Goodnight escrita por SweetJúlia


Capítulo 1
Capítulo Unico - Goodnight


Notas iniciais do capítulo

Enjoy.



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31 de outubro. Subúrbio de Nova York. Os jovens já começavam a se agitar na noite escura do Halloween, todos fantasiados, todos fingindo serem o que não são e acreditam não existir. Lobisomens, vampiros, bruxas, fantasmas. Varias variação dos seres que muitas vezes aterrorizam o subconsciente das crianças. As festas a fantasias pipocavam por toda a cidade. Era irresistível toda aquela farra. Era imprudente, por isso tão chamativo, tão magnético. A vontade de quebrar as regras, fazer coisas escondidos, causar, beber, dançar, era forte demais para resistir.

Annabeth saia de casa pela janela, seus pais não autorizava toda aquela farra. Thalia ficava a apressando com gestos enquanto ela descia com a escada dos fundos. A adrenalina pulsava nas veias das duas adolescentes. Uma vestia um vestido longo preto que parecia esvoaçar sobre os seus pés com uma asa completamente negra, um anjo caído. A outra vestia um vestido também preto curto de malha, com uma bota de couro que parecia chegar no joelho, maquiagem completamente preta com um batom da mesma coisa, as pessoas teriam que ter criatividade para decifrar a fantasia de Annabeth, mas ela sabia que era uma vampira.

Quase se desequilibrou quando tocou o chão, mas Thalia estava ali para ajudá-la. As duas saíram correndo pela rua para o destino da noite. A festa era na outra rua, por isso as duas foram a pé. O lugar estava todo enfeitado para o dia, morcegos de papel ‘voavam’ pelo teto, sangue falso manchava as paredes, rock tocava nos auto falantes, seres mitológicos dançavam pela pista, a luz era fraca.

Em alguns minutos Annabeth estava sozinha perto do bar, Thalia havia ido com o primeiro vampiro que chegou nela. Ela ainda podia ver sua amiga, mas nem ligava, a qualquer momento ela também ia se perder nesse mar de pessoas. Ela pediu qualquer coisa no bar, não importava o que estava bebendo, naquele dia ela só queria esquecer as regras e se importar apenas consigo.

Sentiu um braço apertando-a por trás, se assustou e olhou para trás. Era apenas Luke, um amigo.

- E ai vampirinha? – Ele brincou. Estava com uma faca de mentira atravessada na cabeça e todo ensangüentado, suas roupas pareciam de mendigo.

- Mais viva que você, seu defunto. – Ela empurrou-o para trás. Nunca ficou a vontade quando Luke resolvia dar seus abraços surpresa.

- Ah, que isso. Eu to morto, mas ainda sou sexy. – Ele tentou fazer uma cara sedutora, mas não deu certo. Fazendo Annie cair na gargalhada.

- Ok, quando você tomar um banho e vestir uma roupa descente acho que essa sua cara vai dar certo. – ela disse.

- Ah, não importa. Você está sexy para nós dois. – ele disse olhando-a de inteiro. Ela ficou totalmente vermelha. Nunca iria se acostumar com os flertes de Luke.

Sem ter o que falar ela virou-se para o balcão do bar. No ato ela sentiu um arrepio que a fez estremecer toda. Sentiu como se estivesse sendo observada e virou seu rosto para todos os lados.

De repente sentiu que tinha que achar Thalia, como se algo estivesse preste a acontecer com sua amiga. Olhou para a pista, mas não a achou. Por um momento pensou ter visto a asa negra como a que ela estava usando. Nada. Levantou-se de súbito. Um aperto no peito, uma angustia parecia apertar o coração da garota. O mundo parecia mover-se devagar e em torno dela. Como um dejá vu que ela não tinha idéia de onde vinha. O medo subia pelo seu corpo e a adrenalina fazia seus sentidos ficarem cada vez mais aguçados.

- O que foi Annie? Por que está agindo assim? – a mudança de atitude da garota a assustou. Em todos os anos que a conhecia ele nunca a vira agir nem um pouco parecido com isso.

- Eu... Eu não sei. Uma angustia no peito, um pressentimento, um calafrio, tem algo errado neste lugar. – Annabeth não sabia de onde tirara as palavras, mas tinha certeza de que eram verdades. – Preciso achar Thalia. – ela disse e saiu correndo para entrar na pista.

Ouvira Luke dizer que ia atrás dela, mas sabia que não o veria mais, algo também dizia isso. O mutuado de gente dançando a impedia de ter qualquer visão, nem com o salto enorme que calçava. Tentava ver alguma ponta que seja da asa negra, mas nada passava pelas cabeças de adolescentes. A angustia parecia crescer dentro do peito de Annabeth. Um sexto sentido que a dava medo e nunca havia sentido se mostrava ser verdadeiro. Ela sentia um frio na espinha. Algo não estava certo. Onde estava Thalia? O que estava acontecendo? Duas de varias perguntas que infestavam a cabeça dela.

O mundo parecia cair em cima dela. Tudo vinha embaçado. Ela sentia-se tonta, as pernas bambas. Percebia que estava caindo sobre as pessoas, mas não tinha forças nas pernas. E quando tudo parou de girar ela ouviu um grito.

O grito era desumano e dolorido. Um arrepio pior que os outros que sentira naquele dia subiu pela coluna. Ela percebeu que ninguém mais ouvira aquele grito agonizante, pois ninguém parou de dançar, ninguém se perguntou o que era aquilo. Só ela o ouvira. E ele só a estimulou a seguir sua busca. Ela não percebia aonde ia, mas suas pernas a levara aos banheiros. Eles estavam todos vazios, era completamente mal cheiroso e alguns diziam que era amaldiçoado. Annabeth não ligava para lendas e abriu a porta.

O cheiro e a nevoa que dali saia amorteceu todos os sentidos. Mas aos poucos ela sentia sua audição de volta, sua perna já não ameaçava deixa-la na mão mais, o sexto e temível sentido voltara. Estava mais calmo, como se o pior já tivesse passado, mas ela sabia que não. Aquela noite ainda aguardava muitas coisas para ela. Annabeth pos um pé para dentro do lugar e o outro. Quando entrara mesmo no banheiro parecia que tinha atravessado uma porta de fumaça, não havia vestígio da nevoa branca que estava na porta.

Mas a cena ali era pior que ela imaginava, por todo o lugar tinha poças de sangue e ela sabia que não era sangue falso. Era sangue humano. Annabeth seguiu por onde tinha sangue e acabou no ultimo boxe. Ela tampou a boca para abafar o grito que saíra de sua boca, mas tinha certeza que ninguém ouviu. A cena na sua frente era mais horrorosa que o pior dos filmes de terror que havia visto. 1º por que era Thalia que estava ali. E 2º por que seu corpo não tinha mais vida. O sangue que estava espalhado pelo banheiro não era nenhum pouco nojento do que o estado de Thalia. Seu corpo parecia ter sido drenado de todo o sangue – e ela sabia mesmo onde fora parar o sangue. Sua barriga fora aberta com brutalidade, e todos os seus órgãos fora retirados e jogados na lixeira ao lado do vaso sanitário. Ela estava pálida, mas toda manchada por um próprio sangue.

O celular tocando tirou Annabeth do transe de horror que estava enfiada. Com as mãos tremulas atendeu ao telefone sem nem olhar quem era.

- Annabeth?? – gritou Luke do outro lado. Ele parecia estar num lugar sem barulho nenhum.

- Sim? – ela conseguiu reunir um pouco de força para poder proferir as palavras.

- Onde você está? Você saiu correndo pela pista de uma maneira estranha. Tentei lhe seguir mas foi impossível. Algo aconteceu? Estou preocupado. Estou no fim da rua. Achou Thalia? Venha me encontrar. – ele falava sem parar e nem percebeu que a amiga estava muda, não havia saído do boxe onde estava o corpo de Thalia e a cena ainda estava agindo sobre ela. O sexto sentido começou a apitar de novo. Outra rajada de vento subiu sobre suas costas. E ela começou a passar mal de novo. – Annabeth?? Está ai?? Venha log... AAAAAAAAAAAAAH.

Outro grito desumano. Dessa vez Annabeth sabia que não havia ouvido só na sua cabeça e sim pelos ouvidos. Luke era o alvo, ele gritara. Ele estava sendo atacado. A linha caiu.

De repente a força voltou a Annabeth. Algum tipo de energético começou a agir sobre seu sangue. Ela saiu do banheiro correndo, ignorando as pessoas em quem esbarrava. Com alguma dificuldade ela saiu da festa para o vento frio da noite. Eram 23:00 da noite, quase meia-noite, e o sexto sentido dizia que ela tinha um prazo para cumprir.

Annabeth correu para o fim da rua, onde Luke disse que estava. Antes de chegar lá ela já podia ver uma poça de sangue terminada em um corpo. O rosto estava banhado de lagrimas, ela já tinha uma idéia do que veria. O que o maníaco havia aprontado dessa vez? Por que os amigos dela? O que ele queria? Será que ele queria ela? Mas se queria mata-la por que não fora direto nela? Um pouco de esperança ainda resistia sobre ela, mesmo que fosse sem sentido, ela esperava que não fosse de Luke o corpo que estava ali no fim da rua.

Ela sabia que fora uma esperança vazia, e sabia que o que veria era horrível. Mas se sentiu pior do que esperava quando viu o corpo de Luke ali, sem sangue nenhum e morto. Seu estado não era pior que o de Thalia, o assassino não fizera dele uma obra de arte, apenas o tirara a vida. Os olhos dele ainda estava abertos e as mãos ainda seguravam o celular totalmente estilhaçado. Parecia que o assassino fizera o favor de quebrar o aparelho. Annabeth levantou as mãos tremulas e com um carinho que nunca esperava ter por Luke fechou seus olhos.

Ela levantou pensando em ir para casa. Sua vida estava arruinada, havia perdido seus melhores amigos em 1 só dia, um só pesadelo. Ela se ajoelhou para levantar e sem querer sujara seus joelhos em uma poça de sangue. Olhou para a esquina e viu que passos de sangue seguia por ali. Ela levantou-se ignorando o sangue em sua perna e pôs-se a seguir os passos do assassino.

Ela corria como se sua vida dependesse disso. Ela queria saber motivos. Ela queria saber quem fora. Ela queria saber o que ele queria. Não ligava que estava desarmada. Nem lhe passava pela cabeça ligar para a policia. Sua respiração estava acelerada, seu coração parecia que estava apostando uma corrida com seus passos. A rua que ela percorria era longa, e em nenhum momento ela perdeu de vistas as pegadas. Annabeth parou para respirar por um segundo, estava cansada e nervosa, morria de medo do que a esperava naquela noite. Ela olhou para o chão a sua frente, a ultima pegada. As pegadas desapareciam ali. Não tinha para onde foi, para onde ia, se virara ou não. Ela olhou para um lado da rua, só mato, era possível que ele tivesse limpado o sapado e ido por ali. Do outro lado tinha um casarão abandonado. Ele sempre esteve ali, quando ela era pequenas os garotos do bairro diziam que era mal assombrada e faziam apostas para ver quem entrava. Ela nunca entrava, mas não acreditava que era assombrado. Hoje não tinha tanta certeza assim, com essa serie de assassinatos, o sexto sentido, os calafrios, hoje ela acreditava que aquela casa era assombrada. Fora por ali que ele havia ido. Ela não sabia dizer de onde tirou essa idéia, mas o sexto sentido apontava para aquele velho casarão.

Ela andou vacilante por entre a porta impedida, mas o pedaço de madeira estava tão velho e podre que sem esforço nenhum Annabeth tirou-o do caminho. Adentrou na casa com cuidado, não tinha a mínima idéia do que a esperava ali. Coisa boa é que não era. Outro calafrio subiu pela espinha dela. Um vento entrou pela porta e balançou todo o seu cabelo. Ela não via nada naquele escuro e o frio a deixava tremendo.

De repente o vento parou. Annabeth parou de tremer. Mas o sexto sentido ainda estava vivo dentro dela. A visão aos poucos ia se acostumando à escuridão e ela podia ver um pouco da sala. Não havia móvel nenhum, o lugar estava completamente vazio, mas cheio de teias de aranhas. Annabeth virou-se para a escada e quase caiu para trás.

Parado no meio da escada estava um garoto de jeans escuro e jaqueta de couro. Sua boca estava toda manchada de vermelho. Era sangue. Ele olhava para Annabeth sem nenhuma expressão, o que a assustou ainda mais. Ele desceu alguns lances de escada que faltava para ficar na mesma base que Annabeth. Ela automaticamente arredou os pés para trás, mas parou na parede.

- Eu sabia que você viria até mim. – ele disse. Sua voz era doce e encantadora que Annabeth até esqueceu o que havia acontecido por alguns segundos.

Em um piscar de olhos ele estava colado nela. Annabeth não viu como ele fizera aquilo. Ele pegou o queixo dela e levantou o rosto que ela tentava manter baixo, pensando em uma maneira de sair dali.

- Não se acanhe, eu não vou fazer nada contra você. – Ele falou com sua voz doce. Ele não a prendia na parede, mas Annabeth sentia-se que não podia sair dali. Ele estava perto demais, ela podia sentir sua respiração no pescoço, ela podia ver como seus olhos eram verdes, ela podia ver como seus cabelos negros pareciam macios. Ela não sabia de onde saíra aqueles pensamentos, ele, por onde ela pensava, era um assassino anormal.

- Quem é você? – Ela conseguiu dizer, e logo se xingou pela pergunta idiota, ela que deveria estar tentando fugir.

- Que mal educado eu sou. Meu nome é Percy Jackson, minha dama. – E como se fosse um cavalheiro de antigamente se arredou para trás e pegou a mão de Annabeth e a beijou com uma reverencia.

- O que é você? – ela falou. Ainda estava nervosa.

- Pensei que já soubesse querida. – Ele arredara o pescoço de Annabeth deixando-o a mostra e prensava-a na parede. Ele não era quente, mas não era frio também. Ele chegou sua cabeça para perto do pescoço dela. Perto demais. Ela não tinha idéia do que ele estava fazendo. Que atração era aquela que ele exercia sobre ela? As coisas estavam mais estranhas do que deviam ser. De repente ele crava os dentes no pescoço.

Aqueles gritos desumanos que Annabeth ouvira nas outras vezes dessa vez saíra da boca da própria. A dor lacrimejante que ela sentia parecia não parar mais. Os dentes de Percy pareciam afundar cada vez mais forte no pescoço dela. Quando ele a soltou ela vacilou, mas as mãos dele estavam prontas em sua cintura.

Ela estava assustada. Os lábios e o queixo dele estavam sujos de sangue, o sangue dela. Ele era um vampiro. E só agora ela percebia, no corpo de Thalia vira dois furos na base do pescoço e o mesmo no de Luke, mas não havia reparado muito nesses detalhes.

- O q... O que você quer de mim?? – Ela perguntou, estava com mais medo do que esteve no dia inteiro.

- Apenas que fique comigo para sempre. – Ela olhou para ele como quem se olha para alguém que não bate bem da cabeça, como ele queria isso?

- Não! Não! Eu não ficarei com ninguém! Você é um assassino! – ela tentava sair do aperto do vampiro, mas não conseguia, ele era forte demais.

- Isso não é algo que você possa escolher. Está no seu destino. No seu sangue. – ele disse sem solta-la.

- Então eu vou lutar contra o destino! E lutarei até morrer, se não tiver outra escolha. – Annabeth mostrava garra e força.

- Não se pode lutar contra o destino, minha dama. Cada um de nós, vampiros, temos uma parceira definida já quando nascemos, e quando as encontramos sabemos quem é ela. Você é minha. – sem esperar uma resposta ele a beijou. Um beijo quente e cheio de paixão. Annabeth sem perceber o que fazia respondeu-o. Ele beijava muito bem e ela se esqueceu de tudo mais uma vez.

Ao longe uma musica leve tocava, marcando aquele dia para sempre. Há meia-noite o destino começava a mudar totalmente para Annabeth Chase. E a única coisa que ela tinha que fazer era aceitar aquilo.


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