A Nova Vida de Ruby Menninger escrita por Between the moon and the sun


Capítulo 4
Percy arranja uma "briguinha" com a namorada




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Ruby's POV.

Caminhamos em silêncio por algum tempo, mas o silêncio não era incomodo. Quando saímos da casa grande, depois de algum tempo andando pelo campo verde do acampamento, tinham muitas árvores no caminho, eu pude sentir o cheiro maravilhoso de morango. Andamos mais um pouco e eu vi uma plantação enorme de morango, vermelhos e suculentos. Sátiros tocavam flauta ali perto e ninfas riam e se divertiam por ali também. Vendo aquele lugar tão bonito e feliz, não pude deixar de me sentir bem. Não totalmente bem, mas me sentia melhor naquele lugar. Por onde eu e Percy passávamos, víamos campistas com camisetas laranja do acampamento. Parecia um acampamento normal, tirando as ninfas e os sátiros e os centauros e... Enfim, as coisas "mitológicas" que, na verdade, eram bem reais. Nós andamos até um riacho. Aposto que seria um dos meus lugares favoritos por aqui. Então ficamos olhando pra água e eu resolvi falar algo. Ele queria puxar assunto agora, mas não sabia o que dizer.

-Você está aqui faz tempo?

-Faz 5 anos, acho que faz algum tempo.

-Você já fez alguma coisa legal, tipo... Uma missão de verdade ou algo assim?

-Na verdade, já. - Ele disse segurando e olhando para um colar que estava em seu pescoço que tinha 5 contas.

-Sério? E como foi? Conta aí. - Eu sorri gentilmente e ele começou a contar, ficamos conversando por um bom tempo sobre isso, ainda perto do riacho, sentamos ali perto. Até que eu levantei e deixei a foto da minha família cair. Percy pegou pra mim e me devolveu. Eu olhei a foto e meus olhos se encheram de lágrimas de novo.

-Ruby, eu sei como é difícil isso... Perder a mãe... Eu quase perdi a minha.

-Você acha que ela está bem? - Eu disse olhando pra ele, ainda chorando. Ele colocou a mão no meu ombro.

-Tenho certeza que ela está em um bom lugar. Afinal, ela se sacrificou muito pelos deuses, ela devia ser muito boa.

-Ela era. - Eu disse sorrindo levemente, me lembrando de como ela era boa pra mim. Percy sorriu também, meio sem jeito, ainda com a mão no meu ombro. Ele parecia ser bem legal.

Annabeth's POV.

Eu estava andando entre as árvores, tentando achar o Percy. E achei. Eu o vi perto do riacho, com uma garota. Ele estava com a mão no ombro dela, sorrindo pra ela e ela sorriu de volta. Ele tinha dado algo pra ela, que ela estava segurando. Um papel, eu acho. Eu queria poder pular e matar, enforcar os dois! O que o Percy pensa que está fazendo com essa menina? E quem é ela, eu nunca a vi por aqui. E ela... Ela era bonita, o que me deu MUITO mais raiva. Eu ia ter uma boa conversa com ele mais tarde. Não iria matá-lo agora. Eu vou perguntar pro Quíron quem é essa menina aí. Eu fui correndo até a casa grande, onde Quíron e Dionisio estavam sentados, em volta de uma mesa, jogando. Como sempre.

-Oh, Annie Bell. Que ótimo. - Sr. D disse em tom de ironia, e ainda errou meu nome, como sempre.

-Boa tarde, Sr. D. Quíron, tenho que te perguntar uma coisa... - Eu não podia despejar de uma vez a razão pela qual eu queria saber sobre essa menina aí, Quíron acharia estanho. Tentei parecer normal. - Sabe os novos campistas? Então, eu queria saber o nome da menina de olhos verdes, cabelos escuros.

-E porque não perguntou pra ela? Tinha mesmo que atrapalhar nosso jogo? - Disse Sr. D. Amável como sempre.

-É que é importante e... Eu não posso perguntar pra ela, é uma longa história, sabe. Eu só preciso do nome dela pra lista dos novos campistas, pra dar as boas vindas e achei que ia ser meio chato perguntar pra ela, do nada...

-O nome dela é Ruby Menninger. - Quíron disse e eu sabia que ele não tinha caído nessa. Mas tudo bem.

-Ok... Obrigada. E quando ela chegou aqui?

-Hoje mesmo, um pouco mais cedo.

-Ah, sim... - Chegou hoje e já estava tão juntinha com o Percy? Bom saber. - Ok, obrigada mesmo, tenho que ir agora... Tchau. - Antes que ele pudesse responder, eu corri pelos campos, os procurei perto do riacho, mas eles não estavam mais lá. Coloquei meu boné de invisibilidade, o boné dos Yankes que parecia normal, presente da minha mãe. Subi até o refeitório, onde se podia ver quase todos os lugares do acampamento. Eu vi o Percy passar pelo refeitório com a garota, conversando.

-Vem, eu vou te mostrar o dormitório. - Ele disse, carregando a bolsa dela até o chalé dele. Eu os segui e eles entraram. Fiquei lá, na porta, esperando eles saírem pra eu realmente brigar com o Percy e matar essa tal de Ruby. Eu fiquei lá do lado de fora, e eles demoraram MUITO tempo MESMO lá dentro, o que era contra as regras do acampamento. E contra os meus conceitos também. Ele era MEU namorado. Ah, eu já estava perdendo a paciência. EU IA ARROMBAR ESSA PORTA LOGO, LOGO!

Tirei meu boné de invisibilidade e bati na porta. Bati realmente forte.

-Perseu Jackson, abre a porta. - Eu disse realmente alto. Então ele abriu a porta. Eu entrei no chalé, tempestuosa, quase soltando raios de raiva.

-O que você está pensando, cabeça de alga? O que essa menina está fazendo no seu chalé, sozinha com você? - A garota olhou pra mim e deu uma risadinha. - Porque você está rindo? Não tem graça nenhuma, ele é MEU namorado!

-Annabeth...

-O que? - Eu olhei pro Percy realmente nervosa e ele deu um passo pra trás.

-Se acalma e deixa eu explicar.

-Eu tenho certeza que você não tem desculpas pra isso, um menino e uma menina dentro de um mesmo chalé sozinhos quando não são irmãos é contra as regras, você sabe disso e...

-ANNABETH, ELA É MINHA IRMÃ! 

-Invente outra desculpa, todos sabem que você é o único filho de Poseidon!

-Annabeth, olhe pra ela, os olhos dela. Vê se reconhece a cor.

-É verde, eu não sou daltônica e isso não vem ao caso, não muda de assunto!

-Vem. - A menina disse e eu a encarei. Por um momento, pensei que ela estivesse me chamando pra briga e ia avançar nela. Só então eu vi água saindo de sei lá aonde e vindo até ela. Ela pegou a água e a água não escorreu entre os dedos dela. Ou ela desafiava as leis da física, ou Percy estava dizendo a verdade. - Eu já usei o truque da bola de água 2 vezes hoje, eu devia usar algo novo, mas... Estou sem idéias agora... Vai. - Ela disse e a água voltou pra algum lugar, de onde tinha vindo. Eu a encarava de boca aberta e com o rosto totalmente vermelho. Vermelho pela raiva que eu sentira a poucos segundos atrás e pela vergonha de ter quase esmurrado ela por nada. Percy tinha razão, eu conhecia os olhos dela. -Me desculpe por essa confusão... Er ... Annabeth, certo?

-Por favor, vocês podem me explicar o que está acontecendo?! - Eles me explicaram tudo e Ruby ficava extremamente triste quando falava de sua família. O sotaque dela era diferente. Era um pouquinho brasileiro, não muito puxado. Eu me desculpei por quase ter batido nela. Me desculpei tantas vezes que eu tinha perdido a conta. Já era quase hora do jantar.

-Vamos jantar? Aí o resto dos campistas já vão te conhecer, Ruby.

-Não, muito obrigada, mas... Não estou muito bem pra jantar hoje, estou muito cansada, vou dormir...

-Ruby, tem certeza de que vai ficar bem? Você devia vir jantar com a gente. - Percy disse olhando pra ela um pouco preocupado. Ela balançou a cabeça.

-Vou ficar bem. Percy, você dorme na parte de cima ou de baixo do beliche?

-Costumo dormir na de baixo. Mas se quiser, pode dormir em baixo.

-Não, eu gosto da parte de cima. Obrigada por tudo. Tchau gente, boa noite, vejo vocês amanhã.

-Ok... Boa noite, Ruby - Eu disse olhando pra ela. - E fique bem. Não foi culpa sua o que aconteceu com sua mãe ou seu tio. - Ela assentiu e eu e Percy saímos. Eu me sentia uma idiota por desconfiar do Percy.

-Annabeth... Acho que você tem uma coisa pra me dizer - Ele disse me olhando e rindo inocentemente.

-Ah é? Hm... Não, acho que não. - Ele sabia que eu odiava admitir quando eu estava errada e ele certo. Ele levantou uma sobrancelha, ainda me olhando e rindo.

-Me desculpe... - Eu murmurei bem baixinho. Eu tinha pedido desculpas pra Ruby, mas pedir desculpas pro Percy era outra história.

-Eu acho que não ouvi muito bem...

-Me desculpe. Pronto, está feliz agora? - Eu disse, rolando os olhos pra ele.

-Quase. Eu tenho que te fazer rir ainda.

-Boa sorte. - Eu cruzei os braços e continuei andando. Ele começou a fazer cócegas em mim e eu comecei a rir.

-Pára, isso não vale, Percy! Pára com isso, que infantil. - Eu disse ainda rindo.

-Infantil é? Agora que eu não paro mesmo. - Ele disse e continuo me fazendo cócegas e rindo também. Então fomos chegando mais perto do refeitório, onde os outros campistas estavam e ele parou de me fazer cócegas e foi sentar na mesa dele e piscou pra mim antes de ir. Eu sorri e falei sem nenhum som "Você é um bobo" e ele respondeu sem som algum também "eu também te amo". Quando ele estava na mesa dele sentado sozinho, eu imaginei como seria estranho ver ele se sentando com a Ruby, a partir de amanhã.


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