Eu, Ele e o Bebê - Rumo Argentina escrita por Camila_santos


Capítulo 19
Os porquês


Notas iniciais do capítulo

Oi gentee! Quanto tempo neeh?
Estou numa correria ultimamente... Até hoje estou tendo aula (por causa da greve que teve aqui) E agora estou com cursos também e trabalhando... Até pensei em parar de escrever mas nao aguento, e voltar a escrever essa fic me deixou bem feliz...
Espero que gostem! Estamos em reta final, muita gente agora vai matar a curiosidade de todos os capitulos... kk Boa leitura!



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-Sua mãe desconfiou que você fugiria. –Ele riu.

-Desconfiou? –Perguntei chocada. –como?

-Ela ouviu uma conversa sua com Pedro, e viu o panfleto do ônibus de turismo. –Ele riu.

-Pai, eu que pensava ser muito esperta. Achei que era a fuga da minha vida. –Falei num tom brincalhão, eu estava chocada, imaginaria nunca que minha mãe soubesse desde o inicio, eu sabia que ela teria certeza depois, mais antes? Jamais.

-Ai querida. Você estava sendo monitorada todo tempo!

-Tá. Mas mamãe ligou para o senhor? –Falei me ajeitando na cadeira, ainda mais atenta a ouvi-lo

-Ligou. Ela estava em prantos. Dizendo que você iria fugir. –Ele tentou disfarçar o riso e continuou. –No primeiro momento eu disse que se você fugisse e algo te acontecesse eu não perdoaria nunca sua mãe, e implorei para que ela te impedisse. Mas sua mãe é cabeça dura, e disse que não ia interferir nas suas decisões, apesar de estar desesperada. Eu falei que ia voltar para o Brasil, assim você não iria atrás de mim. Só que eu estava no meio de um grande planejamento no meu trabalho, se eu largasse meu compromisso, perderia o emprego e tudo se dificultaria. Mas eu estava disposto a fazer isso por você. Já que sua mãe não ia te impedir.

-Nossa pai. Você largaria seu emprego por mim?

-Claro querida. Só que sua irmã e o Felipe, não concordaram. Lembro como se fosse hoje o que eles disseram.

*Passado:

-Vai ser preciso deixar mesmo meu emprego, vou conversar hoje com o pessoal do planejamento.

-Mais querido, você veio para Argentina por este emprego vai abandoná-lo. –Luiza.

-Agora tenho vocês aqui. Mas também preciso que minha filha fique bem. –Insisti.

-Pai já sei o que fazer. –Monique. –E se eu e Felipe ou o Rafael fossemos buscá-la?

-Não, não Monique. É arriscado.

-Arriscado? Com que? Pai eu sou uma mulher viajada, conheço o Brasil muito bem. –Monique insistia.

-Mas Monique você nem brasileira é. –Retruquei.

-Pai, moramos longos anos no Brasil atrás de você, conheço muito bem o Rio de Janeiro e São Paulo eu me viro. Pai é a única solução.

-Tem razão. –Felipe disse. –Não me importo de ir até lá com ela. Eu conheço muito bem o Brasil, meu pai era caminhoneiro lembra? Sempre viajava com ele. Sei ir lá de carro.

-Mas como vocês a reconheceriam? E se seguirem a menina errada? –Perguntei, para ter certeza que nada daria errado.

-Pai, o senhor passa 24hrs vendo a foto dela, ate já conhecemos seus traços.                                      

-não sei se isso é o certo a fazer. –Falei ainda pensativo.

-Tadeu, deixe os eles querem aventuras também. Eles vão conseguir. –Luiza acalmou-me.

-E você Rafael? Quer vim com a gente? –Felipe perguntou. –Você viajava mais com papai, deve conhecer melhor os lugares que passaremos.

-Não. Eu ainda não me sinto preparado. Ainda me dói a perda do nosso pai.  –Ele disse num tom triste.

-Então faremos assim, Monique vai até a rodoviária em Belo Horizonte, e viaja com ela. Quando ela chegar no Rio de Janeiro, Felipe segue o ônibus de turismo, e como Monique vai ter que descer junto com ela no Rio, Felipe a pega depois já na saída do Rio, você pega um taxi Monique até lá e já fica o esperando, para que ele não perca o ônibus de vista. Ok?

-Certo. –Eles concordaram.

-E esteja com o celular, para mantermos contato.

-Ok. Pode ficar tranqüilo que cuidarei muito bem de sua filha! –Disse Felipe, eu não confiava bem nele, mais acreditava que ia ser por pouco tempo.

-Acho bom mesmo. Ai de você se tocar nela! Não quero que brinque com os sentimentos dela. –Falei bravo. –Cuidado com ela.

-Prometo! –Ele riu. –Apesar dela ser linda.

-Felipe não brinque com fogo! –Reclamei.

*Voltando ao presente:

Não quis comentar nada das partes de Felipe, para que meu pai não pudesse lembrar de tudo novamente, mais com certeza quando estivesse a sós com Felipe, lembraria.

-Pai, acabou que tudo saiu de outro jeito ne?

-Outro jeito como? –Ele perguntou preparado para falar da gravidez.

-Eu acabei conversando com Monique na rodoviária.

-Força do destino maninha. –Monique intrometeu.

-Estão prestando atenção na conversa? –Papai perguntou sério.

-Foi mal, sogrão. –Felipe disse. E cá entre nós ele já ta abusando com essa de “sogrão”. Meu pai vai acabar se estressando.

-Não foi combinado? É serio? –Perguntei surpresa.

-Não, não foi. Eu até me assustei quando você caiu em cima de mim. Eu estava te vigiando de longe, de repente você levanta e vem correndo pra cima de mim. Aquela mulher que você estava correndo, sua vizinha ne?

-Aram.

-Provavelmente, ela estava ali a mandado da sua mãe. Eu te ajudei a disfarçar para fingir que nem sabia, mais nem era necessário, já que todos já sabiam da sua fuga.

-E quando eles pediram a identidade? –Perguntei me lembrando de cada cena ocorrida.

-Provavelmente foi sua mãe novamente, creio que ela deve ter ficado arrependida e com medo de você se perder, e mandou que conferisse se você estava lá. Lembra que eu te ajudei a não mostrar a identidade? Que até passei meu numero (falso) pro moço e etc?

-Lembro como se fosse ontem. –Falei rindo.

-Então, imaginei mesmo que fosse sua mãe arrependida. Se eles vissem que você era menor de idade, te mandaria de novo para casa, e meu pai ficaria sem te ver por um bom tempo, até sua mãe deixar novamente.

-Nossa filha, estou orgulhoso de você. Obrigado por isso. –Meu pai disse rindo de orelha a orelha.

-Jaqueline, eu senti tanta emoção quando te vi, me deu vontade de correr e te abraçar sabe? Mas nem podia. –Ela disse magoada.

-Ain que fofa. Minha cunhada e irmã. –Falei a abraçando, acho que o nosso primeiro abraço de irmãs. Meu pai não contentou em só nos olhar, chegou mais próximo de nós, e nos deu um grande abraço. Era um lindo momento, e como sempre, lá estava eu aos prantos.

-O que foi meu amor? –Felipe saiu da parede que estava encostado e veio todo preocupado ao meu encontro.

-Não sei. –Falei chorando ainda mais. Nesse momento todos me abraçaram, senti um enorme carinho, lá estava eu com minha nova e apesar de sempre ter existido, família.

Era estranho como tudo estava acontecendo. Com muito custo eles me deixaram sozinha. Felipe ultimamente não me largava para que eu pudesse dar um passo.

Sai da casa de Monique e fui até uma pracinha próxima.Eu penso com mais clareza lá, longe de tudo que me lembre minha realidade. Tentei colocar minha mente em ordem, organizar os fatos, conhecer melhor minha família.

Começando:

Minha família sabia que eu fugiria, minha mãe ligou para meu pai, e eles me escoltaram (o que eu pensei ser uma máfia). A briga dos meus pais aconteceu, porque Luiza (a ex e atual do meu pai) ligou para que Monique o conhecesse. Monique é minha irmã de parte de pai, e irmã de Felipe de parte de mãe. Rafael é o irmão mais velho de Felipe, fruto do relacionamento do pai dele com outra mulher.

Mais ainda pairava sobre minha mente muitos porquês. Como por exemplo: Por que omitiram a verdade de mim tanto tempo? Acho que eu terei a vida toda para que me respondam. Acho que tenho que focar no agora, no meu filho. Penso em ir ver minha mãe, antes de ir para a Argentina. Aliás, não sei se quero morar na Argentina. Queria que meu filho nascesse no Brasil, mais não sei se estou em condição de escolha.

Fiquei mais um tempo ali vendo as crianças brincando, os casais, as mães e seus bebês. Confesso que estava muito confusa, mas também não é pra menos neh? Eu acabava de descobri uma irmã, rever um pai, saber o passado do meu futuro marido, e descobrir tantos mistérios. Acho que tudo aquilo era complicado demais para mim. Penso que seria melhor se eu não focasse em responder todos os meus “porquês” de uma vez só.

-Até que enfim achei você! Achei que tinha fugido de novo. –Felipe disse aparecendo atrás de mim.

-Acho que não tem como fugir da minha historia. –Falei pensativa.

-Amor eu tenho que me desculpar com você. Sei que não está bem com tudo isso, queria de verdade que tudo tivesse sido diferente. –Ele disse enquanto se ajeitava ao meu lado. Pude ver a sinceridade nos olhos dele.

-Felipe está tudo bem. Foi o meu destino, e teremos uma grande historia para contar ao nosso bebê. –Eu disse sorrindo.

-Jaqueline, seu pai ainda vai comentar com você que eu não era um homem de compromisso, vivia a sair para curtir, mas você me mudou. De inicio era só atração, mas as coisas foram aumentando rápido demais de tal maneira que me vejo preso a você, como um ima.

-Eu também estou presa a você.

-Talvez nada disso tivesse acontecido se você não tivesse perdido o ônibus de turismo. Porque a nossa intenção era te escoltar por fora, sem que você visse. Eu só ia seguir ônibus, mas você o perdeu, então achei que ficaria ainda mais segura se eu mesmo te levasse.

-Mas por que não contaram que conhecia meu pai, que estava tudo combinado? A gente demorou tanto tempo no hotel.

-Você não confiaria em mim se eu fizesse isso. –Ele disse sério.

-Eu já não confiava! –Falei sincera.

-Mas ia acabar querendo voltar, ia fazer um monte de perguntas. E sei lá eu sempre te achei pirracenta.

-E preferiu arriscar que eu voltasse? –Indaguei.

-Você não ia voltar! Era seu sonho a viagem, e eu soube te convencer a ficar.  Lembra aquele dia que seu pai te ligou? Mandando que você ficasse no hotel?

-Claro. Achei muito estranho.

-Eu liguei para ele, porque já não dava mais para te controlar. –Ele riu sapeca.

-E por que nesse momento não me contou a verdade?

-Eu tive medo de te perder. Medo que você achasse que fazia parte do plano eu me apaixonar por você. –Ele disse olhando para os pés, depois me encarou com o rosto um tanto angustiado. –Eu não queria te perder, eu já estava ligado demais a você, você foi à melhor coisa que me aconteceu.

Não pude deixar de abraçá-lo, ele me olhou com um semblante melhor que o anterior e continuou falando.

-Seu pai disse que eu podia te contar, mas cada vez piorava a situação, se tornava uma bola de neve. Mas a noticia que Monique era sua irmã, ele mesmo queria lhe contar, pois também temia que você pensasse que ele traiu sua mãe. Então acabou dificultando te contar algumas coisas e omitir outras.

-E u que pensava que a Monique era filhinha de papai, só não sabia que era do meu papai. –Nós rimos.

-E quando finalmente eu ia te contar naquele dia que você disse que já não agüentava mais, Monique ligou para o seu pai para pedir que ele interferisse novamente, e viesse porque já não dava mais para segurar.

-Realmente se você me contasse uma parte da historia, eu entenderia tudo, ligaria uma coisa a outra e descobriria que sou irmã de Monique, porque ela tinha comentado por alto da família dela. –Falei me lembrando do dia que fomos comprar as roupinhas de bebê. –Nossa! Amor, mas como eu fui inocente, agora parece tudo tão obvio. Acho que meu medo e minhas cismas me cegaram.

-Lamento não ter te contado antes. Agora tem uma coisa que não quero que conte ao Tadeu. –Ele disse me olhando fixamente.

-Tudo bem.

-Quando te vi ali, procurando o ônibus pensei em mil e um jeitos de não te fazer desistir. Mas imaginei que não fosse entrar em meu carro, já que é uma típica mineira, meio cismadinha. Mas tudo correu bem quando usei meu charme. –Nós rimos, e eu fiz uma cara de que era mentira. – Confesso que fiquei com medo que desistisse. Jaqueline eu tinha uma foto sua, e confesso que a vi por um longo tempo até memorizar seus traços, mas quando te vi ali, não consegui acreditar que era você. A foto que eu tinha sua era de menina, e na minha frente tinha uma mulher perfeita.

-Ah amor, para. Eu estava toda bagunçada e apavorada aquele dia. –O interrompi.

-E quando você finalmente aceitou ir comigo a São Paulo eu não me agüentei de alegria, te achei meio rebelde, com aquelas suas tiradas e respostas ao nível, até estranhei porque seu pai tinha dito que era mimadinha e metida.

-Eu era, mas meio que revoltei. Antes de te conhecer Felipe, eu me achava decidida, forte. Mas com tudo isso eu mudei demais. –Falei sincera.

-Eu estava esperando uma bonequinha de porcelana, e chega uma mulher linda, forte e corajosa. Você era perfeita demais para te acompanhar só de longe. Então quando o carro estragou não foi de verdade, eu programei aquilo, porque queria ficar mais com você.  Mesmo sabendo que era arriscado que você desistisse, eu queria estar à viagem toda ao seu lado.

Fiquei meio chocada com o que ele acabava de confessar, foi tudo tão realista.

-Se seu pai souber que coloquei a sua viagem em jogo, e por minha causa tudo se atrasou ele ficará com muita raiva de mim.

-Fique tranqüilo, não contarei nada. E te agradeço por ter feito isso. Se não fosse isso talvez não estaríamos assim, grávidos. –Nós rimos.  –Amor porque meu pai demorou tanto para vim até São Paulo nos buscar?

-Como ele te disse estava com um planejamento inadiável na empresa que ele está agora, então eu e Monique tivemos a idéia de vim até você. Esse planejamento era de três meses, seu pai tinha medo que se te pedisse para esperar na sua casa, que ele iria ate você, sua mãe mudasse de idéia. Então garantiu a ela que ele te buscaria, assim que você chegasse no Rio de Janeiro impedindo sua fuga, mas quem acabou indo foi eu e Monique (sua mãe não sabe que fomos nos que te buscamos, para ela você já está na Argentina). E como você estava desconfiada demais para seguir viagem comigo, seu pai teve que dizer que vinha te buscar, mas ele ainda estava no primeiro mês desse projeto no serviço dele, então ele foi te ligando e fazendo com que esperasse. Por muitas vezes ele me ligou dizendo que largaria tudo e que viria, mas por medo de te perder eu insistia para que ele acabasse o planejamento antes. Ao final dos três meses, você já tinha dado a noticia que estava grávida, então fiquei apavorado. E comecei a pedir a ajuda a Monique para que adiássemos a vinda dele ate aqui. Desculpe-me a covardia amor?

-É normal. Então ele demorou a vir nos buscar aqui em São Paulo porque você ficava arrumando desculpas? –Perguntei tentando assimilar melhor.

-Sim. Eu tive muito medo de te perder. Não faço idéia de tantas coisas que disse para afastá-lo.

-Mas se ele desistisse de mim? Eu poderia nunca mais vê-lo! Foi arriscado! –Reclamei.

-Ele não faria isso, ele estava doido para lhe ver.  Por fim Monique mesmo ligou para que ele viesse quando viu que eu ia acabar te contando tudo. Você está com raiva de mim? Por tudo que fiz? –Ele disse sem graça, pegando em minhas mãos.

-Não. Você com certeza estava apavorado.

- E como estava. Seu pai disse inúmeras vezes que não era para eu tocar em você. Era para eu te escoltar, não me envolver. Não queria decepcioná-lo. Eu o tenho como pai.

Eu agora me sentia melhor, acho que eu já sabia uma boa parte de tudo isso, só sentia um enorme frio na barriga quando lembrava o que eu ainda ia passar como encarar minha mãe, ir à argentina e a chegada do meu bebê.

    


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Notas finais do capítulo

Muito obrigada a todos que leram! *----*
Espero que comentem, nem que seja para criticar... Se alguma coisa estiver confusa por favor me avisem? Beijinhoss! Até o proximo capitulo.



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