Sexo, Escola e Rock And Roll escrita por Fernanda Lima
Notas iniciais do capítulo
* Versão de Maria Yukai *
Depois de muito viajar pelo Fantástico Mundo de Bob, o único plano plausível que me veio à cabeça foi, bem... não tão plausível assim.
- Gente, tive uma ideia! - Falei de repente, fazendo com que todos me olhassem. - Já que o Allen pagou pelo almoço, que tal irmos aqui na Hebber escolher alguns presentes pra Sabrina?
- Não precisa, eu já estou feliz com esse almoço. Finalmente descobri o que é Foie Gras. - Sabrina, apesar da inexpressividade, conseguia dizer tudo apenas com os olhos e com o tom de voz. No início, fiquei feliz por ela, mas depois, quando pensei no que viria a seguir, logo minha alegria se esvaiu.
- Acho que Maria tem razão. - Apesar de não termos discutido o plano, Bel conseguia meio que ler meus pensamentos. Ela sempre foi assim. - Já comemos bastante, não? - Ela olhou para Jack, que estava deitado em um sofá marrom, quase morrendo de tanto comer.
- Sério que vocês querem que eu saia daqui? - Ele perguntou, numa voz de sofrimento. Dei uma risada e fui até lá ajudá-lo a se levantar.
Fomos até o balcão pagar a exorbitante conta de mais de 500 reais, e depois andamos até a Hebber, que ficava a cerca de 200 metros dali.
Quando entramos, automaticamente os garotos se sentaram nas cadeiras da entrada, inclusive o idiota do Sam que não se interessou nem um pouco em escolher alguma coisa para a própria namorada. Então, fomos eu, Bel e Sabrina. Respirei fundo, sabendo que dali a alguns minutos todo aquele clima mudaria.
Fomos até o último andar, onde escolhi estrategicamente a seção de perfumes, já que ela tinha vista para o térreo.
Estava na hora de começar.
- Bel, Sabrina. - Olhei séria para as duas. - Eu vou até o térreo. Por favor, fiquem olhando para a seção de lingerie no térreo, de preferência de modo a não serem vistas lá de baixo. Me perdoe, Sabrina. - Olhei para ela, pesarosa.
Desci dois andares e fui até os garotos. Encarei Sam, séria.
- Vamos escolher alguma coisa para a sua namorada? - Ele respondeu, com fúria nos olhos e um sorriso nos lábios.
- Claro.
Tentando ficar o mais distante dele possível, caminhamos até a seção de roupas íntimas femininas.
- Até quando pretende enganá-la desse jeito? - Disse, sem olhar para ele.
- Eu sabia que estava planejando algo. Você não entende mesmo, não é? - Ele também não olhou para mim, fingindo escolher uma lingerie para Sabrina.
- Não, eu não entendo. Você tem uma namorada linda como ela, e mesmo assim a trai com uma garota que acabou de conhecer, na frente de todo mundo.
- É um pouco mais complicado do que isso. - Ele encostou na minha mão, e eu a movi rapidamente, indo para a estante do outro lado.
- Não tem nem um pouco de respeito? - Dessa vez, encarei-o, séria.
Ele fez o mesmo, soltando uma risada. Aquilo me deu náuseas.
- Eu cansei, sabe? Cansei de fazer tudo o que me pedem. Por mais que pareça valer a pena... - Ele se aproximava de mim, e eu tentava evitá-lo, por mais que aquilo fosse parte do plano.
- Eu não sei o que você está passando, mas não é motivo para fazer essas coisas. Aquela garota sofreu muito, e eu digo isso mesmo a tendo conhecido há tão pouco tempo.
- Eu não ligo. E você quer saber do que mais? - Ele me prendeu contra a parede. Apenas deixei.
- O quê?
- Você... - Aproximando seu rosto do meu, pude ouvir sua respiração. Fiquei ainda mais enjoada, mas me mantive ali. - Você me excita... de um jeito que não consigo me controlar. - Ele me beijou, puxando minha cintura para si. Estava me sufocando.
- Solte-a. - Arregalei os olhos, reconhecendo a voz de Bel. O cafajeste apenas obedeceu-a.
- Está tudo bem. - Sabrina se aproximava, com uma lágrima escorrendo por seu rosto. - Se você não me quer mais... por que não terminamos?
- Você sabe que não posso. - Estávamos todos sérios e prestando atenção no que ocorria, por mais que não fosse da nossa conta. Quer dizer, não minha e de Bel.
- Se eu o fizer, ele não ficará chateado. - Ele? Não entendia.
- Ficará. Ele pediu que nos apoiássemos, lembra?
- Nos apoiaremos mais separados, Sam. Você sabe o quanto eu amo vocês dois... - Ela fez uma pausa e abaixou a cabeça. - E o quanto sou grata por aquilo. Mas não está dando certo.
Eu já não estava compreendendo mais nada, e pela expressão, nem Bel. Quem era essa terceira pessoa envolvida na história?
- Eu vi você e a Lil naquele dia, Sam.
Os olhos do marmanjo se arregalaram.
- Mas... você... você...
- Eu sei. Não é culpa sua. - Ela andou até ele e o beijou suavemente.
- E este foi o nosso último beijo. Diga a seu pai que eu pedi por isso, e ele não terá raiva de você, mas de mim.
- Me... desculpe.
Sabrina saiu andando na frente. Apenas a seguimos, confusas. Que história era essa de pai, e quem era Lil? Chegando na entrada, os dois garotos conversavam seriamente sobre algo.
- Podemos ir? - A loira passou seus olhos por todos nós. Nessa hora, nossos corações se apertaram. O meu, pelo menos.
Voltamos para a frente do restaurante.
- Eu sinto muito pelo incômodo. E obrigada por tudo. - Sabrina ia sair andando, quando resolvi falar:
- Olha, se pensa que vamos te deixar ir embora assim, está enganada. - Ela se virou e me olhou, surpresa. - Você nos deve algumas explicações.
- Maria, não é uma boa... - Bel tentou me segurar, mas caminhei até Sabrina, encarando-a.
- Temos uma banda para constituir, e como amigos, devemos compartilhar tudo. Principalmente o que mais escondemos de nós mesmos. - Sorri, tentando animá-la. Seus olhos estavam cheios de lágrimas.
Fizemos uma pausa dramática, até que...
- Muito obrigada. - A loira veio até mim e me abraçou. Senti meu coração parar.
- Você não vai mais ficar sozinha. - Abracei-a de volta.
Eu não sabia o que era aquilo... aquela sensação. Era como se eu...
- Não vamos ficar aqui só olhando, né? - Bel, Allen e Jack vieram até nós e nos abraçaram também.
Depois de um minuto assim, Allen se manifestou.
- Gente, as pessoas da rua estão começando a olhar. - Nos soltamos, rindo. Até Sabrina, apesar dos olhos tristes, tinha um levíssimo sorriso nos lábios.
Respirei fundo.
- Então! Vamos ficar aqui de drama no meio da calçada, ou vamos procurar um estúdio pra gente discutir o que é importante?
Sem falar nada, Allen chamou um táxi. Nos arrumamos dentro dele do mesmo jeito que estávamos no carro de Sam.
- Qual o nome do estúdio em que íamos? - O baixinho perguntou para Sabrina.
- Garage Music & Tricks.
- Tá, nos leve para um bom estúdio que não seja esse aí.
E seguimos viagem. Bom, eu tinha tempo para perguntar direito sobre o que acontecera na loja. Mas não naquela hora. Não ali. Algo me dizia que eu iria saber na hora certa.
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Fotos
Acima, Maria Yukai
Acima, Allen Johnson
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Depois de todo esse tempo, tá aí *-* Reviews, por favor T_T