Isabella

Só deu o tempo de seus lábios se chocarem com os meus, a antiga corrente elétrica correu por todo meu corpo, senti os pelos da minha nuca se eriçarem, o calor inundou todas as partes do meu ser, envolvi os braços em seu pescoço e me entreguei aquela sensação Maravilhosa, eu estava fora de mim, Edward conseguia me deixar mais embriagada do que a própria bebida alcoólica, era isso, eu estava fora de mim, aquilo não era real.

Ele tinha sua noiva, linda, loira e sempre esperando por ele, o que tivemos um dia foi à coisa mais incrível que aconteceu na minha vida perdendo apenas para o nascimento de minhas gêmeas.

O empurrei com toda a força que tinha, virei-me de costas e sai andando, senti sua mão forte me puxar novamente.

-o que houve Bella? – seus olhos imploravam suplica

-tudo Edward, você tem uma noiva, vai se casar, isso é um erro – respondi tentando segurar as lagrimas em vão.

-erro foi um dia eu deixar você partir – aquela dor de anos atrás me inundou profundamente pela segunda vez em toda a minha vida.

-o seu erro, ou melhor, nosso erro ficou dez anos atrás, o erro de você me trair, o erro que eu cometi ao deixar você separar nossas filhas, o que eu tinha que fazer, eu tinha 18 anos, peguei um avião e fui pra casa, agora não me diga que foi erro não ter me buscado sendo que você que praticamente me mandou embora, o nosso principal erro foi ficarmos juntos, isso acabou, há 10 anos.

-Não Bella, isso não ficou no passado, você me ama assim como eu te amo.

- tenho certeza que sim, já que o amor é grandioso a ponto de eu me envolver com meu melhor amigo e você noivar, tenho certeza que é a mesma quantia de amor Edward.

-Bella... – nesse momento eu parei de chorar, engoli as lagrimas e continuei.

-Edward, amanhã de manhã você não encontrará nem eu e nem a Renesmee mais nesse hotel, iremos embora, em algumas passagens do ano vou visitar a Anne, e somente ela, deixo Nessie passar o verão em sua casa e Anne passa as férias de inverno e Londres, esse serão os únicos contatos que teremos, nada mais, Adeus Edward, você me magoou pela última vez.

-Bella...

-Adeus – me virei novamente e voltei ao salão, caminhei calmamente até minha suíte, em meu quarto minhas filhas dormiam lado a lado como verdadeiros anjinhos, a coisa que mais odiava fazer era separá-las, lavei meu rosto no banheiro da suíte e fui falar com Rose.

Ela estava segundo Emmett na cozinha do hotel, pedi que cuidasse muito bem da minha Anne, pedi também que a levasse de vez em quando para visitar a irmã em Londres, ela me perguntou o que havia acontecido e eu nada disse.

Pela manhã minhas malas já estavam prontas, paguei por minha estadia e avisei que Nessie e Jacob iriam ficar mais um tempo, me despedi das minhas meninas e parti.

O longo vôo em direção a Londres estava mais calmo que o comum, cheguei em casa e meus olhos ainda estavam encharcados de lagrimas, a única coisa que fazia quando estava triste era me infiltrar em meu trabalho, desenhando as melhores peças que consegui.

Nessie

Nosso plano estava indo tão bem, talvez nos precipitamos, estávamos tão empolgadas com a história de juntar nossos pais novamente que não nos importamos com o coração delicado da mamãe que só eu conhecia, como eu pude ser tão ridícula e concordar com esse plano idiota, mamãe era frágil como uma peça da mais rara porcelana, aquilo era demais pra ela.

A semana que se passou eu e Anne ficava encolhidas num canto só nosso, nem mesmo as palhaçadas do tio Meet ou a noticia da gravidez da tia Rose nos animou, papai também não parecia feliz, mal chegou o meio da segunda semana e eu pedi ao tio Jake que me levasse em casa.

Como eu imaginava mamãe estava muito deprimida, pareciam àquelas adolescentes que vemos em filmes americanos com enormes potes de sorvete na mão e chocolates.

-mamãe, você quer engordar?

-eu não estou comendo tanto assim meu bebê – ela olhou a sua volta e viu as milhões de embalagens de bombons vazias, se levantou com uma tremenda pressa e subiu em cima da balança  que tínhamos, sei olhos se arregalaram.

-bebê, obrigada por me avisar, eu engordei três quilos, amanhã mesmo volto para academia e digo que Edward nenhum vai mais me impedir de ser feliz.

-mamãe, se você o ama tanto assim, porque não fica com ele? – seus olhos se entristeceram novamente.

-simplesmente porque ele é proibido para mim, vai se casar – me lembrei do convite de casamento que papai me mandou, ele não parecia nada feliz com isso, mas mesmo assim, depois me convidou para assim como Anne ser a dama de honra.

-mãe, será que tem como você me escutar por um minuto e prestar atenção? Olhe bem pra mim – disse com sinceridade, não agüentava vê-la cega desse modo.

-ele. Te. Ama, é tão difícil pra você aceitar? – seus olhos estavam inundados em água, ela olhava em minha direção o tempo todo.

-eu não acredito – eu é que não acredito nisso.

-você quer provas, eu vou te dar provas pra você deixar cabeça dura dona Isabella – na mala que fiz ao sair da casa de papai eu trouxe comigo aquele gravador da Anne que depois preciso devolver- escute, não fale nada, apenas escute.

-Anne, eu nunca me esqueci da sua mãe, eu fiz a maior burrada da minha vida ao deixar ela ir embora, se pudesse mudaria totalmente aquele dia, ninguém, mas eu disse ninguém nunca em toda a minha vida vai pegar o lugar dela, ela é a pessoa que mais amei, ou melhor que ainda amo.

Seus olhos estavam cobertos por água salgada – mãe – disse meio temerosa – oi- meu- amor – disse ela enquanto limpava as lagrimas – se você ainda quiser recuperá-lo, sugiro que seja agora.

- por quê? – como eu iria dizer isso.

-antes de eu sair do navio ele me convidou para ser dama de honra do seu casamento e me disse que Tanya quis adiantar a data, estava muito nervosa quando a, err, encontrou...

-depois eu pergunto sobre isso... Mas aonde quer chegar.

-mãe, ele se casa amanhã. – seus olhos se arregalaram.

-como assim amanhã?

-mãe, digamos que uma brincadeirinha que fizemos com a Tanya, a deixou furiosa e ela exigiu que adiantasse a data, eles vão se casar na mansão Cullen.

-eu não digo que aceito, mas se aceitasse o que você e a Anne iriam planejar?

- é só ele te ver

-você quer que eu invada um casamento? – sua voz era indignada olhando em minha direção.

-não, não, você foi convidada, Tanya fez questão de nos ajudar – ri da cara da loira aguada com isso.

-tudo bem – sorri vitoriosa com isso.

-escolha sua melhor roupa meu bem, nós vamos a um casamento.

Tanya

(n/a: talvez vocês não gostem, mas temos um pov. Tanya, onde ela explica o que aconteceu e o porquê de adiantar o casamento)

Eu não acredito que confiei naquela pirralha maldita e seu clone, Edward havia me contado das gêmeas e da “Isabella” idiota Swan, que de Cisne não tem nada, mais para um pato nojento e asqueroso, além de burra, ela estava casada com o cara mais rico da Califórnia, tinha não uma, mais duas pirralhas pra prender o homem e vai embora?

Pedi socorro mais uma vez, aquela garota havia me deixado presa no banheiro, eu não conheço nada desse hotel, acreditei que Edward estivesse por aqui como ela me guiou, assim que entrei um balde com gema de ovo caiu sobre mim, além de esse lugar ser nojento, cheio de ar, ratos, baratas, onde elas conseguiam isso?

Mais eu iria me vingar, a se iria, assim que me casar vou mandar essas idiotas para um internato na Polônia, depois é só engravidar e o Edward esquece essa meninas de uma vez.

Ouvi passos no corredor e senti uma pequena esperança – Socorro!- disse mais uma vez – quem esta aí? Uma voz de homem.

-Aqui, abra a porta, estou presa! – ele se aproximou e eu logo ouvi alguém destrancando a porta.

-Senhorita, esta bem? – que perguntar mais imbecil de se fazer.

-eu pareço estar bem inútil? Agora sai da minha frente... Ridículo – fui até a minha suíte e tomei um banho longo, mesmo assim o cheiro de ovo não saía de mim, logo Edward entrou no quarto, estava meio triste, não que me importasse é claro, mas não custava atuar um pouco não é mesmo?

-Ed, está tudo bem? – ele olhou em minha direção seus olhos estavam vermelhos, alguma coisa fizeram, eu nunca vi meu homem chorar.

-sim – disse rapidamente e bem baixo, quase não pude escutar sua fala.

-Ed, quer fazer coisas mais interessantes? – disse passando meus dedos em seu peito que sempre tinha dois ou três botões abertos.

-agora não Tanya – isso era melhor pra mim, ele era bom de cama, mas eu mais dormia com ele por obrigação do que por desejo, era mais fácil assim.

-tudo bem, sabe Edinho – ele olhou em meu rosto e depois virou para a direção contraria.

-Tanya, tudo o que tem a me dizer diga amanhã ok? – como assim ele não vai me escutar, desde quando alguém não me ouve, você pode estar morrendo que vai me ouvir Edward Cullen.

- eu quero me casar semana que vem – disse de uma vez.

-porque semana que vem?

-cansei de esperar, quero ter você inteiro pra mim, de papel assinado e perante a Deus – tudo bem que isso era um plano para eu me vingar das menina o mais rápido possível, mas pensar que daqui a uma semana esse dinheiro todo vai ser meu, é uma tentação enorme.

-ok, vamos nos casar semana que vem, agora preciso dormir, não estou bem.

A semana passou rapidamente, a irmã anã dele mais por obrigação estava ajudando no casamento, ela não estava pulando feito um canguru, ninguém estava, parece que a ‘Isabella’ mosca tinha um fã club.

Meu casamento estava melhor do que podia imaginar, odiava dizer ou pensar, mas a baixinha Cullen tinha talento em decoração, a pirralha um seria a dama de honra, seriam ela e a dois, mas a garota pelo jeito esta de complô com a mãe e resolveu não aparecer, então minha sobrinha linda iria assumir seu lugar.

Mamãe e titia minha ficaram de me arrumar, meus cabelos loiro morango caiam em meus ombros em cachos, meus olhos azuis brilhavam e eu me sentia feliz pela primeira vez

Caminhei em direção a Edward que estava esplendido, meu coração disparava e por um minuto eu sentia como se o amasse de verdade, dessa vez sem mentiras, eu sabia que nunca seu amor iria ser meu, mas eu me conformava em sua presença ao meu lado.

Quando era pequena, mamãe me dizia que quando encontrasse o amor da minha vida, assim que encostasse em suas mãos, eu iria ter a melhor experiência do mundo, mas quando toquei as mãos de Edward, não senti nada.

(...)

-Tanya Denali, aceita Edward Cullen como seu esposo? – disse o padre olhando em minha direção

-Tanya? – disse o padre novamente, eu olhei para o rosto de Edward, ele encarava certo ponto do salão, virei meu rosto e vi Isabella em pé ao lado da nº2, olhei em seus olhos e parecia que estavam conectados com os daquela mulher.

-Edward... Olhe pra mim – disse pela primeira vez na minha vida com uma voz doce sem fingimentos – São em poucas vezes que encontramos o amor de nossas vidas, olhe bem pra nós, ta na cara que isso não acontece entre a gente, eu te amo Edward, mas seu amor não é meu.

Virei-me em direção ao publico, tudo o que dissera a Edward não passou nada além de um sussurro.

-Isabella, ou Bella que seja, venha aqui, por favor? – disse chamando- a em minha direção.

Segurei sua mão direita e a de Edward – Vocês devem ficar juntos, vocês são feitos um para o outro – e assim me afastei.

-Tanya! – gritou Edward, ele veio em minha direção e olhou em meus olhos – obrigada – sussurrou e me beijou na testa, eu me senti realizada, foi o primeiro beijo realmente carinhoso que me dera.