Charlie Team 2 - By Goldfield escrita por Goldfield


Capítulo 27
Epílogo




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Epílogo

 

Dois dias depois, o time Charlie regressava a Metro City.

Todavia, não havia muito que comemorar: estavam exaustos, traumatizados e para piorar haviam perdido vários companheiros. Durante a viagem e depois da chegada à cidade, no trajeto do aeroporto até o Departamento de Polícia, poucos ousavam falar. Mas as pessoas mais caladas entre todos os integrantes eram justamente três mulheres: Vitória, Fong Ling e Maya. Desde a China, elas pareciam estar unidas em algum tipo de pacto silencioso, e certamente isso tinha algo a ver com as perdas que haviam sofrido em suas vidas. Ainda tinham algo a fazer, para elas aquilo estava longe de ter terminado...

Além de Sniper Nemesis, Angel e a já citada Maya, Chun Li Zang também havia acompanhado os policiais de volta aos EUA. Ela e Rafael O’Brian estavam cada vez mais próximos e, além de ter viajado para a América para estar junto dele, se dispusera a defender a equipe perante a justiça caso esta sofresse algum tipo de represália por ter agido sem autorização fora do país. Sua palavra com certeza seria de valia nessa situação, porém mesmo assim algo preocupava os membros do time, incomodando-os a todo instante...

Era um clima pesado, como se o grupo houvesse se dividido em dois. Uma parcela, aparentemente liderada por Frost, Redfield e o próprio O’Brian, mal trocara palavras com a outra desde a fuga da prisão chinesa. Não se sabia se era algum tipo de ressentimento, insatisfação ou simples stress pós-missão; a verdade era que aparentemente o Charlie nunca mais seria o mesmo...

Seguiam pelas vias centrais da metrópole a bordo de dois furgões na direção da delegacia. Como ninguém ousava dizer nada, no primeiro veículo, Falcon, que o dirigia, resolveu ligar o rádio para ao menos descontrair a si mesmo. Sintonizou uma estação que não tocava música, mas que transmitia um noticiário com informações no mínimo interessantes:

 

O presidente Roger Jackson está bem, e deu um pronunciamento na Casa Branca hoje pela manhã. Informou que não era sua intenção assustar o país com sua ausência, mas que precisava de alguns dias a sós com a família. Retomando as atividades interrompidas, o presidente saudou o povo americano e alertou a todos sobre um suposto “perigo invisível” que muitas vezes impede o ser humano de crescer. Terá sido apenas uma metáfora, ou a expressão de Jackson possui algum tipo de fundamento misterioso?

 

         E bota fundamento nisso! – brincou o piloto, tentando quebrar o gelo.

Todavia, ninguém riu ou sequer se manifestou de algum modo. A apatia havia dominado aqueles soldados e dificilmente os abandonaria  tão cedo...

 

O Charlie adentrou o prédio do Departamento de Polícia em silêncio, subindo pela escadaria do saguão e então pelos elevadores num cortejo que lembrava uma marcha fúnebre. Os demais policiais e funcionários interromperam seus afazeres e os observavam com reações diversas, porém o sentimento a imperar era uma latente tristeza, a amargura de uma vitória que não parecia merecer qualquer tipo de louvor.

Os sobreviventes chegaram ao andar onde estava situada a sala do S.T.A.R.S. com as cabeças baixas, os colegas de Departamento antes ansiosos por revê-los logo perdendo o ânimo e os sorrisos, voltando para suas rotinas preto e brancas. Nenhuma comemoração, nenhum clamor, nem sequer uma mensagem desejando boas-vindas novamente.

O chefe Farfield os aguardava de frente para a porta da sala. Estava acompanhado de alguns outros policiais e repórteres. Goldfield reconheceu Mary Copperplain entre eles, mas fez questão de ignorá-la, mesmo esta tendo lhe lançando um olhar intrigante. Sem dirigir qualquer palavra ao delegado ou aos insistentes jornalistas, Redferme, sob flashes e microfones devidamente evitados, adentrou o recinto junto com seus comandados. E assim que o último a entrar, no caso Fred Ernest, o fez, fechou com força a porta na cara dos curiosos, impedindo-os de ao menos compreenderem o que acontecia. A equipe Charlie queria e precisava de um momento de privacidade.

A sala de operações agora lhes era estranha e amorfa, como um ambiente nunca antes conhecido. A luz difusa que penetrava pelas janelas semi-abertas conferia tom ainda mais surreal ao lugar. O major caminhou até sua cadeira, tocando-a como se nunca a houvesse visto. Suspirou, fechando os olhos. Não sabia como seriam as coisas daquele momento em diante, e talvez fosse melhor até não pensar a respeito. Queria que tudo apenas se desenrolasse de forma rápida e pacífica.

         Redferme, Flag... Nós estamos fora.

A afirmação de Raphael Redfield já era aguardada e causou até menos impacto do que o esperado. Todos estavam imóveis, olhares perdidos em qualquer ponto que estivesse longe dos olhos de outro integrante. Cabisbaixo, o capitão somou forças para retrucar:

         Você e mais quem?

         Eu também, Flag... – murmurou O’Brian. – Decidi ir morar com Chun Li na China. Investigar mais de perto a prisão em que estivemos. Transmitirei a vocês tudo o que descobrirmos, mas depois disso... Sempre fui algo como um nômade, um andarilho. CIA, S.T.A.R.S., o que for... Nunca irei parar por muito tempo em apenas um local. E creio que já fiz tudo o que deveria ter feito neste time.

         Eu e Fong Ling também... – Fred Ernest estava de mãos dadas com a chinesa. – Depois de tudo que houve, iremos dar baixa, Flag, queremos ficar bem longe da ação... Creio que já sobrevivemos o suficiente a tantas situações de risco, e da próxima vez... Quem garante que o mesmo se dará?

         Eu vou sair junto com o Raphael! – revelou Leon S. Kennedy, encostado a uma das paredes. – Já decidimos ir trabalhar num centro de treinamento das Forças Especiais no Novo México, temos um amigo em comum lá... É a mesma coisa, Flag. Queremos ficar longe da ação por um bom tempo.

         Sinto abandoná-los, camaradas, porém essa também foi minha escolha – foi a vez de Aiken Frost explicar-se. – A estada na prisão me debilitou muito, ainda não me recuperei totalmente e nem sei se irei me recuperar... Já estou velho, cansado, e acabei de reencontrar minha filha. Não quero mais jogar tudo para o alto a cada nova missão. Sentirei saudades, meus amigos... Mas em breve eu e Vitória partiremos para a Rússia.

         Estou com eles também, Flag! – falou Adam Groove. – Quero voltar para minha cidade, minha família... Chega disto.

Era inacreditável. O time Charlie estava se esfacelando todo de uma vez. Será que algum deles previra que tal coisa aconteceria um dia? Não, ninguém. O desmembramento ocorria sob o peso das circunstâncias, do terror vivido apenas alguns dias antes. Seria muito cobrar daqueles combatentes uma atitude de persistência depois de tão pouco tempo. Talvez parte deles retornasse algum dia, talvez não... Cabia naquele momento apenas respeitar a decisão de cada um, e todos tinham motivos justos. Flag esfregou o rosto, Redferme coçou os olhos: a exaustão unia-se à incredulidade. Nenhum dos dois estava realmente preparado para enfrentar aquela infeliz situação. Freelancer, Nietparusky, Kasty, MacQueen e Falcon haviam se unido num canto à parte da sala, e coube à psicóloga se manifestar pelo grupo:

         Nós vamos ficar, major... Só não sabemos por quanto tempo.

         Eu e Maya também ficaremos! – revelou Sniper Nemesis, sentando-se sobre uma mesa ao mesmo tempo em que Goldfield trocava um breve olhar com a ruiva. – Acreditamos que nossas habilidades serão de préstimo à equipe.

         E você, Goldfield? – indagou Flag. – Foi o único que ainda não se manifestou. O que decidiu?

O técnico em informática se encontrava em posição extremamente delicada para si. O incidente na China o afetara muito, e não sabia se sua mente continuava forte o bastante para participar das perigosas missões do Charlie. Mas... Tinha de persistir. Aquela era sua vida, aquelas pessoas compunham sua atual família. Foi tomado de uma inesperada coragem que o rapaz ergueu a cabeça e finalmente respondeu:

         Eu fico!

Nisso, a porta da sala foi timidamente aberta pelo lado de fora. A cabeça do chefe Farfield surgiu discreta, aguardando alguns instantes antes de dizer:

         Desculpe interrompê-los, mas há um jovem que quer muito vê-los... Ele chegou aqui ontem à tarde e passou a noite na delegacia esperando vocês voltarem. Não sei se é mesmo verdade, mas afirmou ter vindo a pé, com algumas raras caronas, do Brasil até aqui!

Era algo certamente curioso, e esse sentimento quebrou um pouco o pesado clima que dominava a sala. Redferme replicou ao delegado:

         Pode deixá-lo entrar, chefe.

O rapaz de cabelos castanhos e óculos entrou receoso, evitando fitar qualquer um dos presentes nos olhos. Parou próximo do centro do recinto e, levantando a face, olhou com uma perceptível sensação de esperança e alívio para o major.

         Eu gostaria de participar da equipe, senhor.

         Qual é seu nome, filho? – Redferme questionou num sorriso.

         Eduardo Henrique Barch, às suas ordens.

Redferme e Flag trocaram um olhar de aprovação. O time Charlie na verdade nunca fora mesmo uma equipe uniforme, seus membros estavam constantemente sendo renovados. Aquela era mais uma transição, um período de mudança. Ao final, porém, o grupo continuaria sendo o que sempre fora: um conjunto de amigos cooperando entre si para salvar vidas e escapar das mais difíceis provações. E era isso que importava.

 

Max Craig andava de um lado para o outro impacientemente, distribuindo ordens e repreendendo soldados. Fuzileiros navais passavam pelos corredores a cada minuto carregando caixas, engradados, barris. O centro de operações de Nevada teria de ser desativado o mais depressa possível. Até surpreendia ao conspirador o recém-restituído presidente Jackson ainda não ter tomado uma medida efetiva contra o Royal-5. Talvez fosse medo.

Dylan aproximou-se do superior. Nada disse, sabia que a grave situação dispensava palavras ou até mesmo gestos. Os dois observaram em silêncio por algum tempo o trabalho dos militares recrutados pelo Royal-5, até que o guarda-costas resolveu falar:

         Senhor, Bartolomeu Dracul ligou há alguns minutos.

         O que o desgraçado queria? – Max não se voltou para o subordinado.

         Informações sobre o andamento do golpe.

         Golpe, que golpe? Nós fomos descobertos, Dylan. Não haverá mais qualquer ação de nossa parte até que nos reestruturemos.

         Mas, senhor... Ele está impaciente. Alexander, o russo, também!

         Danem-se eles, principalmente Alexander. O maldito teve a audácia de atacar aquele laboratório da Biocom em Metro City sem nem nos consultar antes. Ele pensa que o ódio que tem pela empresa pode fazer com que passe por cima da soberania americana... Ah! Mas o time Charlie deu uma lição aos homens dele... Aliás, os S.T.A.R.S. sempre entram em nosso caminho!

         Do jeito que fala, senhor... Parece até algo pessoal.

Craig pareceu fisicamente perturbado pela constatação do segurança, segurando-se para não reagir de alguma maneira. É, aquele era seu ponto fraco. Fechando os punhos e bufando, Max controlou-se e murmurou:

         Assim que estivermos novamente organizados, Dylan, nossa primeira ação, antes de qualquer outra... Será eliminar todos os S.T.A.R.S. de Metro City. O último relatório do doutor Gardner diz que o Delta Team logo estará totalmente operacional. Os membros do Charlie serão os primeiros alvos. Nós conseguimos criar uma equipe de supersoldados genéticos em solo americano, meu caro, sem a ajuda de um italiano doido naturalizado... E pensar que pessoas dentro do próprio Royal-5 achavam que isso não seria possível...

         O senhor se refere respectivamente a... Petroni e Brentwood. Correto?

         Exato. Aliás, por falar em Brentwood... Estou devendo a ele uma visita.

Logo após lembrar-se disso, Craig afastou-se pelo corredor, deixando Dylan sozinho a supervisionar a re-locação da base. Acreditava que, depois de alguns meses que permanecessem escondidos, agindo com o máximo de discrição, logo poderiam retomar os planos para tomar controle da nação. Esse era o objetivo do Royal-5, uma organização que não seria destruída tão cedo.

 

A noite chegou a Metro City e a toda a costa leste dos EUA.

Sala do S.T.A.R.S., vazia, a não ser por uma pessoa... David Flag, sentado silencioso sobre uma mesa. Refletia acerca de todos os últimos acontecimentos, um amálgama de emoções se confrontando entre si em seu ser. O que seria do time dali para frente? Que seria de sua vida? Precisava de respostas, de pelo menos alguma certeza.

Desde o momento em que entrara na sala, sabia que não estava realmente só ali. Apenas não podia dizer ao certo quem lhe fazia companhia sem ainda ter se revelado. Foi então que, ao erguer o rosto, notou um vulto no fundo do recinto, camuflando-se em meio às cortinas das janelas. Mesmo sem ainda ter identificado quem era, teve a forte sensação de que se tratava de uma pessoa conhecida. E foi com o coração aos pulos que viu revelar-se, sob a luz espectral do luar e das poucas lâmpadas acesas, a figura de Queen em um traje tático, um fuzil FAL preso às suas costas. A arma que ele a havia ensinado a usar.

         Faz um bom tempo... – o capitão cruzou os braços.

         Sim, Flag... E você não mudou nada.

Os dois se abraçaram e trocaram um ardente beijo que durou alguns minutos. Foi um ósculo carregado de saudade. Em seguida os lábios se descolaram, os olhos se encararam... David inquirindo com certa ternura em sua voz:

         Então você foi a principal responsável pelo resgate do presidente?

         Não foi preciso que meu irmão te contasse a respeito para descobrir, certo?

         Nunca é...

Queen deu um longo suspiro antes de prosseguir:

         O Royal-5, seus membros... Eu e Angel descobrimos que podem ter algo a ver com a morte de nossos pais... Temos de seguir essa pista!

         Uma busca que vem se arrastando há tantos anos... Não tem vontade de deixar isso para lá? Superar a perda e viver uma vida normal... Uma vida comigo?

         Nós vamos sim viver juntos essa vida, Flag... Mas antes preciso terminar isso. Senão nunca poderei conviver comigo mesma... Você sabe disso!

Os dois voltaram a se abraçar, e David, massageando um dos ombros da companheira, pensou em como a vingança era um sentimento destrutivo... Ceifando vidas, causando destruição, impedindo que pessoas que se amavam ficassem juntas. Será que um dia o mundo se veria livre desse mal?

 

Washington, D.C.

A residência de John Brentwood, num dos subúrbios da capital, era uma casa bonita, confortável e relativamente ampla. Herdada de seus avós, fora construída, em seus dois andares, num arrojado estilo neoclássico que chamava a atenção de quem passasse pelas proximidades. Combinava com a imponência da cidade, com seus monumentos, sua grandiosidade, sua burocracia.

Naquele momento o proprietário se encontrava sentado num sofá da sala de estar da morada, trajando um roupão vinho e tendo numa das mãos uma taça de Martini. Relaxado ao extremo, procurava esquecer todas as suas ocupações para ter uma digna noite de descanso. E ela seria coroada pela chegada, em poucos minutos, das garotas que requisitara há pouco de uma das mais conhecidas “agências de acompanhantes” de Washington.

A campainha da porta logo tocou, John levantando-se animado para ir atender. Abrindo-a, deparou-se com três jovens uma ao lado da outra, fitando-o fixamente sem qualquer expressão em suas faces maquiadas. A primeira, aparentemente a mais velha, trajava exóticas vestes orientais e aparentava ser de procedência chinesa, os cabelos negros presos num coque atrás da cabeça. A segunda, ruiva, usando sobretudo negro, era certamente britânica, característica que Brentwood facilmente depreendeu, já que trabalhara muitos anos na companhia de agentes da Inteligência da Rainha. A terceira e última, a mais nova ali, roupas mais discretas, também tinha cabelos avermelhados e provável origem eslava, da Rússia ou no mínimo do Leste Europeu, certamente.

         Entrem, minhas queridas! – convidou Brentwood alegremente. – Entrem, por favor!

Mal sabia ele que a metáfora do Cavalo de Tróia, uma das pérolas da mitologia grega, passava bem vividamente pela cabeça de uma das moças naquele momento...

         A agência de vocês resolveu me premiar pela fidelidade e enviou três beldades de uma só vez para me fazerem companhia! – afirmou o velho logo após tomar mais um gole da bebida. – Mas aviso que, devido à minha idade, não garanto que poderei dar conta das três ao mesmo tempo, ha, ha!

As jovens acompanhantes acomodaram-se em sofás e poltronas localizadas em diferentes partes da sala... Ao redor de Brentwood, que não notou o fato de aparentemente estar sendo cercado. O álcool lhe tirava boa parte do senso estratégico, e com isso seu destino já estava selado. Depositou a taça sobre uma mesinha diante do móvel em que se encontrava e perguntou, sem perceber também que as convidadas trocavam olhares de cumplicidade entre si:

         Então, qual de vocês será a primeira?

Foi tão ágil quanto uma pantera que a chinesa, Fong Ling, levantou-se bruscamente da poltrona e, apanhando um punhal até então oculto em seu traje, agarrou um dos braços de John, estendeu a mão deste sobre a mesinha e atravessou-a com a lâmina, prendendo-a sem piedade à madeira.

         O que é isto? – berrou o desesperado conspirador, sangue jorrando do ferimento e manchando-lhe tanto o roupão quanto o carpete. – Seguranças! Seguranças!

         Todos eles já estão mortos! – decretou a chinesa com extrema frieza.

E, aproveitando-se da imobilidade do oponente, desferiu-lhe um chute na face que lhe arrancou dois ou três dentes do lado direito da boca.

         Isto é por meu pai!

Brentwood tentava se levantar, mas a mão presa pela faca lhe causava dor imensa, a ponto de não conseguir usar o outro braço para retirar a lâmina e libertar-se. A primeira ruiva, Maya, aproximou-se em seguida. Sacou sua inseparável Magnum e aproximou-a da mão ainda intacta do inimigo... O disparo foi quase à queima-roupa e, em meio a uma explosão de sofrimento e líquido vermelho, o membro de John em seguida não existia mais.

Os berros vinham sem parar, os olhos do surpreendido burocrata se enchendo de lágrimas, porém não havia acabado. Muito pelo contrário...

Maya atirou mais uma vez, agora contra um dos ombros de Brentwood. A bala desintegrou sua clavícula, mais sangue se espalhando sobre tudo ao redor, marcando o iminente fim do assassino. Seus membros superiores agora estavam totalmente inutilizados, restando-lhe apenas as pernas para se defender. Tentava assim repelir as invasoras com chutes desengonçados, mas era em vão.

         Isto é por meu pai e meu noivo, que você matou por ganância e inveja!

Chegou a vez de Vitória, cujo tremendo ímpeto de vingança lhe roubara os últimos encantos da juventude. Apanhou dois componentes desmontados que trazia ocultos nas vestimentas... E, unindo-os, logo tinha em mãos uma espingarda calibre 12 que carregou rapidamente com alguns cartuchos de munição.

Apontou-a na direção das pernas de Brentwood... E o disparo, a uma curta distância, privou-o totalmente dos movimentos que antes forneciam, pele e músculos em frangalhos numa repulsiva mistura estraçalhada.

         Isto é por William, seu desgraçado!

Já sem voz para gritar, John emitia gemidos longos e moribundos, caído no chão enquanto tirava seus últimos instantes de vida para lidar com o fel da derrota. As três mulheres se retiraram em silêncio, sem se preocupar em terminar o serviço. Ele logo estaria concluído dentro em pouco, e até lá Brentwood sofreria como poucos homens já haviam sofrido. Para elas, dado o que perderam, era uma troca justa.

Mas, pouco depois das jovens o terem abandonado, o conspirador ouviu outros passos na sala... Uma figura de terno e óculos escuros surgindo sem demora perto de si, uma pistola com silenciador apontada firmemente na direção de sua cabeça.

         Ora, ora... – Max Craig constatou com certo pesar. – Vejo que cheguei atrasado... Alguém deu cabo de você antes de mim!

Pressionou o gatilho, a bala, num sutil estampido, perfurando a testa do antigo aliado. O repulsivo John Brentwood estava definitivamente liquidado.

O loiro deu as costas para o cadáver e saiu calmamente da casa, algumas sirenes da polícia se aproximando ao longe.

A sangrenta vingança, para infortúnio geral, triunfara aquela noite.

 

FIM

 

Goldfield – Técnico em Informática, Equipe Charlie – S.T.A.R.S., Metro City.


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