Quando o portão foi fechado, a mulher olhou em volta, como se procurasse por alguém. Alguém que ela saberia que não estaria ali. Alguém que ela nunca tinha conhecido, realmente não estava ali. Ela jogou a mochila em seus ombros, com os poucos pertences que tinha. Duas calcinhas de algodão, que um dia haviam sido brancas, dois sutiãs, três camisetas, uma  calca e mais um par de calçado, alem daquele que usava.

- Ei, belezoca! - com um sorriso aberto, ele correu até ela, abraçando-a.

- Yusuke. - ela falou, sem emoção. Ela sentiu o abraço caloroso do homem, mas não conseguiu corresponder. - pelo visto você cumpriu uma parte das minhas ordens.

- Uma parte o escambau, belezoca! Eu cumpri tudo direitinho. Não fui para a cadeia, não dei motivos para me prenderem... nem eu nem o Toshiro e muito menos o seu amado irmão. E é óbvio... mantivemos um olho no garoto para você... E olha que não foi fácil!

- Por que? Acaso aquele traste escondeu o filho em algum mosteiro nas montanhas?

- Antes tivesse sido... Toshiro e eu teríamos virado monges para ficar vinte e quatro horas com o moleque!

- Entao qual o problema?

- Aquele filho da puta do velho. Ele pegou o moleque e sumiu da vila por um bom par de anos... mas voltou.

- Entao... Ele está em casa? - assim que fez a pergunta, ela soube para onde iria em seguida.

- Sim. Mas antes que você corra para lá, precisa saber de algumas coisinhas.

- Coisinhas? Yusuke, pode começar a falar.

- Assim que estivermos no cafofo... E você usando roupas de gente, apenas para variar.

- Desculpe por não estar usando meu quimono com fios de ouro. Mas é que só uso ele quando assassino lordes feudais. - ela falou com ironia.

- Isso eu nunca entendi porque você se deixou...

- Ele não acreditava em mim. Ponto suficiente. E Teuchi está onde?

- Teuchi está vigiando o garoto, nesse momento. Seu irmão foi o primeiro a se estabelecer em konoha, para viver de maneira respeitável.

- Teuchi vivendo de maneira respeitável? - ela ergueu as duas sobrancelhas. - o que diabos ele está aprontando em konoha?

- O que melhor ele fazia antes?

- Roubar carteiras.

Não, o que melhor ele fazia antes, que passaria por respeitável?

Deflorar donzelas? - a pergunta dela foi respondida por uma gargalhada do homem. Quando ele percebeu que os guardas os encaravam, ele a pegou pelo cotovelo.

- Vamos indo, que eu já te conto. Ele tem um restaurante, em konoha. O garoto é praticamente faz todas as refeições dele la.

- TEuchi... cozinheiro... essa é uma imagem que definitivamente não consegue entrar na minha mente.

- Entao, enquanto você bota essa imagem ali, aproveita para botar a imagem do bom Teuchi casando-se com uma viúva, que tinha uma filha... E depois que a mulher morreu, o santo Teuchi cuidou da fedelha como se fosse dele. ai de nós se chegássemos perto da menina.

- Eu não deixaria um gato, se tivesse, estar perto de você e do Toshiro. - ela falou secamente. O homem gargalhou. - quanto mais uma menina inocente.

- Obrigado pela parte que me toca. - ele fingiu-se ofendido. Entao sorriu novamente. - você não vai acreditar quando encontrar Toshiro. Ele esta maior que eu.

- Contanto que tenha mais cérebro, pode ser pequeno como um rato, que não me importa nada.

- Você perdeu o seu senso de humor, belezoca. Nós ficamos magoados, todas as vezes que viemos lhe ver. E você nunca aceitou a nossa visita.

- Aqui não é lugar para crianças virem... - ela se virou, olhando sem pesar o lugar que estivera nos últimos dezesseis anos. onde dera a luz a um  garoto, que tivera por alguns minutos apenas no colo, sendo levado em seguida pelo pai. - Como é o menino?

- Tirando a cara feia do pai e aquele instrumento... ele é todinho você, Kushina.