Tenho que admitir: eu estava me sentindo excluído.

Annabeth e Brendo conversavam sobre assuntos desconheçidos. Acho que Annabeth havia gostado muito dele, por ele se mostrar interessado quando ela fala de arquitetura.

Não que eu não me interesse, ou tenho que forçar uma cara de interessado. É que ela começa a falar de matemática, junções de sustentação, e muitas outras coisas que me enlouqueçem, e como é a Annabeth, ela consegue ver quando eu não demonstro interesse.

Mas agora o Brendo ria, e fazia perguntas. Estávamos perambulando pela cidade procurando outra floresta. Acho que só eu estava pensando sobre quem havia raptado Libni e as outras Caçadoras, e se elas estavam juntas ou separadas.

Pensei em mandar uma mensagem de Íris para Ártemis, para lhe informar sobre o encontro com a Caçadora, mas me passou um frio pela espinha, só de pensar em seu desapontamento ao saber que não conseguímos pega-la.

- Annabeth - eu a detive na calçada, em frente a um posto de gasolina - Acho que devemos mandar uma mensagem de Íris para Ártemis.

Ela me olhou como se eu fosse um alienígena.

- Você ficou maluco? Consegue pensar no tamanho fracasso que cometemos?

Encarei o chão.

- Só penso que ela tem obrigação de saber.

Brendo parecia confuso.

- Minha mãe disse que semi deuses não podem usar os celulares.

Eu o olhei.

- Mensagem de Íris. Nos mantém contato com qualquer um - me virei para Annabeth novamente, e ela cruzou os braços.

- Não quero ser conheçida como fracassada.

Ergui as mãos.

- Mas você fracassou! Me dê logo um dracma de ouro... - eu agarrei a alça de sua mochila, mas ela recuou.

- Não toque na minha mochila!

- Eu preciso de um dracma!

- Ei, vocês - nos deteu Brendo, mas o ignoramos.

- Por que toda coisa que acontece você quer infomar alguém? Temos que fazer isso sozinhos! - Annabeth gritou.

- Mas se uma Caçadora está aqui, é um sinal de que a maioria está aqui também.

- Como você sabe?

Mordi o lábio.

- Eu não tenho certeza.

- Então não tire conclusões perceptadas. Vamos encontrar Libni, e depois informamos Ártemis. Não vamos contá-la sobre o fracasso.

Suspirei fundo.

- Ta, tudo bem - eu apontei - Mas lembre-se: Você não é a líder dessa missão.

Ela deu de ombros.

- Está gostando de missões, Brendo? - Annabeth meio que me empurrou para ficar ao lado do garoto.

Ele fez um gesto de 'mais ou menos' com a cabeça.

- Não fizemos ainda nada de impolgante.

Annabeth sorriu.

- Tem razão.

Revirei os olhos, perturbardo.

- Hãn, gente... Estamos a procura da Caçadora, lembram?

Annabeth se virou para mim, de testa franzida.

- Eu sei disso.

Começamos a andar novamente, entre as milhares de lojas em Nova York, quando de repente, Annabeth cai ao chão.

- Annabeth? - chamei, sem resposta.

Ela encostou o rosto no chão, e disse:

- A Caçadora perdida vai ao encontro da buscadora.

Brendo franziu a testa.

- Do que ela está falando?

Não respondi.

Annabeth sacudiu a cabeça e olhou ao redor.

- Por que eu estou no chão?

- Você disse mais uma coisa.

Ela se levantou.

- O que? O que eu disse?

Brendo parecia mais confuso que nunca.

- Acho que o que procurávamos não está mais em perigo - falei.

- Hãn? - disse Annabeth e Brendo em uníssono.

- Pelo o que você disse, Libni, a Caçadora que procurávamos, se juntou ou a Clarisse, ou a Ártemis. Podemos agora mandar uma mensagem de Íris?

Annabeth suspirou fundo.

- Tem certeza do que diz?

Dessa vez pensei melhor.

- Tenho.

Ela tirou a mochila dos ombros, e fuçou dentro, tirando um dracma de ouro.

- Vá a um posto de gasolina, entre num boxe, e faça, rápido. Pergunte só o necessário.

Assenti.

- Ok. Vocês vêm?

Os dois sacudiram a cabeça juntos, o que fez eu me sentir irritado por alguma razão, só de pensar o que os dois iam fazer em minha ausência.

Hesitei.

- Tudo bem, então. Eu... Eu já volto.