ainda estou preso... Eu sempre te visito por sonhos Bella, na verdade acho que isso é uma alucinação minha, mas eu a quero como nunca meu amor... Não quero que essa alucinação pare, pois se ela parar tenho medo do que pode acontecer... Ver você, Nessie, nossa família é o que me faz ter força para continuar lutando Bella, ver você viva me faz vivo também... Essa é a primeira vez que converso contigo quando estou sonhando... – ele fez uma pausa e me olhou implorativo. – Por Deus Bella, pare de chorar, por favor, vai me enlouquecer desse jeito!

“Desculpe... Estou tentando, juro.” – disse fungando.

Edward ficou bravo.

- Isso é frustrante de mais, eu quero te tocar, te abraçar e fazê-la se acalmar, mas eu não posso! Que merda! – disse bravo e eu tive que rir, um riso estranho misturado com o choro.

Ele sorriu satisfeito e então pediu indo em direção ao sofá que tinha encostado a parede.

- Vem... Se isso é um sonho ou não, eu não faço idéia... Mas quero que me conte as novidades.

Fiz o que ele pediu e sentei-me de perna de índio em sua frente, minhas lágrimas já haviam se controlado e agora tudo o que eu queria era escutar sua linda voz.

POV Edward

Bella agora sorria para mim, era impossível não retribuir.

- Não quero que chore Bella... Quero ver seu sorriso. – disse suavemente e ela assentiu mordendo o lábio inferior frustrada. – O que foi? – perguntei sorrindo torto e ela bufou.

“Eu quero te beijar oras! Estou na seca há muito tempo Edward” [N/a: Loiroh08 lembrei da sua frase e tive que colocá-la xD]

Gargalhei com sua feição de indignação.

- Lembre-se que eu estou na mesma situação. – disse contendo o riso e ela concordou seriamente. – Então me conte quais são as ultimas novidades da cidade.

Bella fez cara de pensativa e então contou sorrindo.

“Nessie está a cada dia mais inteligente, ela puxou isso de você, é muito esperta e às vezes solta cada pérola.”

- Essa parte então é sua. – eu disse rindo e ela me mostrou a língua.

“Bobo!”

- Por que Charlie não para de pensar em uma mulher de olhos acinzentados? – perguntei, já que os pensamentos de Charlie praticamente gritavam.

“Uma loira?” – perguntou Bella sorrindo.

- Não... Uma mulher morena na verdade, cabelos lisos e pretos. – disse e ela me fitou confusa.

“Estranho... Bem, é que acho que Charlie está apaixonado por uma das professoras do colégio onde estou trabalhando, eles meio que ficaram hipnotizados um no outro por algum tempo.” – explicou-me e eu sorri feliz.

O vampiro era muito solitário e mais do que ninguém merecia uma companheira.

- Ele realmente parece apaixonado... Espere... Agora ele está pensando na mulher loira... Nossa... Os olhos são iguais, até a mesma expressão. – disse confuso e Bella me fitou com as sobrancelhas juntas.

“Acho que vou ter que encher o saco de meu pai para ele me contar as coisas não é?” – sorriu matreira e eu ri.

- Eu acho que sim. – concordei.

“Seus pais e seus irmãos chegam amanhã” – assenti seriamente.

- Melhor assim, não gosto de ver você sozinha. – ela revirou seus olhos, mas percebi que eles estavam cansados. – Bella você deveria ir dormir.

Minha princesa olhou-me confusa e então desesperada.

“Não, eu não quero dormir... Por favor, não vá embora!”

- Hey, calma... Não vou embora, prometo. – disse tentando afagar-lhe a bochecha, mas bufei em frustração quando lembrei que não podia. – Mas Bella você precisa descansar, está esgotada. – ela fez careta sabendo que não poderia negar para mim, eu a conhecia bem de mais para ela tentar mentir.

POV Bella

Edward praticamente me obrigou a deitar no sofá, não que ele pudesse me deitar ali à força, mas suas palavras de persuasão eram poderosas. Bufei contrariada em quanto ele ria e cada vez que ele o fazia eu não conseguia evitar sorrir também. Eu sentia tanta falta de seu riso, a risada que mais parecia uma sinfonia dos anjos.

- Não se preocupe meu anjo, eu estarei aqui até você pegar no sono e em breve venho lhe visitar novamente. – meu vampiro então acariciou minha face delicadamente.

Suspirei apenas sentindo aquela brisa que tocava meu rosto e fazia meu corpo arrepiar.

- Eu te amo. – murmurei com a voz baixa.

- Eu te amo mais. – murmurou ele no mesmo tom que eu.

Seus olhos me fitavam intensamente, e eu sentia que eu realmente estava cansada e o sono queria se apoderar. Edward transmitiu apenas com um olhar toda a saudade que ele sentia e eu fiz o mesmo, não eram necessárias palavras para sabermos o que estávamos sentindo.

- Impossível. – murmurei o fim de nossa brincadeira particular.

Meu vampiro começou a cantarolar uma das músicas que ele compôs para mim. E senti meus olhos pouco a pouco se fechando, minhas pálpebras pareciam pesadas de mais para se agüentarem abertas.

POV Edward

Minha princesa ficou com os batimentos leves assim como sua respiração, ela havia dormido com um sorriso inocente nos lábios. Descansei meus lábios em sua testa, mesmo que ela não pudesse senti-los e então murmurei.

- Nada nem ninguém nos separará Bella... Seu corpo poderá estar longe, mas eu sempre estarei em seu coração.

POV Charlie

Dês do dia que esbarrei com aquela mulher, ela não me sai da cabeça. Ao longo do tempo descobri que ela se chamava Lara, professora de biologia, tinha um ótimo coração e nunca mentia. Isso era impressionante, os humanos costumam mentir como se fosse algo natural, mas ela... Em nenhum momento que escutei sua linda voz meu radar apitou, era incrível.

Eu sei que não é muito bonito escutar conversas alheias, mas a minha curiosidade era tamanha que em quanto eu estava na enfermaria preenchendo alguns formulários, outra parte de minha mente prestava atenção em tudo o que ela falava, em suas aulas, conversas... Reparei que é uma mulher doce, sempre muito gentil, e com toda a certeza tinha princípios bem formados.

O motivo do qual eu nunca me aproximei dela fora por causa de uma conversa que escutei, ela conversava com Noah e lhe dizia o quão absurdo toda à história de vampiros e seres vindos de fora do planeta. Ela tinha uma opinião bem clara: “Ninguém fala a verdade, estão sempre agindo bondosamente, mas a verdade é que existe uma intenção por trás de tudo isso, sempre tem... O governo deveria criar uma arma e acabar com todos!”

Agora como eu me aproximaria dela se ela já me odiava sem nem ao menos me conhecer?

Com essa dúvida na cabeça resolvi falar com Bella, talvez ela possa me ajudar... Olhei o relógio e já passavam das 4 da manhã, acho que vou deixar para mais tarde.

Fui até o quarto de Bruna e ela dormia toda descoberta, fiz negativo com a cabeça cobrindo-a e ela murmurou: “Johnny Depp vem ser meu pirata no Caribe”. Segurei o riso em quanto ela ronronava.

Fechei sua porta e então fui até o quarto de Nessie, ela dormia tranquilamente com o semblante sereno. Beijei-lhe a testa e então fui até o quarto de Bella.

Assim que entrei percebi sua cama ajeitada, franzi a testa sem saber onde ela estava. Concentrei-me no som dos corações que batiam dentro de casa e constatei três pulsações diferentes. Reconheci os de Bruna, Nessie e segui os de Bella.

O som estava mais alto perto da biblioteca, entrei e logo o ar bateu em uma lufada em meu rosto e arregalei os olhos no mesmo momento. O cheiro de Edward era forte de mais na biblioteca, acho que ela ficou fechada tempo demais e acabou conservando o cheiro do vampiro.

Segui os batimentos de Bella e logo a encontrei deitada no sofá que ficava encostado a parede ao lado do piano. Ela tinha uma feição suave e um sorriso no rosto que eu não via há muito tempo. Suspirei triste e então a peguei no colo levando-a até seu quarto.

Beijei-lhe a testa e a cobri rezando para que seu sofrimento acabasse logo.

[...]

POV Bruna

Acordei animada, hoje meus amigos viriam aqui em casa para fazermos um trabalho de história, o tema era Egito. Tínhamos que encontrar toda a informação que pudéssemos e então fazer além de um trabalho escrito bem feito deveríamos apresentar para todas as turmas do ensino médio.

Nesse projeto as turmas foram misturadas, alunos do primeiro, segundo e terceiro ano se juntaram em grupos para o trabalho. Em meu grupo estava eu, Bernardo, Natalia, Carolina do 2º ano, Maggie e Denis do 3° ano e Nick do 1º ano. Eu seria obrigada a agüentar a dupla de loiras aguadas, mas o que eu posso fazer? Tenho que passar de ano né?

Eram 09h30min quando a campainha tocou, corri até a porta e me arrependi imediatamente já que velocidade e meias em piso de madeira não era uma boa combinação. Há três passos da porta eu caí de bunda no chão e fui escorregando até bater com tudo na porta fechada.

Nessie que estava deitada no sofá vendo desenho animado na TV gargalhou alto quando viu o meu tombo. Mandei a língua para ela em quanto levantava e abria a porta. Assim que voltei meu olhar para a entrada da casa sorri envergonhada para meus amigos que me olhavam interrogativamente.

- Er... Oi gente. – disse dando espaço para que eles entrassem.

- Oi. – murmuraram em um uníssono em quanto observavam a sala curiosamente.

Eu não os criticava, a primeira vez que entrei nessa casa eu não sabia para onde olhar. Esme fez um ótimo trabalho, mas era incrível pensar em apenas um casal vivendo em uma casa desta magnitude.

- Caramba... Eu não sabia que existiam casas assim nessa cidade fim de mundo. – disse Nick admirado.

- A família dela deve ser mafiosa. – cochichou Natalia para Carolina que bufou indiferente.

- Puhf! Meu pai é prefeito dessa cidade – grande bosta, meu pai é rei da Lua! - E nós moramos em uma mansão muito mais bonita do que essa. – desdenhou falando alto e eu revirei meus olhos sem evitar pensar: No passado minha família morava em um palácio, engole essa loira!

- Cuidado para não morder a língua Carol, vai que você engole o próprio veneno? – zoou Maggie e nós rimos.

Nessie correu até nós para dar oi para os convidados e então voltou correndo se jogando no sofá para continuar a assistir o desenho.

Eu e meus amigos seguimos para os sofás onde ela estava e nos sentamos também.

- Então, acho melhor começarmos logo esse trabalho né? – disse Denis a contragosto e eu assenti.

- Nós podemos ir lá na biblioteca, podemos pesquisar em livros e na internet. – disse me levantando.

- Você tem uma biblioteca em sua casa? – perguntou Nick com os olhos arregalados.

Assenti envergonhada e disse.

- Digamos que minha família gosta muito de ler.

- Vamos lá então. – sorriu Maggie se levantando e ficando ao meu lado para que eu seguisse até o local.

Percebi que Bernardo não havia dado nenhuma palavra dês de que chegou, isso quer dizer que ou ele descobriu algo, ou está tentando descobrir ainda.

- Nossa que quadros lindos... – murmurou Natalia em quanto passávamos pelo corredor e eu me encolhi rezando para que ela não visse meu nome assinado nas telas.

Assim que abri a porta uma grande lufada de vento veio em minha direção e o cheiro de meu tio apareceu extraordinariamente, engoli em seco... A biblioteca está a tanto tempo fechada que deve ter conservado o aroma de tio Ed.

- Nossa que cheiro bom... – murmurou Maggie e eu a olhei assustada.

- Consegue sentir esse cheiro? – isso não era possível, afinal era preciso um olfato muito apurado para distinguir uma fragrância de uma espécie diferente em um ambiente aberto, os humanos só conseguiam sentir o perfume de um vampiro quando estavam muito perto de um.

- Sim. – respondeu ela sem entender a minha feição assombrada.

- Todos nós podemos sentir oras! Que garota estranha! – disse Carolina revirando os olhos e entrando na biblioteca.

Recompus-me e indiquei que todos entrassem na sala, meus pensamentos viajando em duvidas e curiosidades.

Eles tiveram a mesma reação com a biblioteca, ficaram olhando a sua volta intimidados com a quantidade de livros. Logo iniciamos o trabalho, sentamos no chão e espalhamos diversos livros a respeito do Egito. Nick e Denis se concentraram nas buscas na internet e tudo o que achavam imprimiam para nós organizarmos as informações.

O clima estava mais ameno que antes, apesar das provocações de Campbell que fiz questão de ignorar.

POV Charlie

Estava em meu quarto tentando me distrair com um livro qualquer, não queria ficar pensando em meu passado, precisava conversar com Bella a respeito disso, ela saberia me ajudar.

- Vovô? – chamou Nessie entrando no quarto com um sorriso imenso nos lábios.

- Oi Nessie. – respondi retribuindo seu sorriso, ela correu e se jogou na cama ao meu lado.

- Vamos ao lago? – perguntou.

- Qual lago morceguinha?

- Um que tem atrás de casa. – percebi que ela não mentia, mas eu não fazia idéia da existência de um lago por esses lados.

- Vamos sim, mas eu não sei onde fica, sua mãe sabe? – perguntei e ela assentiu sorrindo e correu em direção ao quarto da mãe.

Corri atrás dela e parei na porta do quarto de Bella, segurei o riso quando Nessie entrou por de baixo das cobertas e começou a cutucar sua mãe.

- Mamãe, vamos ao lago... Vamos mamãe... Acorda... Mamãe deixa de ser preguiçosa! – Bella gargalhou e começou a fazer cócegas em sua filha.

- Vamos sim, meu anjinho! Vá colocar seu biquíni em quanto eu... – Bella parou de falar assim que a pequena ergueu a blusa mostrando que já estava com o biquíni. – Sua sem vergonha! Já acordou com o plano feito não é? – repreendeu falsamente e então riu com a cara de sapeca da filha.

POV Bella

Acordei com muita disposição e alegria, por dois motivos, o primeiro é que ser acordada pela voz doce de minha filha era algo que realmente me alegrava e segundo porque sei que tudo o que aconteceu ontem não foi meramente um sonho, tenho certeza que Edward realmente esteve aqui e não duvido nada que ele ainda não esteja.

Fui trocar de roupa e separar toalhas para irmos ao lago, Charlie disse que queria conversar comigo e faria isso quando chegássemos lá.

Esse lago ficava a mais ou menos 15 km de casa. Edward descobriu o local quando voltamos da lua-de-mel, meu vampiro fora caçar em quanto eu dormia e encontrou um grande lago de águas quase azuis, a coisa mais linda que já. Eu não fazia idéia de que existia lagos daquela magnitude com aquela cor maravilhosa. Nós passamos lindos momentos no lugar que é realmente encantador.

Fiz uma trança lateral em meus cabelos e coloquei um vestido por cima de meu biquíni, o dia não estava ensolarado, porém o tempo estava quente. Desci as escadas e logo encontrei Nessie com um lindo sorriso nos lábios e um misto-quente nas mãos.

Sorri e peguei o sanduíche.

- Vamos? – perguntou Charlie descendo as escadas também. – Só precisamos avisar Bruna.

- Ok. Eu aviso. – disse e segui o som das vozes.

Entrei na biblioteca despreocupada.

- Oi crianças, não sabia que já tinham chego. – disse e logo eles retribuíram o cumprimento com animação... Os garotos um pouquinho entusiasmados devo destacar.

- Serio que eu vou ter que escutar as fantasias de moleques que ainda cheiram a leite?! – me virei assustada para a voz e logo constatei Edward com uma tromba imensa, seus braços cruzados no peito e seu corpo encostado em uma das estantes.

- Tia o que foi? – chamou Bruna e eu virei novamente para olhá-la, minha sobrinha me fitava com a testa franzida.

Minha mente ficou confusa, virei novamente para Edward e ele agora tinha a mesma expressão confusa que eu.

- Parece que só você pode me ver. – concluiu ele e eu assenti levemente.

POV Bruna

Tia Bella olhava fixamente para uma das estantes. Olhei para meus amigos que estavam tão confusos quanto eu.

- Tia? – chamei novamente, mas ela não respondeu... Puts fazia tempo que ela não tinha essas crises, por que agora?

Meu coração bateu acelerado, comecei a me preocupar. Levantei do chão, mas antes que eu desse algum passo em sua direção Nessie entrou correndo na biblioteca sorrindo largamente. Mas assim que olhou na mesma direção que a mãe também travou seu olhar e como se fosse possível ela sorriu mais largo ainda.

Vovô que entrava logo atrás da pequena cumprimentou todos.

- Olá crianças. – mas desta vez ninguém respondeu, já que todos nós olhávamos para tia Bella com nossas mentes confusas. – Bella? Você está bem? – perguntou vovô se aproximando e estralando os dedos em frente aos olhos de tia Bella.

- Oh! Desculpem me distrai. – disse ela virando-se para nós com um sorriso envergonhado no rosto.

POV Edward

Nessie podia me ver também! Quase pulei de alegria ao ver o sorriso em seu rosto, sua mente estava eufórica e percebi que ela me chamaria. Isso não seria uma boa idéia já que ninguém que estava ali podia me ver.

Levei um dedo aos meus lábios sinalizando para que ela não falasse nada. Ela assentiu seriamente e eu sorri ficando de joelhos ao chão.

- Eu sinto tanto sua falta meu anjinho. – disse com a voz embargada.

“Eu estou com saudades papai.” – pensou ela fazendo um biquinho.

- Papai promete que logo, logo vai estar em casa novamente cuidando de você e da mamãe. – disse e me assustei com o tom de minha voz.

O que eu disse parecia tão certo, tão verdadeiro. Porém é algo que eu não tenho tanta certeza.

POV Bella

Sorri tentando disfarçar para Charlie e os garotos.

- Er, nós estamos indo ao lago... Voltamos antes do almoço ok? – disse e minha sobrinha assentiu analisando meu rosto, eu revirei os olhos para ela. – Não destruam a casa! – brinquei e os outros gargalharam.

- Não se preocupe Profe, como sou o mais responsável de todos vou controlar as redás da galera! – disse Nick batendo continência e com um sorriso brincalhão nos lábios.

- Há, cala a boca garoto! – disse Maggie rindo e jogando a almofada que estava sentada em cima nele.

Sorri para eles tentando ao máximo ignorar a conversa de Edward com Nessie, que por Deus, eu estava tão feliz que ela pudesse ver o pai!

Charlie ainda me analisava com a feição preocupada. Virei-me para a porta de saída, mas paralisei quando Bernardo entrou, pelo barulho ao longe da descarga ele deveria ter ido ao banheiro.

- O que, que está rolando? – perguntou ele vendo seus amigos se baterem com as almofadas.

- Mas que p... – Edward começou a dizer com o tom alto e então foi abaixando até ele ficar mudo.

Senti Nessie abraçar uma de minhas pernas em quanto eu observava meu vampiro se aproximar de Bernardo que ria olhando os outros.

Edward o observava assustado, rodeou-o analisando seu rosto. Vendo-os assim um do lado do outro era possível notar de como eles são parecidos, porém é possível reparar melhor nas diferenças também.

Além de meu vampiro ser notavelmente mais velho, ele é mais alto e mais encorpado. A cor dos cabelos de Bernardo é de um tom mais claro, mais puxado para o loiro e os de Edward mais para o castanho avermelhado, seu lindo cabelo bronze. Obviamente meu enteado-neto tem a pele mais morena, não morena, morena, era branca, porém perto de meu marido ela se tornava morena... O rosto de meu vampiro tem traços retos e duros, o de Bernardo tem traços mais suaves, mais arredondados. Ou seja, Edward tinha a aparência de um homem formado como era, e Bernardo tinha rosto e corpo de um garoto exatamente como deveria ser.

- Bella... Quem... Quem... É ele? – perguntou Edward sem deixar de fitar o garoto que agora ia sentar-se com os outros.

“Ele é... Seu neto Edward.” – disse após respirar fundo e então ele olhou para mim assustado.

- Meu o quê?! – seus olhos negros de cede arregalados e completamente confusos.

- Vamos? – chamou Charlie saindo pela porta e me chamando com o olhar.

Nessie o seguiu. Merda!

“Edward, venha conosco que eu te explico tudo... Agora não dá, se eu ficar mais um tempo parada aqui vão achar que eu enlouqueci, não que isso não seja verdade, mas...”

- Quando você voltar venha para cá, eu estarei te esperando... Mas eu quero... – sua frase morreu em sua boca.

Eu entendia perfeitamente a confusão em sua mente, e era normal que ele queira ficar e como posso dizer? Analisar Bernardo.

“Ok, eu vou vir... Ele é seu neto e de Katharine, se você lembrar-se dela vai entender tudo.” – pensei e sai da biblioteca atônita.

Charlie me olhava preocupado, mas eu não tinha condições de falar, não agora.

POV Edward

PUTA QUE PARIU! Como assim eu tenho um neto?! Isso não é possível! Minha única filha é Nessie! Nunca me relacionei com outra mulher além de Bella! E quem diabos é Katharine?

Forcei minha mente atrás de lembranças, mas nada vinha. Analisei aquele garoto buscando características diferentes que as minhas, por que... PUTA QUE PARIU! Parecia que eu estava me olhando em um espelho... Um espelho mágico igual os de histórias infantis que nos deixa mais jovens.

Eles começaram a conversar sobre o trabalho da escola. Bruna estava em silêncio, mas seus pensamentos gritavam preocupados com Bella.

- Quem é você afinal? – perguntei sem conseguir manter-me em outro assunto.

Esse garoto segundo Bella é meu neto... Isso quer dizer que tive um filho com essa tal de Katharine ainda quando era humano... O problema é que minhas lembranças humanas são embaçadas de mais, só sei como meus pais são realmente por causa de fotos, mas a lembrança que tenho deles são mais sentimentais do que visuais.

Fiquei observando-os em quanto faziam o trabalho, descobri o nome de cada e percebi que todos ali eram boas pessoas, até mesmo a loirinha hostil, apesar de todas as suas agressões verbais ela só tinha inveja, pois todos ali pareciam felizes e tinham sua família todos os dias ao seu lado, já ela era largada pelos pais... E pensava sem parar que nem seu pai e nem sua mãe a amavam... O que era muito triste.

Bernardo o meu... Neto... Ah! Isso é tão estranho!

Bom... Ele não estava tão quieto quanto Bruna, mas era mais silencioso que os outros... Algo que notei não ser normal, mas ele também tinha os pensamentos tão confusos quanto os meus em relação a ele. Parece que sua avó não quer lhe contar quem eu sou e ele em sua mente tem quase certeza que foi adotado.

- Hey Bruna, está tudo bem? – perguntou Maggie e minha sobrinha, que estava tão grande... Quando a vi hoje nem reconheci direito.

Isso me faz lembrar que eu não faço idéia de quanto tempo eu estou “desaparecido”.

- Estou bem sim. – murmurou ela, por Deus, alguém acreditou nisso?

- Er, sem querer me meter... Mas, aquele dia seu avô dizia que sua tia estava doente... E hoje ela meio que se desligou... Está preocupada com ela não é? – perguntou Maggie e agora todos que estavam concentrados em suas tarefas prestaram atenção na conversa das duas.

- A professora Cullen está doente? – perguntou Denis.

Minha sobrinha engoliu em seco e se perguntou se ela podia ou não falar sobre sem que seu pai arrancasse sua língua. Não pude evitar rir. Bruna era dona de um dos pensamentos mais divertidos que eu já escutara. Em primeiro lugar estava os de Alice e depois Emmett é claro.

Após o conflito interno ela resolveu dizer.

- Tia Bella está depressiva. – disse tristemente.

- Ela não parece depressiva. – murmurou Carolina, pela primeira vez eu não vi hostilidade em sua voz e parece que seus amigos também notaram, porém não disseram nada, estavam prestando atenção no que Bruna dizia.

- É normal que pensem assim, vocês a conhecem há pouco tempo... Não tem idéia de como ela era... Sabe aquela pessoa que não para de sorrir nunca? Que faz piada com seus problemas? – ela perguntou retoricamente sorrindo levemente.

Sua mente rodava em lembranças.

- Tia Bella era daquelas pessoas que iluminam um ambiente, você poderia estar vivendo o maior problema de sua vida, aquele que você acha que não existe solução, mas quando ela estava por perto o clima ficava leve e quando ela sorria seu problema parecia se tornar tão pequeno e tão fácil, e diversas maneiras de solucionar apareciam em sua mente.

- Você a admira de mais não é? – perguntou Bernardo e Bruna sorriu.

- Se você soubesse pela quantidade de coisas que ela já passou, coisas que qualquer um preferia morrer a suportar e que nunca superaria com um sorriso estampado no rosto como ela fez, você também a admiraria. – minha sobrinha disse de maneira sombria, mas era notória a contemplação que ela tinha por Bella e não era à toa, Bruna tinha toda a razão em relação a isso.

Minha princesa era realmente alguém digna de admiração.

- E por que ela não é mais assim? – perguntou Denis.

- O que aconteceu com seu tio? – perguntou Bernardo antes que ela respondesse e todos o fitaram sem entender o porquê da pergunta. – Eu reparei... Toda vez que você se refere ao seu tio é no passado, mas sua tia fala dele no presente, lá em casa ela conversava com minha avó sobre ele como se ele estivesse esperando em casa... Mas ao contrario do que eu pensava ele não está aqui não é?

Ai que orgulho do vovô, garoto esperto! Er me empolguei...

- Agora que você falou... É verdade... A professora Cullen disse no primeiro dia de aula que era muito bem casada... Mas então onde está seu tio? – perguntou Natalia.

Ao invés de responder, minha sobrinha suspirou e levantou indo em direção a uma estante.

- Quando eu disse que Bernardo era extremamente parecido com meu tio, vocês não acreditaram, pois bem... – dizia ela em quanto escalava a estante e pegava um livro no alto.

Em um salto pulou e pousou com um baque surdo e delicado no chão. Algo que não passou despercebido por Bernardo que enrugou a testa. Ela andou novamente até seus amigos e sentou-se colocando o livro ao centro da roda e só agora reparei que aquilo não era um livro.

Era o meu álbum e de Bella, realmente parecia um livro, com a capa dura preta e letras desenhadas em prata na capa com um Edward & Bella. Alice nos dera assim que voltamos da lua-de-mel, ali continha nossa história gravada em fotografias, somente nossa história, com fotos somente nossas e de Nessie, mais ninguém da família estava ali... Alice fez outro álbum com essa parte.

- Edward e Bella... O que tem nesse livro? – perguntou Nick curiosamente.

Bruna não disse nada, apenas abriu na primeira página e bocas foram se abrindo.

- Caralho! – disse Denis. – Porra, nem pra contar pros amigos que tem um rolo com a professora né?

- Cala a boca demente! Esse não sou eu! Presta atenção que eu não tenho essa idade! – gralhou Bernardo bufando.

- Entenderam agora por que eu fiquei olhando para o Ber no primeiro dia de aula?

- Caramba... Realmente... São idênticos... Porém, desculpe Ber, mas esse cara é uma versão melhorada sua! – disse Maggie e eles riram em quanto Bernardo emburrava.

Tive que rir também né? Observei a primeira foto, era a mesma que estava no porta-retrato em cima do piano.

- Meu tio está morto... – disse Bruna tristemente e agora todos a fitaram surpresos.

Ah sério pequena? Você também não acredita que eu esteja vivo? Tudo bem que meu estado não é dos melhores, mas... Oi eu estou aqui né?!

- Mas por que sua tia... – começou Carolina, mas minha sobrinha a cortou.

- Minha tia não acredita que ele esteja morto, pois seu corpo não foi encontrado, mas todos os indícios dizem que ele não está vivo... Ninguém mais tem esperanças, todos nós já encaramos isso, apesar de estarmos tristes com sua perda nós seguimos em frente... Mas tia Bella nega que ele esteja morto e se recusa a escutar qualquer coisa que a incentive a seguir sua vida... Ela tem certeza que ele está vivo... Por isso ela não se abalou quando te viu Ber... Por que para ela tio Ed ainda está vivo.

Suspirei, apesar de eles estarem errados quanto ao meu estado de vivo ou morto, minha família tinha razão... Eu não os culpava por eles quererem que Bella me esquecesse, eles só queriam a sua felicidade assim como eu.

“Nossa... E eu que pensava que ela tinha uma vida perfeita.” – pensou Carolina, mas é claro que ela não falaria isso em voz alta, é orgulhosa demais.

- Mas se ele não está morto... Onde ele está? – perguntou Nick. – Simplesmente foi embora? Evaporou?

Ah por favor! Já basta brilhar no sol, vou evaporar agora também?

- Ela diz que ele foi seqüestrado... Porém nada indica isso.

- Você diz que a admira tanto, porém não acredita em suas palavras... Se ela já passou por tantos problemas e os superou como nenhum outro conseguiria... Não era de se esperar que ela tivesse algum credito em suas palavras e não apenas jogassem em sua cara que o marido está morto? – perguntou Carolina seriamente.

Loirinha se você não fosse tão estúpida e metida, com certeza teria mais amizades.

Bruna parou para analisar suas palavras, e então se lembrou de todos os indícios que Victória forjou, é claro que ela não sabia desta parte... E então afirmou com convicção.

- Tia Bella amava meu tio mais do que a ela mesma, ela simplesmente não quer acreditar que ele se foi, está cega... E sofre com isso... As olheiras em baixo de seus olhos não são à toa.

Todos ficaram em silêncio e a maioria dos pensamentos era de pena e de compaixão.

- E por que o Ber é tão parecido com ele? – perguntou Denis.

- Ai está o mistério... Minha tia não quer me contar. – murmurou ela emburrada.

- E nem minha avó. – bufou Bernardo.

- Não tem como vocês não serem parentes, vocês são muito parecidos, poderiam até ser irmãos... – disse Maggie olhando da foto para o garoto, e do garoto para a foto.

- Então é por isso que vocês dois ficaram de segredinhos nessa semana? – perguntou Nick segurando o riso.

- Exatamente... Não tinha nada a ver com o que vocês estavam pensando... Não estamos namorando nem nada. – disse Bernardo revirando os olhos.

Bruna gargalhou.

- Sem chance disso acontecer, primeiro por que existem sérias possibilidades dele ser algum parente meu... E segundo por que se meu pai descobre que eu estou namorando... Ber você seria um garoto morto. – todos riram.

Gargalhei, Bruna estava certa... Se Dan era ciumento com a irmã imagina com a filha?

POV Bella

Eu estava de boca aberta fazia uns 3 minutos... Não conseguia acreditar que Charlie manteve sua história por tanto tempo em segredo.

- Sabe o que eu acho pai? – finalmente perguntei e então sorri.

- Que devo ficar na minha?

- Não... Eu acho que deve aproximar-se dela.

- Ela odeia vampiros.

- E está certa... Mas ela não pode ser pré-conceituosa, você é diferente... E é diferente por causa dela...

- Ainda não tenho certeza se é ela...

- Você é um péssimo mentiroso Charlie... Eu sei que algo dentro de você afirma que é ela... As coisas não acontecem sem um motivo pai... Ninguém nasceu para ficar sozinho... E acredite você não é ninguém.

Ele suspirou observando Nessie nadar no lago.

- Olha, eu sei que ela nos odeia, odeia os vampiros, odeia os seres da Lua, porém ela não nos conhece... Não sabe que nem todos são ruins, que apesar de sermos “diferentes” não somos maus... Aproxime-se dela, ganhe sua amizade e mostre o vampiro maravilhoso que é.

Charlie não disse nada, apenas levantou e tirou a camisa se jogando na água.

Sorri para ele e minha pequena que brincavam alegremente... Meu pai não perguntara nada a respeito do que aconteceu na biblioteca e acredito que ele não comentará nada também.

Ficamos por mais um tempo por lá e então voltamos correndo para casa. Charlie preparou o almoço para todos e inventou uma desculpa qualquer dizendo que estava em uma dieta especial... Acho que eles não iam gostar da dieta especial de meu pai...

O final de tarde estava próximo e o tempo começou a esfriar me obrigando a colocar uma roupa mais quente.

Carolina, Natalia, Nick e Maggie, tiveram que ir logo após o almoço e então somente Denis e Bernardo ficaram.

Os garotos voltaram para a biblioteca para finalizar a primeira etapa do tal trabalho e por este motivo não pude falar com Edward e lhe explicar tudo certinho.

Deitei com a cabeça no colo de meu pai e Nessie deitou em minha frente ficando de conchinha comigo, estávamos na sala em cima do sofá e vendo um filme qualquer. Charlie e eu estávamos tão perdidos em pensamentos que nem trocamos muitas palavras. Minha filha dormiu exausta após nadar tanto no lago.

Acordei de meus devaneios quando a porta se abriu e uma vampira gritou fazendo Nessie pular de susto e começar a chorar.

POV Bruna

- Aleluia! – disse Denis se jogando para trás após terminarmos boa parte do trabalho.

Eu e Bernardo concordamos. Suspirei cansada. E quando eu ia falar uma coisa eu ouço um berro.

- AHHHHHH! Que saudades de vocês! – era a voz de Alice e eu sorri largamente.

Meus amigos me olharam interrogativamente.

- Meus tios chegaram! – disse feliz levantando em um salto.

Fui em direção a sala e assim que cheguei pude ver todos os Cullens espalhados pelo ambiente.

Charlie e Carlisle se cumprimentavam sorridentes em quanto Esme, tia Rose, tia Bella e tio Emm olhavam feio para tia Alice que estava com Nessie em seu colo que chorava.

- Oh desculpe, desculpe a tia Lice, não quis te acordar baixinha. – dizia tia Ali balançando minha prima delicadamente de um lado para o outro e com uma feição altamente culpada.

Ness aos poucos foi se acalmando então virei meu olhar para a porta ainda aberta onde estava tio Jazz fazendo negativo com a cabeça para a cena, mas então ele olhou para mim e sorriu.

POV Bernardo

Eu e Denis nos espantamos pela velocidade que Bruna saiu correndo da biblioteca.

- Puxa! Isso que é saudades! – disse ele e eu assenti, mas dentro de mim algo apitava, uma sensação de que algo estava errado, eu só não sabia o que era.

Levantamos-nos e seguimos até a sala. Assim que chegamos paramos na entrada do corredor e ficamos observando toda aquela muvulca.

Olhando-os de fora a primeira coisa que reparei foi que todos eles tinham a pele muito clara, da mesma cor da de Charlie. As mulheres eram de uma beleza de nos deixar sem fala, algo perto da perfeição. Os homens... Odeio dizer isso e o quanto parece estranho, mas todos pareciam aqueles modelos que vemos em revistas femininas, a única diferença é que nas revistas eles são cobertos de photo shopp.

Fora o estranho arrepio que subiu pela minha coluna e a vontade imensa de sair correndo da casa, pude perceber que eles eram uma família muito feliz.

Bruna correu em direção ao loiro que estava na porta ele a abraçou tirando-a do chão.

- Você está enorme pequena. – disse ele fazendo-a rir.

- Quando vão parar de me chamar de pequena? – perguntou divertida e ele disse antes de gargalhar.

- Acho que nunca. – ela bufou e então o homem a pôs no chão.

Minha amiga tinha um sorriso imenso nos lábios assim como todos na sala. O cara que estava com ela percebeu minha presença e me analisou seriamente por alguns instantes, estranhamente segurei a respiração, ele desviou o olhar e sorriu para os outros.

Bruna foi cumprimentar os outros. Eles se abraçavam com carinho e saudades.

- Emmett Cullen me põe no chão agora! – exclamou a professora Cullen em quanto era abraçada pelo cara imenso.

- Qual é Bellinha eu estava com saudades! – disse ele gargalhando alto colocando a professora no chão.

Ela revirou os olhos para ele, mas ainda sorria. Depois de muitas trocas de abraços eles perceberam a nossa presença. A reação foi unânime, com exceção da garota miudinha que segurava Ness e o cara loiro que já havia me visto, todos arregalaram os olhos e olharam diretamente para mim.

Por longos segundos silenciosos ninguém disse nada até que Bruna se aproximou mordendo os lábios e apontou para nós.

- Esses são Denis e Bernardo, amigos da escola. – nós sorrimos para eles um tanto constrangidos.

- OMG! – exclamou a mulher que aparentava ser a mais velha entre eles e rapidamente se aproximou de mim.

Segurei a respiração quando ela agilmente pôs suas mãos em meu rosto, tremi com sua pele fria. Ela me olhava com a boca entreaberta, seus olhos dançando em uma emoção que parecia não querer demonstrar.

Fiquei estático com meus olhos arregalados, até que o homem mais velho se aproximou de nós e gentilmente tirou as mãos da mulher de meu rosto.

- Esme... – murmurou ele com dor na voz.

Voz esta que era totalmente estável e suave, parecia algo cantando. Tive exatamente a mesma impressão que tive quando escutei pela primeira vez a voz da senhora Cullen e Bruna. Ele se virou para mim e disse com pesar.

- Desculpe rapaz... – então ele voltou o olhar para a esposa que ainda me fitava. – Esme, vem, por favor... – ela empurrou delicadamente em direção a cozinha.

- Mas Carl... Eles são parecidos de mais mesmo com o grau de parentesco... – dizia ela em quanto ia para a cozinha sem deixar de me fitar por nenhum momento.

Arregalei meus olhos assim como Bruna e nós perguntamos ao mesmo tempo.

- Parentesco?

Percebi que o grandalhão iria falar algo, mas a senhora Cullen praticamente voou em cima dele tapando sua boca e então me disse.

- Desculpe Bernardo, isso não pode sair da boca de nenhum de nós, sua avó irá te contar tenha paciência. – ela me olhou com compaixão e então tirou a mãos da boca do cara que fez careta massageando a mesma.

O clima ficou meio estranho, pesado...

POV Edward

Senti meu rosto entortar de emoção ao ver minha família reunida. Se me perguntassem um dia qual era coisa mais importante para mim eu responderia sem hesitar: Minha família.

Dinheiro? Se faltar nós trabalhamos e ganhamos. Poder? Quem quer poder quando se tem amor a sua volta?  Família é aquela que está sempre ao seu lado, é aquela que ri quando você ri e entristece que você está triste. É aquela que te ama incondicionalmente não importando quantos defeitos você possua. Isso é o mais importante na vida. Ninguém nasce para resolver problemas sozinho, todos nós precisamos nos ajudar, só assim nos tornamos melhores e conseguimos seguir nosso caminho alegremente.

Por este motivo é que aquele amigo que você chama de irmão é tão especial... Apesar de não possuir laços sanguíneos você o considera da família e não existe nada mais importante que a família.

Doeu-me ver Esme atônita daquela maneira, agora ela chorava abraçada a Carlisle, os dois estavam na cozinha e meu pai tentava acalmá-la.

Aqui na sala todos fitavam Bernardo e o pobre garoto se encolheu constrangido, percebendo isso Emm deu uma estrondosa gargalhada.

- Cara! Foi mal, é que você é muito parecido com meu irmão, exceto pelo fato de que ele nunca se encolheria envergonhado, provavelmente ele nos mandaria a merda e daria meia volta.

Gargalhei alto, meu irmão tinha razão eu faria isso mesmo. Assim como eu Bella riu também, provavelmente constatando a mesma coisa.

- Com certeza Emm!

O clima ficou leve e meu... Ah, neto sorriu levemente assim como Denis. Bruna suspirou vendo que o pior já tinha passado.

Bella que até então não tinha me visto deu um pequeno pulo.

“Você ainda vai me matar do coração!” – exclamou ela com uma careta ao ver Jazz a olhando interrogativamente.

Meu irmão guardou essa reação em sua mente e então foi ajudar Emm e Charlie a levar as malas para os respectivos quartos.

Fui até Alice que balançava Nessie cantarolando uma antiga cantiga de ninar. Minha filha estava com um biquinho, algo que ela sempre fazia quando parava de chorar. Fiquei atrás de minha irmã para olhar meu anjinho.

Assim que me viu ela sorriu largamente e algo inédito aconteceu. Nessie estava com as mãos no rosto de Alice e quando ela me viu acabou passando minha imagem sem perceber para a mente de minha irmã que arregalou os olhos no exato momento.

POV Alice

Nessie me mostrava Edward... Ok, isso não seria nada se ela não o mostrasse atrás de minha imagem!

Perdi completamente a fala.

- Meu Deus onde está a máquina fotográfica?! Precisamos registrar esse momento, a tampinha perdeu a fala! – exclamou Edward na visão que minha sobrinha mostrava.

“Edward? Está aqui mesmo?” – perguntei por pensamento.

Nessie me mostrou ele assentindo.

- Claro que sim! – disse e eu quase pulei de alegria me virando para fita-lo, mas então a imagem da baixinha desapareceu e então apareceu novamente, Edward estava ao meu lado agora. – Não pode me ver Alice, não com os seus olhos.

Frustrante!

Meu irmão gargalhou.

- Imagina para mim? – perguntou e uma culpa me dominou completamente.

Eu estava errada, meu irmão não morreu! Bella estava certa, sempre esteve e mesmo assim ninguém acreditou nela por causa das minhas visões.

- Alice... Não se sinta mal... – murmurou ele com compaixão e um sorriso acolhedor.

Desculpe maninho... Desculpe...

- Hey Alice! Não vai chorar, ninguém pode me ver, vão achar que você está louca... Não que eu não tenha certeza disso, mas...

Cala a boca!

Fiquei emburrada e ele gargalhou. Mas o que aconteceu com você?

- Bella te explicará depois, agora acho melhor colocar Nessie para dormir, ela está cansada.

Assenti suspirando e recostando Nessie em meu ombro e em poucos segundos ela praticamente desmaiou. Olhei para Bella que sorriu para mim. Oh! Que merda eu sou uma mula mesmo!

POV Bernardo

Bruna veio até nós pedindo desculpas com o olhar e então eu disse para Denis que nós deveríamos ir.

Eu ainda estava frustrado com todo esse mistério.

Despedimos-nos com um aceno e quando estávamos na rua a loira veio até nós. Vi Denis sorrindo malicioso, algo que ela ignorou completamente e disse para mim.

- Desculpe minha mãe, já é difícil lidar com a morte de um filho, agora imagine quando aparece uma pessoa fisicamente igual a ele?

- Rose... – advertiu Charlie que parou entre os carros, carros estes que eram de deixar qualquer um babando, e a porta de entrada quando escutara a conversa.

- Estou dizendo alguma mentira? – perguntou ela prepotente jogando os cabelos para trás e juro que pensei que Denis ia desmaiar.

- Algumas palavras machucam mais que agressão física Rosálie, controle seu veneno. – disse ele e então seguiu o caminho.

A loira bufou e acenou para nós entrando em casa.

Eu e Denis seguimos nosso caminho. Eu queria saber que grau de parentesco era esse, mas algo não me sai da cabeça, lembranças na verdade.

... Eu tinha a impressão de que ela guardava um grande segredo... Seus dentes brancos perfeitos... Seu riso parecia música... Acredite não vai querer vê-la brava... A professora a pôs em seu lugar com uma autoridade na voz... Sua voz tomou outra freqüência, estava mais suave e parecia que era cantada, nunca ouvi uma voz tão bela... Ela tinha rosto de uma garota de no máximo 18 anos...  Decrépita... Agora, como ela escutou um sussurro desta distancia não me pergunte!... Perfeita e parece não ter envelhecido nada... Logo uma sombra pelo quarto escuro passou como um borrão e pegou o bebezinho no colo... Todos olhavam para lá paralisados, exceto uma pessoa. Bruna... Por favor, eu não quero mentir para você então não me faça perguntas por enquanto... Nessie é uma criança muito especial... Eu sei que está curioso, mas eu só posso falar isso... Vocês têm a força para protegê-lo de qualquer mal...

...Não se preocupe cuidarei dele como se fosse meu neto de sangue... Um homem muito branco... Ele é meu avô... Mas ele deve ter no máximo uns 35 anos... Ela mordia os lábios de uma maneira que para mim foi claro que ela mentia sobre algo... Eu não quero ir embora de mais uma cidade... O que aconteceu com você não foi normal, está certo quanto a isso... Eu não posso contar... Se eu falar alguma coisa eu terei que me mudar assim como já aconteceu outras vezes e sinceramente eu cansei disso... Em você eu confio, eu não confio é em mim... Era como se ele segurasse duas latas de refrigerante tamanha à facilidade. Sem dizer que os outros homens que tentaram segurá-lo ou foram socados ou desviaram, nenhum conseguia realmente chegar perto... Eu e Denis nos espantamos pela velocidade que Bruna saiu correndo da biblioteca... A primeira coisa que reparei foi que todos eles tinham a pele muito clara... As mulheres eram de uma beleza de nos deixar sem fala, algo perto da perfeição... Todos pareciam aqueles modelos que vemos em revistas femininas... O estranho arrepio que subiu pela minha coluna e a vontade imensa de sair correndo da casa... Ela agilmente pôs suas mãos em meu rosto, tremi com sua pele fria... Seus olhos dançando em uma emoção que parecia não querer demonstrar...

Uma coisa eu tenho certeza, existe algo muito diferente neles, algo que pode e vai mudar completamente o modo de como olharei o mundo.

- Ah cara! Por que não sou eu que sou parecido com o dito cujo? Viu só aquela loira? E a baixinha? A morena então... – ignorei Denis revirando meus olhos. – Já viu uma família tão bonita assim?

Talvez toda essa beleza não seja algo tão normal.

[...]


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Notas finais do capítulo

Bom... O que vocês acharam do capítulo? Muita coisa acontecendo né? Mas ainda muito mais coisas vão acontecer no próximo... O Jake vai aparecer, e onde o Edward estava ou está, também vai aparecer... Teremos Jane rondando Nessie e os Volturi ameaçarão... Teremos um novo vampiro transformado e para evitar problemas teremos uma identidade revelada para toda City of the Angels... Teremos FBI e seres da lua trabalhando em conjunto... Ou seja, muita coisa está por vir! Espero que estejam gostando xD