Meu padrasto estava em Nova York e eu já tinha pegado o endereço do prédio que ele estava morando com Marcus e Kayla.

Saí do acampamento e peguei um táxi até o centro da cidade, indo até o tal prédio. Decidi levar Percy e Nico comigo pra me ajudar, dar apoio moral pelo menos.

Meu padrasto/cunhado tinha uma boa condição financeira. Ele não era rico, mas tinha dinheiro o bastante pra viver muito bem. Eu saí do táxi e andei devagar até a porta de vidro, empurrando a porta e lendo o pequeno papel em minhas mãos, onde estava escrito “7º andar, número 74.” Eu entrei no elevador e apertei o botão com o número 7. Eu não passei mais que alguns segundos ali no elevador, mas pareceram bem mais que meros segundos. Percy, Nico e eu não falamos nem uma palavra se quer.

Eu saí do elevador, os dois me seguiram e nós andamos até a porta do apartamento do meu padrasto e toquei a campainha.

-Já vai! – Pude ouvir a voz dele, depois de tanto tempo sem vê-lo. Ouvi o barulho de chaves e de passos se aproximando da porta. Ele murmurou algo em português sobre “São muitas chaves pra um apartamento só” enquanto tentava abrir a porta. Quando ele abriu a porta, olhou pra mim de boca aberta e deixou as chaves caírem. Depois ele sorriu e me abraçou. –Meu Deus! Por onde você esteve? – Ele falou em português. Eu vi Kayla jogada, esticada ao máximo no sofá, ouvindo músicas no seu iPod e Marcus lendo um livro, sentado ao lado da Kayla.

Fazia tempo que eu não via aquela cena... Tão familiar e ao mesmo tempo tão perdida no tempo. Sentia falta de casa. Da minha casa no Brasil, com a minha suposta mãe, Kayla, Macus e meu suposto padrasto. Fazia muito tempo que eu não falava português também. Até disso eu tinha saudades.

-Hã... Precisamos conversar.

-Realmente! Por onde você andou? Eu estava preocupado! Ah... Ruby, não faça mais isso. Eu vou ter que arrumar o quarto de hóspedes pra você...

-Eu não vou ficar... É sobre isso que temos que conversar. – Ele me olhou confuso e depois olhou pro Percy e pro Nico. Então fez um sinal pra nós entrarmos. Kayla e Marcus vieram me abraçar e Kayla chorou como uma doida. Ela tinha aquela aparência de durona, cabelo escuro, maquiagem escura, roupas escuras e tudo mais, mas ela era um amor de pessoa, ela era muito querida. Se ela fosse filha de algum deus, seria de Hades. Já Marcus, seria filho de Atena. Sempre lendo, aprendendo e tudo mais. Os dois eram os gêmeos mais diferentes que eu conhecia. Ela tinha os cabelos longos e negros, que caíam até a cintura praticamente, e tinha aquele estilo meio punk. Ela tinha os olhos escuros e a pele morena, parecia uma índia punk. Ele era moreno também, de olhos escuros e cabelos castanho claro, curto e ajeitado. As roupas eram sempre ajeitadas também. Meu padrasto era moreno também, com os olhos cor de avelã e o cabelo quase loiro, castanho claro. Acho que Marcus e Kayla puxaram os traços indígenas da mãe deles, a ex mulher do meu padrasto, que morreu quando deu a luz aos gêmeos. Eu vi uma foto dela uma vez e Kayla parecia muito com ela.

Eu sentei no sofá e eles me olhavam e tagarelavam sem parar, me fazendo mil perguntas. Percy e Nico sentaram perto de mim, completamente confusos, ouvindo toda aquela falação em português.

-Gente, calma, eu vou explicar tudo. E meus amigos aqui vão me ajudar. – Eu disse, apontando pro Nico e pro Percy. Kayla, Marcus e meu padrasto se sentaram em um sofá na minha frente. Eu comecei a explicar tudo e no começo eles me olhavam como se eu fosse uma doida, mas depois eu mostrei minhas habilidades, assim como Nico e Percy mostraram também.

Nós explicamos tudo e eles estavam meio que pirando, e eu não os culpava. É muita informação pra um dia só. Talvez muita informação pra um ano. Ficamos conversando com eles por horas explicando tudo certinho. Eu nunca tinha me dado conta de como aquilo parecia loucura e de como parecia irreal, até agora, que eu tinha que explicar tudo.

-Vocês têm que entender que isso é insano. Tudo bem que vocês têm esses poderes aí, mas pode ser um truque de mágica. Ruby, é meio difícil de acreditar. – Disse Marcus. Eu pensei sobre isso e olhei pra janela gigante da sala.

-Já sei. BLACKJACK! – Eu me levantei e fui pra perto da janela. Então o grande pégaso com o pêlo preto e brilhante apareceu voando perto da janela da sacada.

Me chamou?

-Sim, chamei. – Eu olhei pra Marcus que estava de boca aberta e foi até a janela, abriu uma parte da janela.

-Eu posso...

-Passar a mão nele? – Marcus assentiu. –Blackjack, ele pode passar a mão em você?

Hã... Essa parada de passar a mão...

-Ele não vai te machucar.

Ok então. –Blackjack chegou mais perto da janela e Marcus passou a mão na crina dele, olhando pra ele fascinado como uma criança.

-Isso é fascinante!

Ah eu sou muito mais que fascinante. Sou muito irado, fala aí?

-Enfim... Esse é o pégaso do Percy, o Blackjack.

Todos estavam com os olhos arregalados, Nico apenas olhava pra mim, acho que ele estava impressionado por me ouvir falando português daquele jeito.

-Então você não vai vir morar com a gente? – Meu padrasto disse, ainda olhando Blackjack voando, admirado, mas estava tentando mudar de assunto e agir normalmente.

-Não vou por que eu tenho que ficar no acampamento e tudo mais. Mas eu posso visitar vocês de vez em quando, se quiserem, é claro.

-Claro que queremos! Você será bem vinda aqui, quando quiser, é só vir.

-Ok. – Eu disse toda sorridente.

Depois de conversarmos por um bom tempo, já estava quase escurecendo. Nós tínhamos que voltar pro acampamento. Nós tínhamos almoçado com eles, conversado sobre muitas coisas.

Marcus me perguntou sobre pelo menos umas 300 lendas gregas, pra saber se era verdade, se era como nos livros e tudo mais.

Quando estávamos de volta ao acampamento, eu senti que tinha feito a coisa certa, esse sentimento era muito bom. E agora eu tinha certeza, aquele era o começo de um novo capítulo da minha vida. Eu tinha um namorado perfeito, um irmão preocupado que eu amava, tinha a Kayla e o Marcus que eu considerava irmãos e agora tinha eles perto de mim, de algum modo, e tinha o meu cunhado que eu sempre chamaria de padrasto, tinha amigos maravilhosos, tudo o que alguém poderia querer. Tinha uma vida complicada, mas nisso nós damos um jeito.

Eu sabia que as coisas não seriam boas por muito tempo, por isso decidi aproveitá-las.

Minha família era grande, muito maior que eu imaginava. Decidi conhecer melhor os outros campistas de alguns chalés que eu não conhecia, fazer mais amizades.

E você pode ter certeza, isso não acabou. Não está nem perto do fim.

Continua...

AVISO DA BELLA AQUI, GENTE! *--*

Olha, essa fic já terminou. Mas vai ter continuação a história, vou fazer outra fic, com os personagens mais velhos, um contexto novo, novos personagens... Enfim, espero que tenham gostado dessa fic, obrigada por lerem, sério, e obrigada pelos reviews.

Eu vou começar a outra fic sobre eles e vou começar uma fic sobre Apolo também.

Bom... Acho que é isso haha'

Amo vocês, vou tentar começar a escrever logo. Beijinhos (: