A Nova Vida de Ruby Menninger escrita por Between the moon and the sun


Capítulo 10
Treino de arco e flecha se torna mais interessante




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Eu acordei. Olhei pra baixo e Percy não estava mais lá. Acordei assustada e olhei pro relógio e eram 10 da manhã. Ai caramba, Percy não me acordou. Eu pulei da cama e desci rapidamente. Vesti minhas roupas normais e penteei o cabelo, prendi ele pra trás, escovei os dentes. Agora era hora do meu treino de arco e flecha. Eu já era péssima nisso, não podia perder nem um treino. Saí correndo em direção à arena de treinos, calçando o meu all star no meio do caminho, pulando de um pé só. Cheguei à arena e eu já estava morta de cansaço por ter pulado e ao mesmo tempo corrido até a arena, calçando meu all star.

Peguei um arco e uma flecha meio sem jeito e respirei fundo. Apontei e atirei, acertou os pêlos do rabo de um dos sátiros, que correu assustado.

-Me desculpe. - Eu disse. Mas não acho que ele tenha me ouvido. Ouvi uma risada leve atrás de mim. Não de deboche, era mais como... Não sei explicar, mas era meio... Acolhedor? Vai entender. Eu me virei.

-Você deveria ter mais cuidado com o arco e a flecha, linda. - Disse o garoto mais lindo que eu já vi na vida. Congelei. Ele tinha lindos cabelos dourados naturais, curtos e perfeitamente bagunçados, se isso é possível. Ele tinha um sorriso largo e lindo, tinha os olhos cor de mel. A pele dele era clara, mas mesmo assim parecia irradiar a luz e o calor do sol. Seus olhos eram profundos e simpáticos.

-Hã... Então, é que... Eu não... - Eu ri vendo como eu me atrapalhava com as palavras.

-Sem problemas, eu te ajudo com isso. - Ele disse pegando o arco e a flecha da minha mão. Sua pele tocou na minha e sua pele era suave e bem quente. -Meu nome é Austin Duncan, mas pode me chamar só de Austin. Eu sou o líder do chalé de Apolo. Prazer em conhecê-la. - Ele estendeu uma das mãos e eu segurei, balançando suavemente.

-M-meu nome é Ruby Menninger. Pode me chamar só de Ruby. Sou filha de...

-Poseidon, eu ouvi falar sobre você, você tem sido o assunto geral ultimamente. - Ele ainda estava sorrindo. Um sorriso largo e brilhante, e me olhava nos olhos, o que me fez corar.

-Ouviu coisas boas ou ruins?

-Hm... Ambas, mas acredito mais nas coisas boas. Você não se parece nada com uma estressadinha que gosta de molhar todo mundo e nem com uma anti-social estranha. - Ele deu risada. -As pessoas podem ser maldosas com os julgamentos precipitados às vezes, você não deve se importar muito. Deixe-me te ajudar com o arco e a flecha agora... - Ele pegou as minhas mãos levemente e olhou pra mim. -Me permite? - Eu assenti.

-Ok... - Eu sorri pra ele. Ele pegou uma de minhas mãos e posicionou no arco, eu não estava prestando muito atenção nisso. Ele pegou minha outra mão e colocou na flecha, levantando ambos e trazendo a flecha pra trás, ainda segurando minha mão. E eu estava olhando pro seu rosto. Seus olhos brilhavam enquanto ele olhava com atenção pro ângulo da flecha e do arco.

-Agora, você só precisa mirar assim... - Ele olhou pra mim e viu que eu não parava de olhá-lo. Eu corei e ele sorriu, mas fingiu que não me viu corar, pra não me deixar sem jeito. Olhei pra frente e vi que a flecha estava posicionada.

-Agora solte a flecha. - Eu soltei, um pouco nervosa. A flecha seguiu seu curso e acertou o meio do alvo em cheio. Eu fiquei de boca aberta e sorri, olhei pra ele.

-Obrigada! Acho que não serei mais tão temida pelos sátiros e pessoas perto de mim quando eu estiver segurando um arco e um flecha... - Eu ri e ele também.

-Não se preocupe, eu te ajudarei com os treinos à partir de hoje, você vai melhorar com o tempo.

-Obrigada mesmo, você é bom com isso.

-É culpa do meu pai. Literalmente. - Ele riu de novo. Tinha uma risada linda e sorria o tempo todo. Ele era mais radiante que o sol. Acho que o sol devia ter inveja dele. Passamos o treino de arco e flecha juntos, ele me ajudando e eu tentando entender. Cada vez íamos mais longe do alvo e ele me ajudava a acertar, aquilo parecia tão fácil quando ele fazia isso. Uma das vezes, eu fui pra mais perto do alvo, e aceitei a árvore, realmente perto do alvo. Ele veio até mim e bateu palmas.

-Minha aluna preferida. E única. - Ele riu. -Vamos descansar, já acabou o treino... - Ele disse caminhando e eu fui atrás dele. Ele me deu uma garrafinha de água e eu bebi isso rapidamente, ele pegou outra garrafinha e também bebeu toda a água. Não tinha reparado como eu estava cansada e com sede até agora.

-Se um dia você precisar de ajuda com cavalos ou com água, pode me pedir ajuda. - Eu disse meio ofegante enquanto andávamos. Ele não parecia tão cansado. Ele devia estar acostumado.

-Eu vou me lembrar disso. - Ele disse sorrindo e piscando pra mim, eu corei de novo. -Você não precisa corar tanto, não precisa ter vergonha de mim. Mas mesmo assim, tenho que admitir que você fica uma graça quando cora. - Aposto que ele herdou esse jeito galanteador do pai dele também. Ele devia falar isso pra todas as garotas. Mas mesmo assim, isso fez com que eu me sentisse especial.

-Obrigada. - Eu continuava sorrindo.

-Já é meio-dia... Eu tenho que ir, linda. - Ele disse parecendo meio desapontado por ter que sair mesmo.

-Meio-dia? A Annabeth vai me matar! Tenho que encontrá-la para as aulas de português.

-Português? Você é brasileira, não?

-Sim. E eu devia dizer pra você agradecer seu pai. Aquele lugar está sempre tão ensolarado, seu pai nunca se esquece de nós.

-Vou lembrar disso quando o ver.

-Você nunca viu seu pai?

-Ainda não... Mas eu sei que um dia vou vê-lo. - Ele sorriu. -Bom... Tenho que ir. Adeus. - Ele disse "Adeus" em português e eu quase derreti com o sotaque dele. Ele deu um beijo na minha testa. - Te vejo por aí. - Então ele acenou e saiu correndo, se juntando com seus irmãos. E eu corri pra encontrar Annabeth. Ainda estava pensando no Austin. Eu não posso gostar dele, esse jeito dele é característico do pai dele, mas ele não faz isso por mal. Tenho certeza que ele não gostaria de alguém como eu. Não posso me encantar tanto com o seu jeito encantador. Fácil falar... Difícil resistir. Conheci ele hoje e já estava assim? Isso é loucura. Balancei a cabeça e bati na porta do chalé de Atena. Annabeth abriu.

-Ruby, oi, pode entrar. - Ela disse amarrando o cabelo e eu entrei, me sentando em uma cadeira. Ela sentou perto de mim, me olhando com brilho nos olhos, sede de conhecimento. Típico dos filhos de Atena. Eu podia conversar por horas com eles, eles eram incríveis, se interessavam mesmo por quase todos os assuntos que a maioria das pessoas acharia chato. Fiquei ali com Annabeth, que estava com um sotaque quase perfeitamente paulista, como o meu, e nós começamos um diálogo em português. Ela estava anotando tudo, como sempre. Com um pouco de dificuldade por causa de dislexia, mas ainda assim, era impressionante. Mas ela percebeu que eu estava meio distraída.

-O que aconteceu? - Ela perguntou em português.

-Nada, só estou pensando sobre algumas coisas que aconteceram hoje. - Eu respondi em português e traduzi pro inglês, imediatamente.

-Eu entendi o que você disse, não precisava traduzir. - Ela voltou a falar em inglês.

-Me desculpe, esqueci como a minha aluna é brilhante. - Eu disse sorrindo. Ela ainda estava curiosa pra saber o que tinha acontecido hoje, mas ela sabia que eu não falaria. Ela simplesmente voltou a falar as pequenas sentensas em português que eu passei pra ela e eu estava corrigindo, mesmo que não tivesse muito que corrigir. Logo, quem me daria aulas de português seria ela.

O resto do dia passou calmo e normal, nada demais. Mas eu ficava dando umas olhadas pro Austin quando avistava o chalé de Apolo por perto, e ele acenava pra mim e sorria. O que eu sabia sobre o Austin até agora era que ele era perfeitamente lindo e irradiava alegria, ele amava música, treinos de arco e flecha e seus irmãos e irmãs da cabine, ele não se dava bem com a mãe e era filho único por parte de mãe, ele tocava violão, ele era de Nova York, assim como meu irmão, ele era o lider da cabine de Apolo desde que Michael Yew, o antigo líder da cabine de Apolo, morreu na batalha contra Cronos, ele estava no acampamento há 3 anos e tinha 16 anos. E o perfume dele era o melhor do mundo. Ah, e o aniversário dele era dia 12 de maio. O que? Nós conversamos bastante durante o treino! Não fique pensando "Uuuuh, ela está caidinha por ele" ou algo assim. Conheci ele hoje.

Enfim... Assim foi o meu dia, que passou bem depressa, pra minha sorte. Dormi bem cedo e pesado aquela noite. Estava morta de cansaço.

Durma bem. - Disse Percy em meus pensamentos

Você também, Percy. Você também.

Você ainda me deve aquela explicação.

Amanhã, ok?

Tudo bem... Durma bem, maninha.

E assim, terminou meu dia de hoje, com uma conversa mental com o meu irmão.


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