A Faculdade escrita por Juliana Belmonte


Capítulo 6
Comida Italiana


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Foi mal não postar tão rápido como eu costumo fazer, mas é que eu tive uns... probleminhas, vamos dizer.
Mas efim, aqui está mais um capítulo para vocês se deleitarem!
Beijos & Borboletas!



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Meu Deus, como a semana passou rápido! Em um momento é segunda-feira, no outro já é sexta-feira! Nossa... Tenho um fim de semana cheio pela frente. Cavalgar com James sábado à tarde, s-sair com Oliver no domingo...Ai, que droga! Falta um mês para apresentar o trabalho com a Marie, e eu ainda nem comecei a costurar o meu vestido! É, eu escolhi o preto de lírios lilases... Os acessórios eu tenho, o sapato a Marie tem, e nós calçamos o mesmo número, trança embutida é fácil de fazer... É só costurar o vestido mesmo! Mas vai demorar até acertar os detalhes pequenos... Bom, esqueçamos isso! É só falar com a May mais tarde...

- Enne... Vai dormir! – disse Annelise, sonolenta, a Julienne – Esquece essa droga desse diário! Escreve amanhã...

Em resposta ao comentário, Annelise recebeu uma almofada em cheio no rosto, ao que ela deixou escapar um sonoro palavrão

- Cala a boca, Lise! – disse Julienne, divertida com a cara que a amiga fez – Eu não reclamo quando você fica lendo revistar indecentes até tarde da noite!

- Que calúnia! Eu não leio revistas indecentes! – disse a loura, corando – É a... a... Marie! Ela é que...

- Não mencione o meu nome nessa conversa, Lise! – disse Marie, despertando, porém rindo do embaraço da amiga – Deixe a pobre da Enne escrever o Diário dela! Como é que nós vamos poder lê-lo se não houver nada para ler?

Prontamente Marie foi acertada por outra almofada de Julienne, que fechou seu Diário bruscamente.

- Pois ele agora tem cadeado, sua francesa! – disse a brasileira entre irritada e divertida, mostrando o pequeno cadeado dourado no caderno e a chavinha combinando em seu pescoço – Vai ter que passar por mim para ler meu Diário outra vez!

Annelise e Marie explodiram em risada, acabando por acordar Jane. Essa ficou irritada, e jogou uma almofada em cada uma.

- Calem a boca! Nunca ouviram falar em dormir? – disse ela, irritada por ser acordada tão bruscamente – Não encham mais o meu saco, senão vocês vão me ver realmente zangada!

- Esse era o lado feliz? – sussurrou Marie, de modo que supostamente só Annelise e Julienne ouvissem, sendo acertada por uma terceira almofada – Ok, agora chega! Declarada a guerra de travesseiros!

Marie jogou um travesseiro roxo em Julienne, que devolveu com sua almofada de puros-sangues ingleses, a francesa porém se abaixou, fazendo com que Annelise fosse acertada em seu lugar. Isso foi o suficiente para a bagunça se instalar naquele quarto. A “guerra de travesseiros” correu noite adentro, até que as meninas desabaram de cansaço umas por cimas das outras. Essa sim fora uma noite feliz, onde até Jane e Julienne se divertiram juntas...

***

Julienne acordou, sentindo o cheiro de seu travesseiro de puros-sangues ingleses contra sua face. Aparentemente dormira no chão, que felizmente era coberto por um carpete lilás macio, evitando que ela ficasse dolorida. Olhou para o despertador, será que já era muito tarde? Tomou um grande susto ao ver o adiantado da hora:

- Marie, Jane, Lise! Acordem! Já são duas da tarde! – gritou ela alarmada

Marie deu um muxoxo de descrença.

- Não são, não... – gemeu ela – Volte para a cama... Além do mais, e se for?

- Perdemos as aulas da manhã de sábado! Essas só vão até meio dia! – disse a brasileira, levantando-se de um salto para sacudir as amigas, tentando despertá-las

- Enne, nós estamos... – disse Annelise, mas olhou para o despertador com o rabo do olho e percebeu, levantando junto com Julienne – Acordem! Nós vamos perder o almoço!

Isso pareceu ser suficiente para fazer Marie e Jane despertarem, embora um pouco sonolentas. Se arrumaram na velocidade da luz, acabando por deixar o dormitório com caras de “zumbis”.

Julienne corria junto com as amigas em direção ao restaurante do campus, porém esbarrou em alguém. Desculpou-se apressadamente, e iria alcançar as amigas, se o estranho não a tivesse segurado gentilmente, porém de modo firme

- Hey, Enne! Aonde vai com tanta pressa? – disse ele

- Olha aqui, cara...! – disse ela com grosseria, porém reconheceu a voz do “desconhecido” – James? Ah, me desculpa! Eu tenho que ir para o restaurante, te vejo depois!

Ela tentou se desvencilhar dele, mas ele a impediu

- Calma, que tal eu te levar para um restaurante fora do campus? Um legal, de comida italiana! – disse ele – A comida daquele restaurante do campus é uma droga!

- É, não é lá grande coisa... – admitiu ela, sendo solta – Mas como você vai me levar pra almoçar? Eu não posso aceitar!

- Claro que pode, Enne! Não diga bobagens... Eu consegui alguma coisa trabalhando no Haras com meu avô nas férias, sabe...

- Quanto? – disse ela, incrédula

- Ãh... duas mil libras por mês... – disse ele, desviando o olhar

- O que? James! – disse ela – Sua família é rica ou o quê?

- É, temos uma mansão em Oxford, perto do Haras... – disse ele, ainda evitando olhá-la.

- James, como você não me conta uma coisa dessas? – disse ela, ainda digerindo a ideia

- O que é que tem demais? – disse ele, lançando um olhar interrogativo à amiga

- Ora, James! Não sei explicar direito... – disse ela. Agora que parava para pensar, não era algo tão grave assim – É, desculpe o escândalo...

- Não tem problema! – disse ele, rindo – Mas e então, aceita o convite?

- Se eu disse não você vai aceitar? – disse ela, provocando – Brincadeira... Tá, eu aceito sim!

Caminharam mais ou menos um quilômetro até saírem do campus, e mais um pouco até o restaurante. Antes eram provavelmente duas casas, mas o restaurante as comprou e juntou, unindo-as. Era um lugar bonito, até romântico. Mesinhas redondas com tampo de vidro espalhadas por onde provavelmente era o jardim, coberto de rosas e lírios. As janelas eram grandes, permitiam a quem estivesse do lado de fora ver quão bem decorado era o restaurante. James “acidentalmente” esquecera de mencionar que parecia ser um restaurante fino e caro... James nunca a convidara para comer fora... Isso poderia ser considerado suspeito?

Julienne olhou com vergonha para si mesma. Estava tão sem graça... Usava apenas uma calça jeans, um salto pequeno dourado e sua blusa favorita: baby-look, vermelha-cereja, com uma estampa que parecia uma marca gigante de batom rosa-choque, emoldurada por círculos de luz. A maquiagem era leve, mas ela sempre caprichava nos olhos. Delineador preto esfumaçado, cílios com rímel que pareciam ser de boneca. Truque aprendido com a mãe, anos atrás.

- James! Não acredito que me trouxe em um lugar assim sendo que eu estou tão mal-vestida!

- Bobagem, Enne! Você é linda de qualquer jeito! – retrucou James, mas percebeu o que acabara de dizer e corou imediatamente

- James Anderson, você está vermelho por dizer à uma garota que ela é bonita? – alfinetou Julienne

- Não é isso...

- Ah, já sei! É que você acabou de dizer à sua irmã que ela está linda!

- Não me chame mais de irmão. – disse ele, sério de repente

- Por quê? O que eu fiz? – disse ela, assustada

- Nada, nada... Vamos entrar...

Julienne não entendia o que estava acontecendo com James. O que o havia feito mudar repentinamente? Em um momento ele estava brincalhão e no outro... Bum! Um cara chato e sério. Mas James sabia e muito bem o que estava acontecendo... Só não deixaria que ela descobrisse...

O garçom indicou a mesa deles e deu-lhes o cardápio.

- James... O que houve lá fora? – perguntou ela temerosa

- Desculpe. Foi uma idiotice... Esqueça isso, foi só um pensamento ruim que passou pela minha cabeça... – disse ele sorrindo para ela

James segurou uma das mãos de Julienne. Então uma corrente elétrica passou por todo o corpo dela a partir do ponto em que ele havia tocado sua pele.

- Âhn...? Enne, você está bem? – disse ele, ao ver a expressão no rosto dela

- Sim – respondeu ela, mas seu tom dizia claramente “Não!

- Bom, tudo bem então... Er... O que você vai querer?

- Acho que... Um spaghetti al pomodoro... E você?

- O mesmo.

Chamaram o garçom e fizeram seus pedidos.

- Enne, já reparou que hoje faz um ano que nós nos conhecemos?

- Um ano? Já? – perguntou ela, esquecendo dos problemas

- Bom, aproximadamente... Mas eu considero um ano... – ela riu – Mas como faltam três meses para acabar o ano...

- Nossa... Em três meses meu primeiro ano na Inglaterra acaba... – disse ela, sendo invadida pela infelicidade

- Não se preocupe! Muitos outros ainda virão! – disse ele, fazendo ela se sentir melhor – Mas como eu estava falando, faltam três meses para acabar o ano letivo. Meus pais chamaram a mim e a Jane para passar as férias com eles em Oxford. Eu estava pensando... se você não gostaria de ir?

- Eu... – disse ela, reparando no embaraço na voz dele – Eu adoraria, James!

Naquele momento chegou a comida.

Eles comeram, conversaram e riram. Porém, não houve mais nenhum contato físico entre os dois. Quando terminaram, James pagou a conta e foram embora.

- James, eu tenho que ir agora... A gente se vê mais tarde. – disse ela, na porta de seu dormitório

- Não se esqueça que hoje nós vamos...

- Eu sei! Como eu poderia esquecer? Tchau. – disse ela, dando-lhe um beijo na bochecha. Ele rapidamente corou outra vez, mas ela não percebeu.

- Tchau... – disse ele, enquanto ela se afastava – minha Enne...


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Notas finais do capítulo

Gente, eu sei que eu pulei datas importantes tipo a páscoa, mas... É a vida! Foi mal... E não, eu não pulei o néver da Enne! Ela faz aniversário em Setembro e ainda é final de agosto. Na história, é claro...
Beijos & Borboletas!

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