Bocchan no Game escrita por LawlietShoujo
Notas iniciais do capítulo
Eis o segundo capítulo! >—
Eu estava com taaanta saudade de escrever fics :( Tomara que eu consiga levar essa adiante!
Muito obrigada o/
De acordo com o contrato que fizera com a senhora Scarlet, Arthur era obrigado a dar aulas para Seishirou todos os dias. A moça quase nunca ficava na mansão, deixando o filho sob os cuidados dos dois mordomos e atualmente de seu mentor.
— Bom dia, Seishirou.
— ...
Era a quinta aula que tinham e, desde a última frase do menino, o professor não ouvira mais sua voz rouca. Ele se limitava a olhar esporadicamente para Arthur, virando o rosto em seguida, como quem observa o comportamento alheio, sem compromisso. Não haviam progredido, o que começava a preocupar o mais velho. "Eu tenho que fazer isso dar certo... Mas ele não deixa. Chega. Não serei mais benevolente com esta criança mimada.".
— Pegue seu caderno.
— ...
— Até quando você pretende levar esse seu joguinho adiante?
Antes que o outro pudesse ter algum tipo de reação, Keiichi adentra o cômodo, com uma bandeja de prata repleta de pequenos doces e duas xícaras de porcelana com chá, colocando-a sobre a mesa de vidro. O cozinheiro que havia se encarregado de fazer tudo, estava sempre em seu local de trabalho, pois não tinha tempo de andar pela mansão. Seishirou olhava ternamente para Keiichi - a pessoa que mais o ouvia falando em todo mundo. O mordomo ensinara a seu mestre as primeiras letras, os números e alguns conteúdos escolares mais evoluídos, mas isso aconteceu antes dos dez anos do menino.
— Com licença, Bocchan, aqui estão os doces de sempre.
— Obrigado, Kei.
Arthur, que estava quase desistindo de um diálogo normal com seu pupilo, se espanta com o tom suave que o este usara para se referir a seu subordinado. Aquele garoto era um completo mistério - e sua personalidade era uma barreira intransponível, o que mantinha seu coração em segredo. O mordomo se retira, deixando os dois à sós novamente.
— Scarlet Sweets. - Seishirou se serve de um bolinho Madeleine, mastigando lentamente.
— Perdão, não ouvi.
— Uma das fábricas da minha família. A maior fábrica de doces existente hoje.
— Ah, sim. - O professor força um sorriso, se servindo de um pequeno pudim. - São excelentes, devo dizer.
— Eu sei.
— Por que doces?
— Não vejo onde quer chegar com a pergunta.
— Por que uma fábrica de doces? Quero dizer, não é uma área muito importante, aclamada. Por que não investir em algo que esteja em alta?
— Doces, sensei, estão sempre em alta. - Seishirou ergue sua xícara de chá até seus lábios vermelhos, tomando um gole antes de continuar. - E são os doces que dizem quem você é.
— Eles dizem...?
O menino não responde mais, continuando sua refeição como se estivesse completamente sozinho na sala de estudos. Arthur tenta perguntar novamente, mas então percebe que Seishirou voltara a se fechar para ele. "Pirralho insolente".
— Tome este livro.
— ...
— Há anos que não pratica sua leitura. Leia isto, Seishirou. - O mais velho pega a obra e a coloca sobre o colo do garoto.
— Keiichi! Keiichi!
O mordomo aparece na porta novamente, com um olhar preocupado. Seu jovem mestre se levanta, deixando o livro cair sobre o chão, e segue rapidamente até o subordinado, com uma expressão de pânico.
— Leve-me para longe daqui, Keiichi-kun. E-esse professor é assustador!
— H-hã?! - Arthur apanha o livro e se dirige até a porta, mas esta se fecha energicamente.
Sem ter como retornar para a cidade, o jovem professor é forçado a ficar na mansão até que a senhora Scarlet retornasse, perambulando, entediado pelo local. Ele se lembra que, antes da porta ser fechada, Seishirou dera aquele mesmo semi-sorriso de antes. Não conseguiu compreender o que passou pela cabeça do garoto até a mãe deste chegar.
— Ah, professor Arthur! - Ela deixa a bolsa sobre o sofá, se dirigindo ao jovem. - Já acabou a aula de hoje?
— Ojou-sama, perdoe a intromissão. - Keiichi se aproxima, inclinando seu corpo levemente.
— Pois não, Keiichi?
— Eu poderia falar com a senhora um instante?
— Claro. - Ela se vira para Arthur. - Aguarde um pouco, professor.
Keiichi não se demora: num canto mais afastado da outra pessoa presente, sussurra alguma coisa para a madame, que converte sua expressão numa mistura de desconfiança e preocupação. Arthur percebe que os olhares eram rapidamente desviados para ele e fica nervoso - o que aquele pequeno diabo teria feito?
— Obrigada, Keiichi.
— Com licença, o Bocchan mandou que eu subisse assim que eu te desse o recado dele.
— Sim, pode ir. Eu tenho que conversar com o Arthur. - Ela segue de volta ao jovem com um passo lento - seu salto relativamente alto fazia um barulho agonizante no piso reluzente da mansão. - Professor... Acabo de ouvir um recado do Seishirou-kun através de Keiichi. Ele afirma que você disse que iria transformar a vida dele em um pesadelo.
"Aquele pirralho mimado! O que ele está tramando?!", o professor pensa, assustando-se com o que acaba de ouvir. Inicialmente, fica sem reação, mas lembra do desafio que aceitara há cinco dias. Definitivamente, manteria seu emprego e faria questão de jogar na cara do adversário.
— Eu nunca disse isso.
— Apesar dos problemas que tem, não é do feitio do Seicchan mentir, professor. E o senhor não seria o primeiro a dizer isso a ele.
— O que aconteceu com os outros?
— Bem, eu os demiti. Professor, eu sei que o gênio dele é difícil de lidar e que, no momento da raiva, as pessoas dizem coisas sem pensar. Estou até estou cogitando a possibilidade de mandar meu filho para a França. Morar com a tia pode ser melhor do que acordar todos os dias e lembrar de um passado terrível...
— Um passado terrível?
— A-acho melhor acertarmos as contas, sim?
— Espere um instante, madame. Eu não seria o primeiro...? Já experimentou considerar que ele mente sobre esse assunto para que fique mais uma vez sem professor?
— Como eu disse, Arthur-san, o Seishirou não mente.
— Ou talvez ele tenha dito a verdade para o mordomo. Assim, o este mentiria em seu lugar, mantendo o comportamento dele e ainda atingindo o objetivo.
A mulher se cala por uns instantes. A teoria em si não era desprezível, mas ela não conseguia aceitar a imagem de um filho tão maquiavélico - e um mordomo cúmplice. Arthur percebe que ela estava vulnerável a suas ideias.
— Se for de seu agrado, senhora Scarlet, coloque o próprio Keiichi para nos vigiar. Ou o outro mordomo. Pelo menos por uma semana, até a senhora ter certeza de que pode confiar em mim.
— ... Não é um plano ruim. - Ela se senta pesadamente no sofá aveludado, com a expressão mais frustrada que pôde emitir. - Ah, professor, eu não suporto mais passar por esse tipo de situação...
— Não se preocupe. Eu disse que terei paciência. Vou manter o contrato até o fim. - O jovem faz uma pausa rápida, abaixando o olhar. - Se a senhora mantiver sua parte...
— Claro que manterei. A palavra de um Scarlet é lei. A partir de amanhã, Alfred observará vocês. Por enquanto, vou pedir para te levarem em casa.
— Agradeço.
Enquanto isso, Seishirou os observava discretamente, do alto da escada, com um sorriso satisfeito no rosto. "Arthur Black... Finalmente um oponente que posso levar a sério...", ele sussurra para si mesmo.
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O que acharam?
Espero mesmo que esteja ficando decente, waaan >—
Beijos colorids ♥