When Angels Fly Away escrita por Yokichan


Capítulo 1
Único.


Notas iniciais do capítulo

Minha primeira ItaSaku, espero que gostem. *-*

Música para leitura: Cold - When Angels Fly Away:
http://www.youtube.com/watch?v=L3MIaOqp35U&feature=related



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“Ninguém poderia me amar tão bem quanto você.”

            “Eu vou estar bem”, ele havia dito antes de adormecer. No entanto, por que eu não conseguia acreditar? Ele sempre fora tão verossímil em todas as suas mentiras, tão impassível, mas agora havia um tremor quase imperceptível no tom de sua voz. Seu sorriso persuasivo estava ali para me enganar, seus olhos de escuridão prometiam que tudo ficaria bem, mas havia algo errado. Eu sabia, e tinha medo de ir adiante.

            Seu braço firme ao redor de minha cintura, seu ombro me servindo de travesseiro, meus dedos brincando demoradamente sobre aquele peito pálido e nu, os lençóis brancos amontoados em meus pés, nossa cama ainda quente. As estrelas da madrugada brilhando do lado de fora, o peito de Itachi subindo e descendo silenciosamente. Eu apenas fui capaz de fechar os olhos e fingir que dormia. Oh, eu daria tudo para ter aquilo novamente.

            E quando a aurora tímida avançou pela janela, ele apenas abriu os olhos para mim e disse “eu estou indo, querida”. Sua mão esguia deslizou lentamente pelo batente da porta enquanto ele avançava para fora, demorando-se involuntariamente ali como se quisesse ficar, como se quisesse agarrar-se a alguma coisa para não precisar ir. Então eu soube que Itachi queria ficar, que algo escapava à sua política rígida de agir e resistia. Uma resistência frágil e dolorosa, um desejo de ficar e um sonho de não precisar ir. Ele sentia por me deixar, sentia amargamente por nós dois. E sob a bruma que desaparecia lentamente, eu o vi partir.

            Por que eu não implorei para que ele ficasse? Por que eu não consegui me mover?

            Enrolada no lençol em que Itachi deixara seu cheiro, recostada na porta – naquela mesma porta em que eu o esperaria por muito tempo – eu o acompanhei com os olhos até que ele se perdeu ao longe. O nó em minha garganta cresceu, e eu enfim senti que poderia gritar. Não! No entanto, ele agora estava longe demais. Longe demais para me ouvir, longe demais para me ver, longe demais para mim.

            “Eu vou voltar, eu prometo”, aquela foi a última mentira que Itachi me disse.

            E então, ele nunca mais voltou.

“É a coisa mais triste quando os anjos voam para longe.”


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Notas finais do capítulo

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