Eu, Ele e o Bebê - Rumo Argentina escrita por Camila_santos


Capítulo 30
Gabriel – Enviado de Deus


Notas iniciais do capítulo

E finalmente, o capitulo mais aguardado (pelo menos por mim) kkk
Acredita, que eu até sonhei que eu tinha um bebê? Sonhei com uma bebezinha...
Estou feliz, em escrever a fic, e mais ainda por ter os comentarios da Jully_Lovely! Obrigada mesmo, você incentiva muito. Obrigada também a Patresina, que sempre comentou *--* Esse capitulo é para vocês! Espero que gostem!



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Minha mãe tinha uma cara engraçada quando estava nervosa, ou melhor, ansiosa. Afinal não é todo dia que se pega uma filha a ponto de dar a luz. Eu estava calminha na sala, deitada como sempre e senti uma pontada forte na barriga, que ia ficando cada vez mais aguda. Levantei para contar a senhora minha mãe e oh céus estou molhada, ri baixinho.


–O que você está rindo, Jaque? –Minha mãe perguntou olhando para mim, só mostrei o molhado na calça, totalmente tranquila. Minha mãe em ato de desespero correu ate mim. –Minha filha! Vamos ao médico urgente!


E ela começou a andar de um lado para o outro. Pegou o celular não sabia para onde ligava. Voltou ate mim, me mandou sentar, perguntou inúmeras vezes se eu estava sentindo dor e por fim gritou Monique.


–O que foi? –Monique apareceu cheia de desanimo na sala.

–A Jaque, o meu neto... –Minha mãe disse confusa.

–O bebê??? –Monique perguntou assustada e sorrindo. –Vou ligar para o Felipe!

–Mas, não vai dar tempo dele chegar. –Murmurei triste.

–Jaque, ele já está aqui. –Ela disse sorrindo para mim.

–Esquece esse Felipe! A gente tem que preocupar é com o bebê agora. –Minha mãe falou com desespero, Monique ignorou minha mãe e ligou para Felipe. –Monique?

–Oi D. Soraia? –Monique estava tão tranquila, e isso me acalmava. –Relaxa! Eu vou levar a Jaque ao hospital... –Ela chacoalhou as chaves, e minha mãe ficou olhando minha irmã com espanto. –Eu tenho carteira!

–E o Felipe? –Perguntei com os olhinhos brilhando.

–Ele já está indo para o hospital! –Fiquei feliz de saber que ele estaria comigo no momento mais emocionante da minha vida, a alegria era tanta que eu não me importava com as dores, que cada vez mais aumentava.


Minha mãe pegou minha bolsa com agilidade, e não deixou que eu nem trocasse de roupa. Ligou para a mãe de Pedro para que ela ficasse com Julinha, e nós fomos. Meu coração batia acelerado, finalmente eu conheceria o meu querido bebê, o dono dos meus sorrisos, e o fruto do meu amor e de Felipe. Sentia-me segura ao pensar que Felipe apertaria minha mão, e ao mesmo tempo preocupada se ele iria mesmo apertá-la. Quando cheguei ao hospital eu mal conseguia caminhar sozinha de tanta dor, graças a Deus aquele processo burocrático e demorado foi pulado. E logo eu já estava na maca, minha mãe segurava minha mão e sorria, enquanto o médico me analisava e me perguntava sobre a intensidade das dores. Eu pedi que se fosse possível ele esperasse que Felipe chegasse, ele disse que era mesmo necessário esperar, eu não estava pronta.


–Oi Jaque. –Felipe com aquela voz um tanto rouca disse encostado na porta. Pedi que se aproximasse, ele me olhou com os olhos ternos, e depois olhou os aparelhos já colocados em mim.

– Que dia você chegou ao Brasil? –Perguntei calma, ignorando a dor insuportável, que se intensificava, e diminuía seu tempo de pausa.

–Jaqueline, você não esta com dor não? –Ele disse me analisando.

–Estou, e muita. Mas por que a pergunta?

–Está calma e se preocupando com assuntos banais.

–Você não é banal! –Falei baixinho, ele pegou em minhas mãos e uma daquelas sessões de dor extrema voltou. –Felipe, chama o médico, as dores estão fortes demais! –Pedi.

–Claro, eu já vou... –Ele disse meio perdido.


As lágrimas rolavam, e minha mãe ficava me mandando respirar até que o médico chegasse, ela me dizia que se eu me sentisse confortável e segura eu aumentaria a capacidade de relaxar e me concentrar no parto, não ia doer. Mas eu sabia que iria doer sim, muitas mães me falavam da anestesia e eu já temia. Minha mãe beijou minha testa e saiu, disse que estaria do lado de fora orando e esperando a filha e o neto.


–Bom mocinha, suas contrações estão bem avançadas, vamos começar logo isso. Relaxe! –O medico me tranquilizou. Só balancei a cabeça. Fiquei meia área e só percebi quando o medico já estava aplicando a anestesia, ela aliviou a dor, e eu não tive noção de quanto tempo esperei para que o parto fosse realizado.


Eu precisava ser forte, e eu estava sendo. Felipe segurava minha mão, e até me ajudava na contagem para o momento de força. Eu sentia o suor e as lágrimas rolarem no meu rosto. Felipe me ajudava a inclinar também enquanto o medico gritava o típico: VAI! OUTRA VEZ JAQUE!TÁ QUASE GAROTA! E numa dessas eu ouvi um chorinho, foi rápido o momento em que o meu bebezinho saiu de mim e chorou pela primeira vez. O cansaço tomava conta de mim, mas o chorinho dele era como música, eu já não me lembrava de mim. Era o GABRIEL, o meu filho, o meu príncipe e o meu presente de Deus. Há alguns minutos atrás ele estava dentro de mim e agora ele abria os olhos para a vida fora do meu ventre, não preciso nem dizer que eu chorava tanto quanto o Gabriel, mas não era de dor, era de amor.


–Olha seu meninão! –O médico trousse o meu garotinho, eu carreguei aquele bebezinho miúdo e lindo. Sempre achei que todos os recém-nascidos eram feinhos, mas como dizem a mãe nunca acha seu filhote feio. Não mesmo! Ele era a coisa mais linda que eu já vi. Felipe olhava nosso bebê e suspirava, sua voz tinha um choro entalado e nós dois parecíamos estar no mundo da lua. Nada mais importava. E naquele momento eu intendi o que minha mãe dizia: “Quando você for mãe você vai entender” Eu mal havia visto meu filho e ele já era o que eu mais amava no mundo, só de vê-lo ali respirando eu já era a mulher mais feliz.


–Parabéns amor! –Felipe disse entre lágrimas, e deu um beijo em minha testa. –Você foi muito forte.


O médico tirou meu bebê de mim e o levou para os primeiros cuidados. Felipe não o acompanhou, ficou ali comigo e isso me deixou admirada.


–Jaqueline, eu nunca quis estar longe de você! Eu errei, sim! Mas é você que eu amo, esses meses sem você foram horríveis. Compreendi que eu sem você, sem o Gabriel não sou nada. Eu quero vocês... –Ele limpou as lágrimas, falando com tanta emoção, que parecia que as palavras vinham da alma. –... e para sempre!



Fiquei sem palavras, dei um selinho em Felipe e torci para que eu não estivesse sonhando. Não demorou muito para que o Gabriel voltasse para os meus braços, e pela primeira vez meu filho se alimentou, aquele momento era tão perfeito que por mim seria eterno. Mas, infelizmente foi interrompido, pois meu bebê precisava voltar ao bercinho dele, e mesmo de longe eu fiquei ali admirando cada traço do meu filho. Minha mãe e Monique logo apareceram animadas no quarto.



–Gentee! Eu tenho um sobrinho, -Monique disse toda derretida admirando meu bebê. –como ele parece com a tia!

–Opa, opa! Meu filho é a cara da mãe dele, lindo como a mamãe. –Lipe disse me dando um beijinho na testa.

–A vovó vai babar muito nesse neném... –D. Soraia com os olhinhos cheios de água, assim que mimou meu pequeno, deu um beijinho em mim, dizendo que se orgulhava de mim apesar de tudo... Eu ri com o “apesar de tudo” Eu sabia da minha irresponsabilidade de ter um bebê agora, mas eu estava assumindo, e minha mãe admirava isso.

–Queria que papai estivesse aqui! –Reclamei com Felipe, ele me olhou desapontado e disse que eu entenderia o motivo em breve. Não preciso nem dizer que isso me preocupou ne? Mas concordei em esperar o momento certo.


Ficamos os quatro babando em meu bebê, Felipe era com certeza o pai mais fofo, toda hora dizendo frases do tipo: “Vou paparicar tanto meu neném” “Papai vai cuidar de você!” Papai? Ai que lindo! *---*

Quando eu e Felipe finalmente ficamos a sós novamente, ele se sentou na beirada da minha cama de hospital, pegando em minhas mãos e deu aquele sorriso tímido enquanto começava a falar.


–Sabe do que morro de saudade?

–Humm, não! De que?

–Daquela gargalhada feia que você tem! –Ele disse destacando suas leves covinhas.

–Não é feia! Rum! –Bati de leve no meu amor.

–Eu gosto muito de te ver sorrir. –Ele completou.


E naquele momento eu entendi, que o amor nos deixa idiota, sim! Mas é ele que nos mantem vivos, como Freud disse “a gente precisa amar para não ficar doente”. E dai se agimos como criança com aqueles momentos mais bobos possíveis? Ou se fazemos poemas e cartas toscas um para o outro? O que nos manterá jovens é o fato de não querermos ser maduros em tudo, perdendo até mesmo o sentido da vida. Como dizem, nós não tornamos adultos, mas sim crianças com responsabilidade. Ah se todo amor fosse puro, como de uma criança, se todos não falassem apenas com a boca “Eu te amo”, mas sim com a alma e o coração. E amassem por completo, não só gostasse dos olhos, do cabelo ou até mesmo do bumbum. Muitas vezes algo tão puro é visto como um simples ato de prazer, onde eu usufruo do meu companheiro, só pra satisfazer meus desejos de mulher. Sem intenção alguma de ser companheira, ajudadora, amiga.

O amor é muito mais do que um beijinho ou casalzinho encostados no muro se agarrando, o amor é ver no outro os detalhes mínimos que o tornam especial, ainda que esses sejam realmente mínimos, porque apontar defeitos todos apontam. Agora o difícil é aceita-lo do jeito que ele é, sem querer tirar nem colocar. Simplesmente imperfeito, cheio de defeitos, um homem qualquer por natureza, mas único por ser o que eu escolhi para chamar de meu amor.


Entendi então, que o que eu sentia por Felipe, havia brotado de uma paixão, mas hoje era algo mais concreto, era amor. Embora tenhamos apressado todo nosso romance, a etapa de amar foi demorada. Em lentos passos eu descobri o homem que está disfarçado nos sorrisos de Felipe, e a confiança em meio os mistérios. E hoje eu entendo que eu o esperaria mais tempo se fosse necessário, não digo por que agora ele está de volta, mas porque “o amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera e tudo suporta” (I coríntios 13:7). E embora não comecei da maneira correta, eu estava disposta a fazer tudo certinho dessa vez, pensando assim tomei a iniciativa mais corajosa da minha vida.


–Felipe? –Eu segurei seu rosto. –Você quer casar comigo? –Perguntei, senti meu rosto corar, mas para mim era o certo. E mesmo que por machismo ele não gostasse da minha iniciativa eu continuei ali imóvel torcendo para que ele não fugisse mais uma vez de mim.

–Han? –Ele me olhou arregalado. –Bem, Jaque... –Ele coçou a cabeça e meu coração gelou. –Você é muito decidida, forte, corajosa e eu admiro isso. –Ele disse por fim.

–E? Então? –Arqueei a sobrancelhas, fiz para que ele continuasse enquanto eu arrumava meu corpo na cama.

–Então... –Ele riu misterioso, meu coração bateu totalmente fora do ritmo. –Marquemos logo a data! –Ele disse me abraçando, acabei dando um gritinho de alegria. –Como eu deixaria uma mulher tão incrível como você passar pela minha vida e não permanecer? Você é a pessoa que eu quero para todo o sempre, Jaqueline.

–Aiii que lindo! –Dei um beijo no meu futuro marido.

–Só lamento por eu não ter te feito o pedido. –Murmurou machista.

–Isso é o de menos! –Sorri para ele.

–Você merece ser feliz amor, é tão boazinha e eu não sei aproveitar. –Ele disse pesaroso.


Quando ia responder fui interrompida por visitas, fiquei feliz ao ver o sorriso do meu pai ao passar pela porta.


–Pai!! –O senhor já estava aqui?

–Sim, querida. –Ele me abraçou. –Que bom te ver, você está bem?

–Estou papai, obrigada! –Sorri. –Olha seu neto, ele nasceu com 3,5kg. –Falei orgulhosa do meu bebezão. Meu pai cumprimentou Felipe e foi conhecer o neto.

–Parabéns, filha! Ele é lindo! –Meu pai disse emocionado.

–Pai, se estava aqui antes, por que não entrou? –Perguntei.

–Eu cheguei há poucos minutos, Jaqueline.

–É uma longa historia amor. –Felipe o interrompeu. Detesto quando eles ficam nessa.

–Quero que conheça uma pessoa. Está preparada? –Meu pai perguntou meio tenso, e nesse momento não me passou pela cabeça quem seria essa pessoa, sendo assim concordei com certo medo. Não demorou muito para que a morena, alta dos cabelos lisos, e com um sorrisinho no rosto entrasse no quarto.

–Olá Jaqueline, até que enfim somos apresentadas! –Ela disse, eu ri meio sem graça e ela concertou. –Alias ainda não me apresentei, eu sou a Luiza. –Ela disse parecendo simpática, embora ela fosse minha sogra, mulher do meu pai e a avó do meu filho, eu não me sentia a vontade com ela. Talvez fosse por ser alguém que minha mãe tanto odiou, quando soube de sua existência.

–Prazer. –Tentei mostrar alegria em vê-la. Não tive muito sucesso, pois, logo ela se afastou entendendo que não tinha tido lá as melhores recepções. Para quebrar o gelo, Felipe saiu do quarto e logo voltou com um rapaz. Bonito por sinal, e que de longe se via que era parente do meu gatinho.

–Este é o Rafael! –Felipe o apresentou. O rapaz me cumprimentou com um sorriso timido. Apontei para eles o bebê, e logo ouvi os elogios e os comentários sobre o meu filho. A Luiza dizia que ele era a cara do Felipe, também pudera ne? Ela é mãe dele, ia querer puxar para a família dela.


A diversão deles logo acabou, pois a enfermeira pediu para que me deixassem descansar, e eu agradeci mentalmente por isso. Porém, meu pai insistente pediu um tempinho a mais para conversar comigo, e assim que todos saíram ele começou a se explicar. Disse que não tinha entrado antes, porque queria evitar ao máximo os conflitos de Luiza e Soraia. E que mesmo assim minha mãe nem sequer os cumprimentou. Papai disse também que eles estavam hospedados em um hotel ali perto desde o inicio do mês aguardando o momento que Monique os informasse que o bebê nasceria. Achei bonito isso. Durante nossa conversa, meu pai pediu que eu tolerasse Luiza, para evitar constrangimentos, e eu concordei é claro. Afinal problema com sogra é terrível. Por fim ele saiu do quarto, dando lugar a Felipe que se despediu de mim, prometendo estar no hospital no outro dia bem cedo, já que o horário de visitas havia acabado e só minha mãe me acompanharia.


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Notas finais do capítulo

Entãao? Espero ter agradado a todos com o capitulo, espero também que comentem! Bjinhos e obrigada!



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