Irmãos?! Não! escrita por sisfics


Capítulo 2
Capítulo Dois: A primeira vez a gente não esquece




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Bella Pov

Três meses depois.

- Eu aceito. – minha mãe estava tão linda naquele vestido.
- Carlisle, você pode beijar a noiva. – O Doutor se inclinou devagar e eles se beijaram.

Todos começaram a aplaudir no jardim. O casamento foi perfeito. Minha mãe tinha passado o dia inteiro com um sorriso enorme. Fazia três meses desde o primeiro jantar. Achei que o casamento foi meio às pressas, mas é que não deu muito trabalho mesmo arrumar tudo. Foi só para os íntimos no jardim do salão de festa, o único de Forks. O salão estava lindo, o altar perfeito. Acho que até poderia me acostumar com a idéia de ter uma nova família. Seria melhor se Edward não estivesse incluído, é claro. Mas fazer o que? Falando em Edward, não conversava com ele desde a nossa briga do carro. Não implicou mais comigo. Nenhuma piadinha sequer. No laboratório de biologia não fálavamos nem quando era preciso. Era como ter um zumbi ao meu lado. Nem nos jantares que eram freqüentes na casa de Carlisle, nós trocávamos algumas palavras. Nenhum pio.
Era melhor assim. Já ia ser horrível acordar de manhã e dar de cara com ele no quarto da frente. Os dois se mudariam para minha casa já que lá tinha três quartos e na deles apenas dois. As caixas da mudança já estavam no quarto da frente e assim que voltassem da lua-de-mel começariam a morar lá em casa. Apesar da festa estar maravilhosa, tive vontade de ficar sozinha. Fui para a varanda do salão que fazia um grande “C”. Como a porta era só de um lado, fui para o outro para que ninguém me visse. Lá havia uma espécie de lounge com um sofá.

Me sentei ali, apesar do frio do início de novembro, e pus as pernas na mesa. Fiquei um tempo sozinha abraçando duas almofadas, mas então o vi. Ele saiu, se apoiou na parede e parecia sussurrar alguma coisa para si mesmo. Ficou um tempo assim, até que depois se endireitou e olhou para os lados e me viu.

- Oi. – Edward falou ainda de longe.

Não respondi. Estava pensando que ia me dar aquele fora escroto, passar três meses sem olhar na minha cara e depois falaria com ele assim tão naturalmente? Apenas ignorei. Veio caminhando na minha direção e parou de frente para mim.

- Posso me sentar do seu lado? – perguntou educado.
- Você faz o que você quiser. Eu não tenho nada a ver com a sua vida, não foi mesmo isso que me disse? – abaixou o olhar.

Devagar se sentou oo meu lado, tirou o paletó e a gravata. O que era isso? Streaptease? Ficou na mesma posição que eu, colocando as pernas na mesinha da frente e deitando o tronco pelo sofá.

- Me empresta uma almofada?
- Claro. – peguei uma das que segurava e dei com toda força em sua barriga.

Estava perdendo a razão. Só pode.

- Bella, vamos parar com isso, tá legal?
- Você não está esquecendo de nada primeiro?
- Eu sei. – parou um pouco para pensar o que ia dizer.
- Se for demorar eu espero. - debochei.
- Pô, eu estava estressado naquele dia. Tava puto. E a última pessoa que queria ver no mundo era você. E de repente, você aparece toda metida querendo saber da minha vida.
- Ah, entendi. Você fica puto e desconta nos outros. Como se só você tivesse problemas na humanidade, ou se esqueceu que eu estava na mesma situação?
- Não foi isso. É que... poxa, Bella. Tente entender.. Não foi uma notícia muito boa para nós dois. Me desculpa? Não devia ter te tratado daquele jeito. – pegou na minha mão.

Como assim estava pegando na minha mão? A puxei de volta.

- Tá, tudo bem. Eu te desculpo. Também fui muito intrometida. – sorriu.
- Bom, e então? O que está fazendo aqui fora?
- Acho que o mesmo que você. Pensando.
- É o que tenho feito nos últimos meses. – disse com uma voz cansada.
- Eu também. Pelo menos deu tudo certo. - dei de ombros.
- Falando em dar tudo certo. Amanhã vai ficar em casa?
- Vou. Porque?
- Acho que vou começar a arrumar as coisas do "meu" quarto. Tudo bem? – puta que paril. Edward de domingo à domingo.
- Tá, né.
- Eu amo seu bom-humor. - rosnou.
- Acredite, é tudo só pra você. – riu um pouco.

Encostei a cabeça no sofá e ficamos ali por mais muito tempo. Em silêncio mesmo. Senhor, daí-me forças.

[...]

DING DONG! Ai que dor-de-cabeça. DING DONG! Que horas são? Onde eu estou? DING DONG!

- Espera, porra. – dei meu grito mais potente.

Comecei a descer as escadas cambaleando. Eram dez da manhã, mas ontem fui dormir tarde. Pensei que teria paz por uma semana sem minha mãe em casa antes que tudo mudasse totalmente. Fosse quem fosse o desgraçado que tivesse tocando essa merda de campainha, estaria morto em breve. Abri a porta com ódio.

- Tinha que ser você, seu filho-da-puta. – o puxei pela gola, fechei a porta e o encostei na parede. – O que você está fazendo aqui essa hora?
- Bella, são dez da manhã. Você queria que eu viesse arrumar as coisas dez da noite?
- Começou com o pé esquerdo, hein Edward?
- Com você é sempre o pé esquerdo primeiro. Antipática.
- Ah, vai se fuder. – lhe dei as costas e subi os dois primeiros degrau, mas notei que sibia sozinha e me virei – Vai ficar aí parado ou vai terminar logo isso?

Começou a subir logo atrás de mim.

- Você arruma suas coisas, eu vou voltar para a cama. Não atrapalhe meu sono.
- Tá. – ele abriu a porta do seu futuro quarto e entrou.

Fiz o mesmo e me joguei nos lençóis. Fiquei por um tempo deitada, e já estava quase pegando no sono, mas 'PAW!PAW!PAW'. Só podia estar de sacanagem comigo. Levantei e fui até a fonte do barulho.

- O que você está fazendo? - esperniei.
- Dá para parar de gritar, por favor?
- Edward, estou tentando dormir. Isso é um martelo? - apontei para sua mão.
- Como você quer que eu monte a minha cama? Com uma pena talvez para não atrapalhar sua soneca.
- Isso não está dando certo. O casamento foi ontem e você já está pertubando.
- Garota, sai do quarto. Vai embora, por favor?
- Estou na minha casa. – levantou ficando de frente para mim muito próximo me encarando de cima.

Senti um arrepio descer a minha espinha.

- Agora, queira você ou não, também é a minha.

Pior de tudo era que tinha razão. Tive mais vontade de chorar. De ódio, obviamente. Mas jamais choraria na frente dele. Sai do quarto, batendo a porta, e fui até a cozinha. Fiz meu café da manhã e comecei a tomar.

- Desgraçado.

Percebi que tinha uma lágrima saindo do meu olho. Tratei de secá-la muito rápido. Joguei o conteúdo da xícara na pia por não conseguir tomar mais. Subi e busquei uma roupa no meu armário para tomar meu banho. Pelo menos a água quente ia me desestressar um pouco.
Minha tática deu certo. A água , o shampoo de morango, esqueci da vida. Mas uma hora teria que sair dali debaixo. Fechei o chuveiro e saí do box. Olhei para um lado, para o outro e fiquei abismada como cada vez fico mais sou sortuda. Na confusão esqueci a porra da toalha. Já estava quase saindo do banheiro, nua mesmo quando lembrei que Edward estava em casa.
Que ótimo. Agora perdi também a minha liberdade. Mas, se ele também quer morar nessa casa, é bom ir se acostumando a servir aos irmãos. Ou melhor: a irmã.

- Edward. – gritei pela fresta da porta que abri.
- Que é?
- Vem cá. – em poucos segundos estava abrindo a porta do quarto – Psiu? Aqui, no banheiro. – olhou para mim sem entender nada.
- O que você quer afinal? Está me atrapalhando.
- Sabe que que é. É que você podia ser um irmão mais velho bem bomzinho para mim e me dar uma ajudinha. – fiz carinha de feliz, ao mesmo tempo que debochava bastante ao chamá-lo de "irmão"
- Agora que precisa de mim está de bom humor.
- Edward, não dificulta. Pega a minha toalha, por favor? – praticamente fiz um biquinho.

Fez uma cara de quem estava muito puto da vida.

- Onde é que tá?
- Ah, obrigada. Meu armário segunda gaveta da esquerda.
- Espera um pouco. – entrou no meu quarto.

Lá dentro estava a maior bagunça. Um tempo depois saiu e ficou de frente para porta do banheiro.

- Toma. – a estendeu na minha direção.
- Obrigada. – segurei e puxei, mas não a soltou - Edward, me dá a toalha.
- Pega Bella. – puxei de novo, mas ainda não tinha soltado.
- A brincadeira não está engraçada, eu tô toda encharcada e com frio. Me dá a toalha agora.
- Só se você disser uma coisa primeiro. – lá vinha com as brincadeirinhas idiotas – Diz que sou o melhor irmão do mundo. - o feitiço virou contra o feiticeiro.
- Há! Não mesmo. – puxei de novo.
- Então não tem toalha. – a puxou para ele o que quase me fez sair do banheiro, mas me segurei na porta.
- Ai que saco. Me dá essa toalha.
- Diz que eu dou.
- Idiota.- puxei com as duas mãos.

Como dei um impulso muito forte, acabei me movendo um pouco. Havia se passado muito tempo desde que saí do chuveiro então o chão inteiro estava molhado e acabei escorregando caindo no chão sem largar a toalha. Edward também ainda não tinha a soltado e acabei o puxando para dentro junto caindo sobre mim.
Quando dei por mim estava deitada no chão, a toalha entre nós e Edward em cima de mim olhando nos meus olhos completamente assustado. Foi a primeira vez que olhei nos olhos de Edward Cullen. Eram verdes. Nunca tinha percebido que eram tão lindos e eu não ia esquecê-los por um tempo. Continuou um tempo apenas me observando e depois começou a aproximar o rosto do meu devagar. O que ele estava pensando? Caramba.

- Edward, sai de cima de mim. – pareceu acordar de algum devaneio.

Dei um empurrão o fazendo cair do meu lado, enquanto eu puxava a toalha ainda mais e me cobria com ela por completo. – Sai do banheiro agora.

- Desculpa Bella?
- Olha o que a sua brincadeirinha idiota fez. – bufou e se levantou, depois me deu a mão pra eu me levantar também. – Eu não quero mais sua ajuda. Sai, anda logo. – retirou a mão e saiu do banheiro.

Me levantei e me sequei. Depois me vesti, e sequei o chão antes que tomasse mais um tombo. Idiota! Eu podia ter me machucado. Ou pior: ele poderia ter me visto nua. Será que chegou a ver alguma coisa?
Babaca! Sabia que isso não ia dar certo. Saí do banheiro e desci logo, sem olhar para dentro do quarto dele que agora estava com a porta aberta. Coloquei a toalha para secar e liguei a tv da sala. Procurei em vários canais, acabei escolhendo um filme de terror idiota: O massacre das crianças zumbis.
Será que mais alguém estava assistindo isso? Depois que vi uma menina comendo o cara que tentava fugir eu decidi: com certeza, ninguém mais no país assistia àquilo. O filme estava quase no final quando o ouvi descendo a escada. Veio até o sofá onde eu estava deitada.

- Ei, levanta as pernas, por favor? – levantei e depois que sentou coloquei-as no seu colo – Bella, me desculpe pelo banheiro?
- Tá. Esquece isso, valeu? – disse ainda olhando para tv.
- Você está realmente assistindo esse filme?
- Não.
- Eu sabia. Então que tal me dar uma ajudinha.
- Se tiver toalhas no meio não faço. – bufou.
- Já são quase uma da tarde. Faz um almocinho gostoso lá pra gente. Faz? – estava pensando que eu era o quê? Empregada?
- Tenho cara de Jurema? – perguntei olhando em seus olhos.
- Não. – respondeu sincero. Ainda bem que não tinha.
- Então, não sou sua empregada. Faça a comida. Se vira, você não é quadrado. – voltei a olhar pra tv já que ficou quieto depois do fora.
- Bella, a casa é sua. - recomeçou com a desculpa esfarrapada.

Homem é bicho preguiçoso mesmo. Que nojo dele.

- Correção: É nossa. Não foi isso que você disse? – adoro contradizer as pessoas com o que elas próprias falam. – Tem comida na geladeira, o fogão não é seu inimigo e se você não tiver mesmo muita intimidade com as panelas, o telefone fica logo ali. Pede uma pizza. – aumentei o volume da tv.

Agora os zumbis estavam dentro de um celeiro, estava chovendo e tinha sangue escorrendo na cara da garotinha. Fiz uma careta. Ele levantou empurrando minhas pernas e foi na direção da cozinha.

- Grosso.

Pouco tempo depois o ouvi falando ao telefone. Pelo que entendi em vinte minutos chegava uma média de frango com catupiry. Minha preferida. Pouco tempo depois a campainha tocou. Ele atendeu, pagou e depois levou a pizza para cozinha. O cheiro do catupiry me estimulou a levantar do sofá. Quando cheguei na cozinha a pizza inteira - sim, inteira - estava no seu prato. Olhei dentro da caixa para ver onde estava o meu, afinal estava atacando a pizza com toda a vontade que tive medo de puxar alguma coisa para mim e perder a mão.

- Cadê meu pedaço?
- Bom. – fez cara de pensativo – Acho que está na pizzaria.
- Você não pediu pra mim?
- Eu não. Porque pediria? Afinal, você sabe se virar. Você não é quadrada, não é mesmo? – viado.
- Claro. Eu sei me virar.

Não ia ficar sem comer por causa desse imbecil.

Edward Pov

Ela ficou puta comigo. Bem feito. Quem mandou não me ajudar? Ainda bem que só ia morar nessa casa até a faculdade. Assim que eu terminasse o terceiro ano me mudaria para perto da faculdade e nunca mais aguentaria Bella. Até que poderia sentir um pouquinho de saudade de emputecê-la, mas se nossos pais continuassem casados, poderia irritá-la um pouquinho no natal. Ela começou a cozinhar alguma coisa identificável em duas panelas. Depois que um cheiro bom começou a invadir a cozinha, pegou um tabuleiro e um pacote no armário. Queijo e presunto na geladeira. O que estava fazendo afinal? Continuei a comer minha pizza. Ela montou um tabuleiro de lasanh.

Hum, eu adoro lasanha. Pegou o tabuleiro pesado com dificuldade e colocou no forno. Depois começou a por a mesa para ela e se sentou de frente pra mim.

- Como está sua pizza? – pergunto depois de um tempo me olhando.
- Maravilhosa. – peguei um dos últimos pedaços e coloquei na boca.

O telefone tocou e ela foi atender.

- Alô. Mãe? – gritou feliz. – Tudo ótimo por aqui. – me levantei e fiquei ao seu lado.
- Oi Carlisle. Só um instante que eu vou por no viva-voz para ele ouvir também. – apertou o botão.
- Edward?
- Oi pai.
- E então, crianças? Como vocês estão? – perguntou.
- Muito bem. – Bella respondeu olhando para mim com uma cara engraçada.
- É, muito bem. – confirmei.

Estaria melhor se existisse um anti-tpm para me defender dela.

- Que bom que estão se dando bem, queridos.
- Como foi o voô mãe?
- Foi maravilhoso.
- Você já terminou de montar os móveis Edward? – meu pai perguntou.
- Já terminei sim. Só falta trazer os objetos pequenos, mas faço aos poucos durante a semana depois da escola. – respondi.
- Falando em escola. Os dois indo normalmente, ouviram? E sem atrasos. – Renne disse com toda a autoridade de uma verdadeira mãe.

Foi a primeira vez que me dei conta de aquela autoridade fez falta. Não que a considerasse minha mãe e jamais faria isso, mas era diferente.

- Pode deixar. Não sou nenhuma degenerada. Como é o hotel? – Bella perguntou.
- Muito bom. E eu nunca pensei que as Bahamas fossem tão lindas. – Renne parecia excitada.
- Que bom.
- Renne! Vamos logo. – ouvi a voz do meu pai longe.
- Crianças, vou ter que desligar.
- Tudo bem. Boa lua-de-mel. - desejei.
- Obrigado, filhão. Se cuida. – meu pai gritou me fazendo rir.
- Vou lá, queridos. – Renne disse, mas Bella pegou o telefone do gancho apertando o botão de viva-voz de novo.
- Mãe, espera. – pediu – Quero falar uma coisa antes. Tira do viva-voz, por favor? - esperou um pouco e sorriu - Mãe, sei que você pode ficar preocupada comigo. Mas, não que eu esteja querendo me ver livre de você, sabe que vou morrer de saudade, só queria pedir para evitar ligar para casa. – não entendi o pedido e sua mãe também não – Porque essa é sua lua-de-mel. Aproveite. Não se preocupe comigo. Sei me cuidar sozinha, então não fica ligando muito aqui para casa, tudo bem? – esperou a resposta. – Tá, mãe. Eu também te amo. Tchau. Manda um beijo para o Carlisle.

Desligou o telefone e voltou para mesa. Também voltei em seguida.

- Não, entendi o que pediu.
- Só disse para não ligar. Não se preocupar comigo. – olhou nos meus olhos quando terminou de falar. – Não a vejo sorrindo como ela sorri com seu pai desde que o meu morreu. Ela vai ter uma semana só para os dois. Como um sonho. Porque teria que ser estragado com ela ligando o tempo inteiro para mim? Perguntando se fui para escola, se eu estou comendo.
- E você acha que não vai ligar?
- Acho. Pedi que não fizesse. Ela confia em mim, ela não vai ligar. – Bella era como eu nesse aspecto, sempre querendo o bem de sua mãe e eu sempre o do meu pai.

Terminei de comer e depois ela tirou a lasanha do forno. Continuei sentado a vendo se servir. Pôs um pedaço enorme de lasanha no prato e depois levou um pouco até a boca com o garfo. Engoliu tudo de uma vez e depois gemeu de prazer.
'Garfo sortudo.' - pensei. Não. Eu devo estar ficando louco. Engolindo em seco quando ela levou o segundo pedaço. Tinha mesmo que comer desse jeito? Acho que a cena no banheiro me afetou um pouco. Ficar naquela situação constrangedora não foi muito bom. Não podia ter pensamentos assim. Precisava me controlar.

- Vou terminar de arrumar minha coisas. – disse levantando da cadeira.

Posso dizer que o resto do dia foi calmo. Ela não me pertubou mais nenhuma vez enquanto eu arrumava minhas coisas. Eram quase dez da noite quando bateu na porta.

- Posso entrar? – disse enfiando a cabeça na fresta.
- Pode.
- Vai demorar muito ainda?
- Já quer se ver livre de mim?
- Para falar a verdade sim, mas não vou conseguir nem tão cedo. Só quero saber se vai embora agora.
- Queria terminar o que já está por aqui. Talvez se tivesse uma ajuda terminaria mais cedo. – fez uma cara de desprezo.
- Eu te ajudo.
- Que animação. Uhul.
- Não reclama Edward. – disse se sentando do meu lado na cama. – Tá arrumando o que?
- Nesse instante, estou descansando, mas vou atacar aquela caixa ali já já e será a última.
- Uau. Que excitante. – resmungou jogando as costas na cama.

Levantei e peguei a caixa no chão, depois a coloquei do lado dela na cama e abri.

- Toma esses livros. Põe ali em cima daquela prateleira. – dei cinco livros para ela que depois de segurar reclamou que estavam pesados.
- Esses livros são seus ou do seu pai? São de medicina.
- Meus. Leio no meu tempo vago.
- Isso que é diversão. - debochou.
- É sério Bella. Quero ser um médico bem sucedido, competente. Me informo sobre minha carreira. O que você quer fazer?
- Jornalismo – disse enquanto colocava os livros na prateleira – Tenho o dom das palavras. Fazer o que? – deu de ombros.
- Sua humildade me encanta.
- Obrigada. Mais livro? – dei mais alguns na sua mão.

[...]

- Estou cansada Edward. Vamos parar um instante. – se deitou na cama.
- Tudo bem. Também estou exausto. – me deitei do seu lado, peguei meu celular jogado na cama e vi que já eram uma e meia da manhã.
- Pelo menos a gente acabou. - murmurou sonolenta.
- É, mas amanhã tenho mais coisa para fazer.
- Coitado de você. – bocejou.
- É. – meus olhos se fecharam um pouco.

Senti meu corpo começando a mergulhar no sono, mas um suspiro me fez abrir os olhos de novo. Quando olhei para o lado ela estava caindo no sono também. Fechei os olhos e dormi de novo.

[...]

O frio estava muito perto de mim, então virei para o outro lado e me abracei ao corpo mais quente que já havia sentido. Um cheiro de morango me inebriou e inconseqüentemente passei minha mão espalmada por sua barriga. Ela suspirou pesadamente e depois se virou de frente para mim. Bella continuava dormindo pesado, encaixou o rosto no meu braço e passou uma de suas pernas sobre a minha. Não agüentei ver mais do que aquilo. O sono era muito, então voltei a dormir.


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