A Faculdade escrita por Juliana Belmonte


Capítulo 10
Primeira Classe


Notas iniciais do capítulo

Nossa! Não acredito que voltei! Vocês também não, não é? Como eu mencionei nos comentários, tive alguns problemas com a fic! =( Depois desses problemas, me desanimei com a fic!
Mas como tudo tem um final feliz...
Esse capítulo é dedicado à garotinha-ruiva, que comentou a fic e me animou a voltar a trabalhar na fic!
Enjoy!!



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E os exames acabaram mesmo… Antes que Julienne percebesse, estava em um trem. Não um trem qualquer, um trem que a levaria a Oxford, para passar quase três meses na companhia de James e Jane, em uma mansão. Aliás, os dois se encontravam perto dela naquele exato momento. James, ao seu lado, na cadeira vermelha extremamente grande, típica da primeira classe, dormindo. E Jane olhava pela janela, com um ar extremamente contrariado.

As lembranças daquela tarde pareciam tão distantes. Tirar suas roupas do armário, arrumar as malas... Dizer adeus a Annelise e Marie. Jane havia convidado as duas para vir com eles, mas Marie iria para a França e Annelise tinha que ir para casa cuidar das duas irmãs. Seus pais estavam se divorciando, e a Sra. Thompson insistira que Annelise precisava estar lá para dar apoio moral às irmãs mais novas. Era o fim do seu primeiro ano letivo na Inglaterra.

Era doloroso pensar que em dois anos, quando a faculdade acabasse, ela teria que voltar para o Brasil. Não havia achado um meio de conseguir ficar na Inglaterra legalmente, e duvidava que fosse conseguir a essa altura. E, mesmo que ficasse, o governo estava pagando por seus estudos, para que, quando ela voltasse, pudesse contribuir com a sociedade e blá blá blá... Claro que o governo não estava interessado em perder gente para pagar os impostos.  A única coisa que a preocupava era como contaria isso para seus amigos. Será que se veriam quando ela estivesse do outro lado do mundo? Será que iriam aos casamentos um do outro? Será que ela veria James? Será que algum dia... conseguiria contar que estava apaixonada por ele?

É, depois de um ano negando o que se anunciara no dia em que se conheceram, Julienne Johnson havia finalmente admitido para si mesma que estava apaixonada por James Anderson... Foi assustador. Quando ela deixou a sala de exame, e encontrou James no pátio. Ele a abraçou, e ela sentiu aquela mesma corrente elétrica que havia sentido três meses antes. E, dessa vez, não ouve como ignorar. O frio na barriga, pegando-se constantemente pensando nele... pensando no dia em que se beijaram. Era uma memória tão distante, e mesmo assim tão perto. Era aquele tipo de coisa que ela não sentia desde os treze anos. Era idiota, e ela sabia como terminaria. Todo mundo sabe. Todo mundo vê filmes, todo mundo lê livros. Nunca daria certo. E, mesmo assim, lá estava ela, fingindo que os sentimentos que ela tinha pelo moreno adormecido ao seu lado eram puramente fraternais. E o mais doloroso de tudo... era que talvez ela voltasse ao Brasil sem nunca ter ao menos provado outra vez daqueles lábios rosados, no momento entreabertos.

Julienne torceu para que ninguém visse a lágrima que havia escorrido pela sua bochecha. Ninguém aparentou ter visto nada, então ela se permitiu adormecer. Apenas para acordar depois, com o cheiro e a voz de James. Ela havia deitado em seu ombro durante o sono...

– Hey, Enne! Chegamos! – sussurrou ele, fazendo-a se arrepiar.

– Sério? Eu dormi tanto assim? – ela acordou bruscamente com uma cara animada e confusa, fazendo James se lembrar de um cachorro que tivera quando era criança. Fazia o mesmo sempre que ouvia sua voz, mas essa não era uma analogia apropriada para se fazer.

Os três pegaram suas malas e saíram do trem, absorvendo cada imagem, cada cheiro, cada som... Para James, era bom estar de volta, para Jane, era estranho, e para Julienne, era mágico. Era completamente surreal que aquela nerd sonhadora que vivia dizendo que um dia iria morar na Inglaterra, mas nunca tinha moral suficiente nem para acreditar no que ela própria dizia, estivesse finalmente ali. Mesmo depois de um ano, ainda era mágico.

– Ah, Jimmy... – começou Jane. Era impossível não chamar James pelo seu apelido de infância. Não estando ali, com todas aquelas sensações nostálgicas. Quase se esquecera que morava ali, estando longe a tanto tempo – Como exatamente vamos para casa? É muito longe para pegarmos um táxi, não?

– Bem, Janey... – James não iria perder a oportunidade de chamar a irmã assim, ainda mais depois que ela começara – Você ainda se lembra da Gillian?

James, você só pode estar brincando comigo! Como espera que eu, depois de todo esse tempo, e com toda essa distância... !

Julienne não entendeu mais nada. Já começava a ter a sensação de que não deveria estar ali, quando era claro que aquele deveria ser um momento em família.

­­– Relaxe, Jane... É claro que eu estou brincando, eu sei como você é... sensível. – ele tinha o rosto de uma criança que havia sigo pego fazendo uma travessura. – Mamãe vem buscar a gente de carro, não se preocupe. Agora, que tal a gente sair da plataforma e ir para a rua esperar por ela?

Jane ainda estava ofendida com a brincadeira do irmão, então saiu pisando duro, muito a frente deles.  James e Julienne se entreolharam e riram, para depois irem atrás dela.

– James, quem é...? – perguntou Julienne, com a voz um pouco fraca, mas James interpretou suas intenções e completou:

– Gillian? Ah, era a égua da Jane. Bom, ainda é. Mas ela se ressentiu quando a Ebony veio para o Haras, pois era mais bonita do que a Gillian. Achou que ia ficar com a égua, mas Ebony não gostou muito dela. Na realidade, Ebony sempre foi meio temperamental. Você foi a primeira garota que ela aceitou. Ela me deixa montar nela, mas você sabe o que eu quero dizer. Jane tentou, e bem... caiu. Depois disso disse que nunca mais subiria num cavalo na vida. Ela tinha dezesseis anos.

– Nossa! Meu Deus, quando a Jane ficou assim! – era uma história muito triste. Mas espere um momento... ­– James Andrew Anderson, que história é essa de me colocar em cima de uma égua temperamental?

– Calma, não me bate! Eu sabia que ela ia aceitar você! Eu não ia te colocar em perigo nunca!

Aquilo foi tão fofo! Era tão idiota estar apaixonada por ele... No final de tudo, eles eram irmãos, certo? Ok, James havia dito há um tempo atrás que não queria mais que ela o chamasse assim, mas... Quem garantia que isso queria dizer alguma coisa? Deus, ela havia esquecido como ficava idiota quando gostava de alguém.

Depois de caminhar pela estação de trem e conversar com James sobre coisas divertidas, e sobre como Jane havia ficado chata na adolescência, mas costumava ser muito legal e que James tinha esperança que ela voltasse a ficar legal conforme fosse deixando a adolescência para trás, os dois alcançaram a garota, parada na frente da estação, sentada na mala.

James deu um susto na irmã, e, surpreendentemente, ela não reagiu de forma mal-humorada. Na verdade, até riu! Seriam os ares de Oxford?

– Quem é você e o que fez com a Jane Anderson? – disse James, apesar de estar sorrindo

– Rá, rá... Muito engraçado, irmãozinho! Muito engraçado... – Jane retornou ao mau-humor habitual, revirando os olhos e se levantando. Claro que era bom demais para ser verdade – Quando você vai crescer, hein, James?

– No mesmo dia em que você parar de ser tão rabugenta, senhorita Anderson... – James sorriu e passou o braço em volta dos ombros da irmã.

Julienne então se sentiu estranha de novo. Quase se esquecera que Jane era a verdadeira irmã de James. Não era ciúme, claro... Seria completamente bizarro ter ciúme da irmã dele. Mas, mesmo assim, era estranho ver os dois tão íntimos. Na faculdade os dois sempre fingiam a inexistência um do outro.

Mas aquele não era o momento apropriado para se pensar nisso. Uma moça muito bonita de cabelos louros dirigindo um carro grande e caro havia acabado de estacionar ao lado deles. Parecia ter em torno de 35 anos, e era muito bonita. Assim que ela saiu do carro abraçou e beijou James e Jane. Depois, dirigiu-se para Julienne:

– Olá! Você é a Julienne Johnson, certo? James falou muito de você! Meu nome é Sarah, é um prazer!


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Notas finais do capítulo

É isso gente! Vou postar mais, ok? Prometo!!
Beijos & Borboletas!



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