Super Nova escrita por Tricia_Costa


Capítulo 1
Manicômio




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   Esperei cansada pelos primeiros raios de sol do dia. Meus olhos estavam ardendo, mas não ia fechá-los. Aquele não era o lugar de se tirar um cochilo. Ficar desperta podia significar a sobrevivência. Finalmente os primeiros raios surgiram, batiam de leve no chão porco e tosco que se estendia sob meus pés. Era verdade o que diziam: O sol realmente nasce quadrado na prisão. Mas ninguém pode falar o quão horrível é ficar atrás das grades até ficar atrás das grades. E eu estava ficando experiente nisso. Já era a segunda vez.

Baixei a cabeça, deixando os cabelos esconderem meu rosto, e me encolhi no canto escuro que já me pertencia.  As paredes tinham olhos ouvidos e até bocas. No entanto não tinham pés. E eu ouvia passos e chaves tilintando ao longo do corredor. Levantei. Ninguém me veria naquela situação deplorável, me encolhendo feito um bicho assustado. Um guarda e uma mulher pararam de frente para mim do outro lado das grades. O guarda eu não reconheci.  Mas a mulher... Cabelos curtos e loiros, baixinha e de rosto fino, com os olhos verdes me encarando. Era minha mãe.

Coloquei minha mascara e vesti minha armadura, aguardando o ataque que viria. O guarda abriu as grades e se afastou. Ótimo! Até ele reconhecia o perigo. Fiquei parada sustentando o olhar de minha mãe, quase nem piscava. A cela estava vazia, ela podia dar um passo e entra pra uma batalha de gladiadores e ninguém interviria. Ela não se moveu um milímetro. Que diabos estava acontecendo! Olhei pra baixo e vi uma mala de viagem em sua mão direita. Minha face vacilou, os músculos se contraindo em uma grande interrogação.

Um lampejo de reconhecimento passou pelos seus olhos. Eu fisgara a isca. Fiz a única coisa que podia fazer: implorei. Sem palavras, só com os olhos. Ela moveu lentamente a cabeça de um lado para o outro.

—Eu não tive escolha... Você não me deu escolha Maggie. – ela disse.

Não fazia sentido. Essa devia ser minha libertação. Parecia que estava apenas sendo transferida para outra prisão. Minha condicional foi adiada, talvez para sempre... Ela saiu andando quase ao mesmo tempo em que falava para irmos. Eu fui. O que eu faria se não isso? Não ia espernear, nem bater o pé. Eu seria uma mártir.

Caminhei com minha mãe pelo corredor, na verdade quase corria para alcançar os passinhos rápidos dela. Não falamos nada. Não queria pensar para onde estaria indo. Mantive o foco em estar saindo da prisão. O que ainda era uma coisa boa.

Passamos por um grupo de guardas na saída. Eles me olharam divertidos com a situação. Era humilhante sair dali com minha mãe. Seria mais digno ficar. Estremeci com a idéia horrenda. Saímos para a calçada, o sol nascendo no horizonte distante, o velho Fiat azul me esperava. O carro que sempre parecera convidativo, agora tinha uma carga de energia negativa. Senti isso me invadir assim que encostei-me à porta.

Entrei na atmosfera negativa do Fiat e mergulhei na depressão que nunca me abandonara nos últimos dias. Minha mãe entrou estrondosamente no carro e jogou a mala no banco de trás por de cima do meu ombro. Alessandra Kursen não era agressiva, não mesmo. Era de fato a pessoa mais calma e bem centrada que eu já conhecera. Mas algo estava errado. Ela estava desesperada. Senti que suas feições iriam desabar em um choro aflitivo a qualquer momento. Tudo por minha causa.

Argh! Segurei-me no forro do banco do carro para não afundar no poço invisível de depressão que cavara. E eu arrastara minha mãe junto comigo. Justo a pessoa que eu mais amava! Senti-me tão mal por tudo. Mas eu não podia parar agora. Eu tomei minha decisão. Não pensaria nos “e se...” que ficavam para trás. Nunca mais ficaria perdida nas outras dimensões que deixavam de existir quando fazia minhas escolhas.

O ronco do motor me acordou. Sai do transe. O carro se moveu rápido pelas ruas pouco movimentadas de um jeito que eu considerava quase impossível. Los Angeles não costumava ser uma cidade calma. Calculei que deviam ser umas cinco horas da manha. Meus olhos se fixaram no horizonte sem ver nada de fato. Já sabia para onde estávamos indo. Para o aeroporto. O problema era o que viria depois...

Em menos tempo do que eu esperava o carro parou. Olhei para o lado. Alessandra não se dava bem escondendo as lagrimas, mas se esforçava. Seu corpo arqueado por cima do volante, os cabelos entre os dedos que massageavam as têmporas. Apoiei a mão insegura no seu ombro. Ela se endireitou, fungou o nariz duas vezes e atirou um pedaço de papel no meu colo. Uma passagem de avião.

—Vão estar te esperando no aeroporto quando chegar... Vai ser melhor assim. Boa sorte querida - Um beijo na minha testa – Me envie e-mails, vou sentir saudade...

Ficamos paradas por algum tempo nos abraçando e soluçando, ela mais do que eu. Não que não sofresse, mas já chorei muito. Não havia mais lagrimas para serem derramadas. Afastamos-nos enfim.

—Tchau mãe!-agarrei a mala e sai do carro.

Não olhei mais para trás. Eu não merecia uma mãe tão boa. Principalmente nos últimos dias... Eu deveria ter sido mais forte. Mas dói tanto quando alguém em que confiamos, e até amamos, nos mágoa. Luca sempre foi um grande amigo meu. Achei que podíamos ser algo mais. E fomos por quase dois meses. E então... Ele me pisoteou.  Não foi como um fora. Isso eu suportaria. Ele simplesmente me destruiu, acabou com nossa amizade de anos em minutos e levou muitos dos meus raros amigos com ele. E o que eu fiz? No começo nada, não me restavam forças se quer para viver, mas depois... Virei rebelde. Rebelei-me contra mim mesma. Fiz amizade com a ralé de L.A. Drogados, bêbados, lideres de gangues e garotas sem escrúpulos compunham meu circulo de amizades. E com tais companhias passei a freqüentar os piores lugares. Nem minha aparência foi poupada, fiz piercings, tatuagens de rena e descolori as pontas dos cabelos...

Parei no meio da área de embarque completamente perdida. Era grande, branca e muito iluminada. Havia gente com malas de viagem para todo lado e o inconfundível estampido dos alto-falantes antes das informações serem passadas, algo que soava como “tu-tu”. Suspirei e peguei a passagem. Coloquei-a diante de mim e li o meu futuro destino, como quem lê um bilhete de biscoito-da-sorte. Fiz uma careta automática o ler o nome do estado: Washington. Ótimo! Maravilha, só havia um lugar para onde minha mãe poderia me mandar ali. Forks. Sim, aquela pequena cidade que fica entre nada e lugar nenhum, abençoado pelo clima úmido e frio (sem falar em chuvoso) do noroeste estadunidense. Imagino como mamãe fizera para convencer tio Antoni a me receber em casa.

 Tio Antoni não fazia parte do circulo mais interno da família. Ele era irmão da esposa do meu tio Stanley. Só o vi umas três vezes em toda minha vida. Não era muito alto, mas magro, de rosto triangular, cabelos castanho-grisalhos (principalmente nas têmporas) e de pele branca como o leite. Provavelmente o melhor dono de “prisão” que minha mãe poderia encontrar. 

Fui para o portão de embarque e esperei a partida do meu vôo, que por sinal não era o dos mais lotados. Provavelmente não eram muitos os loucos que gostavam de ficar trancafiado em casa o ano todo devido ao clima da região. Ainda faltava mais de uma hora para a partida do meu vôo.

Pensei em todas as ironias que a situação me invocava. Era ridículo finalmente ter liberdade, eu estava viajando sozinha e ia morar sozinha, e mesmo assim a achar tão recusável, afinal era no fim do mundo. Mas a melhor definição que achei para Forks foi: Manicômio. Realmente fazia mais sentido me prender num manicômio do que numa prisão. E a pequena reserva indígena era exatamente o tipo de cela acolchoada que me faltava. Eu ia pirar!

O vôo chegou e fui para a fila pequena que se formou.  Atrás de mim veio uma mulher e sua filha de sete anos. Ela me encarou e apertou a filha mais para perto de si. Pois é, eu realmente estava assustando criancinha! Lembrei que viera direto da prisão e nem me olhara no espelho.

Entrei no avião. A aeromoça também me evitou. Talvez eu estivesse cheirando feito uma traficante... Lembrei do motivo da minha prisão: Envolvimento em briga e ligação com pessoas acusadas de tráfico de drogas. Era algo quase tão impressionante quanto um nome de curso técnico, diria que ate mais poético.

Quando o avião decolou e se estabilizou, fui ao banheiro. Olhei o rosto desfigurado que me olhava de volta no espelho. “Olá estranha!”. Meus olhos tinham um tom verde amargurado e profundas olheiras, meus cabelos castanhos e compridos pareciam ter tido uma guerra com um aspirador de pó (duvidei que os nós um dia saíssem), minhas orelhas tinham quatro furos cada e meu nariz também tinha um acessório brilhante no canto direito. Minhas roupas, então... Calça jeans puída e rasgada e uma camiseta cinza surrada, com duas correntes prateadas enroscadas no pescoço. Lavei o rosto e prendi os cabelos num coque improvisado. Esperava não prejudicar o sono de mais ninguém com minha aparência.

Voltei para minha poltrona e me acomodei para a longa viagem. Ninguém ficou me encarando como na entrada. Talvez tivesse melhorado mesmo minha aparência ou meramente perderam o interesse. Tanto faz, era bom não ser observada! Fechei os olhos e no instante em que os abri já estávamos prestes a pousar. Estava mais cansada do que imaginei... A aeromoça tinha deixado o lanche no banco vazio ao meu lado, prevendo minha fome.  Acertou. Meu estômago agradeceu a pequena refeição.

Desci do avião carregando minha mala, que nem era muito grande. Claro que não desci direto em Forks. Até parece que La teria um aeroporto! Estava em Port angel . A zona de desembarque era igual a qualquer outra. Pessoas aguardavam os recém chegados que eram cuspidos aos poucos. Olhei ao redor e não achei tio Antoni em lugar nenhum. Devia ter feito um cartaz com meu nome escrito bem grande nele, assim ele me acharia. Acabei comprando um sanduíche numa lanchonete ali perto e voltando para uma estação de cadeiras que ficava em frente à zona de desembarque. Eu não tinha como não vê-lo ali!

Dois vôos chegaram, os passageiros saíram. E nada de Tio Antoni. Chegaram outros três. Nada. Lá pelo sétimo comecei a me desanimar. Talvez ele não viesse... Deveria pegar um táxi? Eu não sabia exatamente onde ele morava. Era perto da praia de La Push...  Alguém devia saber onde meu tio morava afinal todos deviam se conhecer mesmo. Mais três vôos chegaram. Chega! Levantei-me e fui até a calçada chamar um táxi. Estava frio lá fora. Vesti meu casaco, melhorou um pouco. Acenar para um táxi que passava, quando vi uma picape prata parando ali perto. Tio Antoni estava dentro dela. Ignorei o táxi que parava por minha causa e fui ate a picape.

—Tio Antoni?-perguntei enquanto ele saia da picape.

—Ahm, sim... Eu estou atrasado e... - Ele parecia que ia passar direto por mim e correr para dentro do aeroporto.

—Maggie. - Ele se virou para mim já a uns cinco passos de distância. - Nossa, desculpa! Eu perdi a hora... Você esperou muito?

—Não. - Menti. Ele parecia sinceramente chateado por ter demorado. Isso me agradou, quem sabe fosse fácil conviver com ele.

—Bom, então vamos. -Abriu um sorriso desajeitado.

Ele tirou a mala de minhas mãos, entrou no carro e jogou-a no pequeno espaço atrás do banco. Também entrei. Estava um pouco mais quente ali dentro. Agradeci por isso. Ainda não era noite, mas o céu não tinha sol, só uma claridade mórbida de dias nublados. Suspirei, iria ver o céu assim várias vezes...

Antoni me perguntou sobre minha mãe e as coisas por lá. Acho que Alessandra não contou o verdadeiro motivo de eu estar ali. Depois ele ficou se desculpando e explicando o atraso. Eu simplesmente assentia e o perdoava. Ele não parecia se convencer e se desculpava novamente. Era cômico, se não trágico.

—Pela milionésima vez, tio: Eu te perdôo!

—Me desculpe!-ele deu um sorriso sem graça.

Revirei os olhos. Ele não iria parar de pedir desculpas. Então não o perdoei mais, apenas deixei o assunto morrer. Acho que ele só gostava de ouvir suas desculpas verbalizadas, sem esperar uma resposta de volta. O resto da viagem foi silenciosa. Chegamos a La Push e depois à casa de tio Antoni. Estava escuro e não tive uma boa visão da casa.

O motor parou estacionado na garagem. Ele saiu da picape. Eu vinha logo atrás carregando minha mala. O segui pelo pequeno lance de escadas que levava a varanda em frente da casa. A porta principal ficava bem no centro da varanda com uma janela de cada lado. Uma mesinha e quatro cadeiras ficavam no lado mais distante da varanda e um vaso de barro ficava ao pé da escada.

Antoni girou a chave e abriu a porta. Deu alguns passos e tateou a procura de um interruptor. A casa se iluminou. Não havia divisão entre os ambientes. Um balcão separava a cozinha da sala de jantar, que consistia apenas em uma grande mesa de madeira com cadeiras. Ao lado esquerdo da porta havia um cabide onde Antoni pendurava seu casaco. Ao lado direito estavam a TV, duas poltronas e um sofá. Mas o que chamava atenção eram os livros. Esparramados sobre a mesa, as cadeiras e as poltronas. Eles tomavam a casa inteira como se a reivindicassem para si.

—Bem Vinda!-Ele punha as mãos sobre meus ombros espiando por cima a casa com um sorriso.

—Desculpe pela bagunça... -o sorriso se desfazendo - Eu ainda preciso arrumar algumas coisas.

Aquilo precisava muito mesmo de uma arrumada. E quando ele disse “ainda...” me perguntei se poderia ter estado pior. Meu Deus! Antoni devia ser um desastre em organização. Meu quarto não chegava aos pés daquilo, e olha que minha mãe sempre reclamava...

—Mas deixa que amanhã a gente arruma!

Segurei no sofá ao meu lado. “A gente arruma...”!Quantas horas eu ia levar arrumando aquilo? E desde quando eu fazia parte de uma equipe naquela casa? Eu não era apenas a prisioneira? Já sei, era o serviço comunitário da prisão. Merda!

—Ah, seu quarto fica lá em cima. -Ele apontou para as escadas que até então não tinha notado. Subimos.

—Aqui. -Ele parou diante da segunda porta da direita. -eu deixei este arrumado para você assim que sua mãe avisou que você viria.

—Obrigada... -Sorri gentilmente. Mas no fundo esperava ver algo parecido com o que estava lá embaixo. Afinal, Ele arrumou...

 Antoni abriu a porta e acendeu a luz. Fiquei surpresa. Não havia livros ali! Olhei ao redor enquanto andava. Era espaçoso. Tinha uma cama de casal pequena, uma mesinha de cabeceira, um armário, um sofazinho e uma mesa com computador.

—Uau,obrigada tio Antoni!- sorri sincera, devia ter dado muito trabalho para ele arrumar aquele quarto.

Ele deu de ombros. -Vou deixar que se acomode, estarei lá embaixo se precisar.

 Fechei a porta assim que ele saiu. Atirei a mala em cima da cama e me atirei ao lado dela. Braços cruzados sobre a cabeça. Respirei fundo. Era um novo começo, longe de L.A , de Luca, de rebeldias, de mamãe. Meu coração se apertou a menção da ultima perda. Como minha mãe ficaria sem mim? Ela era forte. Quando meu pai nos deixou (eu tinha uns quatro anos) ela me criou sozinha. E sempre se saiu bem no serviço, sei disso porque ela ganhara quatro promoções nos últimos seis anos. Ela era economista e administradora, fizera as duas faculdades ao mesmo tempo. E queria fazer uma pós agora, sem mim por lá seria mais fácil.

 

Virei o rosto e vi minha mala. Eu ainda não sabia o que tinha ali dentro. Parecia pequeno demais para ter tudo o que eu precisava, quer dizer tudo de que “na minha concepção” eu precisava. As duas coisas eram bem diferentes. Abri o zíper e joguei tudo em cima da cama. Um par de tênis ,varias camisetas, casacos e calças choveram sobre a cama.Não era nem de longe metade do conteúdo do meu armário em LA, mas a maioria das roupas que eu tinha eram de verão, o que as tornava inúteis para minha nova morada.

Tinha mais coisa: Uma sacola com materiais de uso pessoal (escova e pasta de dente, xampu, pente...), minha bolsa surrada favorita, meu mp5, meu pendrive, uma bolsinha com minhas economias e alguns acessórios como pulseiras. Nada mal!

Atarefei-me em arrumar as coisas no meu novo armário. Não preencheu nem um terço dele. Depois coloquei os eletrônicos na mesa do computador, agarrei a sacola de objetos de uso pessoal e um pijama e corri para o banheiro. Foi um alivio imenso tirar aquela imundice toda de mim.

Voltei para meu quarto sem o menor sono. Estava muito escuro La fora por isso não pude ver nada pela janela do meu novo quarto. Acabei indo para o computador. Vi se tinha algum recado da minha mãe. Nada. Então escrevi para ela, pulando a parte do atraso de Antoni. Foi mágico ver que eu realmente tinha internet! Quer dizer eu estava conectada ao mundo mesmo naquele finzinho de mundo... Passei a noite passeando pela web, atéque fiquei com sono. O que foi bem depois de Antoni ter ido dormir.

Fechei os olhos e dormi. Uma névoa branca me envolveu e me vi dentro de um sonho.Nele eu corria sem direção em uma floresta estranha, corria como se fugisse de algo. No caminho o chão sumiu sob meus pés e eu caí. Caí numa clareira.

Estava escuro, mas as nuvens se moveram e a lua iluminou a noite. Era uma perfeita bola branca de luz. Vários pares de olhos me rodeavam na clareira. Eram homens de pele vermelha e cabelos escuros.

Um parecia se destacar. Devia ser o líder. Tinha os cabelos mais grisalhos que os outros e me encarava bravo. Meus olhos prenderam-se nos dele como se estivesse sendo sugada pela negrura sobrenatural deles e tudo pareceu girar em espiral ao meu redor, menos os grandes olhos deles que estavam fixos em mim ...


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