A Lenda da Lua escrita por Paola_B_B


Capítulo 34
Capítulo XXXII - Toda história tem um início (P1)


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores :D
Trago hoje um capítulo que particularmente é um dos meus preferidos ^^ Espero que gostem.



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XXXII. Toda história tem um inicio (parte I)

POV Narrador

O rei Arthur andava de um lado para o outro na saleta, um sinal de impaciência diante ao caso, sua esposa e rainha estava ao quarto ao lado dando a luz ao seu segundo filho.

- Uma menina. – dizia Anita alisando sua barriga.

- Não devia falar assim, pode ser um garoto.

Lembrou o rei de sua conversa com a mulher que tanto ama. Aquele parto estava demorando demais e sua esposa gritava do outro lado da parede.

Essa gravidez era arriscada e todos os amigos da família temiam pela vida da rainha e da princesa que estava prestes a nascer.

- Porque papai está tão nervoso? – cochichou o jovem príncipe Daniel para o vampiro Charlie que estava sentado ao seu lado no confortável sofá.

- Ora príncipe, em seu nascimento seu pai ficou tão nervoso quanto. – respondeu o vampiro sorrindo, porém ele sabia que as coisas não eram tão simples assim.

Até hoje era considerado impossível o nascimento de duas crianças de uma só mulher, com exceção de gêmeos, o que era extremamente raro. O povo da Lua estava com os pensamentos divididos, muitos acreditavam que um milagre havia ocorrido, outros achavam uma fraude um absurdo e se revoltavam quanto ao assunto.

Finalmente ouviu-se um choro de criança no quarto. Arthur entrou no aposento correndo sendo seguido de seu filho. Anita sorria para o bebe embolado com uma manta cor de rosa que estava em seu colo, o rei sentou ao seu lado para ver sua filha que finalmente nascera.

Anita olhou para o marido que sorria abobado para a criança dorminhoca em seus braços, voltou seu olhar para frente e viu seu filho atrás de seu sorridente amigo Charlie. Daniel estava curioso, mas ao mesmo tempo hesitante.

- Venha conhecer sua irmãzinha querido. – chamou Anita, o príncipe hesitou um pouco, mas foi até a criança nos braços de sua mãe.

Daniel observou sua irmã e logo se apaixonou por aquela pequena criatura. Um bebezinho miudinho e frágil, sua pele era branquinha e macia. O príncipe levou sua mão até a mãozinha da pequena. Ela deu um bocejo que fez todos sorrirem e abriu finalmente os olhinhos.

Nesse momento todos se espantaram.

- Ela... Tem olhos castanhos. – gaguejou o rei, mas dentro dele nada mudou, ele já amava sua filha.

Ninguém no reino possuía olhos escuros, todos tinham a coloração em tons de verde e azul.

- Ela é humana. – disse o Dr. Ulisses Pitt saindo do banheiro onde lavou as mãos após o parto. – Pelo menos é isso o que eu acho.

- Mas como isso é possível? – perguntou Anita.

Daniel brincava com as mãozinhas de sua irmã e nem prestava atenção no que acontecia ao seu redor, ele já tinha uma gigantesca admiração por aquela pequena, ela sorriu banguela e seu irmão gargalhou.

- Eu não sei explicar, mas todas suas características são de um bebe humano... Sei que isso é estranho de se falar, mas é apenas uma teoria... Ela tem a pele mais frágil e seus olhos são de cor chocolate, sua força é igual à de uma criança humana... Não tenho outra explicação. – disse o doutor e depois sorriu para os irmãos que já se davam bem.

- Terá que proteger sua irmã meu filho. – disse o rei sorrindo e Daniel assentiu com determinação.

- E qual será o nome dela minha rainha? – perguntou Charlie.

Anita sorriu e olhou para a pequena amorosamente.

- Ela se chamará Isabella... Minha pequena Bella.

[...]

A pequena Bella ia crescendo e conforme o tempo passava conquistava a todos no castelo com sua doçura e inocência. A princesa era proibida de sair de lá já que o rei e a rainha recebiam ameaças diariamente contra ela.

As ameaças eram sempre as mesmas “devolvam a humana a Terra ou nós a mandaremos de volta morta!”, como é possível que existam pessoas deste nível? Será que era tão difícil ver a semelhança entre a pequena e o irmão? Como é possível ter tanto ódio por uma criança inocente? Essas eram as perguntas que passavam freqüentemente pela cabeça de Arthur.

O maior desejo de Anita era proteger sua filha, mesmo que há pouco tempo o doutor Pitt tenha descoberto que sua filha não era tão frágil quanto uma humana. Bella não possuía nenhum tipo de poder para se defender e ainda tinha apenas 5 anos, seria muito fácil alguém com uma aura negra a machucar.

Daniel agora com 14 anos não desgrudava da irmã, apesar da diferença de idade os dois eram muito amigos e estavam sempre aprontando algumas travessuras infantis pelo palácio.

Mesmo com a pouca idade o príncipe estava ciente das ameaças contra a irmã e não tirava os olhos dela, ele seria capaz de entrar na frente de uma flecha para protegê-la. [N/a: não existem armas de fogo nessa época, então a “arma” mais poderosa (com exceção dos próprios poderes) é o arco e flecha] Foi com esse pensamento que ele teve uma idéia.

- Vou ensinar Bella a lutar. – disse o príncipe ao pai.

- Dan meu filho, sei que suas intenções são as melhores, mas não acha que ela é pequena demais para aprender a se defender? – perguntou o rei preocupado com a fragilidade de sua menininha.

- Meu pai, que eu me lembre, eu aprendi a lutar com a idade dela. – lembrou.

O rei pensou por um momento e mesmo a contra gosto concordou.

- Tudo bem, mas quero ver como ela se sai. – disse Arthur andando de um lado para o outro, não passava pela sua cabeça sua filhinha lutando com um homem que tenha o triplo do seu tamanho.

Os empregados do castelo se juntaram no grande salão para assistir a primeira aula de luta da pequena, todos concordavam que ela mais do que ninguém precisava aprender a se defender.

No centro da grande sala estava Bella olhando para o irmão curiosamente, o mesmo coçava a cabeça se perguntando como começaria essa aula.

- Maninho?

- O que foi?

- Isso que você quer me ensinar é a mesma coisa que você faz todos os dias com o Charlie? – perguntou olhando para o vampiro que dava aulas de luta para seu irmão, Bella sempre observava atenta às aulas.

- É sim... Você decorou os movimentos? – perguntou o príncipe assustado quando viu a irmãzinha fazendo os passos de caratê que havia aprendido em sua primeira aula.

Bella sorriu sapeca para o irmão que não pode deixar de retribuir.

- Ok senhora “eu decoro movimentos apenas vendo”! Tente fugir de mim. – disse ele se pondo em posição de ataque.

A pequena riu e assentiu.

Todos presentes olhavam com curiosidade, nunca imaginariam que a pequena havia decorado passos tão complicados apenas de vista.

Assim que Daniel correu em direção à irmã, Bella se moveu rapidamente e o príncipe passou reto. O príncipe olhou espantado para ela que parecia não saber o porquê da feição de sua família e de todos que estavam no recinto, seus olhos se encheram d’água.

- Fiz algo errado? – perguntou abaixando seu olhar.

- Claro que não minha filha. – disse o rei correndo até ela e ficando de joelho para fitar seus olhos. – Você apenas surpreendeu a todos. – ele deu uma leve batidinha com o dedo em seu nariz, Bella logo voltou a sorrir.

Ninguém entendeu o que realmente aconteceu, para todos a princesa era frágil quase como um humano, mas nenhum ser humano possui a velocidade que a pequena demonstrou, então como era possível? Era o que os presentes pensavam.

[...]

Olhou ao longe o alvo pintado em branco e vermelho, preparou sua flecha e sem dificuldade alguma acertou em cheio o ponto central.

- Muito bem majestade! – elogiou Charlie olhando para Bella que agora com 16 anos se tornara uma adolescente muito bonita, como já era de se esperar.

Bella sorriu para o amigo vampiro que sempre lhe acompanhava em seus treinos com o arco e flecha. Charlie dizia que não tinha sentido a princesa treinar já que todas as suas “flechadas” eram perfeitas, mas Bella sempre dava de ombros dizendo que queria apenas se divertir.

A partir dos seus cinco anos Bella é treinada para diversos tipos de luta por Daniel. Conforme a criança crescia, se tornava cada vez melhor, e sempre ultrapassava em habilidade o seu irmão. A princesa adquiriu os poderes das pessoas da Lua, ela era forte, rápida e se regenerava, porém não possuía nenhuma habilidade especial, sendo considerada fraca e inútil para uma princesa, cuja responsabilidade é proteger seu reino. Por causa disto ela sempre foi discriminada, ninguém a respeitava como princesa e muitas vezes eram feitas chacotas em sua presença.

Arthur após descobrir as ameaças que a filha recebia diariamente proibiu Bella de sair sozinha. Se não estivesse com o irmão ou com Charlie ela tinha que sair com uma guarda real que era composta por vampiros e seres da Lua, todos muito leais ao rei e a rainha, chamados de a guarda Volturi.

- Senhor. – chamou o mensageiro que também era um dos guardas Volturi, ele vinha a galope em cima de seu cavalo e parando ao lado de Charlie.

- Sim?

- O rei o chama no palácio.

Charlie voltou seu olhar para Bella que se preparava para mais uma flechada e depois para os quatro Volturi que faziam a proteção. Voltou sua atenção para o mensageiro e finalmente lhe respondeu.

- Estou indo, mas quero que fique aqui para a proteção da princesa até que eu volte, tudo bem? – um extinto dentro de seu peito dizia a Charlie para não sair de perto da princesa agora.

Tinha algo naqueles soldados que estava errada. “Isso é besteira, nunca um Volturi traiu o rei” pensou consigo tentando acreditar nas próprias palavras.

- A protegerei com a minha vida Senhor! – respondeu o mensageiro determinado, olhando fixamente nos olhos do vampiro.

Charlie com seu poder pode ver a verdade em suas palavras e assentiu sorrindo, depois de mais uma breve olhada para a princesa saiu em disparada para o castelo.

Assim que Charlie sumiu de vista, os quatro guardas se entre olharam e como se falassem por pensamento se dividiram em duas duplas. Dois deles foram em direção ao mensageiro e os outros em direção a princesa.

Bella sentiu um arrepio como se fosse um aviso que seu corpo lhe mandava e imediatamente se virou olhando diretamente para os dois vampiros que vinham em sua direção. Laurent e Victória, esses eram seus nomes.

A princesa rapidamente olhou para o mensageiro que estava sendo encurralado pelos outros dois.

- CORRA PRINCESA! – gritou Ângelo, o mensageiro, antes de ser atacado pelos dois guardas.

Os olhos cor de chocolate de Bella dançavam entre os guardas que atacavam o pobre Ângelo e os dois vampiros que vinham em sua direção. Então correu para a floresta. Em sua mente rodavam questionamentos sobre o que estava acontecendo, porque estava acontecendo. Pôs toda a sua força em seus pés para fugir o mais rápido possível, mas eram dois vampiros que iam atrás dela e ela os sentia cada vez mais próximos.

Em quanto corria olhava para todos os lados buscando um lugar onde pudesse se esconder, mas quando voltou seu olhar para frente acabou tropeçando em algo que a fez cair e rolar no chão.

-MIAAAAAAAUUU!

Miou a bola de pelo que acabara de atrapalhar sua fuga [N/a: adivinha quem é]. Bella ralou seus braços, mas ela não tinha tempo para prestar atenção na dor nem no gato que chutou a pouco, tratou logo de se levantar e continuar a correr.

Uma grande força a atingiu fazendo seu delicado corpo voar em direção a uma pedra, a princesa bateu a cabeça e uma dor aguda fez seus olhos se fecharem levando-a para a inconsciência.

Os dois vampiros riram satisfeitos, Laurent foi até ela e a pegou no colo.

- Vamos Victória!

- Claro. – respondeu com uma voz prazerosa pondo uma mão em seu comparsa e a outra na princesa, e então os transportou para o local indicado por seu companheiro e “chefe” James. Esse era um dos poderes da vampira.

Victoria antes de conhecer James sempre fora uma vampira normal, matava para se alimentar e não ligava muito para o tão distante reino da Lua, mas sempre quis ser mais do que uma simples vampira, ela queria glória e poder, então acabou se apaixonando por James o qual lhe prometera o que ela tanto queria. E ele não lhe enganou, o homem da Lua que já havia sido dominado pela loucura assim que tomou sua primeira gota de sangue humano, ganhou força e poderes e ao deixar Victoria beber seu sangue a mesma ganhou a “gloria” tão almejada. A única coisa que a vampira não sabia é que ao tomar este sangue ficava altamente dependente dele e seu dono poderia por pensamentos em sua cabeça a levando juntamente a loucura.

(Em quanto isso no castelo)

- Me chamou senhor? – perguntou Charlie fazendo reverência para Arthur e Anita que estavam conversando com Aro Volturi, o então chefe da guarda.

O rei fitou o amigo com uma expressão confusa.

- Não chamei... Porqu... – Arthur não conseguiu terminar a frase, pois Charlie já estava com sua mão na garganta de Aro o erguendo, olhando-o com fúria.

- Diga o que está acontecendo! – ordenou Charlie fazendo Aro engolir em seco.

Anita pôs a mão sobre o ombro do amigo e pediu.

- Por favor, se acalme meu amigo e nos explique o que está acontecendo. – Charlie não desviou em nenhum momento dos olhos de Aro, há tempos havia notado algo estranho na guarda Volturi, mas não queria acreditar em suas teorias.

Charlie jogou Aro longe o fazendo bater as costas na parede.

- O que aconteceu? – perguntou o jovem príncipe ao entrar no ambiente e sentir o clima tenso e ver seu professor de luta totalmente nervoso. “Nossa! Nunca o vi desse jeito antes!” pensou Daniel ao ver o vampiro bagunçar os cabelos de um jeito nervoso.

- Agora nos diga o que foi isso Charlie. – pediu o rei com autoridade.

- Há tempos eu venho notando algo estranho entre a guarda, bochichos para lá cochichos para cá, como se estivessem planejando algo... Eu não quis acreditar em meus pensamentos, já que nunca houve um caso de traição entre eles, mas algo me diz que eles escondem algo! – explicou o vampiro rapidamente e rosnou para Aro que já estava em pé.

- O que sabes Aro?! – rosnou o rei.

- Na. Da. – gaguejou o vampiro, uma rápida troca de olhares foi feita entre a família real e Charlie e em segundos todos seguravam Aro na parede com caninos expostos.

- Está mentindo Aro! Eu sei disso! Agora fale o que pretendem! – exigiu Charlie rosnando.

- Esperem! Não tenho nada haver com o que está acontecendo, não estou participando do acordo nem nada! Por favor, não me matem! – suplicou o vampiro.

Charlie percebeu a verdade em sua voz, mas o que diabos estava acontecendo?

- Conte-nos tudo Aro. – ordenou Anita com sua autoridade.

Após um suspiro o vampiro começou a contar.

- Já faz algum tempo que membros da guarda vêm mudando seus comportamentos, em um dia estão normais e no outro estão estranhos, com idéias absurdas na cabeça... Tivemos que acabar com o problema antes que estivéssemos em perigo.

- Acabar você quer dizer matar não é?! – perguntou o rei alterado.

Aro baixou a cabeça.

Se existia uma coisa que Arthur não admitia eram assassinatos. Ele só permitia que vampiros caçassem na Terra, pois esse era um meio de sobrevivência da espécie, mas matar por vingança, desobediência ou punição era imperdoável. Desde que assumiu o trono os tempos eram de paz, sem guerras e sem mortes, pelo menos era o que ele achava.

- Então quer dizer que vocês vêm matando muitos sem se quer eu saber?! Sabe-se lá há quanto tempo! – Arthur estava furioso. – Como pode trair o reino?! Porque não contou antes o que estava acontecendo? Podíamos arrumar uma solução, antes que se tornasse essa bola de neve! – o rei rugia enquanto Aro se encolhia na parede, mas em seu olhar existia certa petulância.

Aro achava que um rei devia governar com autoridade, todos deveriam sentir medo para poder respeitá-lo. Em sua cabeça ele tinha certeza que fez o certo quando mandou executar aqueles seres e vampiros que estavam completamente tomados pela insanidade.

- Eles provavelmente tomaram sangue humano meu rei, eu não tive outra escolha. – explicou-se, mas Arthur lhe mandou um olhar frio de descrença.

- Tem noção do que fez?! Você acaba de estabelecer uma guerra! Como se eu tivesse autorizado tal barbárie!

- Não entendo senhor, eu apenas acabei com o problema! – retrucou Aro, se Daniel não tivesse segurado o pai com certeza o vampiro estaria morto neste momento.

- Será que não percebe o que fez? – perguntou Anita controlando sua raiva. – Você acaba de dizer que esses seres beberam sangue humano, isso quer dizer que todos possuem a mesma idéia absurda de conspiração e matando seus “companheiros” você confirmou o absurdo de suas cabeças!

O vampiro arregalou os olhos.

- Isso não passou pela minha cabeça. – murmurou derrotado e percebendo a grande burrada que havia feito.

“É por isso que eu sou o rei e você cuida da segurança” pensou Arthur querendo pular no pescoço do vampiro.

A porta se abriu e o mensageiro caiu no chão com o corpo todo ferido e ensangüentado, todos correram ao seu redor e Charlie o ajudou a sentar em um sofá.

- O que aconteceu com você? – perguntou a rainha manipulando a água para limpar seus ferimentos.

Anita podia ser a rainha da Lua, mas seu coração era de extrema bondade e não se importava de cuidar de uma pessoa ferida, mesmo que a mesma seja “inferior” ou um plebeu como diziam as pessoas. Ela não pensava deste jeito, para seus olhos era um ser vivo que precisava de ajuda a qual ela poderia dar.

- Esse foi o mensageiro que me disse que você me chamou Arthur. – disse Charlie.

- Quem pediu que o chamasse? – perguntou Dan.

- Aro. – disse Ângelo com dificuldade.

Todos olharam para o vampiro que estava com os olhos esbugalhados.

- Eu não disse nada! Juro! Não mandei ele o chamar! – falou Aro desesperado.

- Os dois dizem a verdade? – perguntou-se Charlie meio incrédulo no que seus poderes acabaram de lhe mostrar. – Como isso é possível?

- A... Prince... Sa. – alertou Ângelo com dificuldade.

- Oh Meu Deus! Onde esta minha filha?! – perguntou a rainha nervosa levando as mãos ao rosto.

- Essa não...

Para Charlie agora tudo se encaixava. Ele saiu correndo seguido de Daniel e Arthur, Aro foi chamar ajuda com a guarda e Anita chamou as empregadas para que cuidassem do ferido e logo se juntou à sua família.

- Quem se passou por Aro deve ser Line. – disse Anita assim que se juntou na corrida com sua família.

Line era uma mulher da Lua que possuía um poder muito interessante, mas ao mesmo tempo perigoso, ela podia se transformar em qualquer pessoa. Imitando sua aparência e sua voz, mas era fácil descobrir quem era o ser irreal, pois em seu pescoço tinha uma marca em forma de círculo, e mesmo ela mudando a aparência a marca não sumia.

- Sim, com certeza era ela. – afirmou o príncipe.

- Como fui tolo! O plano era me tirar de perto de Bella e por isso enganaram o pobre mensageiro que era totalmente fiel ao reino, assim eu não desconfiaria de nada! –dizia Charlie com remorso.

- Não se torture meu amigo! Vamos achá-la! – disse Arthur com determinação, ele não iria permitir que fizessem mal a sua filha.

Finalmente eles chegaram ao local onde Bella treinava, dois guardas estavam no chão, machucados demais para se regenerarem a tempo de mais uma luta.

Daniel começou a farejar o rastro da irmã, seguiram a trilha pela floresta até um ponto onde o cheiro sumia completamente. Olharam em volta, mas não encontraram nada, como era possível?

- OH! Meu Deus... Por favor, proteja minha filha. – pediu Anita caindo de joelhos no chão ao ver o sangue de Bella em uma pedra.

[...]

- Hum – gemeu Bella abrindo os olhos.

A claridade a fez cega por alguns segundos, sentia sua cabeça pesada e seu corpo dolorido, percebeu que suas mãos estavam amarradas para cima e seu corpo encostado em um pilar?

Sim era um pilar de madeira, de seu topo uma corda descia e se embolava nos pulsos da princesa que tentava se soltar, mas sua força não era suficiente.

- Finalmente acordou! – disse o homem em um tom sarcástico.

- Quem é você?! O que queres?! – disparou Bella com raiva.

Ele riu e depois lançou uma rajada de vento em sua direção.

A princesa sentiu como se um elefante tivesse a atingido, gritou de dor, mas isso pareceu divertir mais o homem.

- Não está em condições de perguntar nada, princesa. – disse a ultima palavra em um tom descrente e até mesmo debochado.

Bella cuspiu o sangue de sua boca e ergueu a cabeça olhando diretamente nos olhos vermelhos do infeliz que a fizera de prisioneira.

- Meu nome é James, e o que eu quero é mostrar para todo o reino que és uma farsante! Tudo o que quer é o poder, quer ser rainha, mas isso nunca irei permitir! – gritou a ultima parte totalmente desequilibrado mentalmente e mandou outra rajada de vento em Bella.

Ele estava totalmente fora de si, parecia estar tomado pelo demônio. Bella novamente ergueu a cabeça.

- Não quero ser rainha! Da onde tirou isso?! – berrou para ver se ele acordava.

- Não queiras me enganar! – berrou James lhe lançando um novo ataque.

Bella urrou de dor.

- Tu... És... Louco! – disse a princesa com cansaço na voz, já estava muito difícil suportar os ataques, sua visão estava turva.

James chegou perto de Bella e segurou seu rosto entre as mãos obrigando-a a olhar em seus olhos que agora estavam mais vermelhos do que nunca.

- Conheça meu mais novo truque. – disse James antes da princesa gritar em desespero, pela dor que estava sentindo, pela angustia.

Bella se debatia, mas não conseguia desviar o olhar, James estava a torturando, do pior modo possível. Ele estava mostrando em sua mente o pior pesadelo da princesa. Sua mente não agüentou a preção e acabou desligando e mais uma vez Bella mergulhou na inconsciência.

- Fiquem de olho nela! – ordenou James para Line, Mello e Lopes, em quanto seguia Laurent e Victoria para uma choupana a alguns quilômetros dali.

[...]

A noite já havia chegado e a procura pela princesa continuava. A rainha já estava desesperada e chorava abraçado em seu filho.

- Oh! Minha filha... Minha filha! – pedia aos prantos encharcando a camisa de Daniel.

- Calma mãe, vamos encontrá-la. – dizia o príncipe passando a mão nas costas de Anita, tentando acalmá-la, mas a verdade é que ele estava tão arrasado quanto ela.

A raiva que eles sentiam de sua irmã era absurdamente perigosa, e ele tinha certeza que se não a encontrassem logo iriam matá-la ou coisa pior.

Os guardas estavam espalhados por toda a extensão do reino, procurando em cada casa, em cada beco alguma pista de onde a princesa poderia estar.

Arthur estava furioso e Charlie tentava acalmá-lo. O que eles tinham que fazer agora era achar Bella depois puniriam os culpados.

O sol já nascia no horizonte e o desespero da família real só aumentava.

[...]

A claridade da manhã acordou Bella. Nunca em sua vida sentiu tanto medo quanto sentiu olhando nos olhos de James. Só de imaginar era tomada por uma angustia. Ela precisava se soltar e fugir.

Ao perceber os três seres cochilando na grama tratou logo de tentar desamarrar suas mãos.

- Tentando escapar princesa? – disse um dos homens, Bella não respondeu, apenas continuou o seu trabalho sem tirar os olhos daquele ser.

- Ei, que tal nos divertirmos um pouco? – perguntou o outro homem se aproximando.

- Eu tenho mais o que fazer! – bufou a mulher e depois saiu em disparada para longe.

- Nesse caso...

Bella paralisou, o que esses homens pretendiam? Torturá-la mais? Sim era exatamente isso que pretendiam. Mello e Lopes começaram a tacar rajadas de vento assim como James, mas a força deles era muito menor do que a do chefe. A princesa gemeu de dor, mas ela tinha um plano em mente.

- Vocês batem feito uma mulher humana. – provocou Bella.

- Como é que... – começou a falar Lopes e então forçou mais seu ataque assim como seu comparsa.

Ela gemia de dor, mas não podia parar com seu plano. A única coisa a se fazer era trazê-los mais para perto.

- Fracotes! – murmurou baixo com um sorriso sarcástico no rosto.

- O que disse? – perguntou Mello próximo o bastante para Bella dar um chute em seu rosto e fazê-lo cair de quatro no chão.

- Eu disse F.R.A.C.O.T.E.S! – falou desta vez alto e soletrando.

Lopes correu para atacá-la, mas a princesa foi mais rápida e o empurrou com os dois pés em seu peito fazendo-o cair de costas no chão.

Os dois seres se levantavam para atacá-la novamente. Bella sabia que não conseguiria derrubá-los com apenas um golpe, eles eram muito fortes, e então em um ato desesperado fechou os olhos e gritou o mais alto que conseguia.

- TROVOADA!

Esse era o nome de seu cavalo, ele era um ser místico, todos tinham pouco conhecimento sobre a espécie e ninguém nunca conseguira domá-lo ou prende-lo, mas Bella nunca quis fazer isso e em um dia em um passeio com seu irmão se aproximou dele e a partir deste momento um elo de amizade se formou e o cavalo sempre aparecia quando ela o chamava, como uma eterna lealdade.

E dessa vez não foi diferente. O céu foi tomado por nuvens negras rapidamente, os dois seres olharam assustados para a direção das nuvens e o som de um estrondoso trovão ecoou por toda a Lua e logo depois foi possível ouvir o relinchar de um cavalo furioso que vinha a galopes para sua amiga que estava em perigo.

Perto do castelo onde a guarda Volturi esperava as ordens do rei que planejava tudo com seu filho e amigo Charlie também foi possível ouvir a altíssimo som do trovão, e quando Daniel olhou para o céu teve a certeza que sua irmã ainda estava viva. Chamou todos e correu em direção as nuvens,  assim que cruzaram com rastro de trovoada o seguiram.

Bella aproveitou a distração dos dois homens e usou a corda para subir até o topo do pilar. Finalmente pode abaixar os seus braços que já estavam adormecidos devido à posição desconfortável. Usou os dentes para desamarrar os pulsos. Avistou o cavalo de pelos negros se aproximar velozmente, os dois homens caíram cada um para um lado quando Trovoada passou por eles. A princesa então pulo exatamente no momento em que o cavalo passava ao lado do pilar e o montou com perfeição. [N/a: no melhor estilo zorro]

- É bom te ver amigo. – disse Bella dando duas batidinhas de leve no pescoço do cavalo e se segurando em sua crina em quanto o mesmo corria tão veloz quanto um vampiro.

As árvores passavam feito borrões ao seu lado, mas ela não sabia se era por causa da velocidade ou se eram os ferimentos que a faziam perder a consciência. A princesa olhou para trás e percebeu dois vultos correndo, eram Lopes e Mello que seguiam atrás do cavalo altamente veloz.

Bella olhou para frente ao não enxergar mais os borrões de árvores ao seu lado e só agora percebeu que estava em um campo aberto. Em momento algum Trovoada diminuiu a velocidade e agora a aumentou mais ainda. A princesa precisou abraçar o pescoço do cavalo para não cair para trás, os borrões agora viraram uma cor só: branco.

Lopes e Mello não conseguiam acompanhar a velocidade do animal e pararam de supetão ao se assustarem quando viram Trovoada e a princesa desaparecerem em um feixe de luz bem no meio do campo. Correram para verificar se ali existia algum portal, mas não encontraram nada além de grama e flores. Os dois homens se entreolharam e correram para onde James estava.

O rei e os outros pararam de correr ao encontrar o pilar onde sua filha estava amarrada completamente ensangüentado. Dan se abaixou ao lado do pai e viu no chão as pegadas do cavalo e percebeu que o cheiro estava recente.

- Ela conseguiu fugir meu pai... Mas está ferida, precisamos encontrá-la! – disse por fim se levantando e olhando determinadamente nos olhos do pai.

Arthur sorriu fraco, mas teve muito orgulho do filho, com certeza ele se tornaria um ótimo rei no futuro. Então continuou a correr sendo seguido de toda a guarda Volturi.

Quando chegaram ao campo o rastro terminou e todos se desesperaram sem saber o que tinha acontecido. “Como podem ter sumido do nada?” se perguntava Charlie.

[...]

Ao abrir os olhos percebeu que o cavalo agora andava lentamente, provavelmente recuperando o fôlego da corrida. Bella não conseguiu prestar atenção onde estava, pois seus olhos estavam pesados devido ao cansaço. Uma chuva forte começou a cair e a ultima coisa que Bella fez antes de dormir encostada no pescoço de Trovoada foi puxar o capuz da sua capa.

Trovoada ao perceber os braços soltos de sua amiga ao seu lado, tratou de apressar o passo e tomar cuidado para que ela não caísse. Mesmo sendo um cavalo ele tinha certo instinto de protegê-la e que ela estava machucada precisando de ajuda, então nada melhor de levá-la para um amigo.

[...]

- Alice! Que jogo maluco é esse? – perguntou o vampiro com a estrutura grande.

- Já disse, é baseball, esse jogo será famoso no futuro! – implicou a baixinha dos cabelos espetados.

- Vamos jogar então! – chamou o vampiro “chefe” indo para sua posição.

Era verão no norte da Terra e os Cullen foram até uma clareira próxima de sua casa para jogarem o tal jogo do futuro que Alice havia visto.

Eles não eram apenas um clã de vampiros, mas sim uma família. Encaravam a “vida” de uma maneira diferente. Não se sentiam bem matando humanos então optaram por uma dieta diferente: animais.

Foi com os Cullen que Charlie aprendeu a dieta e hoje em dia eram grandes amigos e se viam freqüentemente, porém algo estava acontecendo na Lua e já fazia um bom tempo que o amigo não aparecia para uma visita. Em sua ultima estadia na Terra Charlie contou para Carlisle que pressentia algo errado entre a guarda Volturi e que estava muito preocupado.

O sol estava forte e o brilho da pele dos vampiros formava arco-íris no céu. O jogo que Alice ensinara realmente era divertido, mas de repente o sol sumiu. Todos olharam para o céu e perceberam a grande nuvem negra e logo a chuva começou a cair.

- Chuva de verão. – murmurou Edward sorrindo e deitou na grama sentindo as gotas de chuva quentes caírem pelo seu corpo frio.

Sua família fez o mesmo, a sensação era incrivelmente boa.

A chuva passou fazendo o calor do sol esquentar seus corpos, os vampiros já estavam em pé se divertindo novamente. Mas um relinchar de cavalo fez todos pararem e olharem na mesma direção do som.


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Notas finais do capítulo

Hum... Então gente o que acharam? Espero que tenham gostado :D

Quero muito agradecer quem me ajudou a denunciar o PLÁGIO da minha outra fic Nada é por acaso, graças a ajuda de vocês em menos de 1 hora o plágio foi deletado ^^