Capítulo VII – Vivendo um pesadelo

POV Edward

Abri meus olhos agradecendo ter acordado daquele horrível pesadelo, senti meu corpo cansado e suspirei fitando o teto, senti uma mão amorosa em meu rosto e virei a cabeça encontrando o olhar preocupado de minha mãe. Esme mudou sua expressão para pena e deitou ao meu lado me aconchegando em seus braços amorosos em quanto tudo o que aconteceu ontem passava repetidas vezes em minha mente, como um disco travado e nesse momento o meu temido pesadelo não era apenas um sonho ruim e sim a pior realidade que poderia existir.

Abracei firme minha mãe conforme a dor em meu peito aumentava, ela nada disse, apenas afagou minhas costas e cabeça.

- Preciso falar com ela mãe. – murmurei baixinho, mas ela não afrouxou seu abraço.

- De um tempo a ela filho. – a voz de Esme era tranqüila.

- Mas ela entendeu tudo errado...

- Mesmo? – seu tom agora era sarcástico e eu ergui minha cabeça para entender o por que disso.

Esme tinha uma sobrancelha erguida e os lábios repuxados para baixo, mas algo em minha expressão a fez suspirar e seu olhar ficou amoroso.

- Edward, preste bem atenção no que vou lhe dizer – ela fitava meus olhos de maneira intensa. – Bella não é como aquelas garotas que você saía todas as noites...

- É claro que...

- Me deixe terminar!

- Desculpe.

- Bella é uma mulher Edward, uma mulher de caráter e personalidade forte, é decidida e totalmente orgulhosa, talvez até mais do que você e não vai ser um simples sorriso torto que vai fazê-la correr para os seus braços novamente... Seu trabalho moldou sua personalidade a fez acreditar somente na verdade e seguir apenas a verdade... – senti meu peito ser dilacerado.

- Está tentando me dizer que ela não voltará para mim? – minha voz não passou de um sussurro.

Esme revirou os olhos após me dar um peteleco na orelha.

- Será que é difícil manter essa boca fechada e me deixar terminar de falar? Ou ta difícil? – estralei meus olhos com sua reação e ela suspirou mais uma vez. – Filho o que eu quero dizer é que você vai precisar superar o seu orgulho e assumir a verdade para Bella e pedir perdão sinceramente, pois mesmo ela tendo uma personalidade forte e prometendo que não perdoaria uma traição... – como ela sabe disso? – Ela tem um coração justo e saberá te perdoar, e ainda mais que ela te ama incondicionalmente. – Esme sorriu tranquilamente. – Ela voltará para você, mas Edward, você vai precisar assumir seu erro, vai ter que insistir para que ela te escute se a quiser verdadeiramente.

Sentei na cama e olhei para a janela ao meu lado.

- Mas eu não a traí mãe.

- Eu te conheço muito bem para saber quando esta mentindo Edward... Diga isso novamente, mas olhando em meus olhos. – sua voz era tediosa e um pouco raivosa?

Fitei seu roto, abri minha boca para falar, mas a fechei em seguida. Ela apenas ergueu uma sobrancelha e então fez negativo com a cabeça.

- Talvez esteja errada, o primeiro passo não é admitir a ela o que fez e sim assumir seus erros para si mesmo...

- Eu...

- Edward não percebe que está mentindo para você mesmo? Pense nisso. – Esme se levantou e saiu do quarto fechando a porta atrás de si.

POV Bella

Nunca pensei que sentiria o que eu estava sentindo agora, meu peito parecia estar sendo destruído... A dor da decepção era tamanha que não afetava somente o meu psicológico, mas me afetava fisicamente também... Por mais lutas que eu já tenha enfrentado, por mais feridas que já tenham se curado, nada se comparava ao que sinto agora.

Quando luto minha cabeça trabalha a todo o momento calculando ataques e defesas, pensando feitiços e escudos, se a batalha é difícil não tenho medo de enfrentar, apenas sigo os meus instintos e meus poderes. Costumo ser extremamente irônica com meus inimigos, quem vê de fora pensa que eu sou arrogante e até torcem para que eu perca, pois me divirto lutando, é algo do meu ser, simplesmente eu amo o meu trabalho... Mas apesar de gostar do que faço, muitas vezes já me machuquei, já chorei, já gritei de dor, mas em alguns dias eu já estava boa, pronta para lutar novamente, mas e quanto a essa dor que estou sentindo agora? Vai passar algum dia? Por que eu tenho a péssima sensação que isso nunca vai diminuir?

Eu preferia estar lutando contra algum bruxo malévolo, pois eu o odiaria e acabaria com ele usando do melhor do meu sarcasmo e o deixaria em maus bocados com os meus poderes, eu usaria todo o meu ódio pela maldade para ganhar a batalha. Mas como posso lutar em uma batalha que não existe? Como posso odiar alguém que eu amo mais do que a mim mesma? Edward me traiu e mesmo assim eu continuo o amando. Como isso pode? Onde está meu amor próprio? Tenho medo de vê-lo e de repente me esquecer do que ele me fez e correr para os seus braços gelados, tenho medo no que eu me transformei depois que conheci Edward.

Eu nunca fui uma mulher fraca, nunca fui uma criança fraca, e não digo isso pelos meus poderes e sim pela minha personalidade, quando meus pais morreram Sophia e Philip foram como anjos me apoiando, chorei em seus ombros como se naquele dia meu mundo tivesse acabado, mas pelo ao contrario, poucas horas depois meu choro havia cessado e eu decidido que seguiria em frente e que por todo o amor que meus pais me deram eu faria justiça com as próprias mãos levando todos os bruxos das trevas que eu pudesse para Azkaban... Mas no que eu me transformei? Por que eu olho para mim e vejo alguém sem futuro, sem vida? Não sei quanto tempo passou dês de que eu comecei a chorar, mas ainda não consegui parar.

Meu choro é compulsivo, não sei o que está acontecendo comigo eu simplesmente não consigo parar. Rose e Alice estão me fazendo companhia agora, nada dizem apenas me abraçam como se a dor em meu peito diminuísse com suas atitudes. Não era justo com elas, estavam perdendo seu dia comigo, pois não sou boa companhia para ninguém nesse estado, em vez de estarem com seus companheiros, tudo por causa das atitudes imaturas e odiosas de seu irmão.

- Vão pra casa. – minha voz estava engasgada e fraca, as lagrimas corriam livremente pela minha face e os soluços rugiam em meu peito.

- Não até você melhorar. – a voz de Rose também estava fraca como se ela tentasse segurar um soluço.

- Bella, nós te amamos como nossa irmã, e não vamos te deixar em um momento que você precisa... Nesse momento nossa prioridade é te deixar inteira. – murmurou Alice intensamente olhando em meus olhos. Ela também deixava suas lágrimas caírem, olhei para Rose e ela tinha a mesma expressão.

- Não chorem... – disse as puxando para mais um abraço.

- Não podemos evitar... Você é nossa irmã Bella, quando você sofre, nós sofremos também... – murmurou Rose e eu solucei alto agora emocionada com suas palavras.

Estávamos deitadas em minha cama emboladas em um edredom, de repente Alice levantou em um salto e limpou suas lagrimas e correu sumindo de nossa vista. Ela voltou em alguns segundos com um pote de sorvete na mão e três colheres. Ligou a televisão e passava A Lagoa Azul na sessão da tarde [N/a: kkkkkkkkkk], Alice se jogou novamente ao meu lado e pôs o pote em meu colo, distribuindo as colheres entre nós.

- Nada melhor para curar uma fossa do que sorvete de chocolate e filme da sessão da tarde. – disse ela enfiando a colher no sorvete e levando a sua boca. Não conseguir evitar rir, mas foi um riso estranho, pois eu ainda estava chorando.

Alice estava certa, o sorvete e o filme serviram para me distrair um pouco e aos poucos eu fui me acalmando, o problema foi que chorei quando os dois personagens do filme comeram a frutinha venenosa pensando que o filho havia comido também.

- Eles são tão idiotas... – chorei apontando para tela

[...]

Pedi licença para as garotas e fui tomar um banho, eu estava me sentindo suja. Deixei que a água levasse minhas dores pelo ralo, o que não funcionou muito, e tentei pensar em outras coisas, como por exemplo, o fato de não me chamarem por causa de um problema no ministério, porém isso não ocupou muito tempo em minha mente e logo as lagrimas voltaram a escorrer pela minha face se misturando com as gotículas de água do chuveiro.

Controlei-me para não bater minha cabeça da parede por ser tão idiota e então desliguei o chuveiro. Funguei e respirei fundo controlando minhas lagrimas.

- Chega de chorar. – disse ao meu reflexo no espelho.

Eu estava abatida, minhas olheiras eram profundas e meu rosto estava inchado, meus olhos pareciam sem vida e era assim que eu me sentia. Sem vida. Coloquei uma roupa confortável e fui em direção a meu quarto secando com a toalha meus cabelos.

- Senta aqui Bella, me deixa fazer isso. – disse Alice pegando a toalha de mim e me fazendo sentar em sua frente em quanto ela passava a toalha em meus cabelos delicadamente e então pegou o pente para penteá-los.

Rose sentou em minha frente e sorriu amorosamente, correspondi o seu sorriso fracamente e então suspirei.

- Obrigada por tudo o que estão fazendo por mim... – murmurei. – Mas não é justo que vocês fiquem aqui comigo, não sou a melhor das companhias neste momento. – olhei para as minhas mãos.

- Não pense que estamos fazendo isso por obrigação Bella, fazemos por que queremos, por que gostamos de você. – disse Alice com o tom magoado.

- Não foi isso que quis dizer Ali, é que acho que vocês devem ir para casa... Não me entendam mal, por favor, mas é que...

- Precisa pensar. – completou Rose e eu ergui meu olhar para ela assentindo.

- Entendemos, mas promete que não vai mais chorar? – Alice já havia terminado de pentear meu cabelo e agora segurava minhas mãos e olhava em meus olhos.

- Prometo... Tentar. – disse e elas assentiram.

Já estávamos no final da tarde e isso me fez perceber que eu fiquei quase 20 horas chorando... Assim que Rose e Alice saíram pela porta eu senti novamente aquele vazio, mas não chorei, eu não quero mais chorar e não vou! Fui até a estante e peguei um livro de feitiços, ocupei minha mente decorando cada poção, cada palavra escrita. Acho que surtiu efeito, pois só parei quando a campainha tocou.

POV Rose

Eu estava puta da cara, como Edward teve coragem de fazer isso? Nunca pensei que veria Bella daquele jeito, ela que nunca deixava de sorrir... Eu diria poucas e boas quando chegasse em casa para ele. Bufei pela quinta vez em quanto eu e Alice corríamos para casa.

- Não faça isso. – pediu Alice em tom triste.

- Por que não? – como assim não era para falar? Mas é claro que eu vou!

- Rose, Edward não é o insensível que você estava montando em sua cabeça...

- Como pode defendê-lo Alice?! Você viu o estado de Bella! E é tudo culpa dele! – explodi parando de correr e ela suspirou.

- Eu vi cada detalhe, cada escolha de tudo isso Rose, cada caminho tomado e o não tomado também... Infelizmente Edward cometeria uma besteira de qualquer jeito... Ele precisa aprender a fazer suas escolhas e para isso acontecer ele irá sofrer, como está sofrendo agora... – Alice tinha o olhar distante e falava tristemente.

- Qual o problema Ali? – perguntei quando sua visão ficou sem foco.

- Ele está sofrendo tanto quanto ela... Mas em vez de botar sua tristeza para fora como Bella, ele apenas fica parado, sem vida no olhar, isso não vai passar Rose, não vai... – Alice olhava algo no futuro que a desesperava e eu não sabia o que fazer.

- Tudo bem Ali eu não vou falar nada, mas me diga o que está acontecendo. – depois de um suspiro ela começou a me explicar o que o futuro nos guardava.

POV Edward

Já fazia algum tempo que eu não desgrudava o olhar da janela, a chuva imperava do lado de fora e eu inutilmente tentei fazer cessar a dor em meu peito me distraindo. Minha escolha? Contar as gostas de chuva que já estavam em muito mais que 5 bilhões. Mas como eu já esperava não funcionou, as imagens de Bella dizendo que não me perdoaria vieram a tona como uma bomba em meu peito me fazendo perder a conta das gotas de chuva. Mas que droga! Eu não a traí! Ela precisa entender isso!

E com esse pensamento me levantei da cama e após trocar de roupa corri pela escada, passei voando por Emmett e Jasper que cochichavam algo com Carlisle, eles olharam para mim com os olhos esbugalhados, mas não parei apenas corri escutando o grito de Esme ecoando atrás de mim.

- Não faça isso ainda filho! Vocês só vão se machucar mais!

Só agora, fora de casa percebi que já havia anoitecido, aumentei a velocidade e pulei sobre um telhado de uma casa dei mais alguns passos e saltei no próximo telhado e assim por diante até chegar na casa vizinha do prédio onde Bella vivia. Parei por um momento respirando fundo, meus braços tremiam e eu sentia meu peito cada vez mais oco. Tinha medo do olhar dela, pela visão de Alice ela estava muito magoada, e eu não sei se suportarei se ela olhar diretamente para mim daquele jeito.

Suspirei e fui em direção a portaria, o guardião acenou para mim dando um sorriso amigável, de tanto eu ir lá ele já me conhecia e nem me anunciava mais. O sorriso dele sumiu e ele me olhou confuso. Apenas acenei de cabeça e segui ao apartamento de Bella.

Chegando a sua porta hesitei, minha mão passou pelo trinco e pensei em gira-lo, mas ainda o medo pela reação de Bella me dominava. Suspirei e encostei minha testa na porta... Eu sentia que tudo dependeria dessa conversa e isso me apavorava completamente. Após respirar fundo apertei a campainha.

Com minha audição aguçada escutei um pequeno som abafado, como um livro sendo fechado e então passos lentos em direção a porta, a chave girou e a porta se abriu, surgindo atrás dela a minha bruxinha que eu tanto amava.

Minha expressão de felicidade não durou mais do que meio segundo, Bella estava com a aparência péssima, sua pele estava mais pálida que o normal, seus olhos estavam inchados e seus cílios estavam molhados, constatando que ela parou de chorar a pouco tempo, profundas olheiras davam um ar de doença a sua tão delicada face. Sua boca se abriu levemente e seus olhos por um segundo me fitaram como antes, apaixonadamente, mas logo sua expressão mudou e seus olhos chocolate transpareciam dor.

- O que faz aqui? – sua voz era ácida e por um momento recuei, mas tomei coragem e dei um passo em sua direção.

- Precisamos conversar.

- Não, não precisamos. – ela puxou a porta para batê-la em minha cara, mas antes que fizesse eu pus um pé a impedindo.

- Precisamos sim. – dei mais um passo em sua direção aproximando meu corpo do seu.

- Vá embora. – disse ela em um sussurro, sua voz estava tremida.

POV Bella

Fiz uma força imensa para segurar o choro, senti as lágrimas enchendo meus olhos, mas eu não deixaria elas escaparem, não na frente de Edward, pois ele era o causador de toda a minha dor. As imagens dele aos beijos com aquela loira vinham em minha mente sem parar. Como ele pode? A dor em meu peito aumentava cada vez mais.

- Por favor? – implorou ele com seu rosto muito próximo do meu, sua voz demonstrava dor, mas o que eu sabia sobre verdades ditas por Edward? Ele mentiu para mim, podia estar forçando sua voz agora também.

- Vá embora. – falei novamente, minha voz rouca em quanto eu sentia sua respiração bater em minha pele.

http://www.youtube.com/watch?v=XZfUEZ5oEr8 [Pussycat Dolls - Hush Hush, gente falta alguns trechinhos da tradução, mas foi o melhor vídeo que eu encontrei nessa versão da musica]

Sem quebrar o contato visual Edward selou meus lábios, senti um frio subir pelos meus órgãos, e minha pele se arrepiar quando ele me puxou juntando nossos corpos e aprofundando o beijo. Eu sentia como se isso fosse tudo o que eu precisava para continuar viva, como se ele fosse meu coração que pulsava e bombeava sangue para o meu corpo me mantendo em pé, me mantendo inteira.

Nesse momento tive raiva de mim, tive raiva de Edward. Eu nunca precisei dele, por que agora eu sinto como se minha vida dependesse da dele? Sempre fui forte para enfrentar meus problemas, sempre fui feliz sem ele, vivia tranquilamente antes de conhecê-lo. Não Edward, minha vida não depende da sua! Então fique com quantas vagabundas quiser, mas não conte comigo no final do dia!

Minha mão direita foi automaticamente em direção a sua face e eu me separei daquele corpo nojento. Confesso que acho que quebrei algum dedo, mas não daria o gostinho de reclamar agora.

- VAI-TE A PUTA QUE TE PARIU EDWARD! – gritei ainda com minha mão entendida após o tapa.

POV Edward

Ai! Da onde Bella tirou tanta força? Meu rosto está latejando... Mas meu orgulho não me deixou reclamar, voltei meu olhar para a face de Bella e nesse momento vi meu mundo desaparecer.

- VAI-TE A PUTA QUE TE PARIU EDWARD! – gritou com a voz em um tom totalmente ofendido.

Ela me fitava com raiva, algo que eu nunca vi em seus olhos e isso me deixou sem reação.

- Não sou qualquer uma Edward! Acha mesmo que vai amenizar o que fez me beijando? – ela ainda gritava.

- Bella, por favor, eu te... – tentei dizer, minha voz angustiada, mas ela não pareceu se importar.

- NÃO OUSE! Não ouse dizer essas palavras! Se não sabe a importância de seu significado então respeite quem sabe! – suas palavras eram acidas e em nenhum momento ela parou de olhar meus olhos.

- Me escute, por favor, ela pulou em mim, ela me agarrou! – tentei dizer desesperado e escutei ela ranger os dentes.

- Eu sei exatamente o que aconteceu! – Bella dizia entre dentes. – Eu vi você rindo em quanto ela passava suas mãos em seu peito, e então ela pulou te beijando, você acha o que? Que eu sou alguma otária? Qualquer um perceberia o que ela iria fazer! A escolha foi sua, e você escolheu me perder! – ela praticamente cuspiu as palavras em minha face e eu sentia como se um buraco no chão tivesse se aberto e eu estava caindo, caindo e caindo.

- Per favore, Bella, non so per vivere senza voi. [Por favor, Bella, eu não sei viver sem você] – eu estava quase me ajoelhando aos seus pés, sentia minha garganta seca e minha voz soava chorosa.

Ela me lançou um olhar de puro ódio e então sorriu sarcasticamente.

- Não se preocupe... Você já está morto.

POV Bella

Edward deu um passo para trás com a acidez de minhas palavras, mal sabia ele a dor que eu sentia em meu coração por tratá-lo daquele jeito, pois apesar do que ele me fez eu ainda o amava mais do que tudo em minha vida, e me odiava por isso e por tabela me fazia odiá-lo junto. Eu não sei mais o que eu estou sentindo!

- Não vou desistir de você! – disse ele quase gritando, sua voz era firme e por um momento pensei ter visto uma lagrima cair de seus olhos. Até parece. Edward. Chorando. Por mim. Háhá faça-me rir.

- Não perca seu tempo, vá atrás de vagabundas loiras, pois comigo não terá mais nada. – disse com calma na voz e muito sarcasmo, o mesmo tom que eu usava contra meus inimigos.

- Não quero loiras! Quero você! – disse ele passando as mãos no cabelo nervosamente.

- Não foi o que pareceu a meu ver... E também não pense que irei pintar meu cabelo. – ergui uma sobrancelha e ele bagunçou os cabelos insanamente com as duas mãos e um rosnado saiu de seu peito.

- Será que não dá pra entender que eu te amo? Que a única coisa que quero é você? Que eu preciso de você? – ele gritava totalmente insano, mas minha expressão se tornou vazia para aqueles olhos escuros.

- Se isso fosse verdade, você não teria me traído. – minha voz soou monótona, tediosa e Edward arregalou os olhos e seus lábios tremeram como se algo estivesse por vir.

Em quanto o fitava com a expressão vazia eu tentava tirar a aliança que ele havia me dado quando completamos 3 meses de namoro. Mas a porra do anel não queria sair da porra do meu dedo! Meus braços já tremiam de raiva e meus dentes estavam trincando. Parece que meu rosto não foi à única coisa a inchar em meu corpo. Após alguns segundos e muito suor na testa a merda da prata saiu.

- É seu. – sussurrou ele olhando o que eu estava fazendo.

- Não sei se você conhece o significado desse objeto Edward, mas para mim não é brincadeira, não teria aceitado se meus sentimentos não fossem verdadeiros, e você não podia ter me dado irresponsavelmente. – disse acidamente jogando a aliança em cima dele que a pegou com facilidade e a observou.

- Não foi irresponsável... Nunca tive tanta certeza de algo. – murmurou olhando o objeto e então ergueu o olhar fitando os meus olhos. – Ti amo Bella ed io va dimostrarlo questo. [Eu te amo Bella e vou provar isso]

A raiva me subiu a cabeça e eu o empurrei para fora com um feitiço simples de ventania.

POV Edward 

Bella estava ficando vermelha e por um momento pensei que ela havia rosnado, uma ventania me empurrou para fora, mas nada me faria desistir dela. Nada! Eu lutaria por seu amor custe o que custar, nem que fosse preciso invadir sua casa para lhe mostrar todo o meu amor.

- Come osa parlare di amore in questo modo? Non conosce che cosa è semplicemente questa sensibilità per dirla esso i quattro venti! [Como ousa falar de amor dessa maneira? Não sabe o que é esse sentimento para simplesmente dizê-lo aos quatro ventos!] – dizia ela ferozmente.

- Eu vou te provar Bella! Vou te provar que eu sei muito bem o que é isso! E sei muito bem que eu te amo! – minha voz soava totalmente descontrolada e implorativa.

- Argh! Vaza daqui antes que eu acabe com a tua raça! – Bella apertou os olhos e colocou suas mãos na cabeça e então um soluço alto saiu de seu peito.

Tentei me aproximar para abraçá-la, mas ela ergueu a mão me advertindo a parar.

- Nunca mais volte aqui, está me entendendo? Não quero mais te ver Edward! Nunca mais! – grossas lagrimas escorriam pelo seu rosto, e seu peito estava entre espasmos de soluços abafados.

Vê-la desta maneira fez as lagrimas que eu prendia em meus olhos dês do começo de nossa discussão se libertarem, meu peito também sofria espasmos quando eu sussurrei com a voz rouca pelo choro.

- Não vou ficar longe de você, non vado dare in su il nostro amoré... [não vou desistir do nosso amor...]

Bella soltou um urro e apertou o peito se abaixando de cócoras para abafar o grito no joelho. Então se levantou novamente e fitou meus olhos, sua expressão estava vazia e seus olhos estavam sem vida, sem cor.

- Não existe amor que resista a desconfiança... Eu proíbo a entrada deste vampiro nesta casa. – sua voz era firme e ao mesmo tempo automática, e sua proibição me fez lembrar uma conversa que tivemos.

- Lembra quando lhe contei sobre esse termo de proibição? – perguntei em um sussurro e seus olhos por alguns segundo voltaram a vida e então ficaram mortos novamente quando ela disse automaticamente.

- Sim. Eu disse que em quanto eu estivesse viva, eu iria querer você por perto, isso só dependia de você.

Eu assenti com a cabeça e limpei minhas lagrimas na manga da camisa.

- Lembra o que eu disse depois? – ela assentiu. – Pois então... Ainda vale, não vai se livrar de mim tão facilmente. – Bella começou então a chorar livremente e eu iria abraçá-la se não fosse por uma parede invisível que me impedia de entrar em sua casa.

- Me deixe em paz! – gritou, mas não com muito sucesso por causa do choro e então bateu a porta na minha cara.

Encostei minha testa na porta e deixei o choro tomar conta de mim, eu não suportava a idéia de perder Bella, ela era o meu chão, meu céu, meu mundo. Sem ela eu não consigo mais viver. Virei de costas me encostando a porta e escorreguei até ficar sentado ao chão. O que eu faria agora?

POV Bella

Por que ele fazia isso comigo? Não bastava ter me feito de palhaça? Por que ele chora atrás da porta se sua vontade deve ser rir da cara da otária aqui? Por que não me deixa em paz? Por que não vai atrás de outra para infernizar?

Meus soluços eram altos agora e eu deixei meu corpo escorregar pela porta até encontrar o chão, a dor em meu peito fazia eu me espremer contra minhas pernas, os espasmos eram grandes e por um momento cheguei a pensar que estava tendo algum tipo de convulsão, mas não, não era nenhuma convulsão, aquilo era a dor da traição corroendo meu coração.

- Desculpe Alice, eu juro que tentei.

Fim do Capítulo.