A Lenda da Lua escrita por Paola_B_B


Capítulo 37
Capítulo XXXV - Eu preferia não ter lembrado


Notas iniciais do capítulo

Oláaa :D Bom amores, esse cap será o último POV Narrado desta temporada, ou seja, sim as lembranças acabarão neste cap.

Espero que gostem ^^



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XXXV. Eu preferia não ter lembrado

POV Narrador

Conforme os dois seres andavam em direção a Edward as pessoas abriam caminho. O rei, a rainha e o príncipe correram ao lado de Bella que tinha o medo estampado em seu rosto. Os Cullen e Charlie se colocaram ao lado de Edward rosnando também.

As pessoas na festa não entenderam o que estava acontecendo, já que os seres estavam com vestimentas Volturi e até então eram de total confiança.

- Vocês não são dignos de usar essas vestimentas! – disse Aro se colocando a frente de todos.

- E o que torna alguém digno dela, Aro? – perguntou Mello petulante.

Bella percebeu que tinha algo de diferente neles, não eram mais aqueles dois paspalhões que a deixaram fugir devido à distração. Eles tinham o olhar psicótico e a expressão vazia. “O que ele fez com vocês?” se perguntou mentalmente a princesa. Ela sentia uma energia horrível vindo dos dois seres, infelizmente eles não tinham mais salvação.

- Alguém que seja totalmente fiel ao nosso rei e rainha, não traidores como vocês! – disse Aro e as pessoas no salão ficaram em estado de choque, nunca ocorrera algo parecido antes.

- Não o provoque. – advertiu Edward sem tirar os olhos dos dois seres, Aro virou-se para ele descrente.

- O que quer dizer? Esta dizendo para tomar cuidado com esses dois seres insignificantes? – zombou Aro.

- Não, estou dizendo para não provocar o ser que está controlando esses dois. – disse Edward sério olhando nos olhos de Aro.

- Você mente. – afirmou Aro descrente, Edward voltou seu olhar para Mello e Lopes.

- Não mente não. – disse Charlie se pondo mais a frente.

- Sente isso? – perguntou o rei para a sua esposa se referindo à energia que emanava do corpo dos dois ex-Volturi.

Anita mexeu a cabeça sinalizando um sim.

A rainha ficou de um lado de Edward e o rei do outro lado, Bella ainda estava atrás do seu amado com os braços encolhidos no peito. Daniel protegia Natalia ao lado de sua irmã.

“Porque acho que você será um problema para meus planos?” – pensou James através da mente de Mello e Lopes.

Edward sorriu prepotente e respondeu.

- Pode ter certeza disso.

- Aro, tire todos daqui. – ordenou Anita.

- Não há mais tempo! – disse Arthur se preparando para defender seus súditos.

Tudo foi muito rápido, Mello e Lopes ergueram os braços e lançaram uma forte rajada de ar, não havia tempo para o rei e a rainha usarem seus poderes, as pessoas estavam afastadas da confusão, apenas acompanhando de longe, mas também receberiam o ataque.

Já para Bella as coisas aconteceram em câmera lenta. Ela viu os dois seres erguendo os braços lentamente, ao mesmo tempo Edward se virou para ela com o olhar apaixonado. Seu sonho estava se repetindo e ela não podia fazer nada para impedir. Nunca em toda sua vida desejara tanto ser tão forte quanto seu pai e sua mãe.

- Não. – murmurou.

Ouviu-se um altíssimo estrondo e em todo ambiente antes iluminado com tochas foi visto um clarão azulado.

O rei olhou atônito para sua frente onde um enorme campo de força protegia todos que estavam na festa, nunca vira tamanho poder. Todos olhavam confusos para o que acabara de acontecer, as tochas agora iluminavam o salão com um fogo azul.

Edward olhava sem entender para Bella que tinha uma expressão vazia e os olhos azuis, a princesa andou ficando a frente do amado. Finalmente seus olhos ganharam vida e ela olhou aliviada ao perceber que todos estavam bem, sentiu o poder correr em suas veias e agora sabia que podia proteger aquele que mais amava em toda a sua vida.

- Sua... – começou Mello, mas Bella o cortou.

- Calado! – todos finalmente notaram que a princesa estava diferente e olhavam-na surpresos.

Anita sentia a aura da filha, a mais pura de todas, e o poder era impressionantes, até aqueles que não eram da realeza o sentia.

Bella andou até ficar ao lado de seu pai, Edward a acompanhou ficando do seu outro lado.

- Você pode duvidar de quem eu sou... Pode me prender, me torturar, até mesmo me matar, mas não tente machucar os que eu amo, eu não vou permitir! – disse a princesa firme sem tirar os olhos dos dois seres.

Diante da demonstração de poder os súditos presentes fizeram reverência a princesa, agora nenhum deles tinha alguma dúvida, muitos tinham pensamentos arrependidos.

- Se vocês não querem facilitar, tudo bem. Mas preparem-se, a guerra está declarada. – disse Lopes.

Uma ventania formou-se em torno dos dois seres e então eles caíram sem vida ao chão.

- Acabou... – murmurou Edward.

- Pelo menos por enquanto. – murmurou Arthur.

Bella sentiu seu poder ir embora e suas pernas fraquejaram.

- Bella?! – se alertou Edward a segurando pela cintura.

- Estou bem... Apenas cansada. – respondeu ela apoiando sua cabeça no peito do vampiro e deixando que a escuridão lhe levasse.

Edward a pegou no colo e acompanhou a rainha até o aposento da princesa, deitou-a na cama delicadamente. Anita sorriu para eles.

- Edward? – chamou ela docemente.

- Sim majestade? – respondeu voltando seu olhar para a rainha.

- Poderia cuidar dela por enquanto? Devo juntar-me aos outros na sala de reunião. – explicou ela.

- Claro! – respondeu com imenso prazer.

Anita saiu do quarto e fechou à porta, o vampiro ficou observando a princesa dormir serenamente.

Bella se remexeu e abriu os olhos lentamente, Edward acariciou o rosto dela.

- Hey, como se sente? – perguntou baixinho.

- Leve. – murmurou sorrindo.

O vampiro riu.

Bella sentou em cima das pernas observando seu amado.

- Ia acontecer o que você sonhou não é?

- Não... Foi diferente... Não sei explicar, mas quero que isso nunca aconteça. – respondeu ela com o olhar triste e o coração apertado.

- Desculpe, não quis te deixar triste. – disse Edward arrependido de ter tocado no assunto.

- Só te perdôo com uma condição. – disse a princesa com um sorriso sapeca.

- E qual seria esta condição vossa alteza? – perguntou o vampiro entrando na brincadeira.

- Você será absolvido com um beijo, ou melhor, vários beijos... – disse a princesa sorrindo.

- Que... – se aproximou Edward lhe dando um selinho. – Punição... – outro selinho. – Te... – mais um selinho. – Ri... – e outro selinho. - Vel... – outros selinhos.

Os dois riram e Edward puxou-a pela nuca para um beijo de verdade. O vampiro enlaçou a cintura de Bella e acabou fazendo cócegas na princesa que riu no meio do beijo, Edward também riu e olhou nos olhos de Bella com um sorriso matreiro.

- Oh não. – disse ela já prevendo o que o namorado iria fazer.

- Oh sim. – disse ele rindo e fazendo cócegas na princesa que gargalhava alto.

Bella conseguiu desviar do vampiro e o empurrou fazendo-o deitar na cama e então de joelhos ao seu lado ela o cobriu de cócegas. Edward gargalhava, se pudesse estaria chorando de rir.

Ouviu-se um pigarrear da porta e Edward conseguiu sair das “garras da princesa”, ele olhou para a porta e avistou o rei parado com os braços cruzados e com uma sobrancelha erguida.

- Desculpe majestade eu já estava de saída. – disse Edward sem graça fazendo uma reverência e saindo rapidamente do quarto.

O rei o mandou esperar no corredor por pensamento em quanto falava com sua filha que sorria completamente descabelada devido à seção de cócegas.

- E então? – começou Arthur sem jeito, não sabia como tocar no assunto “namorados” com sua menininha.

- Então o que pai? – perguntou ela confusa.

- Ele...? – olhou para a porta.

- O que tem? – perguntou ela tão encabulada quanto o pai.

- Vocês estão...? – o rei não conseguia terminar a frase.

Quem diria que alguém que já esteve em diversas batalhas, que governava todo um povo teria dificuldade para falar com a filha sobre o namorado.

- Namorando? – conseguiu finalmente terminar a frase desviando o olhar da filha que agora estava vermelha de vergonha. – Deixarei que sua mãe converse contigo depois... – Arthur disse tão desconfortável quanto à filha e levantou-se indo em direção a porta.

- Pai!? – chamou Bella tomando coragem, o rei se virou e voltou a sentar na cama quando a princesa fez um sinal. – Eu sempre admirei o amor que você e a mamãe têm um pelo o outro, sempre quis saber como era... Sempre quis que um dia eu sentisse algo parecido por alguém... E hoje posso dizer que sinto por aquele vampiro que acabara de sair desse quarto, é ele que me faz rir nos momentos mais difíceis, é por ele que meu coração bate em falso, é em sua presença que eu me sinto completa... Então queria perguntar-te, o senhor me deixa namorá-lo? – conforme Bella falava sua vergonha ia sumindo e seus olhos brilhavam com a emoção que sentia.

O rei viu nos olhos da filha a verdade e entendia perfeitamente o que ela sentia, era algo lindo que ele não iria impedir de continuar.

Arthur sorriu com a sinceridade da filha e lhe depositou um beijo na testa.

- Não seria ele quem deveria me fazer esta pergunta? – perguntou em seu ouvido e ela riu nervosa.

- Talvez... – arriscou Bella fechando um olho em uma careta.

O rei riu e antes de sair do quarto lhe disse.

- Depois conversaremos sobre o que aconteceu no baile... E por favor, desta vez não me esconda nada está bem? – Bella assentiu com a cabeça e depois seguiu para o banheiro para relaxar os músculos.

Edward ainda aguardava o rei no corredor, por sua mente passavam-se milhares de maneiras para pedir a ele que deixasse namorar sua filha.

- Edward? – chamou Arthur atrás do vampiro que pulou com o susto, o rei riu. – É difícil ver um vampiro se assustar. – Edward sorriu sem graça.

- Estava distraído senhor.

- Poderia saber com o que?

- Estava pensando... Em... – gaguejou e após puxar uma grande quantidade de ar soltou a frase de uma vez só. – Como pediria ao senhor permissão para namorar sua filha.

O rei riu da careta de Edward que esperava um esporo. Ao contrário disso, Arthur passou um braço sob os ombros do vampiro e o empurrou para seguir o corredor.

- Sabe Edward... Até a metade desta noite eu pensava em Bella como uma criança, mas depois do que ela me disse eu acho que não vi minha filha crescer... E nesse meio tempo vim pensando no que é melhor para ela, e acho que ela fez a escolha certa... – o rei parou de andar e fitou Edward que não entendia muito bem onde Arthur queria chegar com aquela conversa. – Quando minha filha está perto de você ela fica radiante, ela ilumina todo ambiente com seu coração... Hoje a vi mais feliz do que nunca, e acho que isso tem dedo seu não é? – Edward coçou a cabeça encabulado. – Vi como a protegeu no baile e tenho certeza que não pensaria duas vezes para se jogar a frente dela para salvá-la.

- Na verdade fiz isso hoje senhor, mas ela foi mais rápida. – explicou o vampiro e Arthur o fitou confuso.

- O que quer dizer?

- O objetivo dele era... Matá-la. – disse a ultima parte em um rosnado. – Mas acabaram se surpreendendo com seu poder.

- Entendo... Cuidaremos disso amanhã quando todos estiverem descansados, o dia foi longo hoje. – disse Arthur e Edward concordou.

O rei saiu andando para o lado oposto que o vampiro e disse acenando de costas.

- A propósito... Pode namorá-la! – Edward quase pulou de felicidade, mas se conteve até chegar ao quarto de hospedes.

[...]

Agora toda vez que a princesa passeava na rua as pessoas a respeitavam, com a demonstração de poder o povo da Lua finalmente acreditara que Bella realmente era sua princesa.

- Isso é tão estranho... – cochichou Bella para Edward.

Os dois andavam pela calçada de mãos dadas indo em direção a uma clareira mais a frente. O vampiro riu. Bella não estava acostumada com as pessoas a cumprimentando na rua, geralmente elas olhavam de cara feia ou murmuravam indelicadezas.

Bella todos os dias ia até a clareira para treinar seus poderes com seu irmão ou seu pai ou sua mãe. Não fora preciso muitos dias para que ela aprendesse a controlar sua força e a cada dia ficava melhor. Sua família se surpreendia com tamanho poder, quem diria que aquela pequenina que um dia fora considerada humana iria quase superar os poderes de seus pais.

Apesar do clima tenso de pré-guerra Bella vivia seu momento mais feliz ao lado de Edward. Os dois viviam um amor intenso e apaixonado.

[...]

Edward correu como todas as noites em direção a sacada do quarto da princesa, mas quando ele ia pular para dentro ouviu um pigarrear. O vampiro se assustou quando avistou Charlie e ficou totalmente sem graça.

- Boa noite Charlie. – disse como se apenas estivesse passeando na calçada e indo na direção oposta, na maior cara de pau.

- Boa noite Edward. – respondeu o vampiro erguendo uma sobrancelha. – O que está fazendo por aqui? – perguntou segurando riso.

- Eu? Nada... Apenas passeando. – disse disfarçando, Charlie ergueu mais ainda sua sobrancelha.

- Sei... Embaixo da sacada do quarto da princesa? – perguntou desconfiado.

- Aqui é o quarto dela? Jura? Nem sabia. – se fez de desentendido.

- Mentira. – disse Charlie simplesmente.

- Ok, eu sabia que aqui é o quarto dela, mas eu estava apenas passeando. – tentou se justificar.

- Passeando? Edward pode, por favor, falar a verdade? Sabe que não tem como mentir para mim. – disse Charlie se encostando à parede e segurando o riso.

- Ok! Eu ia pular para o quarto dela. – confessou ele, o vampiro fez uma cara de quem não gostou e Edward tentou explicar rapidamente. – Não! Não é isso que você está pensando, eu não ia fazer nada disso. – disse respondendo a algum pensamento de Charlie.

- Tudo bem, isso é verdade, mas o que diabos queria fazer garoto?

- Eu apenas gosto de vê-la dormir... Apenas isso. – disse o vampiro envergonhado, olhando para o chão.

Charlie revirou os olhos e não pode evitar pensar ironicamente “adolescentes” e andou na direção oposta de Edward.

- Só tome cuidado, a próxima vez pode ser que não seja eu a pega-lo no flagra. – disse rindo e foi embora.

Edward aproveitou a oportunidade e pulou para o quarto da princesa que dormia tranquilamente.

[...]

- Oh! Isso é terrível! – disse Alice chamando a atenção de todos.

Edward também estava tão horrorizado quanto à irmã, Bella percebendo isso segurou a mão do vampiro tentando reconfortá-lo.

Todos estavam à mesa do café da manhã, quem se alimentava de comida desfrutava o banquete e quem bebia sangue aproveitava a “adega” do castelo. Mas no meio da manhã Alice acabara de ter uma visão e todos ficaram na expectativa do que aconteceria.

- O que viu Alice? – perguntou Esme com a voz calma.

A vampira não respondeu, estava muito chocada para soltar algum som.

- Edward? – chamou Bella acariciando sua mão.

- A visão ainda não acabou. – respondeu ele automaticamente.

Jasper usou seu dom para acalmar os ânimos, transmitiu paz para que pudessem raciocinar sem que seus sentimentos os atrapalhassem.

- Eu sei que não queriam meter aqueles que moram na Terra nesse assunto majestades, mas creio que a situação mudou. – disse Alice finalmente saindo do transe e tomando uma expressão séria.

- O que mudou? – perguntou Anita com medo da resposta.

- Eu não entendo o que pretendem, já disse a todos que como a mente deles é extremamente perturbada suas ações são desconexas, sem sentido algum, a verdade é que só deve ter sentido nas mentes deles... O problema é que uma ação foi finalmente planejada, eles atacarão os humanos... – disse Alice.

- Mas o que eles pretendem com eles? – perguntou Charlie.

- Como eu disse, não sei o objetivo disso, mas apenas a visão tornou-se concreta... – Alice perdeu o foco novamente. – Parece... Que estão procurando alguém... – disse ela e logo depois sua visão ficou borrada. – Sinceramente eu não entendo... Apenas sei que está acontecendo dentro de algumas horas. – disse ela tristemente sabendo que não poderia evitar a morte de centenas de humanos que iriam ocorrer nesta noite.

- Não podemos simplesmente sentar e esperar, nosso dever é também protegê-los, não podemos deixar que morram sem nenhuma chance de fugir. – disse Anita.

- E quanto aos lobisomens? – perguntou o rei tendo uma idéia.

Os vampiros do recinto fizeram caretas.

Os lobisomens eram guerreiros da Lua, sempre protegeram o reino de ameaças eminentes. Eles controlavam perfeitamente a transformação. Porém muitas vezes tinham desavenças com os vampiros, algo de espécies opostas.

- Sei que se tirarmos guerreiros daqui a luta ficará mais difícil do que já seria, porém não podemos deixar os humanos desprotegidos contra aqueles seres a solta, a espécie seria extinta e assim a maioria dos vampiros também, ou então eles adeririam a sua dieta e assim os animais seriam extintos até não sobrar mais vida na Terra... – disse Arthur pensando nas conseqüências de tudo.

O silêncio na sala foi total por um bom tempo.

Edward massageou as têmporas com os gritos em sua cabeça, apesar de ninguém dizer uma palavra, todos pensavam e pensavam muito.

- Desculpem, mas eu não agüento tantas vozes ao mesmo tempo, com licença. – disse o vampiro se levantando e saindo da sala com a mão na cabeça.

Bella preocupou-se com o namorado e saiu logo atrás dele.

- Edward! – chamou a princesa correndo pelo corredor a procura do vampiro.

- Estou aqui. – disse ele encostado-se à sacada do palácio olhando para o céu azul, o sol cintilava sua pele.

O vampiro fechou os olhos sentindo o calor bater em seu rosto.

- Você está bem? – perguntou Bella ficando ao seu lado.

- Às vezes é difícil agüentar todos os pensamentos, principalmente quando estão gritando. – explicou ele sentando-se na mureta de marfim e ficando de frente para a princesa.

Bella se aproximou ficando entre suas pernas e levou suas mãos delicadas às têmporas do vampiro massageando-as suavemente. Edward fechou os olhos sentindo a sensação maravilhosa de alivio.

- Acho que é por isso que me apaixonei por você, é a única que pode me acalmar e me tirar dessa loucura de nunca ficar em silêncio... Apesar de eu ter extrema curiosidade de saber o que passa nessa cabecinha. – disse ele sorrindo torto.

A princesa sorriu.

- Sabe... Talvez você possa me ouvir. – comentou ela.

O vampiro pulou animado na sua frente.

- Sério?

- Eu não sei muito sobre isso, mas meus pais se comunicam por pensamento, e meu irmão e a namorada também... Eu não sei se com nós funcionará já que somos de espécies diferentes, mas talvez possamos tentar. – explicou Bella e o sorriso do vampiro não cabia em seu rosto.

“Eu te amo” pensou Bella, por incrível que parece Edward alargou mais ainda o sorriso e respondeu por pensamento. “Eu te amo dês do dia que caiu em meus braços” Bella sorriu tão largo quanto o namorado e se pendurou em seu pescoço para beijar aquela boca que chamava a sua.

[...]

O plano de mandar os lobisomens para proteger os humanos saiu pela culatra, algo alterou a transformação dos mesmos e agora eles eram um perigo a mais para os humanos. Para resolver este problema Arthur mandou Aro, Caius e Marcus, três de seus comandantes da guarda Volturi e mais alguns soldados para mandar os lobisomens de volta para a Lua e tomar seu posto de proteção aos humanos.

Anita resolveu descer a Terra para pedir ajuda á algumas aldeias as quais tinham conhecimento suficiente para se proteger, a Princesa e os Cullen foram com ela. Após três dias fora da Lua eles retornaram do planeta azul, o qual foi palco para juras de amor entre Bella e Edward.

[...]

O clima estava mais tenso do que nunca, já fazia um bom tempo que os Volturi foram a Terra e eles ainda não retornaram, nem eles e nem os lobisomens, algo muito estranho ocorria no planeta, mas no momento não era seguro ficar perambulando entre os dois astros.

O rei e a rainha estavam estranhos ultimamente, muito quietos e com o semblante muito preocupado. Daniel e Bella mais preocupados ainda com as estranhas atitudes dos pais, os quais pareciam se despedir a cada conversa com os filhos.

Charlie sumira há alguns dias e ninguém exceto o rei e a rainha sabiam onde ele estava.

- Mãe, pai, o que esta acontecendo? – perguntou o príncipe para seus pais que estavam sentados em seus tronos, no grande salão vazio.

Os olhos de Anita encheram de água, e Arthur sentiu seu peito apertar. Bella olhava suplicante para seus pais. Os dois levantaram e foram em direção aos seus filhos.

- Cuide de sua irmã. – disse o rei abraçando o seu filho fortemente, Daniel retribuiu sem entender.

- Nós amamos de mais vocês. – disse a rainha abraçando sua filha que chorava.

Os quatro se abraçaram emocionados.

- Por que estão se despedindo? – perguntou Bella entre os soluços, seus pais a abraçaram mais forte ainda sem responder a sua pergunta.

Os dois irmãos saíram do salão arrasados, cada um indo para o seu quarto.

Naquela noite os Volturi de confiança, os Cullen e todos os amigos do reino planejavam a defesa do ataque que sofreriam, de acordo com a visão de Alice dentro de algumas horas o palácio seria invadido depois disto sua visão sumia.

Bella dormira após tanto tempo chorando, seu sono era agitado, a princesa se debatia de um lado para o outro. A janela de seu quarto estava aberta e o vento forte balançava as cortinas. Algo subia por lá, e não alguém e sim vários aracnídeos os quais formavam um borrão preto se alastrando até a cama de Bella, os animais subiram e formaram um verdadeiro cobertor em cima da princesa.

Bella abriu os olhos lentamente assim que sentiu algo em cima de si, ela tremia de medo, e quando finalmente enxergou os bichos que já subiam pelos seus braços e andavam pelos seus cabelos, a princesa gritou e com seu poder lançou os aracnídeos longe. Ela coçou os braços com nojo e medo daqueles serzinhos.

O grito da princesa ecoou por todo o castelo, aquele foi o aviso para que todos se preparassem, pois a invasão havia começado.

Ao escutar Bella, Edward correu em direção ao seu quarto. No corredor escutava claramente a som da luta que já começara no andar de baixo e nas ruas próximas. As pessoas lutavam com as armas que possuíam, porém o número de seres lutando em favor do rei era pequeno comparado ao exercito de James.

Bella que dormira com a mesma roupa que estava no dia anterior correu pelo corredor desesperada quando escutou o som da luta, foi em direção a uma sala onde seus pais geralmente ficavam, um tipo de escritório. Escutou vozes alteradas e paralisou na porta ao ver James em frente ao rei e a rainha.

- Olha quem chegou. – disse sarcasticamente James assim que notou a princesa com a expressão assustada.

No momento de distração onde o rei voltou seu olhar para a porta, James o atacou e Arthur virou cinzas na frente de sua esposa e de sua filha.

- NÃO! – gritou Bella, nesse momento Anita correu para a porta fazendo um movimento com o braço fechando-a, a princesa só pode ver James apontando o braço para as costas de sua mãe e quando a porta se fechou um pó saiu pela fechadura.

As lágrimas saltavam dos olhos azuis da princesa, lágrimas de dor por não conseguir salvar seus pais, lágrimas de culpa por ser a causadora de suas mortes.

 - Shhi... Calma... – disse Edward a abraçando, infelizmente ele chegara tarde de mais para ajudar seu sogro e sua sogra.

O vampiro pegou-a no colo e correu para algum lugar seguro. Edward bateu na porta de um grande salão onde o príncipe, os Cullen, o Dr. Pitt, e outros guerreiros estavam aguardando o exercito chegar. O plano era atraí-los até o salão, ali poderiam usar seus poderes coordenadamente.

- O que aconteceu? – perguntou Ulisses assim que Edward entrou no salão carregando Bella agarrada em seu pescoço com suas lágrimas encharcando a camisa do vampiro.

Edward baixou o olhar e no mesmo momento todos entenderam o que tinha acontecido. Daniel sentiu seus olhos encherem de água, mas logo as limpou, aquela não era hora para lamentações, ele tinha que vencer essa guerra, por seus pais.

Todos no salão ficaram em silêncio, a tensão era absoluta, a única coisa que se ouvia eram os soluços da princesa.

Bella foi se acalmando, mas seu coração estava ferido, ela não entendia como alguém poderia ser tão frio a esse ponto, seus sentimentos antes de culpa viraram raiva, ressentimento, e isso lhe deu forças para continuar em pé e lutar, proteger aqueles que ama a qualquer custo.

“Como você está?” – perguntou Edward por pensamento.

Bella deu um sorriso fraco.

“Eu vou agüentar. Pelo menos tentarei.” – respondeu a princesa com o pensamento determinado, porém seu coração dizia o contrário.

Bella lembrou-se que sua mãe havia lhe dito certa vez que todo o poder de cada ser da Lua estava em seu corpo, porém ficava armazenado em seus colares. Então teve uma idéia, talvez ela conseguisse proteger Edward de alguma forma. A princesa então pegou em seu colar e quebrou o pingente em dois, pendurando uma parte na corrente de seu amado.

- Por favor, não tire, isso ira te proteger. – ela disse suplicante e o vampiro riu tentando vaze-la relaxar.

- Não se preocupe nada vai acontecer comigo. – disse ele sorrindo largo, os olhos de Bella encheram d’água... Ela pulou no pescoço de Edward e o abraçou forte deixando suas lágrimas molharem seu ombro.

Do lado de fora do castelo ainda havia luta, porém o reino estava perdendo. Quem não morrera, agora se escondia e a única coisa que os mantinha vivos era a esperança de que aqueles que estavam no castelo conseguiriam derrotá-los. Mas apesar da esperança os sobreviventes estavam desconsoláveis, a Lua estava completamente destruída, mesmo que eles ganhassem não iriam conseguir restabelecer o astro.

O exercito de James seguiu adentrando o castelo, vasculhando todas as salas, até finalmente chegar ao fim do corredor, na ultima sala do primeiro andar. Arrombaram a porta e no exato momento a batalha começou.

Bella lançou suas flechas de fogo assim que os primeiros seres entraram, com os meses de treinamento aprendera a lançar mais de uma flecha de cada vez, ela deixava o arco na horizontal e soltava três, quatro flechas de uma só vez, e nunca errava o alvo.

Daniel lançava suas labaredas assim como Bella, porém ele ficou a frente de todos os outros e ela voou ficando no alto do salão, assim ela possuía uma melhor visão de quem poderia precisar de ajuda.

Aqueles seres que passavam pelo príncipe paravam nos outros seres que lutavam com toda a sua força. Já os vampiros que eram mais rápidos eram barrados pelos Cullen e outros vampiros aliados.

A luta estava indo bem, mas pela porta não paravam de aparecer guerreiros de James, nem Bella nem Daniel conseguiam atrasar o ataque, agora, muitos passavam pelo príncipe e pela princesa e a luta para os demais ficava cada vez mais difícil.

Bella resolveu descer para ajudá-los, logo um ser veio atacá-la, mas a princesa treinou por muito tempo com seu irmão e não teve dificuldades em detê-lo.

Edward também não tinha problemas com os vampiros já que quando eles pensavam em atacá-lo ele já sabia, sem contar que sua velocidade era muito superior, porém em um ataque um vampiro arrancou-lhe o colar que voou longe, apesar de preocupado Edward não teve problemas e acabou rapidamente com o ser.

O resto do exercito de James entrou no grande salão e as coisas só dificultaram, eles estavam encurralando os que lutavam pelo reino, em quanto isso James estava parado na porta observando a batalha de camarote, e ria prevendo sua vitória ao fim. “Nada disso precisaria acontecer se ela não tivesse nascido” pensou ele em sua loucura. James caminhou em direção a Bella que estava de costas.

A princesa teve a sensação de deja vu, ela estava bem ao centro do salão, olhou para os lados e via corpos ao chão sendo carbonizados, sangue espalhado pelo chão e pelas paredes, os que ainda estavam vivos corriam de um lado para o outro ainda lutando.

Bella girava o corpo observando tudo acontecer em câmera lenta, ela não entendia o porquê de tudo aquilo. Era tão difícil assim apenas todos viverem em paz? Cada um se preocupando com sua vida? Para que tanto sangue derramado? No fim, todos saíam perdendo.

Ela olhou em um canto e viu o colar de Edward arrebentado e finalmente ela soube da onde vinha sua sensação de repetição. Seu coração se apertou ao perceber que seu sonho se repetia exatamente da mesma forma.

James estendeu o braço para terminar com a princesa que estava de costas, Edward ao ver claramente em sua mente o que ele iria fazer correu para proteger Bella, nesse momento Alice teve a visão exata do que ia acontecer e parou de lutar voltando seu olhar desesperado para a cena que ela veria pela segunda vez.

Estranhamente o exercito de James parou de lutar, de certo James estava tão concentrado no que iria fazer que esqueceu de continuar mandando ordens para os corpos sem vida que agora caíam ao chão, todos voltaram seu olhar para o centro do salão e assim que Bella virou de frente para James sua expressão era de desespero, pois ela sabia exatamente o que ia acontecer, mas não podia fazer nada.

Edward também sabia e mesmo assim não se importou, correu se pondo a frente da princesa a olhando apaixonadamente.

“Não se preocupe, nos veremos novamente.” disse por pensamento para Bella que não teve tempo de responder.

A expressão antes apaixonada do vampiro agora virara de dor, pois ele recebera o ataque de James. Edward esfarelou virando cinzas e mais nada no salão foi ouvido além do vento passando pelo local.

Bella não tinha mais forças para chorar, a dor que sentia ninguém nunca sentira, seus olhos perderam a vida e ela caiu de joelhos sentindo seu coração explodir em um poder que nunca fora visto. Em um silêncio absoluto seu corpo inteiro emanou uma luz que logo envolveu os que a rodeavam e essa luz continuou vagando, passando por todos os cômodos do castelo, passando por todos os corpos ao chão. Então a luz saiu do castelo e envolveu toda a Lua e como em um milagre todos que estavam no astro, vivos ou mortos foram mandados para a Terra, em épocas diferentes, em continentes diferentes, tendo a segunda chance de ter uma vida digna, sem dor e sem guerras, lembrariam da beleza de ser criança, da inocência, da fé, do amor.

POV Jacob

Toda aquela luz que antes havia nos envolvido agora voltava para o andar de cima, como se estivesse rebobinando uma fita. Tudo a nossa volta voltou ao normal.

Sentei-me na poltrona sem conseguir acreditar em tudo o que vi. Agora eu entendia muitas coisas, tudo se encaixava.

Os vampiros choravam em soluços, Dan abraçara sua esposa e chorava como uma criança, Bruninha fazia carinho na cabeça do pai o consolando.

Todos nós estávamos simplesmente atônitos, sem saber o que fazer, totalmente... Sei lá, sem saber o que pensar.

[...]

POV Bella

Abri meus olhos, mas eu não enxergava nada, as lágrimas me impediam de ver qualquer coisa. Eu não conseguia acreditar em tudo isso, não podia!

Corri sem rumo, apenas desviando dos vultos a minha frente. Percebi que estava fora da casa, sentia o vento bater em meu rosto e as lágrimas voavam livres, abri minhas asas e fui para o alto, tão alto que atravessei as nuvens e avistei a Lua cheia.

Diante desse astro tão parecido com uma perola solta no céu as cenas de meus pais e Edward morren... Passavam novamente em minha frente, como um filme repetido. E a culpada de tudo era eu.

POV Daniel

Após todos nós nos acalmarmos, ficamos sem saber o que falar. Na verdade cada um estava perdido em seu pensamento.

- Acho melhor nós irmos, acho que querem um momento para vocês. – disse Billy se levantando e dando um tchau de longe, assim como todos os Quileutes.

- Voltem quando quiserem. – disse Carlisle que ainda estava abraçado com Esme que tentava controlar os soluços.

Agora eu entendia exatamente por que Bella demorou tanto tempo para recuperar a memória, ela não apenas viu seu namorado morrer como também viu nossos pais virarem cinzas em sua frente, para protegê-la e agora mais do que tudo ela se sente culpada por tudo o que aconteceu.

Bella passou correndo pela escada em uma velocidade incrível.

- Bella?! – chamei, mas ela nem sequer me ouviu, passou reto correndo.

Corri atrás dela chamando-a, mas ela parecia estar em outro mundo, lembro-me que quando recobrei a memória fiquei tão atônito quanto ela...

Bella voou atravessando as nuvens e eu a segui, ela olhava para a Lua cheia e chorava soluçando.

- Bella... Calma... – abracei-a.

- É tudo culpa minha Dan. – ela dizia repetidamente com a voz chorosa.

- Não diga isso! Você salvou muita gente, por que só grava o que aconteceu de ruim? Pense nas coisas boas que fez, nas vidas que salvou! Isso que vale a pena guardar nas lembranças e não aquilo que nos faz chorar ou sofrer. – disse a ela que me abraçou mais forte. – Sei que está se culpando por causa dos nossos pais, mas olha, você conseguiu salvar o Edward, quem garante que não conseguiu salvá-los também? – ela parou de chorar e me fitou com os olhos vermelhos e inchados.

- Você acha? – perguntou ela manhosa e eu sorri esperançoso.

- Quem sabe? Agora chega de chorar, vamos descer e ver como seu namorado está, já que você saiu tão transtornada que nem viu se o coitado estava acordado. – eu disse brincando, mas acho que eu não devia ter falado isso, pois ela começou a chorar mais ainda.

- Oh! Eu sou uma péssima namorada! – disse ela se largando dos meus braços e voando direto para a casa dos Cullen o mais rápido possível. – eu ri dela e depois a segui.

[...]

POV Edward

Tudo em minha mente parecia ter se encaixado perfeitamente, abri meus olhos, estava me sentindo exausto com tantas lembranças que vieram à tona. Olhei para cima e vi o rosto de Bella levemente inchado, ela estava com os olhos vermelhos, provavelmente havia chorado muito, percebi que eu estava deitado em suas pernas.

- Bom dia dorminhoco. – sussurrou ela passando sua mão delicada em meu cabelo fazendo cafuné, sua voz estava rouca e cansada.

- O que aconteceu? – perguntei confuso.

- Nós recuperamos a memória, a galera viu o filme das nossas lembranças e você está dormindo faz quase vinte horas. – disse ela. – E parece que você ainda está cansado.

- E você andou chorando. – afirmei sentando-me na cama e a puxando para o meu colo, Bella já estava juntando mais lágrimas.

- Eu não queria ter lembrado. – murmurou ela escondendo o rosto na curvatura do meu pescoço.

Acariciei seus cabelos e me distanciei um pouco para fitar seus olhos.

- Você tem certeza disso? Pois eu gostei muito de ter recordado de tudo o que passamos juntos, apesar de como “terminou”, eu nunca vou esquecer-me de cada momento que vivemos... Nosso primeiro olhar, nossa primeira conversa, nossa primeira dança, nosso primeiro beijo... – Bella sorria lindamente a cada palavra que eu dizia, cheguei eu sua orelha e cochichei. -... Nossa primeira vez. – afastei meu rosto e ela estava vermelha, o que me fez gargalhar alto.

Bella enlaçou meu pescoço e encostou seu nariz no meu dançando com ele. Enlacei sua cintura e a puxei mais para perto.

- Pensando melhor... Tudo tem seu lado positivo. – disse ela de olhos fechado e sorrindo.

- Com certeza. – disse e acabei com a distância entre nossos lábios.


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Notas finais do capítulo

Triste o final da história né? Como vocês devem ter percebido os mistérios da fic pouco a pouco irão se revelando... Muita coisa ainda está por vir e espero que continuem me acompanhando ^^