Without Hope escrita por Borboleta Negra


Capítulo 4
Sala Precisa


Notas iniciais do capítulo

Leiam as notas finais



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Naquele dia nada de mais acontecera nas aulas ou no almoço. No dia seguinte, estava um pouco melhor. Á noite eu só havia acordado 5 vezes chorando por causa de pesadelos e isso era um avanço. Antes eu nem mesmo conseguia dormir. Acordei com a mesma “disposição” do dia anterior e me arrumei para mais um dia de aula. Deixei meu cabelo solto dessa vez, peguei meus materiais e desci as escadas.

Estava cedo, como no dia anterior. Estava precisando desse tempo sozinha antes das aulas. Dessa vez, não iria á Torre de Astronomia. Talvez Draco passasse lá novamente e acho que não aguentaria se ele começasse á me irritar de novo. Com passadas rápidas e calculadas, fui ao Salão Principal e tomei meu café-da-manhã sozinha. Nenhum professor estava ali. Então, eu lembrei quem me podia fazer companhia. Alvo Dumbledore. Não que ele estivesse vivo e ninguém soubesse isso é uma tremenda excentricidade, apenas poderia conversar com sua pintura.

Quando ele morreu, sua pintura adormeceu profundamente, como é normal quando seu dono morre, mas depois acordou e eu só descobrira isso á algum tempo, quando entrei na Sala Precisa e seu quadro estava lá, estranhamente intacto. Saí do Salão com os livros sobre o peito e corri até a parede mais próxima, a do lado da porta pesada do Salão. Fechei os olhos por um segundo ou dois e quando abri, a porta estava se moldando á parede. Era um habito bastante comum... No 5º ano.

“_Parabéns Neville._Falei, minha voz ecoou por toda a sala._Você encontrou a Sala Precisa.

_Sala Precisa?_Ele parecia confuso.

_Sim. A Sala Precisa aparece para você quando você mais precisa dela.

_É como se... Eu precisasse muito de um banheiro?_Rony perguntou e ouvimos um barulho atrás de nós.

Viramo-nos e a parede se tornou lentamente um grande vidro antigo.

_É._Respondi rindo e olhei para frente._Esse é o espírito.”

Entrei na sala com as lembranças aflorando em minha mente conturbada. Ela estava aparentemente vazia, mas alguém havia ido ali antes de mim. Agora várias estantes de livros enormes e empilhadas de livros. Elas estavam cada uma em uma parede daquela sala. Na parede á minha frente, uma mesa vinho e sobre a mesa, pergaminhos, tinteiros e penas.

Então eu percebi que não estava sozinha. Uma cabeleira lisa e fina de um loiro berrante de tão claro se destacava entre os pergaminhos.

Prendi a respiração ao perceber que era Draco Malfoy, então o único som ouvido ali agora era sua respiração regular e profunda. Lentamente, na ponta dos pés, cheguei mais perto. Ele parecia tão “Não- Draco Malfoy”dormindo... Seu rosto ficara sereno, suas expressões suavizadas drasticamente. Os olhos fechados pareciam relaxados, como seu corpo. Soltei um risinho fraco e olhei para cima, vendo que Alvo olhava para mim.

Dei dos passos para trás, assustada.

_Não é o que parece._Falei sussurrante para Dumbledor.

_Eu sei que não, Hermione._Sua voz era controlada, ele olhou para Draco._Ele estava estudando o livro de poções de Severo Snape, quando este estava no 7ºano, e acabou adormecendo aqui. E... O que fazes aqui á essa hora, Srta. Granger?

_Vim conversar com o senhor._Minha voz falhou um pouco por causa do baixo volume, pigarreei ligeiramente enquanto olhava para Draco, torcendo para que ele não acordasse.

Foi em vão. Ele levantou a cabeça alerta e olhou espantado para mim. Realmente, toda a serenidade foi-se como se uma lufada rápida de vento á houvesse levado e agora ele me olhava com pura ira.

_Granger maldita!_Ele esbravejou._O que está fazendo aqui?

_Desde onde sei a Sala Precisa não é privada._Falei numa respiração só.

_Não é, mas o espaço é pequeno demais para nós dois._Ele esbravejou se levantando e virando a varinha para mim.

Faíscas verdes saíram de sua varinha em um feitiço silencioso que me acertou em cheio. Antes de perder a consciência, senti meu corpo sendo jogado contra uma das estantes.

Abri os olhos lentamente, enquanto a claridade entrava em meus olhos e eu ia a dosando, até que conseguisse me acostumar. Draco estava na estante oposta, com uma perna dobrada e a outra esticada, enquanto um braço pendia sobre o joelho dobrado. Seu olhar era o mesmo sem expressão de sempre e estava fixo em mim.

Senti algo molhado saindo de minhas narinas e quando levantei a mão, Draco veio até mim, á segurando enquanto estava no ar. Ele pegou um pano que eu não notara ao meu lado, que estava já manchado de sangue e ainda segurando meu pulso limpou suavemente abaixo de meu nariz, de onde sangue saia.

Entranhei o ato olhando para seus olhos cinzentos que estavam fixos no sangue.

_Me Desculpe._Ele disse e eu perdi o ar.

Depois de recuperá-lo e conseguir achar as palavras.

_Draco Malfoy pedindo desculpas? O que é isso agora?

Ele finalmente levou seus olhos aos meus, paralisando sua mão, mas depois de um suspiro continuou limpando meu rosto, para depois pousar o pano sobre o chão novamente e sentar-se na minha frente, olhando fundo em meus olhos.

_Mesmo que seja irritante, sangue-ruim e sabe tudo... Você continua sendo uma mulher._Ele olhou para meu corpo quando disse isso e senti minhas bochechas corarem._E uma das poucas coisas que meu avô me ensinou em sua curta vida foi o fato de que nunca devo violentar uma mulher. Por isso, me perdoe.

Olhei para minhas mãos e ri de leve.

_Nunca tentei imaginar Abraxas Malfoy dizendo isso para seu neto.

Ele continuava á me fitar e deu um sorriso de lado, como sempre fazia.

_Então nunca o imaginou no contexto da conversa._Ele agora estava na estante do lado oposto ao meu e levantou a cabeça ao dizer._Ele falava sobre o amor._Ri um pouco._Que um dia vou ter de encontrar uma mulher para mim, e se não procurar ela virá até minha pessoa e não adianta quantas vezes eu recusá-la ou admitir que ela não é nada minha, ainda vai ocupar um espaço grande de meu coração e um dia vou ter de por isso para fora, quando não aguentar mais.

_Profundo._Conclui._E você, o que respondeu?

_Que nunca vou precisar de uma mulher, que vou fazer tudo sozinho._Olhou para mim._Ele apenas sorriu debochado. E, até agora, cumpri minha palavra.

Então me toquei o quão ridícula era aquela cena. Eu, Hermione Jane Granger, falando baboseiras com Draco Malfoy. Mas aquilo havia partido de Draco e não de mim, e era contra os meus princípios ser indiferente ou irritante para quem me fez algum “bem”. Bom, ele cuidou de mim quando eu estava desacordada, não?

O silêncio pairou sobre nós e nenhum dos dois lados ousara quebrá-lo. Até que me lembrei de algo.

_Que horas são?_Perguntei alerta.

_Não adianta Granger, já perdeu as aulas._Seu tom era calmo e indiferente._E o almoço._Complementou, ainda olhando para o nada ao seu lado._Já são 15:00.

_Oh meu Deus, por que não me acordou?_Perguntei ligeiramente histérica.

_Deixa de ser irritante, Granger._Ele disse com sua voz cortante de sempre e se levantou._Vamos, saia daqui.

_Eu não vou sair por ordens suas, Malfoy._Respondi colocando os cursados braços sobre o peito.

_Você parece uma criança birrenta, sangue-ruim idiota._Ele falou saindo da Sala Precisa.

Bufei. Draco Malfoy nunca mudaria... Mesmo.


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Notas finais do capítulo

UUUUUUH, tenso hein?
Mas enfim u.ú
Tenho um comunicado á dar também:
Hoje e amanhã eu escreverei normal, tendo um capitulo para amanhã (sexta-feira) e depois de amanhã (sábado), mas como amanhã á noite eu irei á uma festa, vou postar os dois capitulos juntos amanhã. No sábado e domingo eu estarei na granja da minha amiga, portanto não poderei escrever.
Então é isso *-*
Beijos e MANDEM REVIEWS, EU ESTOU SURTANDO, TEM NOVOS LEITOREEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEES