Equinox - Última Temporada escrita por LastOrder


Capítulo 26
Resistência II


Notas iniciais do capítulo

"- Isaac?
Despertei dos meus pensamentos. Abaixei a cabeça para encará-la. Seu cenho franzido.
— O que foi?
— Que nome vamos dar para nossa filha?"



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PDV Isaac

Os primeiros três dias, foram horríveis, para mim, digo.

Eloise não parava quieta um só minuto, andava por toda a casa, discutia com Jacob, escolhia roupas para Renesmee, até quis participar dos treinamentos de Bella... Aquilo me deixava louco! Por que era tão difícil faze-la entender que a situação era completamente delicada?! Por que era tão difícil faze-la ficar parada na cama para que não acabasse desmaiando de novo?!

Ela nunca entendia... E então vinha com aquele sorriso sapeca e me chamava de “Paranóico”, quando na verdade eu só me preocupava com seu bem estar, e saia toda saltitante para se meter em encrenca; E eu ia atrás, para evitar que aquilo acontecesse.

Mas talvez eu estivesse exagerando, só um pouco.

Quero dizer, Eloise estava bem, mais do que bem, estonteante, irradiava felicidade. Já no terceiro dia sua barriga poderia aparentar uma gravidez de longos cinco meses e ainda conseguia caminhar pela casa, dormia mais horas por dia, mas assim que acordava, estava bem disposta.  O feto parecia não machuca-la.

Talvez aquilo tudo fosse o efeito do sangue que Carlisle trazia do hospital... Ou talvez Eloise estivesse certa, eu era demasiado paranóico.

Flash Back on

Havia acabado de sair do escritório de Carlisle. Ele, Edward e eu estávamos discutindo do porque de o desenvolvimento de um vampiro de sangue (o jeito que Carlisle havia resolvido batizar a criatura que Eloise carregava) era mais rápido que o de um meio vampiro.

Concluímos que tudo se resumia aos genes humanos, que eram mais lentos e retardavam o processo. Por isso Renesmee tinha um desenvolvimento superior ao de um humano completo, porém, aparentemente inferior ao desse vampiro de sangue, que não possuía nenhuma parte humana.

Suspirei parado de frente a porta entreaberta, já iria completar cinco dias... Nesse passo...

Balancei a cabeça afastando aqueles pensamentos. Eloise estava ótima, sua gravidez poderia ate ser comparada a de uma humana normal. Todos estavam animados com a oportunidade de ter mais uma criança para paparicar.

Então por que eu era o único que não conseguia sentir isso? Essa emoção estranha? Será que havia algo errado comigo?

Segurei a maçaneta da porta, inclinei o corpo para poder observar pela fresta, a luz saia pela lâmpada da penteadeira.

Eloise estava acordada, penteando os cabelos, sentada de frente para o móvel de mogno. A luz parecia dar uma tonalidade especial a sua pele, parecia um anjo.

Eu tinha que admitir, a maternidade conseguia deixa-la ainda mais bonita do que antes.

Seus olhos se voltaram para a minha direção, apenas naquele momento eu havia percebido que havia entrado no quarto, inconscientemente. E sorriu, fazendo sinal para que eu me sentasse no banco, ao seu lado.

- Como está se sentindo? – Segurei sua mão. Ela revirou os olhos sem desfazer aquela expressão encantadora de pouco tempo atrás.

- Estou ótima, não tive tontura, nem fadiga, nem falta de ar, ou qualquer coisa que possa me levar para uma maca de hospital. – Disse irônica. Abri a boca para contestar. – Mas... Hoje aconteceu uma coisa incrível!

Não houve tempo para perguntas, antes mesmo que eu pudesse pensar em fazê-las, Eloise já havia pegado minha mão e posto sobre sua barriga.

Franzi o cenho sem deixar de olhar para minha mão, por um instante a única coisa que eu sentia era o leve tecido de seu pijama, mas depois, foi que aconteceu.

Um chute, cutuco, soco, o que quer que fosse, eu não tinha certeza. Por incrível que pudesse parecer, meu cérebro só conseguia processar o milagre de realmente haver algo vivo ali.

E mais importante que isso, algo meu e de Eloise...

Levei meus olhos para ela, seu sorriso terno ainda ali, como se já soubesse qual seria minha reação, como se sentisse o mesmo.

Um filho...

Céus, eu realmente seria pai...

Flash Back off

Seria um erro dizer que os dias que se seguiram foram um inferno, mas estiveram bem próximo disso...

Eu não digo isso apenas pela minha preocupação por Eloise, no sétimo dia sua barriga já estava grande o suficiente para que obriga-la a passar o dia deitada na cama( nem mesmo ela conseguia andar tanto com carregando todo aquele peso), então havia resolvido sossegar.

Não, meu problema era mais complexo.

Eu estava com medo, com medo de ser pai... Com medo de não saber ser pai, de não ser um bom pai.

Nunca imaginei que algum dia fosse me arrepender de não ter aprendido a como trocar fraldas, ou fazer sopa, ou cantar cantigas de ninar. Deus, eu nem pensava em casamento quando fui transformado, quanto mais em filhos!

E se eu não soubesse ser pai? E se meu filho me odiasse? Isso era tão estupidamente humilhante que eu nem me permitia dividir meus problemas com Eloise, sempre tão calma e confiante... Ela com certeza devia ter recebido algum treinamento. Ou talvez fosse um sétimo sentido materno que já lhe dissesse exatamente o que fazer e como agir.

Um dia, Edward veio até mim e disse: “Não se preocupe, quando você tiver que agir como pai, você simplesmente age. É puro improviso.”.

E então foi embora com Bella levar Renesmee para o chalé.

Ele também era muito confiante, devia ser coisa de família.

Mas se não fosse por isso, tudo estaria ótimo. Eu mesmo já estava me acostumando com a idéia desse filho, e até... Gostando. Podia me imaginar com uma pequena Eloisinha nos braços, tentando faze-la dormir, e ouvi-la reclamar por estar sem sono... Uma miniatura da mãe.

Uma menina seria perfeito...

E sem que eu percebesse, um amor completamente novo começou a surgir no meu coração. Um sentimento de proteção por alguém que eu sequer conhecia ainda.

Realmente... Ser pai era muito estranho.

Flash Back on

Eloise estava deitada com a cabeça recostada em meu peito. Uma de minhas mãos brincava com seu cabelo enquanto a outra segurava sua mão gelada... Sim, gelada.

Por alguma razão que não conseguíamos encontrar, sua temperatura havia abaixado consideravelmente de uns dias para cá. Também passava mais tempo dormindo do que acordada, eram duas da tarde e já estava cansada.

Pensei que o sangue não estava mais fazendo tanto efeito, mas ela agora consumia mais sangue do que nunca.

Parecia que meu período de paz estava ameaçado, à medida que a hora do parto chegava... Faltavam poucos dias...

- Isaac?

Despertei dos meus pensamentos. Abaixei a cabeça para encará-la. Seu cenho franzido.

- O que foi?

- Que nome vamos dar para nossa filha?

Sorri para aquilo... Era tão... Eloise.

- Filha? E se for um filho?

- Eu tenho certeza absoluta que será menina.

- Do mesmo jeito que Bella tinha certeza que era menino, e então ganhou Renesmee?

Não resisti, tive que provoca-la.

- Não brinque com uma grávida Isaac, é praticamente cavar sua própria cova.

Segurei o riso e lhe dei um beijo da testa.

- Tudo bem, tudo bem... Em que nome você está pensando?

Fez cara de pensativa.

- Bem... Eu achei que poderíamos por um nome para homenagear alguém que fosse importante para nós. – E então continuou. – Eu era muito ligada a minha mãe, por isso pensei em algo com Elizabeth. E você?

Quase que automaticamente, a imagem de Anne veio até mim, aquela menina com sorriso semi-desdentado típico de uma criança de nove anos. Era talvez a imagem mais nítida que eu tinha dela.

- Anne. – Falei num som baixo, para mim mesmo. E depois para Eloise. – Eu gosto de Anne.

Um sorriso iluminou seu rosto.

- Anne Elizabeth, então. – E pôs a mão sobre a barriga, virando-se para ela. – O que me diz pequena Lizzie, gostou do seu nome? – E se voltou para mim. – Acho que ela gostou.

Flash Back off

E agora, depois de quase dez dias, eu estava uma plena mistura de ansiedade e preocupação.

Quase não ouvia sobre o avanço satisfatório do treinamento de Bella, o que significava que teríamos mais proteção na batalha contra os Volturis, e também nem dei o devido valor a mensagem de Luke:

Chegaremos em breve.

Luke.

PS: Levaremos amigos.

Eu só conseguia pensar em uma coisa... Na verdade, em duas... Eloise e Anne Elizabeth, ou Lizzie, como ela a havia apelidado.

O sol brilhou fracamente por entre as nuvens, era quatro horas e ainda choveria muito mais naquele dia. Eloise abriu os olhos, bocejando.

- Isaac? – Sua voz estava fraca e cansada.

Inclinei-me para frente, afim de entrar no seu campo de visão.

- Está sentindo algo? – Afaguei seu rosto, minha mão se arrepiou. Tão fria... Nem aqueles cobertores conseguiam aquece-la.

-Não, estou bem... Mas você... – Uma linha de frustração surgiu em sua testa. – Seus olhos, há quanto tempo você não caça?

Suspirei, isso era tão irrelevante num momento como aquele... Faltando tão pouco tempo.

- Não se preocupe com isso. Você precisa descansar.

- De jeito nenhum, não quero que morra de fome, Isaac! – Bradou.

- Não vou sair do seu lado agora. – Falei num tom quase severo.

Ela me fuzilou com o olhar, teimosa.

- Se você não for será um perigo para Renesmee, e ninguém te deixara ficar aqui comigo, é isso que quer?

Engoli em seco, por que além de teimosa tinha que ser tão esperta.

A natureza estava a seu favor hoje, Esme, Carlisle e Zafrina apareceram no instante seguinte.

-Isaac. – O tom de Carlisle dizia tudo.

- Carlisle, não posso me afastar dela agora.

- Nos prometemos que não vamos deixá-la sozinha por um só segundo. – Esme.

- Qualquer problema, te avisaremos. – Zafrina. – Agora tem que se preocupar com o bem estar do grupo, se atacar Renesmee, mesmo sem querer, causará um conflito entre nós, aqueles que se apegaram demais a menina não irão entender.

Voltei meu olhar para Eloise, parecia tão frágil,vulnerável. Queriam que eu a deixasse agora? Ela sorriu confiante.

- Vai mesmo ficar bem?

- Prometo que vou!

Suspirei e selei meus lábios nos seus.

- Volto logo.

(...)

Não consegui pensar direito no que caçava, nem em quanto já havia caçado. Apenas mais um e eu voltaria, mesmo que aquela maldita sede de recém criado ainda não estivesse completamente saciada, mesmo que eu acabasse perdendo o controle... Haveria muitos para me segurar.

Eu apenas tinha que voltar.

Avistei um cervo a poucos quilômetros de distancia, e me preparei para persegui-lo, quando meu celular tocou.

Um arrepio horripilante atravessou minha coluna, cortando meu movimento.

- Isaac! – Esme. – Tem que voltar para casa agora!

Ao fundo eu conseguia ouvir os gritos de agonia de Eloise, e por um momento, o tempo parou, enquanto meu cérebro relacionava os fatos... Os fatos... Não devia tê-la deixado.

Larguei o telefone caído na floresta e corri em disparada para a mansão.

- Isaac! Ainda está ai?!!... Isaac!


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Notas finais do capítulo

cap grande!
O proximo vai ser a entrada triunfl da minhamais nova personagem!

*--*

Espero que tenham gostado do nome, eu particularmente achei bem lega!

hehehe

bjsss