Eu, Ele e o Bebê - Rumo Argentina escrita por Camila_santos


Capítulo 9
Enfim em São Paulo




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-O que desejam? –Perguntou um garçom.

Felipe o encarou e depois de segundos respondeu:

-A especialidade da casa, por favor.

-E a senhorita? –Perguntou o garçom.

-O mesmo para ela. –Felipe interrompeu depois sorriu, enquanto o garçom se afastava.

-Ei? Eu não ia pedir isso. Porque escolheu por mim? Acaso vai pegar, é? –Falei irritada.

-Jaqueline, você é muito estressada! Escolhi isso para você, porque sabia que iria passar vergonha se eu não pedisse. Veja só, –Ele mostrou cardápio. –É tudo muito elegante.

-E você acha que eu não tenho capacidade de ser elegante? –Retruquei.

-Acho. –Falou sínico. –Acho que na sua casa não tem o que vão servir aqui.

-E acaso acha que minha casa é um ponto fora do mundo? Você já foi lá para saber? –Falei brava.

-Não, não fui.

-Então cale sua boca! –Olhei para o lado, reparando melhor o lugar. Era um lugar muito lindo. Logo pensei no valor do almoço, sendo em um restaurante elegante. –A propósito, onde mora é comum essas comidas?

-Bem...

-Onde mora? –Interrompi.

-Na casa da vovozinha. –Ele mostrou língua. –Pare de perguntar. Pare de discutir. Estamos em um restaurante elegante.

Eu retrucaria se o garçom não viesse com a comida. Que por sinal era ótima, e exótica. Comi calada.

-Jaqueline, temos que olhar um hotel. –Felipe disse quando acabou de comer.

-Não. Eu estou pensando em ir embora hoje mesmo. Não vou mais para a Argentina, não tem jeito.

-Não, não. A senhorita não vai desistir de ir. Não agora. Depois de todo esse esforço. Está ficando louca? –Ele disse meio estressado.

-Como sabe do meu esforço? –Indaguei.

-c-como? Ora, você me fez correr feito louco e veio de longe e...

-Tá bom. Tá bom. É que às vezes você fala como se soubesse de tudo.

-Seu pai vai ficar feliz em te ver. –Ele resmungou.

-Como sabe do meu pai? Eu nunca disse que iria vê-lo! Ou disse?

-Disse, oras. Eu não sou adivinho. –Ele falou com aquela cara de preocupado, como se me contasse um segredo que não devesse. –Você é muito desconfiada, sabia?

Pagamos o restaurante e saímos. Sem voltar ao assunto anterior ele conduziu até um hotel, o qual já não tinha mais quartos. Fomos então para outro hotel, e nada. Como era final de ano, a maioria dos hotéis estavam cheios. Até em pensões já tínhamos entrado, e todas estavam lotadas.

Depois de muito, muito procurar entramos em um hotel, não muito grande, mas arrumadinho. E eu cruzei os dedos para que tivesse quartos disponíveis, eu já não agüentava mais perguntar ou ouvir Felipe perguntar “Tem quartos disponíveis?”

-Boa tarde, a senhora tem dois quartos, por favor? –Pedi, a recepcionista. Ela me encarou e sorriu.

-Sortudos vocês! Acabaram de sair um casal. Tenho sim um quarto para vocês. –Ela abriu um sorriso largo e balançou a chave, como que contando uma bela noticia. Seria mesmo uma ótima noticia, se eu e Felipe não fossemos uma espécie de “Eu te tolero” ou “Eu te suporto”.

-UM QUARTO? –Eu e Felipe falamos em coro, assustados.

-Sim. Grande sorte, não é mesmo? –Ela continuou balançando a chavinha.

-Que coisa! Já sei porque isso aconteceu. Eu cruzei os dedos para achar, você não! –Falei, depois fiz um biquinho, e cá entre nos parece que eu tenho uns três anos fazendo isso.

-HAHA! Que dizer que a culpa é dos meus dedinhos? –Zombou Felipe.

-Senhora, neste UM quarto, há pelo menos duas camas? –Tentei relevar a situação.

-Já sei, estão brigados. Sinto muito. Mas a boa noticia é que... –Ela começou dizer animadinha de novo balançando a chave.

-Gloria! Tem duas camas! –Falei aliviada, depois dela dizer que tinha boa noticia.

-Não, não moça. A boa noticia é que há uma cama só.

-E isso lá é boa noticia? –Falei desapontada.

-Claro, pense pelo lado positivo. Vocês na mesma cama, hum... Vão se reconciliar na certa.

-O meu Deus! Isso é castigo, não é? –Murmurei.

-Sabe, que eu tenho uma amiga, que casou, foi pra lua de mel e brigaram no mesmo dia, ai ela muito esperta pediu a recepcionista que não deixasse o marido dela sair do hotel em hipótese alguma. Ai eles acabaram voltando. Nada melhor que um tempo a sós para reconciliar. Tudo porque... –Ela disparou a falar. Já estava escurecendo e depois de passar a tarde procurando hotel, tudo que eu mais queria era cair na cama e dormir, de preferência bem longe do Felipe.

-Senhora, me dê essa chave mesmo. Iremos ficar com o quarto. –Felipe disse impaciente.

-Não, não! Está louco. –Entrei no meio. Imagina, eu dormindo com o insuportável do Felipe.

-Olha Jaqueline, eu estou cansado sabia? Eu estou dirigindo desde ontem, se lembra? –Retrucou.

-Eu também estou cansada. –Falei.

-Mais um motivo para aceitar este quarto mesmo. Largue de ser exigente.

-Só tem uma cama! –Lembrei.

-Eu não ligo de dormir com você. –Ele riu sínico.

-Pois eu ligo. –Briguei.

-Não foi você que dirigiu do Rio até aqui. Enquanto eu dirigia você dormia.

-Você também dormiu a noite. –Acusei.

-Quer saber, se não quer dormir aqui, durma no carro. –Ele apontou para o carro.

-Ei! Você que devia dormir lá. Eu sou mulher, mereço mais conforto.

-Não são as mulheres que lutam por direitos iguais? –Retrucou.

Enquanto discutíamos, insultávamos um ao outro chegou outro casal e começou a conversa com a recepcionista. Eles queriam um quarto. Assim que percebemos isso eu e Felipe nos calamos. E eu mais que depressa, pedi a mulher as chaves. E agradeci. Eu e Felipe saímos rápidos e sorrindo, pela conquista (ate esquecemos a parte intrigante de dormir juntos). O casal que pedia a chave ficaram desapontados e saíram lamentando.

Entramos para o quarto e eu tentei não lembrar que teria que dormir com ele. Eu não podia negar que era difícil o olhar, de uma maneira ou outra eu me sentia atraída por ele. Depois de ver o quarto ele saiu e foi buscar as nossas coisas.

-Só por uma noite. –Lembrei quando ele voltou.

-Como quiser. –Ele disse enquanto ajeitava as coisas num canto do quarto. Ele tinha uma bolsa grande e minha língua coçou de vontade de perguntar por que ele trazia aquela bolsa grande. E pra onde ele pretendia ir?

De onde vinha? E por que vinha? Tantas perguntas. Como ele era misterioso. É arriscado dormir com um cara que nem sabe de onde veio.

-Felipe, mas você vai dormir no chão. –Joguei algumas cobertas e travesseiros enquanto ele formava um biquinho que era consideravelmente fofo.


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Notas finais do capítulo

Oiee
E ai gente estão gostando?
Quero sugestoes viu? E se quiserem criticar tambem pode, vou levar numa boa.
Bjos e obrigado por lerem e comentarem!



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