Equinox - Última Temporada escrita por LastOrder


Capítulo 29
BÔNUS - Acampando com o papai.


Notas iniciais do capítulo

Gente, me matem, eu deixo. Fiquei um tempao sem postar e quando eu posto, coloco esse cap que não tem nada a ve com a historia em si.Mas sabe, eu quis TANTO fazer esse big cap, sabe... T.TEntão me perdoem.Acho que fico engraçadinho até, e eu gostei de fazer. Se ficou ridiculo nem precisa termina de le..O proximo cap, eu PROMETO que será a continuação da historia.BJS



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BONÛS

PDV Lizzie


E lá estava eu navegando no meu navio de waffles no intenso e grandioso rio Wonka, o maior afluente de corredeiras achocolatadas descoberto até então. Aquele vento adocicado com cheiro de bolo batia no meu rosto e balançava as folhas de celofane das árvores. Eu tinha apenas um objetivo...

- Capitã Legrand!

Encarei o pequeno homem biscoito.

- O que houve?

- E-estamos com problemas, uma te-tempestade se aproxima. – Disse, o pavor era evidente em seus olhinhos de confeito.

Olhei para cima, na direção em que toda a minha tripulação de homens biscoito olhava. De fato, o enorme céu de marmelada se encobria por densas nuvens escuras de algodão doce.

- Não vamos parar agora!  - Soltei um grunhido baixo quando os ventos tornaram-se mais fortes, as ondas de chocolate batiam com toda força no meu navio. – Atenção homens, toda força à diante!! Assumam suas posições!!

Centenas de biscoitos corriam pelo convés se preparando para enfrentar o terrível monstro que vivia no fundo do rio, e que guardava o melhor doce de todos os tempos.

E então, ele saiu do chocolate, quase derrubando o navio de waffles. E era enorme. Uma serpente com olhos de caleidoscópio, corpo de marshmellow e dentes de cocada. Era inacreditavelmente alta. Seu rugido terrível coincidiu com o momento em que um trovão ressoou pela planície.

O silêncio era tão ameaçador quanto a minha mãe em dia de compras.

- Acho que vamos precisar de um barco maior. – Disse meu marujo.

Assenti com a cabeça. Mais um plano perfeito não tão perfeito assim.

- BATER EM RETIRADAAA!!!!

A confusão foi geral, não tinha certeza se havia barcos rosquinha suficientes para toda a tripulação. Peguei minha espada pronta para distrair aquele monstro monstruoso para que todos pudessem fugir.

- Prepare-se monstro monstruoso, seu fim está próximo! – Bradei na ponta do navio. Ele me olhou debochado por um momento e...

- Lizzie! Lizzie!

Franzi o cenho, por que aquele monstro tinha a voz do meu pai?

- Lizziiieee!!

- Acorda, Lizzie!!!

Abri os olhos beeem devagar apenas para ver o que havia acontecido. E para minha total desgraça, eu havia voltado a ser a caçula da família, sem barco de waffles, sem rio de chocolate, sem marujos de biscoito... Apenas Lizzie.

- Hã... Pai? – Cocei os olhos. – Que horas são? – Sentei-me na cama e pude ver que ele não usava suas roupas casuais... Não. – O que você está vestindo?!

- Isso? – Referia-se ao conjunto de bermuda, tênis e camiseta. Sorriu. – Não é nada. É que hoje é sábado, e sabe o que as pessoas fazem no sábado?

- Elas ficam na cama dormindo até as duas da tarde? - *Sorriso de expectativa on*

- Não! - *Sorriso de expectativa off* - Elas saem com a família para se divertir e entrar em contato com a natureza e...

Droga! Eu devia saber! Se havia algo que eu odiava mais do que fazer compras, do que tocar piano, do que comer legumes... Era quando meu pai de repente tinha um surto desses e ficava de “bem com a vida”. Do tipo voltar às origens.

E eu já tinha ouvido esse tipo de discurso outras vezes... “Anne Elizabeth, por que você não larga essa televisão e vai brincar com sua prima lá fora? Você sabia que quando eu tinha a sua idade não havia nem mesmo eletricidade...” E ia historia... No final, meu tio Edward se juntava ao discurso e eu e Nessie tínhamos que deixar nossa televisão para brincar no jardim.

*Cara de tédio*

- Anne Elizabeth, você ouviu o que eu disse?!

- Hã... Claro pai... Hêhê...Eu também acho.

Ele franziu as sobrancelhas. Nossa, odeio quando ele faz isso.

- Tem certeza.

- Claro, vai ser super divertido, você tem toda a razão.

- Hmn... – E então sorriu. – Ótimo! Então vá se arrumar que estou te esperando lá embaixo.

Pulei da cama e segurei a barra da sua camiseta antes que ele pudesse sair do quarto.

- Como assim? Onde nós vamos? – Vocês acreditam em mim se eu disser que eu me entreguei de bandeja? E se eu disser que provavelmente meu pai já sabia que eu faria isso? Aquele sorriso era como se quisesse disser: Você caiu no meu truque, espertinha.

- Vamos acampar, Lizzie. – Afagou meu cabelo com a mão. – Vá se arrumar, se demorar muito eu chamo sua mãe para vir te ajudar. – E então saiu, sem que eu pudesse sequer dizer algo em minha defesa, ou fazer birra para ficar em casa.

Acampar? Não soava bem para mim, eu já havia visto filmes em que pessoas acampavam e se davam mal no final.

Suspirei, por que eu simplesmente não podia dormir até as duas da tarde como uma pessoa normal. Derrotar o monstro monstruoso parecia bem mais fácil agora.

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- Mãe, por que o papai quer me levar para lugares que eu não quero ir? – Coloquei o pedaço de torta de chocolate na boca.

- Os pais sempre fazem isso, Lizzie. – Disse sentando-se no banquinho. – Mas eu tenho certeza que no final vocês vão se divertir.

*Suspiro*

- E se formos atacados por um urso!! – Era hora de fazer manha.

Minha mãe revirou os olhos.

- Você sabe bem que é mais fácil que ocorra o contrário.

- Mas... E se ficarmos perdidos na floresta!! E se acabar a comida!! E se o carro quebrar!! Mãaaeee, por favor não me deixe morrer!! – Joguei outro pedaço da torta para dentro da boca. Fiz cara de choro, por que as lágrimas nunca vinham quando a gente precisa delas?!

- Menos vai, sabe que seu pai não deixaria que nada de ruim acontecesse. Você conhecesse alguém mais organizado e cuidadoso do que ele?

Hmn... Alguém mais cuidadoso e organizado que meu pai?... Pergunta difícil. Minha mãe sorriu vitoriosa com meu silêncio.

- Pronto, já achei as chaves do carro. – Apareceu do nada na cozinha com o chaverinho prateado nas mãos. – Podemos ir agora.

Sabe, desde o inicio eu soube que essa idéia de acampar não seria nada boa. A primeira pista foi quando minha mãe recusou educadamente o meu convite para vir junto dizendo que tinha que fazer compras com tia Rose. Mesmo que elas ainda estivessem brigadas, por causa daquele fatídico dia em que tia Rose resolveu gravar um filme em cima do ultimo episodio da novela que minha mãe acompanhava.

Enfim...

- Pai, para onde estamos indo?

- Vamos passar no chalé antes. Seu tio e Nessie vão também.

Concordei com a cabeça. Até tentei manter o silêncio, mas uma questão surgiu na minha mente e ela não podia ser simplesmente ignorada.

- Pai?

- Sim?

- Você já acampou antes?

Ele me lançou um olhar rápido pelo retrovisor, e eu tive a certeza de que ele estava escondendo alguma coisa. Especialmente por que quando eu tentei ler sua mente, pude ver que estava pensando em uma enorme parede branca.

- Pai? O que está escondendo?

- Não estou escondendo nada, Lizzie. - *Riso nervoso* - Que pergunta boba.

- Então você já acampou antes? – Franzi o cenho.

- Claro. Uma vez, quando era humano eu fui acampar com uns colegas.

- Só quando era humano? – Eu era crescida o bastante para saber que memórias humanas são facilmente esquecidas. A minha tia Bella já nem se lembrava direito dos nomes dos ex-colegas de escola. E olha que ela ainda é bem jovem.

- Isso é irrelevante. – E eu pude ver aquele fio de pensamento que não queria ser mostrado. *Desespero on*

- Você nunca mais acampou! – Joguei-me no banco do carro. – Dieu saint!

- Não fique assim, ma princesse. É como andar de bicicleta, você nunca mais esquece. - *Sorriso confiante*

Preferi não comentar, especialmente para evitar dor de cabeça, não queria nem pensar em quais outros problemas eu teria que enfrentar. Tirei um pirulito da bolsa que eu tinha feito especialmente para sobreviver nessa ocasião.

O carro parou e saltei para fora. Eu precisava falar com Nessie de qualquer jeito.

- Bom dia tia Bella, bom dia tio Edward. – Subi as escadas correndo soltando um comprimento rápido. Nessie estava no quarto dela sentada na cama, olhos fechados, boca aberta... Credo ela baba. * Eca!*

- NESSIEEEE!!!

*Grito supersônico arrasador de tímpanos.*

- Você ficou louca, Lizzie. Quer me matar?! – E depois voltou ao seu estado semi sonolento. – Ai, eu preciso dormir...

- Nessie, o que aconteceu com você?

Sim, ela estava estranhíssima. Completamente vestida, mas estranhíssima. Grogue de sono, com olheiras, cabelo meio desarrumado... Era a “animação” em pessoa.

- Seu pai te acordou hoje de manhã?

- Não sei, acho que ainda estou dormindo... – E começou a cambalear para frente. Fechando os olhos. Pus a mão no seu rosto e pensei na imagem mais assustadora que havia visto em todos os meus dias de vida.

* Grito supersônico arrasador de tímpanos {2}*

- Deus.Do.Céu. Não faça isso de novo.

- O boneco Chuck ainda te dá medo? – Sorri, mas eu queria mesmo era gargalhar. A Nessie era tão sensível para algumas coisas.

- Me apavora. *Completamente assustada*

- Certo então, vamos embora logo. Quanto mais cedo formos mais cedo voltamos. - Levantei da cama e segurei a mão dela, puxando-a para frente. Assim que ela ficou de pé, ficou evidente quem era a mais velha. Eu era pelo menos uns trinta centímetros menor que Nessie.

- Eu não quero ir... Mas minha mãe não ficou do meu lado...

- Nem a minha. Acho que estão fazendo um complô contra a gente. – Joguei a mochila em cima dela. Ela a pegou no ar.

- Também acho...Mas pensando bem, não pode ser tão difícil, quer dizer, até os humanos conseguem fazer, para nós vai ser bem fácil... – De repente ela estava toda animada. Bi-po-lar. – E então poderemos passar mais tempo com a natureza, e com os bichinhos, e vamos pegar flores, e construir uma jangada e...

Deus, tenha piedade de mim.

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- Pronto, aqui estamos – Tio Edward parou de repente.

Olhei em volta: Hmn... Árvore, árvore, árvore e... peraí o que é aquilo?!... Ah esquece, é só outra árvore mesmo. Tanta caminhada para nada, a bolha de chiclete que eu fazia estourou fazendo um eco estranho. Sinistro...

- Ufa – Nessie deixou a mochila roxa cair no chão. – Finalmente. – Seu sorriso se transformou numa cara de dúvida. – Ué? Cadê o hotel?

*Cai pra trás*

Certo, eu tinha que fazer minha prima assistir mais HBO. Em especial filmes em que jovens inocentes  vão acampar e são atacados por monstros ferozes. Nunca há hotel nesses filmes.

- Hã... Não tem nenhum hotel, filhinha. - *gota*

- Como assim?! E onde vamos dormir?!

- No chão mesmo. – Falei para ela.

Ela me olhou como se eu tivesse dito algum absurdo, oxé, e eu lá tenho culpa se nossos pais estavam especialmente loucos hoje?

- Espera! - * Mudança de tom completamente inesperada* - Isso quer dizer que não temos eletricidade?

*Gota {2}*

- Não, Nessie. – Meu pai disse.

- OH, meu Deus! E agora, o que eu vou fazer com tudo o que eu trouxe?!

- O que você trouxe??! – Pai, tio Edward e eu.

Ela sorriu, abriu a mochila rocha e começou a tirar um monte de objetos. Objetos que nem EU pensaria em trazer para um lugar como esse.

- Minha mini televisão, meu DVD player, meu laptop, meu cobertor elétrico... - * UNBELIEVABLE* -... E, é claro, minha lâmpada azul que projeta estrelinhas no teto. - *Sorriso inocente*.

Olhei para o meu pai como se perguntasse: Quem em sã consciência permite uma coisa dessas??!

Ele simplesmente deu de ombros.

- Certo, e agora? – Perguntei enquanto Nessie guardava toda aquela tralha de volta, como ela conseguia enfiar aquilo na mochila? Não pergunte.

- É, e agora? – Ela parou ao meu lado, a mochilinha devidamente fechada. Engoli em seco.

- Bem... – Meu pai começou. – Acho que podemos nos dividir em grupos, temos muita coisa para fazer antes que escureça.

- Tem razão. Eu e Nessie vamos procurar lenha e você e Lizzie podem ficar aqui montando a barraca. Depois vemos o que fazer.

Isaac e Lizzie... Montando a barraca:

Sentei no chão na posição de “perna de índio”, abri a minha mochila procurando desesperadamente pelo meu pacote de balas de alcaçuz.

- Sabe que sua mãe não gosta que você coma tanto doce. – Levantei os olhos para meu pai. Ele estava há um tempão tentando montar a barraca que havíamos trazido.

- Ela não entende que eu tenho um metabolismo rápido. – Dei de ombros. Ele riu enquanto se afastava um pouco daquilo que vinha trabalhado com tanto empenho.

- E então? O que acha?

Hmn... Não sei por que, mas aquela barraca não conseguia me passar muita segurança.

Levantei e fui até ele. Segurei sua mão e mostrei uma imagem de uma barraca normal do lado de uma imagem da barraca que havia montado.

- Acho que a sua devia ser mais quadrangular...

Franziu o cenho e pegou o livrinho de instruções de cima das mochilas. Às vezes eu achava que meu pai era alguma aberração da natureza, como alguém tão organizado podia ter uma mente tão confusa e embaralhada sempre que tinha que resolver algum tipo de problema.

Fiz uma careta e tentei não me concentrar nos seus pensamentos confusos, tinha medo de acabar me perdendo neles.

Mordi meu filetinho de alcaçuz. Respira fundo, inspira...

- Ahá! - *Susto mortal de fazer coração voltar a bater* Vi meu alcaçuz voar da minha mão em direção ao chão... Que desperdício... *snif!* - Acho que já sei o que está faltando!

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Edward e Nessie...Pegando galhos.

PDV Nessie

“Falta muito?”

- Não sei, Nessie.

*Suspiro*

Continuamos andando por mais um tempo. Eu não tinha certeza se meu pai sabia para onde estávamos indo.

- É claro que eu sei para onde estamos indo. – Mesmo que aparentasse calma, eu sabia que por dentro deveria estar desesperado. Ele não gostava quando perdia o controle sobre alguma situação.

- Nessie, eu não perdi o controle da situação. – Desta vez ele parou de andar e se virou para mim.

- Então por que estamos andando em círculos?

- Não estamos andando em círculos.

Segurei a sua mão e mostrei a árvore que eu havia marcado com um pedaço de fita que minha mãe havia posto no meu cabelo.

- Hmn... Sendo assim... - *Aponta para uma direção completamente desconhecida*. – Vamos por ali desta vez.

Saiu andando.

*Gota*

E eu, como a boa filha que sou, fui atrás.

Quinze minutos depois...

- Pai, por que não pegamos qualquer coisa?

- Por que se pegarmos galhos muito úmidos eles não irão pegar fogo.

Pensei em perguntar como ele pensava encontrar galhos secos na floresta de Forks, mas ele parecia ocupado demais para ler meus pensamentos, e eu estava cansada demais para ter que gastar energia abrindo a boca para falar.

Sentei numa pedra, enquanto meu pai continuava sua caminhada procurando, o talvez inexistente, galho seco. Nem me preocupei em ficar perdida ou não. Quando se anda em círculos, você sempre acaba voltando para o mesmo lugar...

Abaixei o olhar quando senti uma coisa macia roçando na minha pele.

- Owwnn. Oi coelhinho fofo, e branquinho. – Ele mexeu o focinho como se me cumprimentasse. Ele saiu quicando na minha frente como uma bolinha de algodão. Ah, era muita fofura para um bichinho só e... O que aquela cobra estava fazendo escondida naquele arbusto?

* Berreiro ensurdecedor de criança de três anos*

- Renesmee! – Brota do nada – O que foi?! O que aconteceu?!

Não havia palavras para explicar a cena terrível que meus pobres olhinhos haviam presenciado. Aquela cobra que agora se escorregava para dentro da floresta com meu amigo coelhinho na barriga... ERA TÃO INJUSTO!!!

- Paaii!!!! – Abracei uma das suas pernas. Por que aquela cobra havia comido meu coelho?

- Filha, não fique assim, vamos. – Colocou a mão na minha cabeça.

- Mas pai, aquela cobra...

- Eu sei, mas ela só fez isso por que tinha que sobreviver não é mesmo?

*Funga*

- Mas ela tinha que comer o coelhinho? E se ele tivesse uma família?

- Mas e se a cobra também tivesse uma família? – Sorriu. – Nós também temos que caçar animais para sobreviver, você ia gostar de perder alguém da familia?

Parei para pensar aquilo por um momento.

- Isso quer dizer que... Ahhh, EU MATEI A FAMILIA DE UM CERVO ONTEM!!!- * Chora baldes.*

- Não, Nessie, não chora... Vamos... - *Sem saber o que dizer*.

- AHH, EU SOU UM SER TÃO CRUEL!!!

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PDV Lizzie 

- E então cadê a barraca?

Tio Edward e Nessie haviam acabado de chegar. Aquela simples pergunta me havia feito lembrar da cena traumatizante de meu pai tentando montar a barraca, que terminou na mesma sendo atirada ao alto de uma das árvores da floresta, a cerca de 10 kilometros daqui.

- Não pergunte. – Meu pai respondeu. – E vocês, conseguiram alguma coisa?

- *funga* Aqueles pobres bichinhos órfãos. – Nessie estava um tanto estranha.

- Não pergunte. – E meu tio também, acho que o ar da natureza não fazia tão bem assim.

- Legal... – Comecei. – O que fazemos agora? Não temos nem abrigo, nem fogo. Como vamos ficar aqui?

* Cri, cri,cri...*

- Acho que temos que ir embora. – Nessie.

- Ou podemos ficar aqui mesmo, não precisamos de fogo para nos aquecer.

-E podemos estender os sacos de dormir no chão mesmo.  – Será que alguém pode me explicar por que meu pai e meu tio estão armando um complô contra a gente??!!

- Eu não quero dormir no chão. – Nessie.

- Vamos, Nessie, vai ser divertido. Aquelas estrelinhas da sua lâmpada não se comparam com as de verdade. – E bastou Tio Edward disser isso para eu ficar sozinha na minha luta para a “ Volta ao lar doce lar”.

Ótimo. *Ironia pesada.*  Pior não pode ficar.

E então, como se pelo menos São Pedro estivesse ao meu favor...

- Hmn... Acho que está chovendo. – Meu pai começou, olhando para o céu nublado.

Sim, agora sim, eu iria para minha casinha. Iria tomar um banho quentinho, colar uma roupa seca. E me jogar na minha caminha macia, e...

(...)

Ainda custava a acreditar que iríamos passar a noite naquela caverna escura, úmida, fria (não que eu sentisse mesmo o frio, mas...) e com todos os seres nojentos que provavelmente deviam existir naquele lugar horrível.

O céu caia lá fora, já era quase noite, não havia nenhuma chance de voltar para casa. E para piorar meu dia, o estoque de doces que eu havia trazido fora cruelmente levado por um exercito de formigas que se infiltrara na minha bolsa quando eu menos esperava... Natureza, eu te odeio!

Olhei para o lado, num canto não muito afastado, Nessie e Tio Edward se divertiam fazendo sombras com a luz da lanterna que haviam trazido.

Suspiro, Nessie conseguia se divertir nas piores situações... Deviam ser os genes humanos...

- Não quer ir fazer sombras também? – Olhei para cima e vi meu pai se sentando ao meu lado.

- Não estou com vontade.

- Não está se divertindo muito , não é? – Correspondi o seu sorriso com outro.

- Não é isso... É que...

- Lizzie, eu conheço você. Sei quando algo não está certo nessa cabecinha esperta. – Passou a mão no meu cabelo. – Por isso nunca tente esconder algo de mim, está certo?

Assenti com a cabeça.

- Ótimo. Agora tome e fique feliz de novo. – E me entregou um pirulito que até então não havia visto.

- Onde conseguiu isso? – Peguei aquele doce milagroso que com certeza havia sido enviado dos céus para salvar o meu dia.

- Peguei escondido da cozinha antes de sairmos. – Deu de ombros. – Então não conte para sua mãe.

Ri da sua cara de medo fingido. Como se alguma vez minha mãe fosse fazer algo de ruim para ele. Era ridículo. Bocejei alto, estava com muito sono. Meu pai me pegou no colo e disse algo como “ Hora de dormir”, não tinha certeza, eu raramente ouvia o que me diziam quando estava acordada, imaginem só quando já estava quase dormindo.

Aconcheguei-me melhor naquele abraço confortante, nunca havia entendido por que eu tinha uma temperatura tão baixa, mas talvez aquilo estivesse muito além da minha compreensão.

- Eu te amo, pai.

- Eu também te amo, ma princesse.

--------------*----------------------

No dia seguinte...

- Nessie não fica aí! Esse lugar é muito escorregadio. – Gritei pra ela.

- Me deixa, Lizzie! Não tá vendo que eu tô pescando agora?

Dei de ombros e voltei a me preocupar com minha própria vara. O barulho de algo caindo na água chamou a atenção de todos.

- SOCORROOO! SOCORROOO! EU NÃO SEI NADAR!!!

Bem, eu queria ter dito “Eu avisei”, mas achei que não era o momento certo. E também queria ter dito que o riacho onde estávamos tinha apenas um metro e pouquinho de profundidade, mas não tive a chance.

- Não se preocupe filha!! Papai vai salvar você!!!

Olhei para meu pai com a cara de “ Tem certeza de que é melhor deixa-los sozinhos?”. Ele apenas deu de ombros.

- Ei, acho que peguei alguma coisa. – Disse para mim, e toda nossa atenção já havia passado para outra coisa.

(...)

- Por que será que eles estão demorando tanto? – Perguntei para Nessie.

- Não tenho idéia, mas daqui a pouco eles aparecem. – Respondeu, entretida demais em observar a fileira de formigas no chão.

- O que tem demais observar formigas?

- Nada, mas é divertido. Elas são tão fofas. - *Olhinhos brilhando*

- Nessie, ornitorrincos são fofos. Formigas são nojentas e ladras de doces alheios.

Ela fez uma careta e deu de ombros. Nunca foi do tipo que discutia.

- Hmn... Ouviu algo? – Perguntou.

Sinceramente não havia ouvido nada, estava preocupada demais com nossos pais que haviam ido pegar madeira para tentar, veja bem, eu disse tentar, construir uma jangada. E até agora não haviam aparecido.

De repente, ambos aparecem correndo do meio da floresta fechada e pegam cada uma de nós nos braços sem olhar para trás. Um urso enorme vinha correndo atrás de nós.

- Por que estamos fugindo de um urso? – Gritei para que pudesse ser ouvida mesmo com o som do vento e dos rugidos do bicho.

- Longa história. – Meu pai respondeu.

- Não podiam simplesmente mata-lo? – Era tão fácil.

- NÃO MATEM O URSO! – Nessie completamente desesperada.

- Por isso! – Tio Edward/ Pai.

(...)

O celular tocou enquanto tentávamos amarrar todos os pedaços de madeira, de forma a tentar fazer a jangada. Me afastei do grupo e fui para perto das mochilas.

- Alô?

- Oi filhinha! Como estão as coisas? Está muito entediada? – Minha mãe riu do outro lado da linha.

- Não, na verdade, até que está sendo divertido. – Falei com sinceridade, no final havia mesmo sido legal. - Acho que da próxima vez você podia vir também.

- Claro, por que não. Se você diz que é divertido então... – Parou por um momento. – Ops! Tenho que ir, sua tia Rose está brigando com Jacob de novo e eu fiquei de cuidar da casa pra sua avó.

Ri daquilo, minha mãe botando ordem na casa era algo realmente engraçado.

- Tudo bem, mãe. A gente volta hoje à noite.

- Vou estar esperando e... Espere um instante, meu amor. JACOB, ROSE SE FOREM SE MATAR FAÇAM ISSO LÁ FORA, CARAMBA!

*Gota*

- Mãe...

- Tenho mesmo que ir agora, Lizzie... Diga que eu mandei um abraço para todos aí.

- Certo, tchau.

Desliguei o telefone e o guardei no bolso da mochila.

- Ei! Lizzie! Vamos por a jangada na água! – Nessie me chamou.

- Já estou indo!

Então fui correndo até onde todos estavam.  


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Notas finais do capítulo

ma princesse= Minha princesa