Estava tudo muito escuro, não sei se posso seguir em frente. Na verdade eu não quero. Está tudo se perdendo, estou cansada de continuar, quero relaxar. E porque não aqui e agora? A escuridão me enlaçava em uma dança perigosa, da qual eu sei que não vou sair respirando. Mas não me importo. Não mais. No final, eu não pude dizer que gostava de você. Mas está tudo bem, acho que não seria correspondida mesmo. Uma luz se forma no fundo dessa imensa escuridão.

-LUCY! LUCY! Vamos Lucy, acorde – você me estende a sua mão. A única coisa em todo o mundo que não recusaria sua ajuda – Lucy, hei abra os olhos, vai! – sua voz me traz paz. Não quero mais me separar de você. Ajude-me, tire-me daqui. Estou sofrendo, você pode ver? – LUCY! – estou ouvindo você me chamar, eu quero responder, mas não posso. Não consigo. Minha voz não quer sair. Tenho que te dizer que estou bem, que estou aqui. Aperto sua mão com toda a força que me resta – Lucy... Lucy – sua voz está fugindo. Não me deixe, por favor!

Uma eternidade parece ter se passado. Abro meus olhos e lá está você, com os olhos marejados. A luz atrás de você me incomoda. Mas não me importo desde que possa ficar te olhando, ver o quão belo você está. Isso me acalma.

-Lucy! – você me abraça. Isso só pode ser o paraíso – que bom que você está bem. Estava tão preocupado – você é tão quente, quero mais contato, quero sentir mais do seu calor. Passo meu braço ao seu redor.

-Natsu! Está tudo bem – desde que você esteja aqui – vai ficar tudo bem, certo? – você me olha. Você está chorando? Céus! devo ser punida, fiz alguém tão puro como você chorar – Hei, Natsu, não chore! – tento sentar mais não consigo. Estou completamente dolorida, meus músculos não respondem aos meus comandos. Você se aproxima de mim e me ajuda. Pude sentir seu cheiro – Olhe eu estou bem, e daqui alguns dias, estarei perfeitamente bem ok? E já poderei sair daqui – somente agora percebo que estou em casa, em minha cama.

-Lucy, me desculpa – você segura minha mão, e abaixa à cabeça – eu te arrastei para aquele trabalho, e você acabou assim. Me perdoa Lucy?

-Natsu, você não me arrastou, eu aceitei lembra? E nenhum de nós poderia se quer imaginar, que aquele louco iria se suicidar. Sua magia era forte.

-Eu devia ter te protegido Lucy! Mas não fiz isso. Eles eram muitos e...

-Natsu para! Não agüento ver você se desculpando por algo que não fez – coloco minha mão em seu rosto, e enxugo suas lagrimas – sim, eles eram muitos, afinal eram uma guilda. Agora por favor, não fique se desculpando. Eu estou aqui não estou?

-Você está certa – então você sorri. Você não faz idéia do efeito que seu sorriso tem sobre mim, ele consegue preencher o lugar mais obscuro de meu ser, com uma luz radiante, que somente você possui – Sabe, é meio estranho Lucy. Eu estava com medo que você não abrisse mais os olhos – meu coração está acelerando. Mas por quê? – Tinha medo de te perder. Então eu fui falar com a Erza.

-Com a Erza? P-porque com ela? – os dois sempre foram amigos Lucy, Dãarh, pergunta idiota!

-Porque eu precisava de respostas. Era estranho, eu não estava me sentindo eu mesmo quando vi você caída no chão daquele jeito.

-E o que ela disse?

-Para ser sincero, ela riu da minha cara – que cruel, ele foi perguntar algo e ela ri dele. Preciso conversar com ela depois – disse que eu estava demorando a perceber, o que eu realmente sentia... - você estava corando. Poxa vida, que cena linda, única – ela disse que eu... Eu...

-Você? – não me diga que você vai falar essa frase que estou pensando!

-Que eu te amava – meu coração parecia que ia sair pela boca. Não foi exatamente uma confissão, mas foi o suficiente para me deixar emocionada. Uma lagrima escorre no meu rosto – Lucy, você vai chorar? – você parece estar desesperado – AAAAH, não chora Lucy, olha se você não quer que eu te ame – definitivamente você estava desesperado – eu não te amo... Apesar de que eu não sei como fazer isso – você acaba de se confessar? Lagrimas, e mais lagrima começam a escorrer – Lucy eu... – você se aproxima de mim, seu rosto está tão perto, posso sentir seu hálito. Sinto suas mãos, a mesma que me tirou daquela escuridão, enxugando as minhas lagrimas. Você se aproxima mais, e me surpreende. Ultimamente você tem feito muito disso, me surpreender, mas dessa vez, acho que poderia enfarta. Você estava me beijando. Meio atrapalhado, mas me beijando – Me perdoe, eu não...

-Sem desculpas Natsu, se você está arrependido, diz isso depois, não estrague o clima, não despedace meu coração. Não agora – Minha vez, de tomar a iniciativa, enlaço meus braços em seu pescoço, com muito esforço, me aproximo de você e o beijo. O beijo mais amoroso, e esperado de toda a minha vida.

-Também te amo Natsu.

Do lado de fora, pude ouvir os pingos, de uma chuva que começava a cair, ressoando em uma bela melodia, que jamais esqueceria. A melodia com que as nossas línguas dançavam a mesma que os nossos corpos embalavam. Essa seria a nossa música, a mais perfeita dança já vista no mundo. A dança do amor.