Equinox - Última Temporada escrita por LastOrder


Capítulo 21
10 motivos para odiar ser humano


Notas iniciais do capítulo

Gente, o cap ta grande, tipo, eu achei que fico bem grande.
Então pra quem tive paciencia de ler até o fim, a gente se vê lá embaixo

bjss



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PDV Eloise

Atravessei o aposento em um milésimo de segundo e tão rápido quanto possível tirei todas aquelas pedras de cima dele.

Mal acreditei em meus olhos quando o vi.

Ali, estirado no chão, tossindo por conta da poeira que apenas agora abaixava. Peguei seu braço com cuidado para ajudá-lo a se levantar, e naquele mesmo instante, a diferença de temperatura de nossos corpos ficou evidente. Isaac deveria ser uns quatro ou cinco graus mais quente do que eu.

E essa, era apenas uma das mudanças.

Agora já de pé, de frente a mim, eu podia ver que a sua pele, diferente do que eu havia imaginado, era levemente bronzeada, e não pálida como a da maioria dos europeus.

Mas o que mais chamou minha atenção foram seus olhos. Encarando-me com um azul tão claro que chegava a ser quase translúcido, como águas cristalinas. Claras e tranqüilas.

Eu não sabia dizer se Isaac percebeu o tempo em que fiquei bobamente perdida em seu olhar quando devia estar perguntando sobre como estava se sentindo. Por que alguns segundos depois, ele sorriu zombeteiro mostrando seus dentes perfeitamente brancos, e perguntou:

- Como estou?

Uma simples pergunta que ele obviamente escolheu por ser a mesma que eu sempre usava quando queria sua opinião quando ia escolher alguma roupa. Aquela lembrança quase me fez rir.

No entanto, ele estava muito diferente.

Levantei a minha mão vagarosamente, em parte para que Isaac pudesse ver meu movimento, e também por que eu tinha medo de não me lembrar direito como controlar a minha força. E a pousei em seu rosto quente.

O sorriso desapareceu, e me encarou com uma expressão séria. Sua pele se arrepiou sob meus dedos frios ao mesmo tempo em que estes eram aquecidos pelo seu calor de quase 37 graus.

- Você está ótimo. – Um sorriso de alivio se formou em meu rosto. Isaac estava bem melhor do que eu havia esperado. – Como está se sentindo?

- Um pouco cego e surdo dentre outras coisas, mas não tenho do que reclamar. É bom estar vivo.

- Dentre outras coisas?

Ele sorriu e segurou minha mão sobre seu rosto.

- É estranho sentir meu coração batendo mais forte quando estou perto de você.

Apenas naquele momento percebi que o ruído de batimentos cardíacos que inundava aquele quarto estava mais acelerado que o normal.

- E sabe o que mais? – Deu um passo na minha direção ficando a centímetros de mim. Afagou meus cabelos com a mão livre enquanto me perdia naquele olhar profundo. – Quando eu olho para você, mesmo sabendo que a imagem vista com estes olhos não faz jus a sua verdadeira beleza, ainda assim, eu não consigo deixar de ficar fascinado.

- Então não deixe. – Sussurrei.

E como se pudesse ler meus pensamentos, seus lábios quentes se juntaram aos meus num beijo ansioso, o calor do seu corpo me envolvia numa nuvem térmica que aquecia até o ultimo fio dos meus cabelos e seu aroma ocupava meu sistema nervoso com a mesma facilidade de sempre, impedindo-me de raciocinar direito.

Eu estava muito bem, não me importaria de ficar nos braços quentes de Isaac até que começasse a sair suor pela minha pele. Aquilo era minha definição de paraíso.

Mas o meu paraíso se tornou inferno em questão de segundos. E a única coisa que seria capaz de fazer isso agora...

Era sangue.

Quando o cheiro do sangue de Isaac entrou pelo meu nariz minha garganta pegou fogo. A sede parecia mexer com o meu psicológico e por um breve instante acreditei que o meu eu normal havia sido substituído pela criatura sedenta de sangue que despertava.

Naquele momento amaldiçoei a mim mesma por ter ficado tanto tempo sem caçar, por ter sido tão imprudente. Parei de respirar e deixei meus braços caírem. Isaac ainda me envolvia nos seus braços, quase unindo nossos corpos.

Perigosamente perto.

Ou o suficientemente perto.

Neguei aquele pensamento com todas as forças, e quando seus lábios desceram para o meu pescoço, me permite usar o pouco de oxigênio que ainda havia em meus pulmões.

- Isaac... Pare.

Percebi que ele apenas havia se afastado o suficiente para ficar de frente para mim. Abri os olhos para ver seu cenho franzido em uma dúvida que eu não poderia responder, pois isso significaria respirar, e eu não correria aquele risco.

Para a minha sorte, a sua capacidade de ler meus pensamentos não havia desaparecido, e assim que a compreensão surgiu em sua face, Isaac atravessou o quarto num movimento que me pareceu lento demais.

A brisa que entrou pela janela levou seu cheiro para longe, o bastante para que consentisse aos meus pulmões a liberdade de inspirar um pouco de ar, e apenas com aquilo a sede me queimou de novo fazendo com que meus músculos se contraíssem, me segurando no lugar.

Isaac estava parado no canto mais distante do quarto, me encarando fixamente com aqueles olhos de água que iam da tristeza para a preocupação de segundo a segundo. Parecia que nem mesmo agora eu era capaz de entender o que se passava por sua cabeça.

- Eu sinto muito. – Falei.

- Não, a culpa é minha, devia ter imaginado que isso poderia ter acontecido. –Suspirou pesadamente e passou a mão pelo cabelo. – Acho eu não vou me acostumar com isso. – Disse num sussurro para si mesmo, talvez eu não devesse ter ouvido aquilo, fora mais baixo que o normal.

-Bem, vou caçar. Acha que consegue ficar bem por umas duas horas?

Ele revirou os olhos.

- Eloise, por favor. Não sou nenhuma criança.

 Não consegui segurar um leve riso da sua cara de indignação

- Certo, então. Volto logo.

E corri porta a fora.

PDV Isaac

10 motivos para odiar ser humano.

E então...

Ela desapareceu.

Como se fosse capaz de se teletransportar. Num segundo, eu ouvia sua linda risada que fazia com que ficar irritado com ela fosse algo impossível, e no outro, eu me deparava com o amontoado de pedras que em algum momento havia sido uma parede.

Suspiro.

Meus olhos passaram pelo quarto completamente silencioso, a única coisa que eu podia era a janela que batia num balançar constante por causa do vento.

Cocei a cabeça impaciente, e uma estranha irritação tomou conta de mim.

1- Humanos ficam entediados facilmente.

Nunca pensei algum dia da minha imortalidade que o tédio fosse se tornar um problema, mas admito que eu estava a ponto de bater a minha própria cabeça na parede apenas para não ficar parado no meio daquele aposento minúsculo e completamente abafado.

E foi naquele momento que me lembrei, não sei como, que havia um velho ventilador no celeiro dos fundos, que poderia estar funcionando se eu tivesse sorte.

Atravessei a ruína do que em algum momento fora uma parede, e segui para a varanda. O rangido da porta da frente ressoou quando sai da proteção do casebre para a aridez da região que me cercava.

2- Humanos sentem calor, muito calor.

Eu havia dado apenas três míseros passos embaixo daquele sol escaldante de quase cinqüenta graus, e já estava me arrependendo amargamente de não ter ficado sossegado no meu canto.

Tirei a blusa de mangas compridas apenas para jogá-la sobre minhas costas, para evitar ser queimado pelo sol. Ou pelo menos ser menos queimado. Seria um bom momento para ter um protetor solar por perto.

Minha boca ficou seca, minha vista estava embaçada e o ar terrivelmente poeirento raspava minhas vias respiratórias quando me via obrigado a respirar.

Assim que cheguei ao meu destino suspirei aliviado,e só não olhei para cima para agradecer aos céus pois tive medo de que aquele maldito sol me cegasse. Empurrei a enorme porta de madeira, ela não se moveu um centímetro.

3- Humanos não tem “superforça”.

Claro, eu devia ter imaginado. Aquela porta não era usada a tanto tempo que já estava praticamente soldada na terra.

E movido pela determinação de não ter passado por tudo aquilo em vão, apoiei ambas as mãos naquele pedaço de madeira velho que impedia minha passagem, e empurrei utilizando toda a força limitada que eu dispunha no meu novo (ou antigo, entendam como preferirem) corpo.

 O resultado de todo aquele esforço foi uma mera fenda de poucos centímetros pela qual eu tive que me esgueirar para (finalmente) entrar no celeiro.

Suspirei aliviado, e deixei-me encostar na parede para recuperar  fôlego, apenas naquele momento senti a água que escorria pelo meu rosto, ou melhor, o suor.

Eu sei que parece ridículo, mas até achei graça naquelas gotas salgadas que não paravam de escorrer pela minha testa, era tão estranho. Nem me lembrava direito dessas coisas humanos. Parecia uma criança.

Sacudi a cabeça tentando focalizar os pensamentos no que realmente precisava fazer, e era tentar ligar um ventilador que já havia saído de linha a décadas.

Fiz o mais obvio, sem pensar muito, apertei o botão que tinha uma marca na qual se lia “ON”.  Mas para minha surpresa, nada aconteceu.

Afastei-me do aparelho e franzi o cenho, eu podia jurar que aquele tipo de maquina funcionava à bateria e não a eletricidade. Corri os olhos pelo celeiro, eram em horas assim que eu precisava de...

Sim!Eram em horas assim que eu precisava daquilo!

E eis que na prateleira mais alta da pequena estante de madeira que havia lá, encontro a caixa do ventilador. Agora, quais eram as chances do manual de instruções ainda estar lá? Não muitas, concordo. Mas o que me custava?

Peguei a escada estava recostada na porta, e a coloquei o mais próximo possível da caixa. Subi pelo menos uns dois metros, o objetivo de todo aquele trabalho ainda estava ligeiramente afastado.

Estiquei-me o máximo que a escada permitia na direção da caixa... Um erro.

4- Humanos não tem uma pele de mármore superprotetora, ou seja, são frágeis.

Caí no chão de terra com o corpo sobre o braço esquerdo, a dor veio logo em seguida.

E pensar que vinte e quatros horas atrás isso não teria acontecido, eu nem teria saído de casa para começar pois eu não estaria sentindo calor.

Como se não bastasse o braço, que eu tinha certeza que estava quebrado, a estante ainda caiu sobre mim, maldita hora em que tentei me segurar na prateleira para não cair.

Puis o meu braço são na frente do rosto para me proteger, e depois, com certa dificuldade, me levantei.

Olhei para meu redor, tudo bagunçado, as coisas espalhadas pelo chão, outras quebradas.

Caramba, eu só queria um ventilador para não morrer cozinhado. Será que era pedir demais? Bem, talvez não fosse.

Por que apesar de tudo, lá estava a caixa e dentro dela o manual.

Sorri para mim mesmo.

Só que quando eu trouxe aquele pequeno livro amarelado para mais perto dos meus olhos...

- Mas que diabos...? – Me perguntei o que estava acontecendo comigo? Precisei de alguns segundos para que meu cérebro interpretasse a situação.

5- Humanos podem ter problemas de visão.

A raiva que me invadiu naquele momento foi tanta que se eu ainda fosse vampiro, teria explodido uma cidade toda.

Senti minhas mãos tremerem e esmaguei aquele maldito livrinho minúsculo, com letras minúsculas.

Tanto trabalho para nada! E tudo por culpa daquela...

Hipermetropia.

Sem pensar, e me deixando levar pela raiva peguei a primeira coisa que  eu vi e comecei a bater naquele ventilador inútil que só me dera tanto trabalho.

(...)

O sol já estava se pondo, três horas haviam se passado desde a minha pequena aventura, e agora eu estava aqui, na cama , largado de calça e camiseta, com o braço direito quebrado, três hematomas no esquerdo, morrendo de calor e suando.

6-Humanos suam.

Havia descoberto que eu, odiava, detestava, suar. Aquilo que me parecera tão interessante se tornara um incomodo no momento em que me obrigara a tomar três banhos em um único dia.

Respirei fundo.

E meu estomago roncou impacientemente.

7-Humanos sentem fome.

Um humano sentindo fome, não era muito diferente de um vampiro sentindo sede, a única diferença era que a sede podia transformar um vampiro numa maquina incontrolável de matar humanos.

Enquanto a fome... Bem, a fome conseguia me deixar bem nervoso.

E quem dera esse fosse o único problema.

8-Humanos sentem muitas coisas ao mesmo tempo.

Eu estava nervoso por causa da fome, irritado por causa do calor, triste por estar ali sozinho, mas feliz por estar vivo, já que havia visto a minha vida passar pelos meus olhos. Desencantado, por que antes ser humano era o que eu mais queria...

E sim, eu estava desesperado pelo sumiço de Eloise, angustiado por pensar que ela poderia ter se machucado, decepcionado por não ser forte o bastante para segura-la perto de mim ou para protegê-la. Apavorado por que eu poderia morrer por qualquer coisa estúpida e aminha eternidade com Eloise seria reduzida a nada e...

Ahh!! Eloise, onde você está?!!!

Eu amava tanto aquela mulher que apenas a mera possibilidade de ficar longe dela por causa da minha morte me fazia esquecer de todo o resto. Por favor, entendam, eu fui criado numa era católica. Há certas coisas que nem mesmo trezentos anos podem apagar, e uma delas é a crença e que depois da morte ou você vai pro céu ou para o purgatório, e obvio quem você ama fica.

Ahh! Eloise, por que você está demorando tanto?

Se eu pudesse seguiria seu cheiro e a traria arrastada pela orelha! Aposto que se meteu em encrenca.

Meu coração começou a bater forte, minhas mãos suavam. Todo meu corpo reagindo pela menor lembrança dela.

Fechei os olhos.

9- Uma palavra: Hormônios.

Aquele corpo no qual eu agora e me via preso, um corpo de  um jovem de dezoito anos e diferente de antes, em transformação e não parado no tempo. E como todo corpo de adolescente, ele estava cheio de hormônios. E por isso eu não podia nem pensar em Eloise que já desejava te-la ao meu lado para abraça-la, sentir seu perfume, beija-la...

Droga! Eu odiava isso, odiava hormônios. Pelo simples fato deles tirarem toda minha racionalidade. Odiava ainda mais esse corpo inútil que se sentiria atraído por qualquer outra mulher, e eu tinha certeza disso. Esse era o problema dos humanos, tudo se resume a biologia de seus instintos.

E tudo por causa dos malditos hormônios.

De repente me senti agradecido. Agradecido por estar isolado no meio do nada e sem nenhum desconhecido.

Em momentos assim eu queria ainda mais ser vampiro, ser dono das minhas próprias ações. Desejar ter apenas Eloise, mas querê-la e não por causa de reações químicas exageradas do meu corpo.

 Suspirei profundamente e me levantei, fui até a cozinha.

Comecei a andar de um lado para o outro, nervoso, angustiado, tudo o que estava sentido, somado com a dor nos braços e o calor, e é claro os malditos hormônios.

Mas nada disso se comparava ao desespero pelo sumiço de Eloise. JÁ ERA QUASE NOITE!! PELO AMOR DE DEUS!!

Então, resolvi voltar para o quarto e pegar meus sapatos  para ir atrás dela, nem que eu tivesse que rodar o deserto de Nevada a pé.

Só que uma voz repentina cortou meu movimento e me fez pular pelo susto.

- Isaac?

10- Humanos tem uma audição... ãh... Limitada.

Sim, eu não a ouvi chegando, assim como não ouvi a moto sendo estacionada e muito menos as chaves sendo postas sobre a mesa.

E daí?!!!!!

Virei-me num salto para me deparar com uma Eloise cheia  de sacolas de algum mercado. Meus olhos correram dela para as sacolas.

- Ah, desculpa, eu não quis te...

Levantei a mão para frente, para silenciá-la.

- Preciso de um minuto.

Apoiado na pia da cozinha, pus a mão no peito e respirei fundo varias vezes, até que, finalmente, meu coração se acalmou. Não era nada bom ser pego de surpresa desse jeito.

- Pronto. – Endireitei-me e a encarei. – Onde estava?Por que demorou tanto?

Eu queria que o nervosismo não ficasse muito explicito nas minhas palavras, eu não fazia muito isso. Mas era mais difícil esconder as emoções quando há tantas delas martelando na sua cabeça.

Eloise sorriu e ergueu as sacolas.

- Pensei que você também poderia estar com fome, então procurei  um mercado depois de caçar. – Colocou-as na mesa e começou a tirar a comida de dentro. – E veja só, eu me lembrei que você disse que era alérgico a lactose.

Estendeu uma embalagem para mim, “0% lactose” estava escrito no rotulo.

Eloise parecia tão feliz com o fato de ter se lembrado do meu problema com laticínios que me deixei contagiar pela sua felicidade, e todos os outros fantasmas que me assolaram pela tarde toda, de repente, desapareceram.

- Obrigado, mas não queria que tivesse tanto trabalho. – Não evitei sorrir, uma parte minha ficou satisfeita em saber que ela pensava em mim quando eu pensava nela.

Ela pôs as mãos na cintura.

-Imagina. Como se eu fosse te deixar passando fome e... – Ela parou de falar e olhou para meus braços, espantada. – Isaac! O que aconteceu com você?!

Passei a mão  pelo cabelo, não era bem essa a reação que eu esperava.

- Bem... Eu tive uns probleminhas, aqui. Mas nada demais.

Eloise se aproximou de mim e segurou meu braço quebrado, abafei um gemido de dor que eu tinha certeza,  ela havia ouvido.

- Nada demais?! Seu braço está completamente quebrado.

Suspirei.

- Acredite, eu sei.

Ela riu levemente de algo que me passou despercebido.

- Tudo bem, vamos cuidar disso.

-----------*-----------------------------

Agora tudo estava bem, ótimo, perfeito.

Não estava com fome, não  estava com dor nos braços, Eloise estava ao meu lado, logo não sentia calor e nem desespero pelo seu paradeiro misterioso.

Tudo parecia ficar bem, contanto que ela estivesse comigo.

Deixei que meu nariz afundasse em seus cabelos para poder sentir seu cheiro de flores, que ainda era quase o mesmo de sempre. Apertei-a mais no meu abraço enquanto meus olhos continuavam na pequena tela da televisão antiga que pegava pouquíssimos canais.

Eu me lembrava bem daquele filme, havia sido um grande sucesso na época da segunda grande guerra, e parecia ser o único drama romântico que Eloise assistia sem reclamar, Casablanca.

- Se o avião partir, e não estiver com ele, você irá se arrepender. – Dizia o protagonista Rick Blaine para sua amada, já no final do filme. – Talvez não hoje, talvez não amanhã, mas logo. E pelo resto de sua vida.

- Mas e nós?

E depois de uma pausa dramática finalizou.

- Nós sempre teremos Paris.

Senti Eloise fungar ao meu lado, afinal, havia um único filme que podia faze-la chorar. Dei um sorriso pequeno e apoiei minha cabeça sobre a sua. O sono começou a me invadir e sem que eu percebesse minhas pálpebras foram se fechando, enquanto as vozes dos  atores foram ficando distantes...

PDV Eloise

Meus olhos estavam vidrados na tela.

Sim, não chore Ilsa Lund, o mundo pode ser injusto te separando do seu amado pela segunda vez, mas vocês sempre terão Paris.

Aquilo era tão...tão... Ahhmm, não havia palavras para explicar.

Senti a respiração calma de Isaac no meu ouvido e me virei para ver o que havia de errado com ele, como ele podia estar tão calmo vendo uma cena tão triste como aquela e...

Ele estava dormindo.

Seu braço ainda enlaçado pelo meu corpo e sua cabeça caída no meu ombro. Uma posição um tanto desconfortável, para alguém com uma expressão tão pacifica. A respiração dele ia e vinha tão  devagar que achei que poderia parar  a qualquer momento, me perguntei se devia me preocupar com aquilo, ou se aquilo era o ser normal.

E então, mesmo antes do filme acabar, tentei da maneira mais lenta que pude, me desatar do seu abraço,mas ele tinha um sono muito leve.

- Hmn... Eloise... O que houve? – Perguntou sonolento.

Fui até a TV e a desliguei antes de responder sua pergunta.

- Você cochilou um pouco, acho que está na hora de irmos dormir.

Isaac passou a mão o rosto e se espreguiçou.

- Certo, certo. Já estou indo... – Mas não fez nenhum movimento para  sair do lugar.

- Se quiser eu posso te levar no colo. – Oferecei sorrindo zombeteiramente, sabia perfeitamente qual seria sua reação.

Ele se levantou num pulo desajeitado e segurei seu braço para que se equilibrasse.

- Obrigado. – Disse e bocejou.

- De nada. – Sorri.

Assim que deitamos, acostei a cabeça sobre seu peito e entrelacei seu corpo num abraço. Logo seus dedos brincavam com meus cabelos num ritmo lento, sinal de que estava quase inconsciente de novo.

Eu gostava de saber aquelas coisas sobre ele, como ser alérgico a lactose, ou ser do tipo que tem sono leve mais que consegue dormir muito rápido, essas particularidades eram de certa forma importantes.

- Boa noite, Isaac. – Deixei que o som das batidas calmas do seu coração enchesse meus ouvidos.

- Boa noite, meu anjo.

E então me entreguei a inconsciência.


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Notas finais do capítulo

Em fim, ola pessoas que leram o cap gigante que demoro seculos pra sair.Sim, me crucifiquem, joguem-me na fogueira e me afoguem num copo de coca cola dight.Voces te esse direitoMas... Quero lembrar que eu estava estudando( desculpa velha cofcof)e que eu escrevia sempre um pouquinho a noite.Bom, agora que já me desculpe. hehe. vou dizer que o proximo cap vai demorar um pouco, por causa das provas, a não ser que eu poste nesse final de semana, o proximo só sai da oooutra semana...E bem, é isso.Bye bjss.