Irmãos?! Não! escrita por sisfics


Capítulo 21
Capítulo Dezesseis: Álbum de Família - Pt 1




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Bella Pov

Alguns dias depois.

- Podem fechar o livro.

Fechei a apostila de biologia e a joguei dentro da minha mochila no chão.

- Bem, ainda faltam alguns minutos para a aula acabar e tenho uma surpresinha pra vocês. - o professor esfregou as mãos e foi para trás de sua mesa - Tenho aqui uma ficha que poderão tirar suas cópias na xerox da escola com todos os quesitos que devem seguir para o trabalho de ciências. - a turma começou a se manifestar negativamente - E que valerá ponto! - completou.

Alguns ficaram mais satisfeitos, outros bufaram em resposta.

- O trabalho deve ser feito com a sua dupla de laborátório, porque sinceramente não estou com vontade de ter que anotar de novo o nome de todos vocês e ter que aturar reclamações de troca de dupla "porque fulano não está trabalhando como o esperado" ou "porque ciclana está fazendo o trabalho ficar horrível". - imitou vozes e depois bateu o bolo de papéis que estava em suas mãos na mesa.

Esse professor estava ficando mais louco a cada dia que passava, mas ainda assim gostava dele. Os murmúrios e reclmações aumentaram ainda mais.

- Hey, silêncio pessoal. - reclamou.

Mike ao meu lado bateu com a cabeça no próprio livro em cima da bancada.

- Não acredito nisso. Trabalho de ciências não. - resmungou.
- Será legal, Mike. Não faça todo esse drama.
- Pelo menos, você não é a Jéssica. Tenho certeza que ela só teria idéia para fazer um vulcão. - segurei uma risada e me endireitei na cadeira.
- Espero que todos façam e, só para ficarem sabendo, a avaliação será feita por todos os professores de ciência da escola e por seus parceiros. Ouviu bem, Sr.Robinson? Melhor não tentar coagir seu parceiro ou saberei, entendeu? - perguntou à Ken Robinson algumas cadeiras na nossa frente que sentava com um nerd qualquer que eu nem sabia o nome.

O sinal tocou em seguida e todos começaram a se levantar e ir na direção da saída.

- A partir de amanhã os papéis estaram na xerox, não se esqueçam. Corram, meus monstrinhos. Corram. - o professor disse mais uma vez.

Quando me dei conta, Mike estava ao meu lado com uma expressão estranha no rosto.

- O que houve?
- Tenho uma má notícia. Na verdade, duas.
- Pode dizer.

Paramos ainda na frente da porta, mas longe dos empurrões. Edward não tinha vindo hoje à escola e isso estava tornando meu dia bem mais fácil e leve. Consegui almoçar na mesa com Alice, Jasper, Rosalie, Emmett e Jacob, que agora almoçava comigo na maioria das vezes.

- Sou péssimo na escolha de trabalhos como esse. - resmungou.
- Não se preocupe, cara. Eu arrumo o tema.
- Tem outra coisa. Comentei com você que estava de castigo por causa da festa, então tudo bem se você for lá para casa para resolvermos isso, né.
- Tudo bem por mim, Mike.
- Valeu, nos vemos depois. - se despediu e foi andando até sua aula.

Andei também até a minha esperando ter mais sorte na educação física. Então, senti meu celular vibrar no bolso da calça e era uma mensagem de James.

'Quer sair hoje à noite? Dançar?'

Pensei por um instante nas advertências das minhas amigas e em todo o resto, mas estava quase me recuperando de Edward. Continuaria a ficar com James, então respondi antes de entrar na quadra.

'Sim, a hora que você quiser.'

Edward Pov

Meu celular tocou e tive que levantar da cadeira para poder atender. Era Jéssica.

- Alô.
- Oi, Edward. Tudo bem?
- Tudo. - respondi sem vontade.
- Pensei em te ligar depois da escola, só para saber porque não foi hoje.
- Não estava me sentindo bem. - menti assim como fiz para Renne de manhã.
- Ah, que pena que não fo-
- Jéssica, desculpa te interromper, mas é que estou sem paciência de ficar no celular, então diz logo o que você quer.
- Ah, sim, desculpa? - respondeu sem graça - É que hoje o professor de biologia passou um trabalho que terá que ser feito com o parceiro de laboratório e valerá nota, então pensei que já pudesse te avisar. Porque não pergunta para Bella depois? - seu tom de voz mudara.
- Não dá. Er, melhor falar agora.
- Mas você está passando mal, não acha que a Bella pode te ajudar?
- É melhor não. - sentei na cama já impaciente e com vontade de desligar na cara dela.
- Pensei que você e a Bella já tivessem passado com essa richa idiota, que coisa.
- Eu também. - queria mesmo que ela parasse com o que estava acontecendo.
- Er bem, segunda tiro a cópia que o professor deixou para a gente e te entrego. Ele disse que deixaria amanhã mesmo na xerox e já estaria tudo pronto na segunda.
- Tudo bem. Obrigado. - estava prestes a desligar quando me chamou.
- Eddie. Ainda não.
- Diz.
- Queria saber se você vai fazer alguma coisa esse final de semana, talvez a gente pudesse se ver.

Apoiei a cabeça na mão livre e tentei não bufar alto demais.

- Bem, acho que não é uma boa idéia. - tentei ser delicado.
- Er, que eu pensei que-
- Talvez uma outra hora, não acha melhor? - procurou o que dizer, mas achou melhor se despedir.
- Então, tudo bem. Nós nos vemos na segunda. - desligou em seguida.

Deitei a cabeça no travesseiro e tentei relaxar, mas não fui muito bem nisso. Alguns minutos depois, Renne bateu na porta e disse que o jantar estava pronto.

Respondi dizendo que já desceria e peguei uma camisa dentro do armário para vestir. Abri a porta do quarto ao mesmo tempo que Bella que fingiu não ter me visto e desceu as escadas em saltos. Meu pai estava chegando na mesma hora que Renne tirou o assado do forno e pôs na mesa.

- Ah, céus. Era disso que eu precisava. - exclamou vendo a mesa.

Ela deu uma risada e depois se beijaram.

- Vai tomar banho agora? A gente pode esperar.
- Não, vou só lavar a mão. Tomo banho depois do jantar. - estava afobado.

Me sentei na cadeira de frente para Bella que ajeitava os cachos. Estava diferente, seus olhos estavam marcados com uma maquiagem preta e a pele ainda mais lisa. Vê-la tão linda não ajudava nem um pouco. Continuou avaliando os dois, até que meu pai se sentou na cabeceira da mesa e sorriu para ela.

- Está diferente, Bells.
- Da última vez que disse isso eu estava com aquela maldita anemia. Dessa vez é bom ou ruim? - perguntou bem-humorada.
- É bom. Você está bonita.
- Obrigada.
- É que ela vai sair com o James essa noite. - Renne soltou se sentando e começando a se servir.
- O que? - não me contive.

Meu pai parou de fazer o que estava fazendo e olhou de Renne para mim e vice-versa.

- Sair? - perguntou em seguida.
- Ele vai me levar para dançar. Nada demais. - Bella respondeu.
- Er, que legal. Vai chegar tarde?
- Não se preocupe, Carlisle. - Renne interrompeu - Ela é bem responsável e eu confio cegamente em James.

Percebi que Bella abaixou a cabeça nessa hora e aquilo me trouxe ainda mais medo. Onde estava com a cabeça?

- Que horas vem te buscar mesmo? - perguntou.
- Dez horas, mãe. - deu de ombros.
- Não consigo me acostumar com essas coisas, sabia? Você é só uma criança. - meu pai resmungou, mas estava sorrindo.
- É, um dia eles crescem. - Renne disse para si mesma.

Bella sorriu também e começou a encher seu prato com comida. Ainda não conseguia acreditar que ela sairia com James, era por isso que estava tão maquiada e com os cabelos escovados. Estava fazendo tudo aquilo para agradá-lo e me irritar mais. A última cena deles se beijando na semana passada voltou para minha cabeça e tive vontade de vomitar. A idéia de que talvez Bella estivesse fazendo isso porque estava começando a gostar de James de novo e não só para me fazer ciúmes me deixou ainda mais amedrontado.

- Não vai comer, Edward? - Renne perguntou me fazendo desviar o olhar dela.

Não soube o que responder nos primeiros segundos, mas arrumei uma desculpa em seguida.

- Ainda estou passando muito mal.
- Não melhorou desde de manhã? - se preocupou.
- Não, acho que a dor-de-cabeça agora está pior. Posso subir, não estou com fome.
- Quer que eu prepare um remédio para você? - apoiou a mão no meu braço.
- Não precisa. Só preciso respirar um pouco. - me levantei, tirando sua mão de mim sem ser indelicado e subi para meu quarto.

Esperei tempo suficiente para que terminassem o jantar e quando ouvi a porta do quarto de Bella se fechando, desci para a cozinha de novo para tentar convencer meus pais a não deixarem aquela louca sair de casa com o idiota. Evitei fazer barulho e quando estava próximo o suficiente da cozinha escutei a conversa de Renne e Carlisle.

- Desculpa, sei que não é bom ficar me metendo nas suas decisões, mas não gosto desse rapaz. Algo nele não me traz confiança. - meu pai disse secando um prato que Renne tinha acabado de lavar.

Concordei internamente quando percebi que falava de James e continuei escutando.

- Carlisle, deixe de besteira, tanto você pode dar sua opinião nas minhas decisões com Bella quanto gosto de dar as minhas em relação ao Edward.
- Sim, mas fico com medo de que ela ache que estou me intrometendo nas suas decisões e se chateie comigo por não ser... o pai dela.
- Também sinto esse receio com Edward. Mas não se preocupe. Nossos filhos são bem maduros, entendem isso muito bem. E Bella não te trata como se você fosse só "o meu marido".
- É, eu sei. Vai pensar no que eu disse?
- Pra falar a verdade sim, mas também estava pensando em outra coisa aqui com meus botões.
- O que?
- Talvez um jantar para te apresentar James e você vai ver o quanto esse rapaz é educado.
- Quem vê cara não vê coração. - resmungou.
- Deixe de implicância com o garoto, isso é ciúmes de pai. - disse rindo.
- Tomára que seja só isso mesmo. Ah, esqueci de perguntar a Bella sobre o carro.
- Querido, não acha que está sendo duro demais com Edward? Ele fez uma besteira, mas andar três quilômetros daqui até a escola por causa de uma noitada?
- Andar faz bem para o coração. - debochou - O garoto é um atleta, isso o mantêm em forma.
- Percebo que fica mais cansado.
- Ele não devia ter feito aquilo com Bella naquela noite. A deixando sozinha, ter chegado bêbado em casa, no dia seguinte. Já imaginou se ele tivesse pego o carro naquele estado? - nem se quisesse poderia ter pego do jeito que apaguei - Poderia ter acontecido um acidente. E se Bella estivesse com ele? Edward foi irresponsável demais dessa vez, não vou perdoar fácil assim.
- Talvez pudesse dar outro castigo a ele.
- Não, querida. Ficar sem o carrinho de estimação é o melhor castigo que pode ter. - disse secando outro prato - Talvez amanhã eu dê a chave para Bella. Que fique com ela de vez. - deu de ombros.

Me escondi ainda mais atrás da parede com medo que me vissem, mas continuei observando.

- Onde está mesmo a chave? - meu pai virou para trás, na direção da porta, e quase não deu tempo para que eu me escondesse. Ele verificou por mais um segundo se não tinha ninguém escutando e depois respondeu:
- Na minha gaveta do banheiro, onde guardo o barbeador e essas coisas.
- Ah, sim. - pareceu fazer um movimento de se abaixar por ter parado de falar e pelo barulho que ouvi de seu sapato no piso - Não sei se ela vai querer o volvo. Bella não liga para essas coisas.
- É que também fico com pena da menina dos Brandon ter que sair do caminho dela para vir buscá-la aqui.
- Isso é. - Renne ficou quieta por uns instantes e quando disse de novo parecia mais preocupada - No que está pensando?
- Tenho medo, sabe? Fiquei tanto tempo distante do meu filho depois que Esme morreu. Tenho medo de que não o conheça mais como antes. Ele era tão pequeno.
- Como assim?
- Edward não parecia ter bebido aquela manhã, parecia mais diferente como se tivesse. - se calou - Esquece.
- Diga, Carlisle.
- Com se tivesse... usado alguma coisa, entende?

Fiquei estático por ouvir aquilo vindo do meu próprio pai. Não era possível que não me conhecesse a esse ponto. Ele tinha que saber que eu jamais seria capaz de usar qualquer coisa.

- Sabe que pensei seriamente em pedir que fizesse um exame de sangue no dia seguinte?
- Ah, Carlisle, não pense uma coisa dessa. Edward é um bom menino. Jamais faria isso. Foi uma irresponsabilidade de momento. Esqueça, está bem?

Ele pareceu assentir, apesar de ainda não estar os vendo. Foi quando um estalo aconteceu na minha mente e tive a leve lembrança de cair numa cama enquanto todas as minhas células pareciam ficar dormentes.

- Me drogaram. - sussurrei - Deve ter sido alguém que tem contato com isso ou então um hospital.

Dei uma última espiada para dentro da cozinha, para ver se eles tinham ou não me ouvido e subi correndo enquanto ainda conversavam sobre mim.

A dor-de-cabeça que sempre tinha quando me lembrava daquela noite voltou, mas agora estava mais fraca.

Sabia que qualquer coisa que tivesse usado já não teria mais nenhum rastro no meu sangue ou no meu corpo para que pudesse provar a Bella que não sabia de nada do que tinha acontecido naquela noite. Ainda assim, liguei meu laptop, o jogando em cima da cama e digitei algumas coisas no google. Tinha a suspeita leve de alguém que tivesse acesso àquilo e agora eu precisava apenas de alguns nomes de remédios e, principalmente, o nome da maldita dona daquela tornozeleira.

Quando já eram quase onze horas, ouvi uma buzina e a porta do quarto de Bella e de nossos pais se abrindo.

- Está com a chave, querida? - Renne perguntou.
- Não se preocupe, mãe.
- Boa noite e, por favor, tenha juízo.
- Não precisa se preocupar. - parecia ter um sorriso na voz.

Desliguei só a tela do computador e fui para mais perto da porta.

- Vocês vão aonde mesmo?
- Port Angeles, na Times. O James conhece bem. Quando eu chegar, venho no seu quarto te avisar, está bem?
- Sabe mais ou menos que horas? - talvez as idéias do meu pai estivessem começando a entrar na mente de Renne.
- Não me espere. Sabe que só de viagem são quase duas horas.
- Tudo bem, vou dormir. Carlisle também já caiu no sono.
- Okay, mamãe, boa noite. - as duas se despediram e ouvi o barulho do salto de Bella descer a escada.

Eu estragaria a noite de James.

Bella Pov

Caminhei com frio até estar parada na sua frente. Ele me esperava com a porta do carro aberta e um sorriso no rosto.

- Pensei que você não viesse mais. - riu.
- Cala a boca e vamos logo. - rosnei entrando no carro do pai dele.

Esperei que fizesse a volta e entrasse também.

- Trouxe minha identidade falsa. Ainda preciso dela. - resmunguei sorrindo.
- Quase inútil, baby. Esqueceu que você tá comigo? - apoiou sua mão na minha coxa e arrancou com o carro.
- Vamos na Times, não é? Você não vai me arrastar para... - ainda tinha medo de que James voltasse a usar aquelas coisas de antigamente, estava me preocupando comigo mesma.

A diferença de antes para agora é que eu era perdidamente apaixonada por ele e aceitaria que me levasse para qualquer lugar, já agora não o amava e qualquer deslize seria o suficiente para me fazer sair de lá correndo.

- Eu prometi, meu amor. Confia em mim de novo, está bem? - assenti nervosa, e apoiei minha mão sobre a dele no meu joelho.
- Não está com frio? - espiou minha falta de roupa por causa daquela saia.
- Um pouco. - dei de ombros.

Ele aumentou o aquecedor do carro e me espiou mais uma vez.

- O que foi? - perguntei.
- Ora, fiquei mais de um ano sem te ver. Fui embora antes daquele verão e voltei no final do último, então estou reparando o quanto você. - sorriu para o meu decote - Cresceu. - completou malicioso.
- Você é um idiota. - resmunguei fechando meu casaco até em cima.

Deu uma risada e relaxou no banco. Era estranho tentar me compotar dessa maneira de novo com outro cara, como se só conseguisse fazer isso agora com Edward. Pensei por um instante que era uma pessoa bem azarada: os dois homens que já amei não valiam nada e mesmo assim parecia que jamais conseguiria me livrar deles. A idéia de fugir de Forks assim que entrar para a faculdade e nunca mais voltar parecia irresistível.

- Tá com uma cara preocupada.
- Impressão.
- Então vem aqui. - pediu levantando um dos braços para que me deitasse em seu peito.


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